26- Quarta - Evangelho - Mt 23,27-32
Mateus recolhe em sete a
expressão: ai de vós, usada por Jesus, para introduzir as
acusações dirigidas contra os escribas e fariseus como já tivemos ocasião de
meditar no Evangelho de ontem! No Evangelho de hoje, temos os dois últimos “ai
de vós” da seqüência. A repetição explícita, “ai de vós, escribas e fariseus
hipócritas…”, mostra-nos a contundência da censura. Na ocasião das grandes
festas, os sepulcros eram caiados para evitar algum contato involuntário de
alguém que, assim, se tornaria impuro.
A indignação de Jesus contra os mestres da Lei e fariseus é tão
grande, que Ele os compara a “sepulcros caiados”, pois têm a aparência exterior
de um túmulo recém pintado de branco que tenta esconder uma realidade interior
cheia de podridão. São eles aqueles que aparentando ser boas pessoas, escondem
uma realidade de mentiras, pecados e nada comprometida com os preceitos morais.
Depois Jesus fala das edificações (sepulcros e sacrários), que
ficam ao redor de Jerusalém, para os profetas martirizados. Ele acusa escribas
e fariseus de serem descendentes (física e espiritualmente) dos responsáveis
por esses martírios.
É desta forma, expressando seus “ais”, que Jesus mostra sua mágoa
pela forma como escribas e fariseus fazem mau uso de sua liderança religiosa
que deveria estar a serviço da comunidade e não servindo para exaltação e
interesse próprio.
Este são os mesmos perigos que permeiam nossas comunidades, ainda
hoje, e que prejudicam a vida espiritual de muitos. Certamente Jesus diria
novamente um “ai”, se participasse das comunidades de agora.
Meu irmão, minha irmã! Jesus continua a nos interpelar assim como
fez com os mestres da Lei e os fariseus a respeito da sinceridade nas nossas
“boas ações”. A franqueza e a transparência devem ser um princípio básico nas
nossas atitudes. O nosso coração deve dar o ritmo para as nossas realizações,
do contrário, por mais esforço exterior que façamos as nossas obras denotarão
sinal de morte e não de vida. Seremos como sepulcros caiados, por fora,
impecáveis, por dentro cheios de imundície. Assim também, em relação às
palavras que pronunciamos, aos elogios fáceis e cheios de hipocrisia que
emitimos com o intuito de agradar a alguém, enquanto o nosso coração, muitas
vezes, até critica e reprova. A verdade e a justiça devem permear as nossas
atitudes, nem que doa. Jesus foi transparente e sincero quando disse: “Ai de
vós, hipócritas”!
Será que eu e você, somos nós, hoje, os mestres
da Lei e os fariseus, falsos e cínicos? Como está a sua justiça? Ela é
verdadeira? O que será que você poderá estar vivendo, só de fachada? Você gosta
de criticar as falhas dos outros achando que não cairia no mesmo erro? Você
costuma fazer alguma coisa somente para parecer “bonzinho – boazinha”? Você
costuma refletir sobre as conseqüências das suas ações? Você tem costume de
elogiar as pessoas somente para agradá-las? Se a sua conduta não for diferente
da dos mestres e doutores da Lei saiba que Jesus está dirigindo para você estas
palavras: Ai de você fariseu, hipócrita e doutor ou doutora da Lei!
Pai, torna-me de tal modo transparente que meu íntimo possa ser
revelado por meus gestos e atitudes. Livra-me de ser como um sepulcro caiado!
Nenhum comentário:
Postar um comentário