Quinta-feira,
25 de Dezembro de 2014
Natividade do Senhor
Isaías 52,7-10: Os
confins da terra verão a vitória de nosso Deus
Salmo 97: Os confins
da terra contemplaram a vitória de nosso Deus.
Hebreus 1,1-6:Deus
falou por seu Filho
João 1,1-18: A Palavra
se fez carne e armou sua tenda entre nós.
COMENTÁRIO
Hoje
celebramos a festa do nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo. É celebração de
júbilo e alegria para os cristãos que reconhecemos em Jesus o iniciador de um
caminho religioso universal oferecido por Deus a toda a humanidade. Inauguramos
hoje o tempo do Natal, tempo no qual cantamos alegres a presença de Jesus no
meio de nossas comunidades.
A
leitura do livro de Isaías é um canto de louvor: Jerusalém logo será libertada.
Duas imagens marcam a leitura. Por uma parte, os mensageiros, sobre os montes
de Judá, trazem a notícia da libertação que se aproxima e gritam: reina Javé! A
segunda imagem é a das sentinelas que prorrompem em júbilo porque veem o
retorno de Javé a Sião e exclamam alvoroçadas: o Senhor consolou seu povo e
resgatou Jerusalém! E é nesse contexto que foi escrito o livro de Isaías. Boa
parte do povo de Israel se encontra exilada na Babilônia, fazendo serviços
próprios de escravos dos Assírios. Enchem-se de ânimo quando Dario assume o
poder, pois confiam que ele será o libertador, que lhes permitirá retornar à
terra. Esta realidade é iminente e por isso o escritor canta a alegria do
retorno à pátria. Para nós hoje esses pés mensageiros anunciam o nascimento do
Senhor e nós como sentinelas proclamamos alegres a presença do salvador que se
faz vida no meio de nós.
O
Salmo responsorial corresponde a um hino de louvor dirigido a Javé, pois
realizou maravilhas e revelou a justiça às nações, lembrando-se da lealdade de
Deus para com Israel. O salmista convida toda a criação (mar, rios e montes) a
aclamar Javé que chega para julgar o mundo com justiça e os povos com equidade.
Essa felicidade nós a compartilhamos com o salmista quando recebemos Jesus que
chega, que nasce. Ele é Deus mesmo que se converte em Boa Notícia, anúncio de
salvação para todos os povos, ao assumir nossa condição humana e por isso
estamos alegres e cantamos cheios de júbilo e esperança.
A
carta aos Hebreus reforça ainda mais a alegria desta celebração da Natividade
do Senhor Jesus. Expressa que muitas vezes e de múltiplas formas Deus falou no
passado a nossos pais por meio dos profetas, porém nestes últimos tempos nos
falou por meio de seu Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo. Irmãos,
estamos nos últimos tempos, pois a revelação chegou à sua plenitude em Jesus Cristo.
Ele é imagem de Deus invisível, a imagem do Pai, pois ao assumir a condição
humana e ao nascer em um estábulo, como um homem pobre, Deus se manifestou
solidário com todos os homens da terra e por meio de Jesus mostrou o caminho da
salvação.
A
liturgia de hoje nos propõe também o prólogo do evangelho de João para a
reflexão. Este hino ao Verbo-Palavra de Deus, a Verdade, a Luz, que é o próprio
Jesus, possui uma dinâmica descendente. No princípio a Palavra se encontra ao
lado de Deus e por ela são feitas todas as coisas. É a Palavra pré-existente,
junto de Deus e antes de todos os tempos. Essa Palavra, que é Jesus, fez morada
entre nós, se faz carne, assume a condição humana, se faz um de nós e porque
ele nos comunicou o Pai, vimos a Deus. João veio como testemunha de Jesus. Veio
a Luz, que é Jesus, e os seus não a receberam, porém aos que a acolheram lhes
deu o poder de tornarem-se filhos de Deus no Filho (irmãos). Como se vê, é um
texto teológico muito profundo, nele se expressa o mistério da encarnação. Deus
se faz homem, assume a temporalidade e a limitação humana, para tornar o humano
infinito e ilimitado. Deus se faz humano para fazer do humano uma imagem de
Deus.
Nós
cristãos somos convidados a assumir esta mesma dinâmica em nossa vida: encarnar-nos,
assumir os valores e realidades dos lugares onde vivemos. Olhar para quem está
na base da pirâmide social, para aqueles que não são considerados pela
sociedade e reconhecer que neles a revelação de Deus acontece aos olhos daquele
que crê. Buscamos as seguranças em nossas vidas. A encarnação de Jesus nos dá a
segurança do Pai e força para superar as inseguranças da condição humana. Crer
em Jesus implica na aventura de deixar tudo e segui-lo.
Oração:
Ó Deus, Pai nosso, que em Jesus nos deste tua Palavra, feita carne e sangue,
força e ternura, morte e ressurreição, nós te pedimos que nos dês a força
necessária para seguir seus passos pelo caminho que ele traçou para que
cheguemos a ti, abraçando em nosso caminhar para ti, a todos os irmãos e irmãs.
Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.
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