8 de Setembro de 2016- Ano C
Evangelho
- Mt 1,1-16.18-23
Ele será chamado pelo nome de Emanuel,que
significa: Deus está conosco.
Mesmo que Jesus tenha nascido do corpo de uma
jovem, sabemos que Jesus é Deus que veio habitar no meio de nós.
O evangelho de hoje mostra que pela
genealogia de Jesus Cristo, Ele é descendente de Abraão. Mas na verdade,
Jesus foi gerado pelo Espírito Santo não no seio da Virgem Maria, mas em seu
corpo mesmo. A gente diz que foi no seio, por um a questão de respeito, nos
recusamos a dizer o local exato, ou seja, o útero. Portanto, Jesus, enquanto
Filho de Deus, não é descendente nem de Abraão nem tão pouco de Davi.
Porém, em sinal de respeito à cultura do
tempo de Jesus, a qual considerava as genealogias como uma forma
literária usada para confirmar a vinculação de uma ou mais personagens de
destaque a uma linhagem que recebeu as promessas divinas, são quatorze as
gerações, desde Abraão até o nascimento de Jesus.
A respeito da concepção virginal de
Maria, já houve quem perguntasse se não se trataria aqui de lendas ou de
construções teológicas sem pretensões históricas. A isto deve-se responder:
a fé na concepção virginal de Jesus deparou com intensa oposição, zombarias ou
incompreensões da parte dos não-crentes, judeus e pagãos. Ela não era motivada
pela mitologia pagã ou por alguma adaptação às idéias do tempo. O sentido deste
acontecimento só é acessível à fé, que o vê no nexo que interliga os mistérios
entre si, no conjunto dos Mistérios de Cristo, desde a sua Encarnação até a sua
Páscoa. Por isso o aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a
Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do
Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo "não lhe
diminuiu, mas sagrou a integridade virginal" de sua mãe. A Liturgia da
Igreja celebra Maria como a "sempre virgem".
Assim, prezados irmãos, a concepção de
Maria pela atuação do Espírito Santo e sua virgindade, é mais um mistério que
acompanha a pessoa de Jesus Cristo, e que não podemos entender pela nossa
inteligência, mais sim pelos olhos da fé. Mas infelizmente, aqueles de pouca
fé, ou os inimigos do catolicismo, se apoiam nesta parte da nossa doutrina para
nos questionar, como se tivéssemos inventado tudo isso e mais um pouco.
É
por isso que o olhar da fé pode descobrir, tendo em mente o conjunto da
Revelação, as razões misteriosas pelas quais Deus, em seu desígnio salvífico,
quis que seu Filho nascesse de uma virgem. Essas razões tocam tanto a pessoa e
a missão redentora de Cristo quanto o acolhimento desta missão por Maria em
favor de todos os homens. Jesus é portanto, concebido pelo poder do
Espírito Santo no corpo da Virgem Maria, e é por isso que a
humanidade de Cristo é, desde a sua concepção, repleta do Espírito Santo, pois
Deus "lhe dá o Espírito sem medida". É da "plenitude dele",
cabeça da humanidade remida, que "nós recebemos graça sobre graça"
(Jo 1,16).
É preciso crer nos
mistérios da nossa fé.
Tenha um bom dia. José Salviano
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