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domingo, 14 de dezembro de 2014

Donde vinha o batismo de João?-Padre Queiroz



Donde vinha o batismo de João?
Este Evangelho começa com uma pergunta dos dirigentes judeus a Jesus: "Com que autoridade fazes estas coisas?" Eles se referiam aos dois fatos narrados logo antes no Evangelho: a purificação do Templo, expulsando os vendilhões, e a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, e também ao fato de Jesus estar ensinando no Templo.
Jesus usou de uma astúcia, e respondeu: "Também eu vou fazer uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?"
Eles ficaram em dificuldade, porque, se respondessem "Do céu", Jesus podia colocá-los na parede, dizendo: "Por que então não acreditastes nele?" Se dissessem: "Dos homens", tinham medo do povo, pois todos tinham João Batista na conta de profeta. Disseram então: "Não sabemos". Em resposta, Jesus disse: "Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas".
Aqueles sumos sacerdotes, que eram encarregados de manter a fé autêntica, na verdade, não se preocupavam com a fé, mas com seus interesses e conveniências. Isso foi demonstrado pela atitude deles, provocada por Jesus. A armadilha que fizeram virou-se contra eles.
As pregações de João Batista tinham sido o acontecimento religioso mais importante dos últimos anos. Naturalmente, os sacerdotes deviam pronunciar-se a respeito de João. Se não o faziam, tampouco tinham autoridade para pedir contas a Jesus, o enviado de Deus.
Além do mais, João já havia testemunhado para eles a respeito de Jesus: "No meio de vós está aquele que vós não conheceis, e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias" (Jo 1,26-27).
O próprio Jesus foi batizado por João (Mt 3,13-17), referendando assim o batismo de conversão que João realizava.
Tanto João Batista como Jesus não eram "profetas de ocasião", que falam aquilo que os grandes querem ouvir. Por isso foram recusados pelas elites.

Certa vez, a muitos anos atrás, um bezerro precisou atravessar uma floresta virgem, para voltar ao seu pasto. Sendo um animal irracional, abriu uma trilha tortuosa, cheia de curvas, subidas e descidas desnecessárias.
No dia seguinte, um cão que passava por ali usou essa mesma trilha torta para atravessar a floresta. Depois foi a vez do carneiro, líder de um rebanho, que fez seus companheiros seguirem pela trilha torta.
Mais tarde, os homens começaram a usar aquele caminho; entravam e saíam, viravam à direita e à esquerda, subiam e desciam, fazem em três horas uma caminhada que podia ser feita em apenas uma hora.
Depois de tanto uso, o caminho virou uma estrada, foram construídas casas dos dois lados, e tornou-se a avenida principal de uma cidade.
Os homens têm a tendência de seguir, cegamente, trilhas feitas por pessoas que nem sempre sabiam fazer o melhor traçado para chegar ao destino. E muitos ainda estão caminhando por essas trilhas. Se não é o caminho mais curto, é o mais cômodo. E mais: todo mundo vai por ele, por isso eu também vou. São cegos guiando cegos, podendo ambos caírem no mesmo buraco.
Jesus, o caminho, a verdade e a vida, nos alertou: surgirão muitos falsos profetas.
Nós pedimos à Rainha dos Profetas que nos ajude a acolher bem os verdadeiros profetas de Deus, e a exercermos bem a nossa vocação profética.
Donde vinha o batismo de João?




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