SEGUNDA FEIRA DA 20ª SEMANA DO TC 17/08/2015
1ª Leitura Juízes 2, 11-19
Salmo 105/106 “Lembrai-vos de mim, Senhor”
Evangelho Mt 19, 16-22
“No que consiste a Perfeição Cristã”
O Cristianismo não pode ser confundido com as virtudes morais ou
código de ética, sem dúvida que há uma moral e uma ética cristã, enquanto
consequência de algo maior que é a opção radical por Jesus Cristo em uma
experiência amorosa que o coloca como Absoluto em nossa vida, sem isso, até a
moral e a ética cristã tornam-se vazias e sem sentido.
O evangelho traz –nos essa profunda reflexão de alguém que
aproximou-se de Jesus em busca de uma virtude humana aprimorada, de uma moral
que superasse tudo o que já se conhecia enquanto norma de Vida de Fé, por
aqueles tempos. Na verdade cabe a nós buscarmos incansavelmente uma perfeição
que nesta terra jamais alcançaremos, e que compreende a Salvação e a Graça de
Deus que nos é oferecida em Jesus Cristo, não enquanto recompensa ou resposta á
essa nossa busca incansável, mas enquanto puro dom e graça, dada gratuitamente
sem qualquer merecimento de nossa parte.
Se o Cristianismo fosse apenas um conjunto de regras morais, ou um
elenco de virtudes a ser seguido, estaríamos dando continuidade ao Judaísmo, em
cujo seio surgiu o Cristianismo. Em um
primeiro momento Jesus cita esse código de leis, estabelecido para o Povo da
Antiga Aliança, e que têm na expressão “Não Matarás” o centro maior do
decálogo, os demais são consequência dele. Jesus Cristo não queima nenhuma
etapa, não despreza o que diz a Lei de Moisés, mas cita-a como uma referência
até então.
Porém, em seguida, percebendo sinceridade em seu interlocutor,
lança o desafio e o convida para ir além da Lei, da questão ética e das
virtudes morais. O Ser humano é o centro da Lei, porque têm um caráter sagrado
e a razão primeira de todo Ser Humano é Deus, quer o homem creia ou não, essa
Verdade é Imutável. Não Matar o irmão, significa afirmar que o Dom da Vida que é Deus está em cada Ser
humano que é intocável em sua Dignidade e por isso é chamado pelo próprio Deus
a viver, sentir e experimentar essa nova realidade que transcende a sua própria
natureza humana.
O texto afirma que o homem foi embora triste diante do convite
feito por Jesus, pois era muito rico. Não quer este evangelho debater a questão
social, ou a posse dos bens materiais enquanto causa de perdição para o homem.
O que encontramos aqui é a capacidade de cada homem e mulher, em perceber que a
existência humana não se limita a peregrinação nesta terra, mas vai muito além.
A riqueza que muitas vezes nos prende, impedindo-nos de responder positivamente
a esse chamado de Jesus para vivermos o Transcendente, conseguindo em uma visão
de Fé contemplarmos um Horizonte além desta Vida,
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