SEXTA FEIRA DA 18ª SEMANA DO TC
07/08/2015
1ª Leitura Deuteronômio 4, 32-40
Salmo 76/77”Das ações do Senhor eu me recordo, lembro-me de suas
maravilhas de outrora”
Evangelho Mateus 16, 24-28
Este evangelho é sequência de Mateus 16,13 – 23, onde o Apóstolo
Pedro deu aquela resposta linda e maravilhosa e que mereceu de Jesus um belo
elogio, Pedro é um homem iluminado por Deus e por isso deu aquela resposta tão
verdadeira e reveladora que culminou com a sua nomeação para ser o Chefe dos
Apóstolos e da sua Igreja, ponto de ligação entre o Céu e a Terra.
Estaria tudo lindo e maravilhoso para os discípulos se a história
parasse por aí, porém, Jesus retoma as lições para a prova final dos seus
discípulos. A pedagogia de Jesus é perfeita, parece que o Grupo, representado
por Pedro, entendeu uma parte da lição, sobre a sua identidade Messiânica, e
agora é preciso avançar com as lições, subir para outro nível aproveitando o
momento.
Eles já sabem quem é Jesus, ele é o Cristo, o Filho de Deus
vivo...portanto, o Messias esperado. Haviam sido aprovados na primeira
avaliação. Agora Jesus começa a lição mais difícil: revelar a eles como é que
ele iria realizar a sua obra de Salvação. Eu imagino a cara dos discípulos
durante essa “aula” com o maior de todos os Mestres...
O Discipulado implica em renúncia a si mesmo, e aceitação da cruz.
Mais do que isso, o discipulado implica em um “Perder”. Eis aí três palavras
proibidas nos dias de hoje: Renúncia a si mesmo, aceitar a cruz, e
perder...Diante da expectativa de um Messias arrasador, vitorioso e implacável
com os seus inimigos, essa lição nova foi um balde de água fria em cima dos
discípulos. O mesmo acontece para quem sonha com num Cristianismo sem
sacrifícios e renúncias, sem calvário e sem cruz, parece que o homem dos nossos
tempos tornou-se especialista em arrancar Jesus da cruz, só se quer a glória e
o poder Divino, mas calvário e cruz, todo mundo quer BEM...longe.
É bom compreendermos que Jesus não está incentivando uma religião
alienadora, vivida de maneira angelical, e que despreza as coisas desses mundo.
Nem é um incentivo para que o homem busque o sofrimento, pois Deus não é
masoquista. O sofrimento é consequência do Amor. Quem ama verdadeiramente as
pessoas, sofre com elas e por elas. Por acaso não sofre uma Mãe que vê o seu
Filho envolvido nas drogas ou na delinquência?
Esposa traída, mas que ama o seu marido e quer ficar ao seu lado? O
Filho que tem um Pai alcoólatra...Em todos esses casos, quem ama de verdade não
arreda pé, não abandona o barco, não deixa a pessoa entregue a própria sorte,
mas luta, sofre, chora com o outro.
Assim Jesus age para nos dar a Salvação. Não foi a tortura dos açoites,
dos cravos e da coroa de espinhos, que nos salvou, mas o Amor que naquele
momento ele demonstrou. Nós cristãos católicos não adoramos a cruz enquanto
instrumento de tortura, isso seria masoquismo, mas a cruz onde o Nosso Senhor
nos amou. Não desistiu mesmo quando percebeu que acabaria sozinho, traído e
negado pelos amigos, pela comunidade, que deveria ser a primeira a reconhecê-lo
e apoiá-lo, pela família que o achava um Louco. Mas o seu Amor pela humanidade
e a Fidelidade ao Pai, o levou a superar tudo isso.
O Nosso discipulado traz essas marcas da paixão do Senhor em nossa
vida, são marcas que comprovam que a Fé é autêntica. A Cruz sempre será a nossa
marca registrada, sinal de um Amor grandioso, belo, gratuito e incondicional.
Esse é o caminho de Jesus por onde todos também caminhamos, ou deveríamos
caminhar....(Diácono José da Cruz Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim
SP Email cruzsm@uol.com.br)
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