5 de Janeiro - Segunda
- Evangelho - Mt 4,12-17.23-25
O Reino
dos Céus está próximo.
Este
Evangelho narra o início da vida pública de Jesus. O seu primeiro discurso
começou com este apelo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”.
Está próximo porque está presente na pessoa Jesus, que está presente. É um
convite muito apropriado a nós, que acabamos de celebrar o Natal e a Epifania
do Senhor.
A nossa
conversão consiste em passar de uma vida cristã “mais ou menos”, ou medíocre,
para uma fé generosa e dedicada. Entre seguir e não seguir a Jesus, existe um
meio termo, e é dele que Jesus não gosta: “Por que não és nem frio nem quente,
estou para te vomitar da minha boca” (Ap 3,15). “Nem todo aquele que me diz:
‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em prática
a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21).
O cristão
medíocre gosta de ouvir a Palavra de Deus; o que ele não gosta é de praticá-la.
“Quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem
juízo que construiu sua casa sobre a areia” (Mt 7,26).
Quem se
converte e passa a viver uma vida cristã dedicada, presta um grande serviço à
sociedade. Quem se eleva, eleva o mundo. Quem dá um passo na direção de Deus,
faz o mundo todo melhorar. Quem, ao contrário, se afasta de Deus e do bom
caminho, faz o mundo decair com ele. As nossas ações têm repercussão nas outras
pessoas.
Conversão
é mudança de vida. E o destino dessa mudança é o Reino de Deus, que o
evangelista Mateus chama de Reino dos Céus porque escrevia em primeiro lugar
para os judeus e estes, por respeito, evitavam pronunciar a palavra Deus.
Reino de
Deus é a Vida Nova que Jesus nos veio trazer. Ela começa aqui na terra, mas
terá sua plena realização no céu. Aqui na terra, só foi vivido integralmente
por Jesus. Depois que Jesus foi para o céu, a Santa Igreja passou a ser a principal
expressão do Reino de Deus. Ela é ao mesmo tempo amostra do Reino para o mundo
e instrumento para que as pessoas entrem nele. A Igreja ainda não é o Reino de
Deus perfeito, como Jesus, porque é santa e pecadora; mas caminha na frente do
povo em relação à vivência do Reino de Deus. Ela anuncia e dá exemplo, em si
mesma, do Reino de Deus.
Construir
o Reino de Deus foi o grande sonho de Jesus. Ele deu a vida por esse ideal.
“Jesus andava por toda a Galiléia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho
do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade”. Por que nós também não
fazermos o mesmo? “O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz”. A luz que
brilhou no Natal e que se manifestou na Epifania, agora é levada por nós a
todos os cantos escuros do mundo.
“Terra de
Neftali... Galiléia dos pagãos. O povo que andava nas trevas viu uma grande
luz.” Esta viagem de Jesus por um território de pagãos foi um prenúncio da
Igreja, presente em todos os países.
Trabalhar
pelo Reino de Deus é trabalhar pela verdade e pela vida, pela santidade e pela
graça, pela justiça, pelo amor e pela paz (Cf. Prefácio da Missa de Cristo
Rei).
Faz parte
da conversão ao Reino de Deus, testemunhá-lo: “Se alguém se envergonhar de mim,
eu também me envergonharei dele, quando estiver diante do meu Pai que está nos
céus” (Lc 9,26).
A
durabilidade e qualidade de qualquer edifício depende de três coisas: o
material utilizado, o conhecimento da pessoa que dirige a construção, e a sua
fundação ou alicerce. Materiais inferiores, mesmo usados com habilidade, não
podem suportar por muito tempo as intempéries. Nem os materiais superiores, se
usados com negligência ou imperícia, poderão resistir. Uma combinação de
materiais perfeitos, sabedoria do construtor e fundação sólida são necessários
para que o edifício permaneça por longo tempo.
A
construção do Reino de Deus, em nós e no mundo, também exige essas três coisas.
O engenheiro arquiteto é Jesus. Precisamos buscar continuamente as suas
instruções. A boa fundação ou alicerce é a prática das três virtudes teologais:
fé, esperança e caridade, e a nossa obediência aos mandamentos, tudo construído
sobre o terreno sólido da Palavra de Deus.
E o bom
material são o anúncio do Evangelho e o testemunho de vida pessoal e da
Comunidade cristã. Esse material já foi testado através dos séculos. Os
materiais inferiores, que levam a construção a ruir, são o egoísmo, a luxúria,
a fraude e desunião...
A
santidade de Maria repercutiu e ainda repercute no mundo todo. Que ela nos
ajude a nos convertermos cada vez mais e a sermos bons construtores do Reino de
Deus.
O Reino
dos Céus está próximo.
""A nossa conversão consiste em passar de uma vida cristã “mais ou menos”, ou medíocre, para uma fé generosa e dedicada."" ..como eu gostaria de ter forças para fazer ""essa passagem""... tenho consciência de minha vida cristã medíocre...
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