01/09/2015
Tempo Comum -
Anos Ímpares - XXII Semana - Terça-feira
Primeira leitura: 1 Tessalonicenses 5, 1-6.9-11
Irmãos: quanto aos tempos e aos momentos, não
precisais que vos escreva. 2Com efeito, vós próprios sabeis perfeitamente que o
Dia do Senhor chega de noite como um ladrão. 3Quando disserem: «Paz e
segurança», então se abaterá repentinamente sobre eles a ruína, como as dores
de parto sobre a mulher grávida, e não escaparão a isso. 4Mas vós, irmãos, não
estais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão. 5Na
verdade, todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos nem da noite
nem das trevas. 6Não durmamos, pois, como os outros, mas vigiemos e sejamos
sóbrios. 9De facto, Deus não nos destinou à ira mas à posse da salvação por
meio de Nosso Senhor Jesus Cristo 10que morreu por nós, a fim de que, quer
durmamos, quer estejamos vigilantes, com Ele vivamos unidos. 11Consolai-vos,
pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como já o fazeis.
Ao concluir a sua carta, Paulo retoma os temas
desenvolvidos e faz uma última e decisiva exortação: «vigiemos» (v. 6). O Dia
do Senhor é imprevisível. Chegará como um ladrão. A fé na parusia relativiza a
atitude do cristão perante as grandes realizações históricas: «Quando disserem:
«Paz e segurança», então se abaterá repentinamente sobre eles a ruína» (v. 3).
Embora alegrando-se com as vitórias humanas sobre as suas múltiplas alienações,
os cristãos nunca considerarão definitiva nenhuma época histórica, mas
adoptarão, em relação a ela, uma atitude crítica e de espera. Não era isso que
acontecia, pelo menos com alguns cristãos de Tessalónica, que se entretinham
nos prazeres de um mundo vão, se abandonavam ao ócio, aos boatos, aos vícios da
vida nocturna. Mais pareciam pagãos do que cristãos, porque não tinham em conta
o dia do Juízo, absolutamente inelutável. São filhos das trevas. Os verdadeiros
cristãos, pelo contrário, são filhos da luz, pessoas que conhecem o sentido e o
fim deste mundo.
Evangelho: Lucas 4, 31-37
Naquele tempo, Jesus 31desceu a Cafarnaúm,
cidade da Galileia, e a todos ensinava ao sábado. 32E estavam maravilhados com
o seu ensino, porque falava com autoridade. 33Encontrava-se na sinagoga um
homem que tinha um espírito demoníaco, o qual se pôs a bradar em alta voz:
34«Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar?
Sei quem Tu és: o Santo de Deus!» 35Jesus ordenou-lhe: «Cala-te e sai desse
homem!» O demónio, arremessando o homem para o meio da assistência, saiu dele
sem lhe fazer mal algum. 36Dominados pelo espanto, diziam uns aos outros: «Que
palavra é esta? Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos, e eles
saem!» 37A sua fama espalhou-se por todos os lugares daquela região.
A distância entre Nazaré e Cafarnaúm é
relativamente curta. Jesus percorre-a para a anunciar o evangelho e curar os
enfermos. Assim, para Lucas, mostra a autoridade de que está revestido. A
palavra de Jesus é eficaz: realiza o que significa. Os gestos terapêuticos de
Jesus levam conforto e vida a todos os que deles precisam.
Palavras e gestos são os elementos que ligam todo o Evangelho (cf. Lc 24, 19 onde se fala de «Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo»; Act 1,1: «No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei as obras e os ensinamentos de Jesus, desde o princípio»). Esta página, que se refere ao início do ministério público de Jesus, confirma-o. Jesus quer se escutado e acolhido por todos e cada um dos homens: por isso lhes fala ao coração e lhes cura o corpo. É uma intervenção libertadora que revela a eficácia da palavra de Jesus. O texto de hoje apresenta-nos um pobre doente que é libertado de um espírito maligno. Começa o choque frontal entre Jesus e o demónio. Esse choque é preciso para que Jesus se revele como salvador, isto é, como aquele que redime os que estão sob o domínio de Satanás e resgata para Deus e para o seu reino.
A intervenção de Jesus tem dois efeitos colaterais: suscita espanto em alguns e faz com que a sua fama se espalhe na região.
Palavras e gestos são os elementos que ligam todo o Evangelho (cf. Lc 24, 19 onde se fala de «Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo»; Act 1,1: «No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei as obras e os ensinamentos de Jesus, desde o princípio»). Esta página, que se refere ao início do ministério público de Jesus, confirma-o. Jesus quer se escutado e acolhido por todos e cada um dos homens: por isso lhes fala ao coração e lhes cura o corpo. É uma intervenção libertadora que revela a eficácia da palavra de Jesus. O texto de hoje apresenta-nos um pobre doente que é libertado de um espírito maligno. Começa o choque frontal entre Jesus e o demónio. Esse choque é preciso para que Jesus se revele como salvador, isto é, como aquele que redime os que estão sob o domínio de Satanás e resgata para Deus e para o seu reino.
A intervenção de Jesus tem dois efeitos colaterais: suscita espanto em alguns e faz com que a sua fama se espalhe na região.
Meditatio
S. Paulo, na primeira leitura, diz: «irmãos,
não estais nas trevas… todos vós sois filhos da luz e filhos do dia» (v. 4-5).
Somos filhos da luz, graças à palavra de Jesus. Somos filhos do dia, graças à
eficácia dessa palavra. A palavra de Cristo chega até nós nos sacramentos da
Igreja. Chega aos nossos ouvidos, mas chega, sobretudo, aos nossos corações, às
nossas consciências. Essa palavra purifica-nos intimamente, torna-nos filhos da
luz. Assim, ficamos em segurança, e não corremos o risco de ser surpreendidos.
Venham as tribulações que vierem, estamos preparados para as transformar em
ocasiões de progresso, de vitória. Quem se apega aos bens terrenos está sempre
inseguro. Quem, pelo contrário, segue a Cristo e acolhe a sua palavra, tem em
si a força tranquila que lhe permite ultrapassar todos os obstáculos. «Deus –
diz-nos Paulo - não nos destinou à ira mas à posse da salvação por meio de
Nosso Senhor Jesus Cristo que morreu por nós» (vv. 4-5). A sua morte deu à sua
palavra toda a eficácia, todo o poder. Doravante, podemos estar sempre com Ele,
e encontrar a paz, que nada nem ninguém podem perturbar.
O evangelho mostra-nos a eficácia e o poder dessa palavra. Jesus fala «com autoridade» (v. 32). Era uma novidade absoluta em Israel. Até Jesus, os mestres falavam apoiando-se sempre na autoridade dos antigos, da tradição. Jesus fala sem precisar desses apoios: tinha uma autoridade pessoal que era suficiente. Os milagres, e concretamente, a capacidade de expulsar demónios, mostram-nos a eficácia da sua palavra. Intima o demónio a calar-se, a deixar a pessoa de quem tinha tomado posse, e o espírito demoníaco nada mais pode fazer do que obedecer: «O demónio… saiu dele sem lhe fazer mal algum» (v. 35). E todos foram «dominados pelo espanto», o espanto que invade o homem quando se vê perante uma manifestação divina. «E diziam uns aos outros: «Que palavra é esta? Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos, e eles saem!» (v. 36).
Mas a palavra de Jesus, eficaz e poderosa para nos libertar dos nossos males, é igualmente eficaz e poderosa para realizar a nossa união a Cristo e ao seu amor oblativo ao Pai pelos homens: «Escutamos com frequência a Palavra de Deus. Contemplamos o amor de Cristo nos mistérios da sua vida e na vida dos homens; sustentados pela nossa adesão a Ele, unimo-nos à sua oblação pela salvação do mundo.» (Cst 77).
O evangelho mostra-nos a eficácia e o poder dessa palavra. Jesus fala «com autoridade» (v. 32). Era uma novidade absoluta em Israel. Até Jesus, os mestres falavam apoiando-se sempre na autoridade dos antigos, da tradição. Jesus fala sem precisar desses apoios: tinha uma autoridade pessoal que era suficiente. Os milagres, e concretamente, a capacidade de expulsar demónios, mostram-nos a eficácia da sua palavra. Intima o demónio a calar-se, a deixar a pessoa de quem tinha tomado posse, e o espírito demoníaco nada mais pode fazer do que obedecer: «O demónio… saiu dele sem lhe fazer mal algum» (v. 35). E todos foram «dominados pelo espanto», o espanto que invade o homem quando se vê perante uma manifestação divina. «E diziam uns aos outros: «Que palavra é esta? Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos, e eles saem!» (v. 36).
Mas a palavra de Jesus, eficaz e poderosa para nos libertar dos nossos males, é igualmente eficaz e poderosa para realizar a nossa união a Cristo e ao seu amor oblativo ao Pai pelos homens: «Escutamos com frequência a Palavra de Deus. Contemplamos o amor de Cristo nos mistérios da sua vida e na vida dos homens; sustentados pela nossa adesão a Ele, unimo-nos à sua oblação pela salvação do mundo.» (Cst 77).
Oratio
Senhor, Tu vieste para nos salvar. Mas vieste
com a espada de dois gumes, que é a tua Palavra. Essa espada, que nos penetra
até ao mais íntimo de nós mesmos, não nos deixa indiferentes. Diante dela, ou
gritamos escandalizados, rejeitando-a, ou gritamos espantados com as maravilhas
que realiza em nós e à nossa volta. Quem não é por Ti, é contra Ti! Quem perde
a vida para Te servir, quem se entrega à tua Palavra, vive da tua própria vida.
Como juiz divino, ensinaste-nos a ver para além das aparências, a não temer a
morte, para vivermos, desde já, na alegria da vida Contigo. Bendito sejas para
sempre! Amen.
Contemplatio
Os apóstolos estavam inquietos, perturbados,
angustiados, porque Nosso Senhor se ia embora. É sempre a nossa tentação. É
mais forte, quando a nossa fé baixa. Temos necessidade de Nosso Senhor. Se está
presente, ao menos pela fé, a nossa alma está em paz, na calma. Como a
perturbação é frequente em mim! «Os meus dias são maus, cheios de dores e de
contrariedades, diz a Imitação; estou sujo por uma infinidade de pecados,
envolvido por um grande número de paixões, apertado por diversos temores,
dividido por múltiplos cuidados, distraído pela curiosidade, embaraçado pela
vaidade, afligido pela tentação, amolecido pelas delícias, atormentado pelos
meus desejos». As inquietações devoram-me, a actividade arrasta-me, a febre
agita-me, as tristezas abatem-me. Falta-me uma fé viva. O porto de salvação, o
asilo da segurança está lá, é o Coração de Jesus, mas não sei entrar nele nem
manter-me ao abrigo de todas as perturbações. Senhor, com a vossa palavra
eficaz as ondas agitadas que agitam a minha alma. Repeti a palavra pacificadora
que dissestes aos apóstolos: «Que o vosso coração não se perturbe», e o meu
coração se acalmará. (Leão Dehon, OSP 3, p. 427).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«Deus destinou-nos à posse da salvação
por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo » (1 Ts 5, 9).
«Deus destinou-nos à posse da salvação
por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo » (1 Ts 5, 9).
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