SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ
Evangelho - Lc
2,22-40
28 de Dezembro de 2014
Ano B
PRIMEIRA LEITURA
É um dever dos filhos honrar os pais,
nunca lhes causando desgosto. E amparando-os na sua velhice, quando as suas
forças se acabarem e sua lucidez chegar ao fim. Porque nem sempre a morte chega
em pleno vigor físico. O ser humano pode
ficar por muito tempo na cama meio morto e meio vivo, dando muito trabalho aos
familiares. E nessa hora os filhos não podem abandonar os pais, os quais voltam
a ser como crianças completamente dependentes de cuidados. E o modo pelo qual
tratamos os nossos pais pode ser o mesmo com que os nossos filhos nos tratarão
um dia.
SALMO
Felizes
os que temem o Senhor e trilham seus caminhos! O temor de Deus não
significa que devemos viver apavorados com medo de castigos dos Céus, como se o
Pai fosse um tirano, um ditador, que vive olhando tudo que fazemos de errado,
para nos castigar. Temor de Deus significa respeito, gratidão, ternura, amor ao
Pai que nos criou e nos ama, e exatamente por causa do seu amor infinito por
nós, é que não vamos decepcioná-Lo, não vamos traí-Lo, não vamos pecar.
SEGUNDA
LEITURA.
Paulo nos lembra que Deus nos ama, e
que somos escolhidos, somos eleitos para fazer a sua vontade. E a vontade do
Pai é que nos amemos uns aos outros e que façamos a nossa parte na construção
de um mundo melhor, um mundo sem injustiças.
Devemos agir com uma misericórdia e
uma fraternidade sincera, suportando uns aos outros com paciência, pois também
nós temos defeitos e importunamos nossos irmãos.
A
palavra suportar aqui tem duplo sentido. Não significa somente aturar o irmão,
mas também dar-lhe suporte técnico, ajudando-o em suas dificuldades do seu
dia-a-dia.
E
o nosso perdoar deve ser fruto do perdão divino. Ou seja, assim como o Pai nos perdoa, nós temos
o dever de perdoar o nosso irmão. Por que não faz sentido pedimos que Deus nos
perdoa se não perdoamos as ofensas dos nossos familiares e amigos.
Todos
nós almejamos a perfeição, a qual não será alcançada somente com orações, e uma
vida piedosa, mas sim, com o amor que temos e demonstramos uns para com os
outros. Ou seja, se praticarmos a fraternidade e a caridade como é a vontade do
Pai, estaremos cada dia mais próximos da perfeição. Nunca seremos totalmente
perfeitos, pois só Deus é perfeito. Mas podemos chegar bem próximo do ideal de perfeição,
se a palavra e a paz de Cristo reinar em nossas mentes, e transbordar para
fora, para atingir os nossos semelhantes, os quais junto a nós, formamos um só
corpo, cujas vida é governada por um só Pai.
Não
sejamos fingidos nesse amor fraterno, mas se preciso, devemos repreender uns
aos outros com a devida cautela e sabedoria. Que não despejemos a nossa raiva
no irmão que comete um erro! Mas sim, façamos a correção fraterna em nome de
Cristo Jesus, e baseado nos ensinamentos do Evangelho.
E
em tudo o que fazemos, devemos ter sempre em conta a presença divina, e por
isso daremos sempre graças a Deus por
estar vivendo na sua amizade.
E
os frutos desse esforço por viver a palavra de Deus, já os colhemos na nossa
própria família, na qual a esposa não deve ser uma escrava do marido, mas sim
respeitada e amada por ele. Do mesmo modo o esposo, não deve olhar a mulher apenas como seu objeto
de prazer mais sim também como fiel companheira, presente de Deus, por isso
deve tratá-la como gostaria de ser tratado por ela. E desse respeito mútuo deve
brotar a harmonia da convivência, e uma melhor forma de administrar o lar, e a
educação dos filhos, que deve ser baseada principalmente pelo exemplo. Os
filhos serão felizes na medida que os pais vivem mutuamente felizes. Os
melhores alunos são aqueles procedentes de uma família feliz. Já os alunos desajustados, com péssimo
comportamento, são procedentes de lares desfeitos, lares em constante guerra...
Filhos,
respeite a experiência dos vossos pais, por isso obedeçam-nos, eles já passaram
por tudo o que vocês irão passar. Não
queira pensar que a inteligência e a força física da juventude supera os longos
anos de experiência dos vossos pais. Ampara-os em sua velhice, e sendo bons
filhos estarão fazendo por merecer o reconhecimento de Deus que é nosso Pai.
Pais.
Não lanceis mão de ameaças e intimidações para conseguir dos vossos filhos a
sua obediência. Não sejam chatos, porém, sejam firmes e exigentes. Não desanimem, não deixem de agir,
não parem de corrigir, mas faça-o com
amor. Esperem passar a raiva, e no momento adequado, converse com eles orientando-os sobre os prejuízos, sobre
as consequências das suas escolhas. Mostre para eles que nem todo "amigo",
é realmente amigo deles. Explica que nem todos querem o seu bem, mas sim muitos
tramam, planejam a sua destruição moral
e física.
EVANGELHO
Hoje, a Igreja celebra a festa da Sagrada
Família. A liturgia nos convida a pensar na nossa vida familiar. A pensar em como vai a nossa família hoje,
diante de tantas ameaças, tantos inimigos, tanta catequese do mal que inverte
os valores deixados por Jesus Cristo a respeito da união de dois corpos que os
transforma em um só corpo e uma só carne.
A família atravessa
um pântano perigoso, tempos difíceis, no qual por todos os lados ela enfrenta
perigos fatais. Jovens se acasalam sem
se importar com as palavras de Jesus: "O
que Deus uniu, o homem não separa".
Pais que já não sabem mais o que fazer com relação à indiferença e a
rebeldia dos seus filhos com relação à instituição do casamento. Avós escandalizados e infelizes ao ver essas
uniões irresponsáveis, pois no seu tempo não era assim...
Jesus, como primogênito,
segundo a Lei deveria ser apresentado ao Senhor no Templo para a purificação de
seus pais. Movido pelo Espírito Santo, o velho Simeão disse a Maria: Este
menino será sinal de contradição... ...e
uma espada te transpassará a alma.
Que coisa estranha! O messias, o prometido do Pai, o Salvador seria
motivo de contradição? E o foi! Pois uns
o queriam como rei, enquanto outros não descansaram até o matar em morte de
cruz.
E por que tudo isso?
porque Jesus, caminho verdade e vida, não agradou a todos. Ele dizia a verdade,
e a verdade dói muito para aqueles que não verdadeiros! E assim, Jesus cavou a
sua própria sepultura ao dizer a pura verdade sobre a vida dupla a que levavam
os poderosos da época, que se apresentavam em público como santos, porém nas
horas vagas faziam outras coisas...
E foi por isso que
uma espada transpassou a ama de Maria ao ver o seu Filho entregue injustamente
nas mãos dos algozes que o executaram como um bandido salteador de estradas,
como um criminoso qualquer.
Porém, no terceiro
dia O Filho de Deus volta à vida em toda a sua glória, numa demonstração plena do seu poder, para
que todos acreditem que verdadeiramente Ele não era um homem comum, mas, o
próprio Deus!
Portanto, meus irmãos. Não sejamos incrédulos, mas sim, acreditemos!
Bom domingo, José Salviano
Brilhantes palavras,,, ótimas explicações na segunda leitura... Muito sábios os comentários.... Tenha um ótimo ano novo!
ResponderExcluirBom dia, José Salviano
ResponderExcluirToda as reflexões feitas a respeito da liturgia de hoje, foram muito belas, mas a segunda Leitura me tocou muito. Vou até imprimi-la e passar para outras pessoas, as quais tenho certeza que vai ajudá-las muito.
Fique com Deus
Admiro muito suas reflexões , que DEUS continue te inspirando sempre para iluminar nossos caminhos na reflexão do evangelho ......Paz e Bem. ......
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