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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

-MAGOS-José Salviano

OS REIS MAGOS

Epifania do Senhor

Evangelho - Mt 2,1-12



4 de Janeiro de 2015 - Ano B

          A liturgia deste  domingo  celebra a Epifania, palavra que vem do Grego e significa o que aparece, significa manifestação. Portanto, a festa da Epifania é a festa da  manifestação de Deus ao mundo. E com esta solenidade a Igreja encerra o ciclo natalino do Advento-Natal.
          Celebramos hoje a manifestação de Deus ao mundo, na figura dos reis magos aqueles que guiados pela estrela, vieram de longe para adorar o Menino Jesus, representando todos os povos do mundo inteiro.
          Nesta festa da Epifania celebramos  o dia em que o Filho de Deus foi adorado pelos pagãos, Enquanto o representante dos civilizados, do povo de Deus, pretendia matá-lo. 
          Com a  visita dos magos, Deus nos mostra que o seu Filho não veio ao mundo somente para a glória de Israel, mas também como a Luz que iria  iluminar as nações, iluminar a todos incluindo os distantes, pagãos, os pobres os sem tetos, os favelados, sem nenhuma exceção.

PRIMEIRA LEITURA
          É um texto bem otimista no qual o profeta Isaías anuncia a chegada da Luz que é a glória do Senhor.  A Luz que  iluminará as trevas e as nuvens escuras, situação pela qual estava envolvida toda a Jerusalém.
          Meus irmãos. Trevas e nuvens escuras é a realidade do quadro social em que estamos vivendo. Mas tenhamos fé! Deus é mais! Deus é mais poderoso que todas as forças do mal que atuam sobre nós. Portanto, aprendamos a  encarar a realidade, os acontecimentos com otimismo de quem acredita na proteção de Deus,  e não com pessimismo e o desespero dos incrédulos.

SALMO 71

As nações de toda a terra, hão de adorar-vos ó Senhor!
          Pelo menos as nações de toda a Terra celebrarão de um modo ou de outro, o aniversário do Menino Jesus.  Infelizmente, nem todos os cidadãos de toda a Terra celebrarão com a mesma fé, mas todos, ou pelo menos a maioria, celebram os festejos natalinos.

SEGUNDA LEITURA
          Se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu
para realizar o seu plano a vosso respeito
... Paulo está falando do talento recebido de Deus para cumprir a sua missão de nos explicar o amor de Deus. E Paulo ao perceber naquele dia em que a forte Luz de Deus o atingiu, mudou completamente a sua vida. E assim, passou a não mais perseguir os cristãos, mas sim, a trabalhar com dedicação plena para a construção do Reino de Deus até a sua morte.
          Paulo não foi omisso como muitos de nós o somos. Na vida temos aqueles que corajosamente denunciam, apontam os erros e defeitos, eles vivem para consertar. Esses são considerados os chatos, os que incomodam, e são odiados pelos injustos e poderosos. Herodes já estava pressentindo que se Jesus não fosse tomar o seu trono, pelo menos iria desestabilizar o seu governo, apontando os seus defeitos e vícios.
          Na sociedade temos ainda aqueles, que dão uma de bonzinhos, não reclamam de nada, não contribuem para melhorar o mundo pois não apontam o que é preciso consertar, ou mudar. ESSES PECAM POR OMISSÃO. E serão cobrados por isso no juízo final.
          Os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo. Esta é a outra parte importante do discurso de Paulo para este domingo. Ele fala que os pagãos, os distantes como os Magos, como os excluídos da sociedade, também são membros da Igreja viva, e também têm direito às promessas de Cristo. Dessa forma, pecamos por ignorá-los, por não incluí-los no nosso esforço de evangelização.
          A nossa catequese não pode deixar de lado os pagãos, os irmãos que não são do nosso meio social. Mesmo que pertençamos a uma paróquia do centro ou da orla da praia, ignorar a periferia, fazendo de conta que eles não existem, e confiantes de que estamos desenvolvendo a nossa missão de profetas, profetas dos melhores, do colunáveis, dos que são gente fina...  
          Ah! meus irmãos! Vejam o exemplo de Jesus. Toda a sua vida foi pautada na pobreza. Desde seu nascimento em uma manjedoura, até a sua morte de cruz! A sua preferência pelos pobres fez parte do Plano de amor do Pai celestial.  Vamos tomar mais um pouco de cuidado com as nossas escolhas, com as nossas atitudes, com o nosso acolhimento pela metade, com a nossa gentileza fingida, com a nossa caridade esfarrapada e conveniente,  com o nosso descaso diante dos humildes, com a nossa mania de botar a culpa na preguiça deles, com o nosso "saltar de banda" quando se trata de dar um auxílio de qualquer tipo a um deficiente... Tomemos cuidado. Pois Aquele que irá nos julgar está vendo tudo!  

EVANGELHO
          Naquele tempo os magos representam os povos pagãos, os gentios. Hoje, eles representam os nossos irmãos da periferia, do sertão semi-árido, das favelas, e todos aqueles que estão fora do perímetro da evangelização. O papa Francisco quando esteve no Rio incentivou que levássemos a palavra aos irmãos da periferia, em vez de os esperar no conforto dos grandes centros.
          Os magos apesar de serem pagãos, eram estudiosos dos movimentos dos astros e das estrelas, e vieram de muito longe para ver e adorar o pequeno Messias anunciado pelos profetas. Ao que tudo indica, a estrela especial que eles viram no céu, era o Cometa de Halley que coincidentemente, ou melhor, pelo poder e vontade de Deus, passava perto da Terra, e era o sinal que os avisava do nascimento do Menino Jesus.  
          Eles só não  sabiam que o Messias haveria de nascer em Belém. Por isso seguiram a estrela que os guiou até aquela cidade, onde encontraram o Menino, diante do qual eles renderam homenagens e em sinal de respeito prostraram-se diante dele, num reconhecimento da sua realeza.  Ofereceram-lhe o melhor que havia em seus países: OURO, INCENSO E MIRRA.       
O SIGNIFICADO DESSES PRESENTES É O SEGUINTE:
O OURO representa a realeza de Jesus.
O INCENSO representa a sua divindade, e a
MIRRA significa o sofrimento que o Filho de Deus teria de passar.
          A visita dos Magos ao Menino Jesus, foi com toda certeza planejada por Deus para nos mostrar que Jesus não veio ao mundo somente para o povo de Israel, mas sim para toda a humanidade, especialmente os pagãos, aqueles que ainda não experimentaram o amor do Pai por não o conhecer.
          Herodes não conseguindo localizar o Menino Rei, mandou matar todas os meninos de dois anos para baixo, em uma fúria insana de quem usa todo o seu poder para impedir que tirem o seu poder, para evitar a sua substituição.
          Hoje também, todas as forças que representam o poder do mal, mandaram matar Jesus. Estão apagando a imagem do Filho de Deus assim como os seus ensinamentos das mentes das pessoas, e no seu lugar estão colocando: O  prazer e o consumismo desenfreado. Reparem, que já não se pensa nem se fala mais no Menino Jesus mas sim em papai Noel, compras e presentes. Amigo. Se o seu Natal se resume na festa do Papai Noel, tem algo de errado com a sua fé, com a sua espiritualidade!
          Assim como o poderoso Herodes estava  muito preocupado em saber onde iria nascer o futuro Rei dos judeus, aquele que iria tirar o seu poder, tomar o seu lugar, na empresa e na paróquia também pode acontecer coisa semelhante. Quando um novo funcionário talentoso, ou um novo paroquiano com fama de possuir o dom da palavra, está para vir se integrar no nosso meio, alguns podem ficar com medo de ser substituídos. Com receio de ter o seu brilho apagado, de ficar na sobra do corpo de uma pessoa mais competente, mais dotado de qualidades que ele. E é aí que mora o perigo, ou o pecado. Pois esses Herodes atuais, podem lançar mãos de medidas não muito honestas ou santas para se verem livres daqueles que para eles são novos "impostores", assim como Jesus era considerado por alguns.
          E  eis que a luz do Menino Jesus se expande por todo o Universo, apesar de ter nascido em um lugar humilde. Os Magos primeiro procuraram Jesus em Jerusalém porque lá era a sede do rei. Porém, o Menino, estava num simples lugar da periferia de Jerusalém, na pequena Belém da Judéia. E isso aconteceu para mostrar a liberdade de Deus de escolher onde e quando e a quem Ele quer se manifestar, se revelar. Não no meio dos poderosos, mas sim entre os desprezados, os humildes, mostrando assim, a liberdade de Deus, de se revelar onde quer e a quem escolher.
          O Filho de Deus nascendo em um lugar humilde, onde nem os Magos imaginavam, acaba atraindo os que viviam longe de Israel.  Rogamos ao Pai que nesta oitava do Natal, o seu poder atraia a todos os que estão afastados do seu caminho, a todos os que estão envolvidos de um modo ou de outro com o poder do mal. Que assim seja.
Bom domingo. Rezemos sem cessar. Esse é o primeiro passo para mudar.
Feliz Ano Novo!

Abraços, José Salviano.

2 comentários:

  1. José Salviano, adoro suas reflexões, um grande abraço e muita saúde. Deus te abençoe.

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  2. Uma reflexão maravilhosa e sem dúvida palavras confortantes!

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