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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

AMANHÃ TENTAREI NOVAMENTE-Alexandre Soledade


10-        Quinta - Evangelho - Lc 6,27-38



Bom dia!
Mais um texto do ano passado e vital como sequência de ontem…
Esses dias assistindo um filme sobre a vida de João Paulo II na TV Aparecida. Aquela história me faziam meditar tantas coisas, mas em especial um momento bem no fim, representou muito.
O Papa, já debilitado, não conseguia ir a seu púlpito e falar para as pessoas. Doente, cansado e com ajuda de uma cadeira, não conseguiu fazer a sua proclamação da reflexão dominical, mas mesmo vencido pela doença, olhou para os seus e disse: “AMANHÃ TENTAREI NOVAMENTE”.
Esse evangelho de hoje nos propõem diversos desafios que vão de encontro ao que aprendemos no dia-a-dia e nas relações humanas. Ele propõe uma mudança radical na forma de responder aos desafios que nos serão impostos. A resposta sugerida pelo Senhor não é a subserviência ao problema ou ao agressor pela resignação, mas o NÃO SE DEIXAR ABATER ou esmorecer pelo que acontece, ou seja, aconteceu, “AMANHÃ TENTAREI NOVAMENTE”.
Aceitar essa proposta de vida requer uma disciplina diária de amor ao próximo, humildade, simplicidade e uma profunda decisão de fazer o que é certo. Padre Pio tem uma frase instigante que diz:
“(…) O VERDADEIRO SERVO DE DEUS é aquele que usa a caridade para com seu próximo, que ESTÁ DECIDIDO A FAZER A VONTADE DE DEUS A TODO CUSTO, que vive em profunda humildade e simplicidade”. (Padre Pio)
Se olharmos essa frase e o gesto de João Paulo II entenderemos o que é de fato servir.
Perguntemo-nos se é possível…
Ser ofendido e não revidar?
Ficar sozinho (a) e não sofrer?
Estar cansado e não desistir?
Humilhado, e mesmo assim persistir?
Sim! É uma grande mudança!
O santo padre tentou quantas vezes que foram necessárias para se fazer o que tinha que ser feito. Maiores foram os insucessos do que os sucessos, mas ele persistiu. A doença e as limitações impostas pelo Parkinson e pela senilidade não o intimidavam, elas calejavam seu espírito. E os nossos irmãos que pairam pelo mundo? Falo daqueles que vivem “tentando” por suas vidas a margem dos olhos do Pai e não conseguem coordenar seus esforços para poder voltar. Esse filho de Deus que ainda insiste deve ser ajudado.
Outro ponto… Imagino esse povo, esses filhos e filhas, nós (…), como o alpinista que sobe uma parede vertical e ao se aproximar do cume e da segurança do ponto mais alto, por um mínimo descuido cai e volta a estaca zero. Cair é duro, mas é mais complicado olhar nos olhos das pessoas e ver os julgamentos se naquela hora gostaríamos de ver uma mão amiga pra ajudar a levantar. “(…) Não julguem os outros, e Deus não julgará vocês. Não condenem os outros, e Deus não condenará vocês. Perdoem os outros, e Deus perdoará vocês. Dêem aos outros, e Deus dará a vocês. Ele será generoso, e as bênçãos que ele lhes dará serão tantas, que vocês não poderão segurá-las nas suas mãos. A mesma medida que vocês usarem para medir os outros Deus usará para medir vocês”.
Boa parte daqueles que nos agridem é motivado por coisas fúteis e mais engraçado que isso, é saber que se revidarmos na “mesma” altura na verdade estaremos nos igualando no andar de baixo e não crescendo.
Essas pessoas merecem que redobremos nossos esforços a mostrá-los que existe algo melhor que ainda não descobriram. Precisamos nos revestir de misericórdia e pelo menos rezar para que elas cresçam, pois na verdade é por elas que o Senhor mais investe seu santo tempo.
Perseguições fazem parte da vida do cristão. Mantenhamo-nos confiantes.
“(…) Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus de toda a consolação que nos conforta em todas as nossas tribulações, para que, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os que estão em qualquer angústia! Com efeito, à medida que em nós crescem os sofrimentos de Cristo, crescem também por Cristo as nossas consolações. Se, pois, somos atribulados, é para vossa consolação e salvação. Se somos consolados, é para vossa consolação, a qual se efetua em vós pela paciência em tolerar os sofrimentos que nós mesmos suportamos. A nossa esperança a respeito de vós é firme: sabemos que, como sois companheiros das nossas aflições, assim também o sereis da nossa consolação”. (II Coríntios 1, 3-7)
Hoje ainda não dá? “AMANHÃ TENTAREI NOVAMENTE”.
Um imenso abraço fraterno

 

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