7 de Setembro de 2016-Ano C
Evangelho
- Lc 6,20-26
-Bem-aventurados vós, os
pobres-José Salviano
No sermão conhecido
como o sermão da montanha, Jesus além de inverter os valores, declarou a sua
preferência pelos pobres.
A inversão dos valores
consiste no fato de os judeus acreditarem que os ricos eram abençoados por
Deus, enquanto que os pobres sofriam por causa dos seus pecados. Assim, a
pobreza era um castigo de Deus.
Jesus inverte esses
valores mostrando que não é por aí, e que os pobres sofrem agora, serão
recompensados na glória eterna. Ao contrário, os ricos que tiveram tudo nesta
vida, haverão de sofrer muito na eternidade.
Hoje, 7 de setembro, é
o dia em que comemoramos a nossa liberdade. Mas será que somos livres mesmo?
Será que todos são livres para possuir casa, carro, o alimento necessário para
o sustendo do seu corpo? Será que todos são livres para escolher uma boa escola
para seus filhos? Será que todos são livres para morar em um bairro com luz
elétrica, esgoto e água encanada? Será que podemos andar na rua tranquilos sem
medo de assaltos?
Então, parece que a
liberdade ainda é algo que ainda não atingimos. Pelo menos para as classes
menos privilegiadas, isso é uma grande piada!
Bem aventurados os
pobres que não são egoístas, que não pensam somente em si. Por que todo aquele que busca apenas a sua felicidade
não a encontra de verdade. Porém aquele que busca fazer pessoas felizes, acaba
encontrando a sua própria felicidade. Do mesmo modo aquele que busca um Deus só
para si, não o encontrará. Mas aquele que busca Deus para si e para os irmãos,
está na presença de Deus.
Prezados irmãos. O
mesmo Deus que buscamos 24 horas através de Jesus, é o mesmo Deus que
deveríamos levar ao irmão. Porque nunca seremos felizes se buscarmos a
felicidade somente para nós.
Se não partilharmos a
palavra, a eucaristia, a nossa alegria com o irmão, nunca seremos felizes.
Seria o cúmulo do absurdo, alguém que fosse catolicamente egoísta, querendo
Jesus somente para si!
Prezados irmãos. Vamos
levar o Evangelho até o nosso irmão distante. Seja catequizando, seja com a
nossa vida. Quem não tem o dom da palavra pode também evangelizar pelo seu
testemunho, pelo seu exemplo, enfim, pela vida que leva.
Mas não basta levar a
mensagem de Jesus aos pobres e famintos. Precisamos primeiro levar também a
eles o alimento para saciar a sua fome. E em seguida, levamos os
ensinamentos de Cristo.
Caríssimos, o que
podemos fazer por aqueles que estão à margem da estrada? Ninguém é tão
pobre que não tem um pouco para matar a fome do irmão. Aliás, em minha jornada
de evangelização percebi que os pobres são muito mais caridosos do que a classe
média e os ricos. Em situação de necessidade extrema, de doença acidentes,
catástrofes, as pessoas simples dos bairros humildes fazem arrecadações generosas
para ajudar, para aliviar o sofrimento dos atingidos pelos infortúnios. Eles
são capazes de se privarem de algo que iria comprar para si ou para sua família
para repartir, para contribuir com os irmãos que estão sofrendo mais do que
eles. É coisa impressionante! Existe muito mais caridade entre os carentes, do
que entre os opulentos!
Vivi experiências nas
quais as capelas dos bairros pobres eram construídas e mantidas com toda
dedicação pelos moradores locais. Eles mesmos se oferecem, ou avisam que em tal
rua existe um pedreiro ou um carpinteiro que podem dar uma forcinha. E
geralmente ajudam nas horas do seu descanso. No sábado ou mesmo no domingo.
O que estamos fazendo
por aqueles que nos estendem a mão pedindo umas migalhas do muito que Deus nos
deu?
Nossa desculpa é
que não temos tempo de dar um pouco de atenção às pessoas que nos olham, nos
dirigem a palavra, que pedem a nossa ajuda. Pois por causa do nosso egoísmo, o
que almejamos mesmo é viver a nossa vida só para nós, sem nos importar com os
pobres, excluídos e oprimidos.
Não viva uma vida só
para sim, mas se abra para o irmão, para a irmão, numa atitude de fraternidade
com Deus! Amém?
Tenha um bom dia. José
Salviano
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