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de Dezembro - Sábado - Evangelho - Mt 17,10-13
Elias
já veio, mas não o reconheceram.
Malaquias,
o último profeta do Antigo Testamento, disse, na última frase do seu livro:
“Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que chegue o grande e terrível Dia
do Senhor. Ele fará os corações dos pais voltarem-se para os filhos e o dos
filhos, para os pais, para eu não mais vir condenar a terra ao interdito” (Ml
3,23-24).
Como
o profeta Elias viveu num tempo de crise e procurou reconduzir o povo ao
seguimento de Deus, que é tarefa do Messias, e subiu vivo para o céu (2Rs
2,1-18), os mestres da Lei diziam que Elias devia vir primeiro, antes do
Messias. Por isso que os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que os mestres da
Lei dizem que Elias deve vir primeiro?”
Jesus
explica que não é que Elias ia voltar em carne e osso; ia vir um profeta com o
Espírito e o poder de Elias, isto é, com o mesmo carisma dele, a fim de colocar
tudo em ordem, preparando assim o povo para acolher o Messias. E esse profeta é
João Batista.
Mas
eles (os mestres da Lei), continua Jesus, não o reconheceram e o mataram, assim
como vão matar o próprio Messias.
O
Anjo Gabriel, quando apareceu a Zacarias e profetizou o nascimento de João
Batista, disse que “ele irá adiante de Deus com o espírito e o poder de Elias”
(Lc 1,17).
Os
pecadores gostam de escolher seus próprios profetas, conforme o seu gosto; profetas
que falam o que eles querem ouvir. Fundam até religiões conforme o seu gosto.
Mas
Deus continua enviando seus profetas, a fim de recolocar tudo em ordem e
reconduzindo o povo para Deus.
A
palavra profeta vem de proferir, falar. Na Bíblia, profeta é aquele que fala em
nome de Deus. É uma pessoa comprometida com a Palavra de Deus, com a verdade, a
justiça e a igualdade entre as pessoas. “Porei em sua boca as minhas palavras,
e ele (ela) lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar” (Dt 18,18).
No
nosso batismo, nós recebemos a missão profética. Logo depois que o ministro
derramou água na nossa cabeça, ele pegou o santo Óleo do Crisma e disse: “Que o
Senhor te consagre com o Óleo santo, para que, como membro de Cristo,
sacerdote, profeta e rei, continues no seu povo até a vida eterna”. Em seguida,
ungiu com o Óleo a nossa cabeça.
Se
compararmos com as eleições políticas, no batismo nós fomos eleitos profetas, e
na crisma tomamos posse desse mandato.
O
carisma profético nos leva a percebermos claramente as situações humanas que
estão de acordo com o Evangelho (situações evangélicas), e nos dá forças para
anunciar isso aos outros. Por outro lado, leva-nos também a perceber as
situações anti-evangélicas, e nos dá força para denunciá-las.
O
profeta é corajoso e claro. Ele não tem medo de nada. A sua missão é colocar
tudo em ordem. Por isso, geralmente o profeta é perseguido.
Como
é importante nós acolhermos bem os profetas que Deus nos envia, e nós também
sermos profetas, assumindo assim a nossa vocação batismal!
Certa
vez, uma viúva pobre, e mãe de quatro filhos pequenos, foi à padaria de
manhã buscar um litro de leite.
Ela
disse para o dono da padaria, que atendia no balcão: “Por favor, meus filhos
estão com fome e eu não tenho dinheiro agora. O senhor me venda um litro de
leite, e logo que eu receber minha aposentadoria, pagá-lo-ei.
O
homem lhe disse friamente: “Desculpe, minha senhora, mas nós aqui não vendemos
fiado”. E foi logo atender outra senhora.
Esta
lhe disse: “Eu quero um litro tipo B, porque é para eu dar para o meu
cachorro”. Com um sorriso, o dono da padaria lhe vendeu o leite e ela voltou
para casa, enquanto a viúva saía de mãos vazias.
Era
esse tipo de pecado que João Batista denunciava com veemência, citando os fatos
com local, data e nome de quem fez. Por isso que ele, e também Jesus, foram
condenados.
Maria
Santíssima, através do seu hino Magnificat, mostrou-se uma verdadeira
profetiza. Que ela nos ajude a viver melhor o dom e a missão profética.
Elias
já veio, mas não o reconheceram.
Um abraço e, que Deus te dê muita saúde. Adoro suas reflexões.
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