24º DOMINGO TEMPO
COMUM
11 de Setembro de 2016-Ano C
1ª Leitura - Ex 32,7-11.13-14
Salmo - Sl 50
2ª Leitura - 1Tm 1,12-17
Evangelho - Lc 15,1-32
PRIMEIRA LEITURA
A primeira leitura nos mostra que Deus se amolece quando nos
arrependemos dos nossos pecados, que Deus é capaz de mudar de ideia e não nos
punir pelos nossos pecados quando nos arrependemos e suplicamos o seu perdão
com humildade e muita devoção.
O povo de Deus, esquecendo-se da grande graça de ser tirado da
escravidão do Egito, construiu um bezerro de ouro, e estava adorando-o no lugar
do Deus único, numa verdadeira idolatria.
O senhor enfurecido faz ameaças de extermínio a esse povo ingrato.
Eis que Moisés intercede pelo seu povo de forma tão humilde e
piedosa, lembrando a Deus de suas promessas, numa oração ao vivo, numa súplica
de um filho que confia no amor do Pai.
Deus atende a súplica de Moisés, volta a trás e não castiga o seu
povo.
Eis aqui a força da oração, a força da súplica a Deus. Um Deus que
não é indiferente aos nossos pecados, porém não é indiferente às nossas
orações. Por isso é que não devemos desanimar, e continuar rezando, mesmo
quando sabemos que estamos merecendo castigo, mesmo quando o nosso pecado foi
grande, mesmo quando parece que Deus está furioso com a nossa conduta errada.
Reze pedindo perdão! A oração funciona!
SALMO
O salmo 50 é a nossa oração de súplica que toca o nosso Deus.
Quando tudo nos parece perdido, quando trocamos Deus por algum ídolo, quando
somos ingratos e desviamos dos caminhos do Senhor e entramos nos caminhos do
pecado, está na hora de voltarmos a casa do Pai, está na hora de nos arrepender
e suplicar, orando este salmo maravilhoso, este salmo que é uma súplica forte
que nos reconduz ao amor de Deus, que nos coloca diante do Pai misericordioso
que nos perdoa. Mas rezar o salmo 50 não basta. O perdão completo dos nossos
pecados graves deve ser mediante uma confissão. Pois o sacerdote receber no dia
de sua ordenação sacerdotal, o poder de nos perdoar. Você está precisando? Então vai lá!
SEGUNDA LEITURA
A conversão de Paulo foi a maior de toda a História. De perseguidor dos cristãos, Paulo passou a
evangelizar de forma tão forte que se tornou para nós o maior modelo ao qual
devemos copiar e seguir.
...”ele fez de mim um modelo de todos os que crerem nele para
alcançar a vida eterna.”
A segunda leitura nos mostra que Deus veio ao mundo para salvar os
pecadores.
“Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu
sou o primeiro”
Paulo
reconhece que a sua conversão foi obra da misericórdia divina, e agradece a
Deus por isso. Ele agradece a Deus pelo fato de mesmo sendo um pecador, foi
considerado digno de segui-lo. Não se considera digno, puro, mais sim, entende
que tudo aconteceu pela graça e misericórdia de Deus em seu favor, escolhendo-o
para a grande missão.
Com
humildade ele vê a sua condição de pecador, destinado a anunciar a palavra de
Deus, proferida por Jesus.
Paulo foi um
homem iluminado para explicar as palavras de Jesus, as quais muitas vezes não
eram entendidas por quem as ouviam, até mesmo os discípulos, como foi, por
exemplo, na parábola do semeador, em que os discípulos precisaram de uma
explicação a parte.
Caríssimas e
caríssimos. Vamos seguir o exemplo de Paulo, vamos nos entregar a Deus por
Cristo Jesus, vamos nos converter, e mudar o rumo da nossa vida. Vamos mudar de
pecadores para catequistas. Vamos evangelizar com a palavra, e com a nossa vida.
EVANGELHO
O Evangelho nos mostra que haverá no céu mais alegria por
um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não
precisam de conversão.
Era comum às vezes uma ovelha, um cabrito
brincalhão, saltitando para lá e para cá, se desgarrar do rebanho e ficar
perdido pelos campos, sem que o pastor o percebesse.
E ao perceber, o pastor larga o rebanho pastando e
corre, ele vai à sua procura ansioso e em estado de desespero, e quando o
encontra agradece a Deus. Ele fica muito feliz ao encontrar a sua ovelha
perdida, e a colhe com carinho, reconduzindo-a ao rebanho.
Quando perdemos um filho, uma filha na rua, é
grande o nosso desespero, e é maior a nossa alegria ao encontrar aquele pedaço
de nós que se distraiu, se desgarrou da nossa mão protetora e saiu por aí.
O mundo de hoje está repleto de ovelhas perdidas. São almas que se
desgarraram do rebanho de Cristo, que se desprenderam da caravana, ou da
excursão, e seguiram outros caminhos. São como crianças que se soltam das mãos
do pais por que se distraíram ao ver uma coisa que lhes interessou, uma coisa
que lhes atraíram, que lhe chamou a atenção. Seja um brinquedo, um palhaço ou
coisa parecida.
Nós nos desgarramos do caminho do Pai quando alguma coisa também
nos chama a atenção. E essas coisas que nos distraem, são geralmente as
novidades do mundo virtual, pode ser a beleza do sexo oposto, o conforto
trazido pelas maravilhas da tecnologia, uma nova moto, um novo carro, o novo
celular.
Não se trata de condenar o progresso, e mesmo esses bens materiais
em si. O que lamentamos, é que tudo isso nos faz desgarrar, desviar do caminho,
da verdade e da verdadeira vida.
Meus irmãos, minhas irmãs. Muitos de nós somos ovelhas perdidas que
nos desviamos da estrada reta, e nos embrenhamos pelos caminhos tortuosos.
E muitos de nós, nem percebemos que estamos perdidos. Podemos seguir andando, e pensando que estamos
no caminho certo, que somos pessoas de Deus, só pelo fato de fazer o sinal da
cruz ao deitar, pelo fato de falar o nome de Deus de vez em quando, pelo fato
de até irmos à missa no domingo. Porém,
só isso não basta.
Porque, acontece que um sego não pode guiar outro cego. Quando
estamos em pecado, não enxergamos o caminho a seguir, e nos perdemos na
escuridão da iniquidade, tropeçamos nos buracos, e podemos cair nos penhascos a
beira da estrada da vida.
Um dia eu li em um carro esta frase: Não me siga. Eu estou perdido!
Uma brincadeira engraçada, porém com um grande fundo de verdade.
Como podemos seguir a alguém que se acha perdido? Não chegaremos a lugar
nenhum. Pelo menos ao lugar que deveríamos estar, ao objetivo que deveríamos
atingir.
Isso é o que acontece a muitos dos nossos jovens. Eles seguem os
seus colegas aos quais chamam de amigos, porém, esses tais estão nada mais nada
menos do que completamente perdidos na vida.
Porque se desgarraram do rebanho a muito tempo, e seguiram um atalho,
uma trilha, a qual vai lhes conduzir a um abismo fatal.
E lamentavelmente pode acontecer a nós catequistas, quando caímos
em pecado. O pecado nos cega, e não
enxergamos o caminho, não vemos a mão de Jesus estendida para nos levantar. É
como caminhar a noite por um caminho desconhecido.
E depois do primeiro pecado, vem outro mais outro e ficamos enlameados
pela lama que suja a nossa alma!
Quando o catequista chega a uma situação dessas, ele não consegue
refletir ao mundo a Luz divina, missão para a qual Deus o escolheu!
Então chegou o momento de recorrer a misericórdia de Deus, o
momento de buscar o perdão, a confissão, o momento de se reintegrar ao rebanho
de Deus.
E, com certeza, seremos acolhidos pelo Pai que nos ama, e que nos
chama a conversão diariamente! Ele, como o pastor da parábola, nos reconduzirá
com alegria ao rebanho novamente.
Um bom domingo. José Salviano.
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