23º DOMINGO DO TEMPO COMUM 06/09/2015
1ª Leitura Isaias 35,4-7
Salmo 145/146 “ Louva ó minha alma, o Senhor! Louvarei o Senhor por
toda a vida”
2ª Leitura Tiago 2, 1-5
Evangelho Marcos 7, 31-37
A prática cristã requer continuamente uma decisão firme a favor de
Jesus e seu evangelho, muita gente se ilude achando que uma experiência mais
forte com Jesus Cristo em um retiro, já foi suficiente para a conversão, um
pensamento bem equivocado, pois a partir do momento em que conheço Jesus e
tenho uma disposição interior de ser discípulo, a Fé vai exigir de mim inúmeras
decisões de caráter íntimo e pessoal.
As primeiras palavras de Jesus neste evangelho parecem ser marcadas
por um amor egoísta, o Mestre exige que o amem acima de qualquer outra pessoa e
até acima da própria vida. Fala-se aqui de relações afetivas muito fortes para
o Povo Judeu, e a Vida é Dom Sagrado, uma bênção Divina também, como é que o
ouvinte vai por em prática essas palavras do Mestre, que parecem ser tão duras?
Diferente dos Fariseus, Jesus não está colocando um fardo pesado
demais nos ombros de quem quer ser seu discípulo...Embora os evangelhos não
sejam narrativas históricas ou jornalísticas, mas eles mostram claramente que
um belo dia, Jesus formou o seu grupo e saiu de casa, deixando para trás a mãe
e os demais parentes (inclusive eles acharam que Jesus estava louco, lembram-se
dessa passagem?) De fato, parece loucura romper com tudo para ser seguidor de
Jesus e do seu evangelho, principalmente porque se caminha na contra mão do
Sistema Religioso, Político e Econômico daquela época. É desse conflito do
Reino com a Humanidade, e com os interesses de grupos poderosos que detêm o
poder político, econômico ou religioso, que surge a cruz, consequência da
rejeição. Cruz para o discípulo significa todas as contrariedade que irá ter,
por fazer a sua opção por Jesus e seu Evangelho nas decisões que precisarão ser
tomadas ao longo da vida.
Então a segunda parte do evangelho nos convida a pensar seriamente
nisso: que ser discípulo não é apenas uma filosofia de vida, ou uma prática
religiosa entre outras tantas que existe por aí, ou pior ainda, a fachada de
uma determinada igreja da qual me fiz membro. Quem pensar assim não conseguirá
levar adiante o seu discipulado, que requer coerência entre Fé e Vida, pois os
desafios são muitos, basta ver as investidas contra a Igreja de Cristo, que
sempre aconteceram e vão continuar acontecendo na História da Igreja. Sentar-se
para ponderar sobre a missão, é sinal de que a Fé não se desliga da razão, é
preciso planejar, é preciso determinação e perseverança no Discipulado. Hoje em
dia há uma multidão de “discípulos de araque” seguindo Jesus, na ilusão de que
o cristianismo é um mar de rosas “Encontrei Jesus e a minha vida mudou para
melhor!”Emoções e lágrimas, curas miraculosas, Jesus sofreu para que agora nós
curtíssemos o paraíso do conforto, do bem material e da riqueza!. Essa multidão
de discípulos, ao final vão cair no ridículo. Essa é uma falsa premissa,
sustentada pela pregação de Líderes espertalhões que oferecem um cristianismo
ameno, sem muitas exigências, a não ser desembolsar o $sagrado Dízimo que
vão para as “gordas contas bancárias” nem sempre das igrejas...
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