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domingo, 18 de março de 2018

Escravo do pecado-Dehonianos


21 Março 2018
Lectio
Primeira leitura: Daniel 3, 14-20.91-92.95
14 Disse-lhes Nabucodonosor: «Chadrac, Mechac e Abed-Nego, é verdade que rejeitais o culto aos meus deuses e a adoração à estátua de ouro erigida por mim? 15 Pois bem! Estais dispostos, no momento em que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara, da lira, da harpa, do saltério e de qualquer outro instrumento musical, a prostrar-vos em adoração diante da estátua que eu fiz? Se não o fizerdes, sereis logo lançados dentro da fornalha ardente. E qual o deus que poderá libertar-vos da minha mão?»16Chadrac, Mechac e Abed-Nego responderam ao rei Nabucodonosor: «Não vale a pena responder-te a propósito disto. 17 Se isso assim ~ o Deus que nós servimos pode livrar-nos da fornalha incandescente, e até mesmo, ó rei, da tua mão. 18 E ainda que o não faça, fica sabendo, ó rei, que não prestamos culto aos teus deuses e que não adoramos a estátua de ouro que tu levantaste.» 19Então explodiu a fúria de Nabucodonosor contra Chadrac, Mechac e Abed-Nego; a expressão do seu rosto mudou e levantou a voz para mandar que se aquecesse a fornalha sete vezes mais que de costume. 20 Em seguida, ordenou aos soldados mais vigorosos do seu exército que amarrassem Chadrac, Mechac e Abed-Nego, a fim de os lançar na fornalha incandescente. 91 (24)Então o rei Nabucodonosor, estupefacto, levantou-se repentinamente, dizendo para os seus conselheiros: «Não foram três homens, atados de pés e mãos, que lançámos ao fogo?»Responderam eles ao rei: «Com certeza». Nabucodonosor, tomando a palavra, disse:«Bendito seja o Deus de Chadrac, de Mechac e de Abed-Nego! Ele enviou o seu anjo para libertar os seus servos que, confiando nele, expuseram a vida, transgredindo as ordens do rei, antes que prostrarem-se em adoração diante de um outro deus que não fosse o Deus deles. 92 (25)«Pois bem – replicou o rei – vejo quatro homens soltos, que passeiam no meio do fogo, sem este lhes causar mal; o quarto tem o aspecto de um filho de Deus.» 95 (28)Nabucodonosor, tomando a palavra, disse:«Bendito seja o Deus de Chadrac, de Mechac e de Abed-Nego! Ele enviou o seu anjo para libertar os seus servos que, confiando nele, expuseram a vida, transgredindo as ordens do rei, antes que prostrarem-se em adoração diante de um outro deus que não fosse o Deus deles.
o episódio dos três jovens, que escaparam ilesos à fornalha ardente, mostra que o Deus dos hebreus é o único Deus verdadeiro, e que os ídolos dos babilónios, tal como os deuses impostos por Antíoco IV Epifânio, não o são. Só Javé é Deus da vida. Servi-I’ O é optar pela vida, mesmo que seja preciso sofrer e morrer. O martírio torna perfeita a fé daqueles que puseram a sua confiança em Deus e é o melhor testemunho para os próprios perseguidores, como se verifica pela confissão de fé de Nabucodonosor (cf. v. 95).
A narrativa é rica de pormenores pitorescos, ainda que trágicos, o que lhe confere solenidade. Javé é, de verdade grande. Mesmo que não seja possível prestar-lhe o culto devido, é o único Deus (v. 96). Diante d ‘Ele, os cultos idolátricos são pura vaidade.
Evangelho: João 8, 31-42
31 Naquele tempo dizia Jesus aos judeus que nele tinham acreditado: «Se permanecerdes fiéis à minha mensagem, sereis verdadeiramente meus discípulos, 32conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres.» 33Replicaram-Ihe: «Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém! Como é que Tu dizes: ‘Sereis Iivres?» 34Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: todo aquele que comete o pecado é servo do pecado, 35 e o servo não fica na família para sempre; o filho é que fica para sempre. 36 Pois bem, se o Filho vos libertar, sereis realmente livres. 37 Eu sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque não aderis à minha palavra. 38 Eu comunico o que vi junto do Pai, e vós fazeis o que ouvistes ao vosso psi» 39E1es replicaram-lhe: «O nosso pai é Abraão!» Jesus disse-lhes: «Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão! 40 Agora, porém, vós pretendeis matar-me, a mim, um homem que vos comunicou a verdade que recebi de Deus. Isso não o fez Abraão! 41 Vós fazeis as obras do vosso psi» Eles disseram-lhe, então: «Nós não nascemos da prostituição. Temos um só Pai, que é Deus.»42Disse-Ihes Jesus: «Se Deus fosse vosso Pai, ter-me-íeis amor, pois é de Deus que Eu saí e vim. Não vim de mim próprio, mas foi Ele que me enviou.
Diante daqueles que se vangloriam de ser filhos de Abraão (v. 33), Jesus clarifica alguns importantes temas como o discipulado (v. 31), a liberdade e o gozo da intimidade familiar (vv. 32-36), da filiação e da paternidade (vv. 37-42). Prosseguindo o seu discurso, num crescendo dramático, Jesus termina revelando a sua divindade: «Eu SOLP> (v. 58). Os seus adversários, porém, endurecem posições e tentam lapidá­I’ O (v. 59). Assim revelam ser escravos do pecado. Só a fé, que leva a confiar na Palavra, liberta do pecado, como aconteceu com Abraão. A fé no Filho leva os discípulos a permanecerem n ‘ Ele (v. 31), Palavra do Pai, como filhos livres que permanecem na casa paterna (v. 35). Quem procede de outro modo, revela ter outra origem (v. 41), intenções perversas (v. 37) e escravidão (v. 34), ainda que não se dê conta disso ou não o queira admitir.
Meditatio
A liberdade é um valor de que todos desejamos usufruir. Mas nem sempre a procuramos onde a podemos encontrar. Os três jovens, de que nos fala a primeira leitura, são um maravilhoso exemplo de liberdade. Recusam corajosamente adorar o poder real, mesmo sendo condenados à fornalha ardente. Nabucodonosor pergunta: «Qual o deus que poderá libertar-vos da minha mêo?». Os jovens respondem: «Não vale a pena responder-te a propósito disto. Se isso assim ~ o Deus que nós servimos pode livrar-nos da fornalha incandescente, e até mesmo, ó rei, da tua mãe». Este gesto de liberdade condenou-os ao suplício. Aparentemente perderam a liberdade: foram amarrados e lançados ao fogo. Mas o Deus, em Quem confiam, intervém para os libertar. O rei verifica o facto. E converte-se à fé.
Quando Deus deixa de ser apenas uma ideia mais ou menos abstracta, quando a fé em Jesus Cristo se torna vida, podemos experimentar a liberdade cristã. Não é que a vida se torne mais fácil. A verdadeira fé em Deus, e uma relação pessoal com Jesus, seu Filho, na fé e no amor, revelam exigências até aí desconhecidas. Estas exigências estabelecem novos laços, que não escravizam, mas dilatam os corações e fazem avançar os crentes pela via dos mandamentos divinos.
Como os Judeus, que se diziam filhos de Abraão, talvez também nós nos digamos cristãos apenas porque somos fiéis a umas tantas observâncias. Mas isso n&atil
de;o é suficiente para fazer de nós filhos de Deus, nem filhos da Igreja. Ser filhos é, em primeiro lugar, ser livres. Jesus, o Filho, revela-nos a verdadeira liberdade. Contemplando-O, verificamos que essa liberdade consiste na renúncia a nós mesmos para afirmarmos o Outro, os outros. O pecado é exactamente o contrário: faz-nos ver tudo a partir de nós mesmos e dos nossos interesses, coloca-nos no centro do universo. É a escravidão de que fala Jesus.
Podemos permanecer na escravidão, mesmo falando muito de liberdade e de libertação. Não podemos libertar-nos por nós mesmos. Seremos livres na medida em que abrirmos o coração à Palavra, que é presença de Cristo no meio de nós, e à sua poderosa salvação. Só ela nos arrancará da idolatria e, sobretudo, da egolatria, para nos guiar até à liberdade do amor.
A liberdade é um dom do Espírito Santo: «O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, benevolência, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio; contra estas coisas não há lei» (Gal 5, 22). Há, portanto, perfeita liberdade. As nossas Constituições lembram-nos que a liberdade é um fruto do mistério pascal de Cristo:
"Pela Sua morte e ressurreição (Cristo) abriu-nos ao dom do Espírito e à liberdade dos filhos de Deus (Rom 8, 21" (Cst. 11). É que, "onde está o Espírito há liberdade’ (2 Cor 3, 17). Basta que pensemos nos preciosos frutos do Espírito (cf. Gal 5, 22) e, em particular, no "autodomínio", quando, nos nossos pensamentos, desejos, afectos, palavras, acções não nos deixamos guiar pelo nosso eu (egoísmo), mas pelo Espírito de Deus.
Oratio
Senhor Jesus, faz-me compreender que, para viver como filho do Pai, não me basta ser baptizado, mas também preciso de fazer as suas obras, e de crescer na escuta da sua voz, deixando que a tua palavra lance raízes em mim, e tome gradualmente posse de todo o meu ser. Faz-me também compreender que me tornas livre apenas na medida em que abro à tua palavra, não só a minha inteligência, mas também a minha vida. Só quando ela for totalmente qulada por Ti, serei realmente livre: livre do pecado que me escraviza, livre da inveja que me separa dos outros, livre da preguiça e do orgulho que me paralisam. Então, mesmo no meio dos sofrimentos da vida, também quando tiver de sofrer para ser fiel ao teu amor, serei livre e, como os jovens da fornalha ardente, cantarei os teus louvores, celebrarei a tua vitória. A tua gloriosa Paixão faz-nos vitoriosos contra o pecado, contra todas as dificuldades, contra o sofrimento. Faz-nos livres! Obrigado, Senhor! Amen.
Contemplatio
O divino Mestre na Eucaristia está inteiramente desprendido da vida exterior. «Contempla, ama, adora as perfeições de Deus; imola-se à glória de seu Pai, fora de todo o criado, como numa vasta solidão onde os objectos da terra não o podem atingir.
«É preciso tudo perder de vista, tudo esquecer e esquecer-se de si mesmo para imitar esta vida divina.
Peçamos ao Sagrado Coração como um favor sermos por vezes retirados nesta solidão perfeita, somente sob o olhar de Deus, na companhia do nosso bem-amado Jesus, não tendo liberdade nem acção senão para amar e adorar o nosso Deus, para nos sacrificarmos e perdermos nele.
Do seu tabernáculo, Jesus não fala a nenhuma criatura. Nenhum barulho, nenhum movimento não se faz aí ouvir, mas, diante do seu Pai, o seu silêncio é bem mais profundo e mais sublime. Dir-se-ia que toda a sua ocupação seja calar-se. É todo amor, aniquilamento, imolação, prece; mas tudo se passa no silêncio, nas profundidades de si mesmo e da sua divindade. Como este silêncio é uma linguagem poderosa e forte! Presta homenagem à grandeza de Deus, às suas perfeições infinitas, ao seu domínio soberano, a todos os seus atributos que Jesus louva com um hino eterno e sem fim e num misterioso silêncio».
Quereria nas minhas adorações fazer calar em mim as criaturas para me unir à adoração de Jesus para com o seu Pai (Leão Dehon, OSP 3, p. 691s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra: «A verdade vos tornará Iivres» (Jo 8, 31).


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