25-Terça - Mateus 23,23-26
O capítulo 23 de Mateus é uma coletânea de
advertências contra os escribas e fariseus e sua doutrina oficial, sob a forma
do lamento “ai de vós…”. Esta expressão é bastante usada no Primeiro
Testamento, dirigida aos que praticam a iniqüidade. A forma literária deste
texto se aproxima das advertências do profeta Isaías (5,8-22). A hipocrisia é a
atitude do sistema religioso representado pelos escribas e fariseus, os quais
se fecham em seu prestígio e poder, julgando-se justos e desprezando o povo
humilde.
Jesus critica severamente os escribas e fariseus
porque eles desprezavam os preceitos mais importantes da lei, que era: a
justiça, a misericórdia, a fidelidade. A hipocrisia dos fariseus e escribas com
relação à religiosidade era algo que eles não conseguiam disfarçar, não
obstante a sua falsa aparência de santos. Eles se fecham para não perder
prestígio e poder, julgando-se justos e perfeitos desprezavam o povo humilde e
excluído da sociedade. Jesus que enxerga além das aparências daqueles falsos
santos denuncia toda a sua falsidade. Por outro lado, Jesus, no estilo
profético, contradisse a religião da Lei que oprime e humilha o povo com suas
inumeráveis observâncias, favorecendo aqueles que subjugavam o povo em nome de
Deus. E estes mandatários ou representantes da elite religiosa procuram manter
as aparências, porém falta o essencial, que é a acolhida da pessoa de Jesus, e
o seu plano de salvação com seu amor misericordioso, libertador e vivificante.
Jesus é duro em suas advertências chegando a chamar os fariseus de
cegos e de hipócritas que limpam o exterior dos seus corpos enquanto por dentro
continuava sujo de pecados.
Jesus penetra no coração dos homens e com muita
sabedoria e propriedade Ele denuncia o que há de escondido por debaixo das
aparências. Assim como Ele falava para os mestres da lei e para os fariseus,
chamando-os de “hipócritas”, Ele também poderá estar dirigindo-se a qualquer um
de nós que nos enaltecemos em vista das nossas “boas ações”. Nós também como os
antigos, podemos estar pagando o dízimo de todos os nossos proventos e até
promovendo o bem comum, no entanto, ao mesmo tempo, podemos estar agindo como
guias cegos, se as nossas atitudes não estiverem edificando a ninguém. Se
estivermos fazendo o bem apenas para aparecer e chamar a atenção estão nos
faltando os ensinamentos mais importantes, que são a justiça, a misericórdia e
a fidelidade. Isto acontece quando nós aproveitamos os momentos em que todos
tomam conhecimento das nossas boas obras em campanhas que têm como objetivo
somente a nossa promoção pessoal. Os que se preocupam com isso são os fariseus
e hipócritas. Que a semente e o veneno dos fariseus hipócritas bem como
dos escribas não caiam em nossos corações a ponto de uma vez germinando
sufoque, envenene e mate a boa nova que recebemos de Jesus. Procuremos, pois,
viver o que nós ensinamos, pregamos e aparentamos ser perante a comunidade
cristã! Pois não nos esqueçamos que Deus que vê tudo vai um dia nos julgar.
A partir daqui é fundamental que tanto o nosso exterior quanto o
interior apareçam sem manchas e não como os doutores da Lei, cujo exterior
aparecia sem manchas, todavia o seu interior estava cheio de maldade. Jesus nos
adverte enquanto é tempo: “limpa primeiro o copo por dentro, para que também
por fora fique limpo”. Podemos enganar a todos, mas não enganamos a Deus que
sonda o nosso coração e conhece o que há de mais camuflado dentro de nós. A
justiça, a misericórdia e a fidelidade, portanto, se constituem em atos
concretos de amor. Somos chamados a dar o dízimo e a fazer o bem, mas tudo com
sentido e, por amor! Mesmo que não participemos de campanhas beneficentes nem
de grandes promoções na época do Natal que a regra de ouro da nossa vida seja
TUDO FAZER POR AMOR!
Prezados irmãos: Será que Jesus no evangelho de
hoje está dizendo alguma coisa para nós? Será que nós também não lavamos
muito bem o nosso corpo e até passamos perfume e deixamos a nossa alma embaçada
pelo pecado?Ou será que nós procuramos manter uma aparência de santos, de quem
observa todos os mandamentos de Jesus, e tudo mais, porém, na realidade, não
passamos de pecadores maiores que aqueles que ao ver as nossas aparências de
justos se sentem pequeninos em relação a nós?
Com que espírito você tem dado o seu dízimo? Você acha que Deus
está vendo as suas ações de caridade? Você tem sido fiel, justo(a) e
misericordioso(a) com as pessoas com quem você convive? Você faz alguma coisa
para aparecer?
Pai, dá-me pureza de coração para que do meu interior brotem a
justiça, a misericórdia e a fidelidade, e assim, eu possa guiar meus
semelhantes na caminhada para ti.
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