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de Dezembro- Quinta - Evangelho - Mt 1,18-24
Jesus
nascerá de Maria, prometida em casamento a José, filho de Davi.
Neste
Evangelho, nós vemos que foi pela paternidade legal de José que Jesus entrou na
linhagem davídica, cumprindo-se a profecia de Jeremias, que está na primeira
Leitura da Missa de hoje: “Farei nascer um descendente de Davi; reinará como
rei e será sábio, fará valer a justiça e a retidão na terra. Naqueles dias,
Judá será salvo e Israel viverá tranqüilo; este é o nome com que o chamarão:
‘Senhor, nossa justiça’” (Jr 23,5-6).
Ontem
começamos a nossa preparação próxima para o Natal. Agora a nossa atenção para o
protagonista da festa, Jesus, que é o aniversariante. A preocupação é mostrar
que Jesus veio do alto: “Ela conceberá pela ação do Espírito Santo”, disse o
anjo a José.
Como
conciliar “veio do alto” com “descendente de Davi”? O Evangelho de hoje
responde a essa pergunta. Foi através da descendência legal de Davi.
José
e Maria estavam já prometidos em matrimônio; e aconteceu que, antes de viverem
juntos, ela esperava um filho. Os esponsais, que precediam o casamento tinham
entre os judeus a categoria de um compromisso matrimonial firmado. Daí a
linguagem do anjo: “Maria, tua esposa”.
Tudo
indica que Maria tinha contado tudo a José. A dúvida dele não era a respeito de
Maria, mas em relação a si mesmo: qual é o seu papel nesse mistério? Ele não
queria atrapalhar, ficando com Maria e assim passando a idéia de que é o pai da
criança. Por isso, decidiu abandonar Maria. Mas o anjo esclarece tudo: “Não
tenhas medo de receber Maria como tua esposa... e tu lhe darás o nome de
Jesus”. Pela lei judaica, quem dá o nome para a criança é o seu pai perante a
Lei. A palavra Jesus significa “Deus salva”, ou “Salvador”.
Se
José rompesse o matrimônio sem fugir em segredo, teria apenas duas saídas,
perante as leis do país: 1) Dizer que ele era o pai da criança, o que seria uma
mentira e atrapalharia o plano de Deus. 2) Dizer que não era o pai da criança,
o que levaria Maria a ser condenado como adúltera. – O anjo veio mostrar-lhe
uma terceira saída: perante a lei ele é o pai, mas só perante a lei, não de
fato.
“José,
Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela
concebeu pela ação do Espírito Santo.” Esta é a revelação principal, e o dado
de fé, que está no Evangelho de hoje.
É
assim que S. José se liga com a dinastia messiânica: não só por razão de
genealogia, mas, e sobretudo, pelo dinamismo da obediência da sua fé, que o
impulsiona a aceitar uma missão obscura e sem brilho especial, mas muito
importante nos planos de Deus sobre a salvação humana.
Sem
ceder à tentação do abandono, o justo José entrou na radiante obscuridade do
mistério de Deus. A sua estatura humana agiganta-se a partir da fé que o
animou. No advento, ele sobressai como modelo bíblico de fé.
A
vida de cada um de nós é vocação, projeto e prova de Deus. E deve ser também
resposta incondicional a ele, mesmo na obscuridade da fé, confiando em Deus.
José
e Maria tiveram um enorme respeito pela criança, mesmo antes de nascer, porque
era Filho de Deus. Todos nós, pela Encarnação, somos também filhos e filhas de
Deus. Tocar na pessoa humana é tocar no coração de Deus. Principalmente se
ainda não nasceu e está dentro da mãe, pois está completamente indefesa.
A
Antífona do Ó de hoje é: “Ó Adonai, guia da casa de Israel, que aparecestes a
Moisés na sarça ardente e lhe destes vossa lei sobre o Sinai: vinde salvar-nos
com o braço poderoso!”
Certa
vez, no dia do Natal, um menino entrou na igreja e foi direto ao presépio. Lá,
ele disse ao Menino Jesus: “Desculpe, Jesus, hoje é o seu aniversário e eu não
trouxe nenhum presente!” Jesus, então, resolveu conversar com ele. Disse assim:
“Mas eu gostaria que você me desse três presentes!” “Como, se eu não tenho?”
respondeu o menino. “Tem sim” – disse Jesus – “O primeiro presente que eu quero
é o último desenho que você fez na escola”. “Iii, Jesus! Bem aquele? Ninguém
gostou dele, e a professora deu nota zero!” “Por isso mesmo” – disse Jesus –
“Quero que você me dê tudo aquilo que os outros não gostaram, e também o que
deixa você triste ou frustrado. Outro pres que eu quero é o seu prato”. “Eu o
quebrei” – interrompeu o garoto. “Justamente por isso” – continuou Jesus – “Vou
consertá-lo. Eu conserto tudo o que quebra em sua vida. E a última coisa que
quero de presente é a resposta que você deu para sua mãe, quando lhe perguntou
pelo prato”. Nessa hora, a criança pôs a mão do lado da boca e falou baixinho:
“Eu menti para ela!” “Eu sei” – respondeu Jesus – “Mas eu quero que você traga
sempre para mim o que em você está errado: maldades, mentiras, preguiça... Não
quero que você carregue essas coisas. Quero libertar você, a partir de hoje, de
tudo o que pesa em você. Combinado? O meu aniversário é um dia especial para
fazermos um trato: quero que você tenha a minha alegria, a minha paz, a minha
verdade, a minha vida plena, e o meu amor, para cada dia do ano que vai
começar.” Nesta hora, o garoto sorriu e falou emocionado: “Obrigado, Jesus.
Assim eu terei não só um ano novo, mas a vida toda muito feliz”.
Essa
história descreve a pura verdade. O melhor presente que damos a Jesus são os
nossos pecados, pois para isso que ele veio, para libertar-nos desses pesos.
Você já se confessou no advento?
Que
aprendamos de Maria e José, entre tantas outras virtudes: 1) O respeito ao
plano de Deus. 2) Proteger a vida humana antes de nascer. 3) Não julgar
ninguém. 4) Proteger as pessoas que vivem mais perto de Deus. 5) A dedicação ao
trabalho. 6) Obedecer a Deus, mesmo não entendendo. Todos os personagens do
advento – Jesus, Maria, João Batista e o profeta Isaías – obedeceram a Deus,
mesmo sem entender direito. Não só eles, mas todos os que dão o passo da fé e
querem ser continuadores de Cristo no meio da humanidade.
Jesus
nascerá de Maria, prometida em casamento a José, filho de Davi.
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