João veio, e os pecadores creram nele.
Neste Evangelho, Jesus nos conta a
parábola dos dois filhos. O pai pede ao primeiro para ir trabalhar na vinha,
ele fala que não quer, mas depois muda de opinião e vai. O pai faz o mesmo
pedido ao segundo, este fala que vai, mas não vai.
Jesus explica a comparação: os
publicanos e as prostitutas eram pessoas que levavam vida errada, isto é,
inicialmente disseram “não” ao Pai que é Deus. Mas depois se arrependeram e
acreditaram na pregação de João Batista e de Jesus.
Já os sumos sacerdotes e os anciãos, que
respondiam “sim” a Deus no Antigo Testamento, agora respondem “não” ao mesmo
Deus, no Novo Testamento. Portanto, eles agem como o segundo filho da parábola,
que disse que ia trabalhar na vinha, mas não foi.
Os próprio sumos sacerdotes e anciãos se
condenaram, dizendo que quem fez a vontade do pai foi o primeiro filho, que
representa os publicanos e as prostitutas. Jesus conclui dizendo que os
publicanos e as prostitutas os precederão no Reino de Deus.
Trazendo para nós hoje, há pessoas que
no passado diziam “sim” a Deus com generosidade, e hoje são medíocres. E
existem também exemplos contrários, de pessoas antes afastadas e hoje engajadas
e generosas para Deus e a Comunidade. O que vale é o que a pessoa é hoje, não o
que foi no passado. Os pecados do passado, Deus está pronto a nos perdoar, se
depois mudamos de idéia e nos convertemos. Outro sentido é que Deus gosta mais
das pessoas que cumprem com fidelidade e perseverança a sua Lei, mesmo sem
prometer nada, do que daquelas que prometem muito e fazem pouco.
Mais do que palavras bonitas, o que
agrada a Deus são as ações corretas. Os fariseus gostavam de se apresentar como
santos, isto é, diziam “sim” na aparência, mas “não” nas ações. Deus gosta de
palavras bonitas, mas quando são acompanhadas de uma vida bonita.
Há pessoas que têm facilidade em
prometer, mas depois se esquecem e não cumprem. Como aquele que disse: “Eu
consigo parar de fumar; só este ano já parei três vezes!”
Existe até uma afirmação de que
emprestar é sinônimo de dar, porque quem pede emprestado promete devolver mas
não devolve. Deus não gosta desse tipo de gente. São atitudes indignas de
cristão. Se as pessoas cumprissem o que prometem, não precisaríamos do SPC,
CERASA etc. No dia do nosso batismo, os nossos pais e padrinhos disseram “sim” a
Deus em nosso lugar. E nós assumimos aqueles compromissos na primeira comunhão,
e o renovamos na crisma, e todos os domingos na Missa, quando fazemos a
profissão de fé. Como estamos hoje em relação aos nossos compromissos
batismais?
S. Paulo disse “não” a Cristo, quando
jovem. Mas depois disse “sim” e o manteve até a morte. Assemelhou-se, portanto,
ao primeiro filho da parábola.
E ele compara a vida cristã com uma
competição de corrida a pé. “Acaso não sabeis que todos correm, mas um só ganha
o prêmio? Correi de tal maneira que conquisteis o prêmio. Todo atleta se impõe
todo tipo de disciplina. Eles assim procedem, para conseguir uma coroa
corruptível. Quanto a nós, buscamos uma coroa incorruptível” (1Cor 9,24-25).
Quando Deus Pai chamou seu Filho Jesus
para a missão de redimir a humanidade, ele respondeu: “Eis me aqui, ó Pai, para
fazer vossa vontade!” (Hb 10,7). E depois perseverou naquele “sim”. “Cristo
humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fl 2,8).
Jesus, portanto, não se assemelhou nem ao primeiro nem ao segundo filho, pois
respondeu “sim” a Deus Pai, e cumpriu esse “sim” até o fim da vida terrena, e
continua cumprindo hoje.
Cada dia que amanhece é um novo presente
que Deus nos dá. Quando abrimos os olhos e vemos a luz de um novo dia, cabe a
nós agradecer a Deus o dom da vida e vivê-la bem hoje, porque amanhã não
sabemos se estaremos vivos.
Certa vez, um casal estava viajando numa
cidade grande, em direção a um bairro desconhecido. Eles iam à casa de um
amigo, que os convidara para jantar.
O marido ao volante e a esposa ao lado,
indicando o caminho. Em determinado momento, ela disse: “Na primeira esquina
vire à direita”. Ele teimou que era à esquerda. Os dois discutiram um pouco,
mas por fim ela cedeu, a fim de que não chegassem à casa do amigo mal
humorados. Resultado: depois de muito andar, tiveram de voltar àquela esquina e
entrar à direita. Assim, chegaram atrasados no jantar.
Na volta, conversando sobre o incidente,
ela disse: “Se você tinha certeza de que eu estava errado, por que não insistiu
um pouco mais? Ela respondeu: “Entre ter razão e ser feliz, eu preferi ser
feliz. Estávamos à beira de uma briga. Se eu insistisse mais, teríamos
estragado a noite”
Dizer “sim” na hora do casamento é
fácil. Mas o importante é mantê-lo até o fim da vida.
O Natal se aproxima. Não queremos
celebrá-lo mal humorados ou carregando algum pecado. É para isso que existe o
advento.
Maria Santíssima ganhou de longe desses
dois filhos da parábola, porque ela, a exemplo do Filho, disse “sim” para Deus
no começo da vida e o manteve até o fim. Maria do “sim”, rogai por nós!
João veio, e os pecadores creram nele.
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