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de Dezembro- Segunda - Evangelho - Lc 2,22-35
Levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O
apresentarem ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor” (Lc 2,
22).
Conforme a Lei, sobre a mulher gestante
incidiam várias exigências a serem cumpridas quando do nascimento da criança. A
consagração dos primogênitos era feita no ato da circuncisão, no sexto dia do
nascimento (Ex 22,28s; Lv 12,3). A purificação da mãe acontecia trinta e três
dias depois da circuncisão.
No Templo de Jerusalém, por ocasião da
purificação de Maria, o justo Simeão profetiza sobre o menino Jesus, que será
sinal de contradição. Uma das características marcantes de Jesus em seu
ministério foi o conflito com as tradições da Lei e com os chefes religiosos. O
empenho em libertar os pequenos e humildes oprimidos sob o jugo da Lei levou-o
à morte de cruz, momento culminante em que uma espada traspassa a alma de sua
mãe.
A Igreja, hoje, revive o mistério da
Apresentação de Jesus no Templo. Revive-o com a admiração da Sagrada Família de
Nazaré, iluminada pela plena revelação daquele “Menino” que como a primeira e a
segunda leitura acabaram de nos recordar, é o juiz escatológico prometido pelos
profetas (cf. Ml 3, 1-3), o “Sumo Sacerdote misericordioso e fiel”, que veio
para “expiar os pecados do povo” (Hb 2, 17).
O Menino, que Maria e José levam com emoção ao
Templo, é o Verbo encarnado, o Redentor do homem, da história!
Hoje, comemorando o acontecimento que nesse
dia teve lugar em Jerusalém, também nós somos convidados a entrar no Templo,
para meditar sobre o mistério de Cristo, unigênito do Pai que, com a sua
Encarnação e a sua Páscoa, tornou-se o primogênito da humanidade redimida.
Desta maneira, no Evangelho de hoje
prolonga-se o tema de Cristo luz, que caracteriza as solenidades do Natal e da
Epifania.
“Luz para iluminar as nações e glória do teu
povo, Israel” (Lc 2, 32). Estas palavras proféticas são proferidas pelo velho
Simeão, inspirado por Deus quando toma o Menino Jesus nos seus braços. Ele
preanuncia ao mesmo tempo em que “o Messias do Senhor” realizará a sua missão
como um “sinal de contradição” (Lc 2, 34). Quanto a Maria, a Mãe, também Ela
participará pessoalmente na paixão do seu Filho divino (cf. Lc 2, 35).
Por conseguinte, na solenidade do dia de hoje,
celebramos o mistério da consagração: consagração de Cristo, consagração de
Maria e consagração de todos aqueles que se põem no seguimento de Jesus por
amor do Reino.
O ícone de Maria que contemplamos enquanto
oferece Jesus no Templo, prefigura o ícone da Crucifixão, antecipando também a
sua chave de leitura, Jesus, Filho de Deus, sinal de contradição. Com efeito, é
no Calvário que alcança o seu cumprimento a oblação do Filho e, unida a esta,
também a da Mãe. A mesma espada atravessa ambos, a Mãe e o Filho (cf. Lc 2,
35). A mesma dor, o mesmo amor.
Ao longo deste caminho, a Mãe de Jesus
tornou-se Mãe da Igreja. A sua peregrinação de fé e de consagração constitui o
arquétipo para a peregrinação de cada batizado. Como é consolador saber que
Maria está ao nosso lado, como Mãe e Mestra, no itinerário de nossa vida de
batizados! Além do plano afetivo, encontra-se ao nosso lado mais profundamente
na eficácia sobrenatural demonstrada pelas Escrituras, pela Tradição e pelo
testemunho dos Santos, muitos dos quais seguiram Cristo no caminho exigente dos
conselhos evangélicos.
Cada ano, no Tempo Litúrgico do Natal, recorda
a imensidão do amor de Deus por nós. É preciso acreditar e viver esse amor e a
ele entregar-se sem reservas. Assim como Simeão realizou sua esperança, também
nós podermos contar sempre com a presença redentora de Cristo. Deixemos, pois,
que Deus nos ame, para que sejamos, de fato, transformados, pois Ele continua
amorosamente presente no meio de nós.
Ó Maria, Mãe de Cristo e nossa Mãe,
agradecemos-te o cuidado com que nos acompanhas ao longo do caminho da vida,
enquanto te pedimos: “Neste dia, volta a apresentar-nos a Deus, nosso único
bem, a fim de que a nossa vida, consumida pelo Amor, seja um sacrifício vivo,
santo e do teu agrado. Amém!
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