27- Quinta - Evangelho - Mt 24,42-51
Neste Evangelho, Jesus nos lembra que a sua vinda ao nosso encontro
será imprevista. Por isso devemos viver sempre preparados, nas vinte e quatro
horas do dia e nos sete dias da semana. Para deixar claro, ele nos conta três
parábolas: a do ladrão, a do empregado fiel e a do empregado mau.
A vigilância consiste em vivermos sempre em dia com as nossas
obrigações: familiares, de trabalho ou de estudo, e principalmente com os
nossos deveres para com Deus. Fazer o bem e evitar o mal sempre, não apenas
quando somos vistos, ou quando os outros poderão ficar sabendo. Isso por que
Deus sabe tudo, e conhece a nossa vida toda, minuto por minuto.
“Se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente
vigiaria.” Jesus se compara com um ladrão, apenas nesse sentido, que ele virá
de surpresa. Assim como a nossa vigilância contra ladrões é de vinte e quatro
horas, a nossa vigilância na espera de Jesus deve ser igual, pois ele virá de
repente.
A recompensa ao cristão fiel é generosa: “O senhor lhe confiará a
administração de todos os seus bens”. Para nós, a recompensa será muito maior:
a vida eterna junto com Deus e com a sua e nossa família, que são os anjos e os
santos. Também o castigo ao cristão infiel será exemplar: O senhor “o partirá
ao meio e lhe imporá a sorte dos hipócritas. Ali haverá choro e ranger de
dentes”. O inferno é muito pior do que esta figura.
As três parábolas têm a mesma mensagem: O senhor virá no dia em que
não esperamos e na hora em que não sabemos.
Esta advertência de Jesus, de vigilância, é de grande atualidade,
pois o desenvolvimento da ciência e da técnica traz para nós certo comodismo.
Se as coisas são fáceis aqui, pensamos que serão fáceis também com Deus. E é aí
que dançamos.
Junto com o conforto, a ciência e a técnica trazem grandes
tentações: droga, sexo desenfreado, infidelidade matrimonial, sacerdotal e
religiosa, ociosidade... “Não nos deixeis cair em tentação!”
Hoje celebramos a memória de Santa Mônica. Ela nos apresenta um
grande meio de perseverança e de vigilância: a oração. Mônica viveu no Séc. IV,
na cidade de Tagaste que hoje pertence à Argélia. Seu esposo se chamava
Patrício. Ela era católica e o marido pagão. Patrício era um homem violento,
rude e de vida devassa. Tiveram três filhos: Agostinho, Navígio e Perpétua.
Quando os filhos se tornaram jovens, o pai faleceu, já convertido ao
cristianismo, graças à oração de Mônica.
Logo cedo, Agostinho, imitando o pai, tornou-se um jovem peralta,
teimoso e indisciplinado. A mãe se esforçava pela sua conversão, através do
aconselhamento, mas principalmente através da oração. Terminado o curso
fundamental, Agostinho foi para Cartago, cidade grande, a fim de cursar a
faculdade. Ali, longe da família, caiu de uma vez: aventuras e prazeres de todo
tipo. Um dia ficou sabendo que era pai. Como a mãe era uma prostituta e não
tinha condições de criar o filho, Mônica o trouxe para a sua casa e o criou.
Chamava-se Adeodato.
Terminada a faculdade, Agostinho foi nomeado professor na
universidade de Milão, na Itália. Como Navígio e Perpétua já eram casados,
Mônica foi com Agostinho para Milão. Lá, vários anos depois, aconteceu a
conversão do filho. Ele resolveu voltar para a sua terra natal. No navio, sua mãe
faleceu. No seu livro Confissões, Agostinho escreve as últimas palavras de sua
mãe: “Meu filho, não sei mais o que fazer nesta vida. Por um só motivo eu
desejava viver. Era para ver você cristão. Agora que Deus me concedeu esta
graça, parto feliz deste mundo”. Podemos dizer que Mônica gerou duas vezes
Agostinho: para a terra e para o céu.
Maria Santíssima era tão vigilante que, no final de sua vida
terrena, foi direto para o céu em corpo e alma. Isso porque a sua vida aqui já
era a vida do céu. Santa Maria e Santa Mônica, rogai por nós!
Ficai preparados!
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