Domingo, 13 de
setembro de 2015.
Evangelho de São Marcos 8, 27-35
Quando Jesus começou
sua vida pública não se apresentou como o Messias esperado através dos séculos.
Ele chamou seus apóstolos, muitos se tornaram discípulos de Jesus e ao longo
dos três anos de convivência presenciaram tudo o que Ele fazia, falava,
pensava. Presenciaram inúmeras curas: curou leprosos, aleijados, cegos,
ressuscitou mortos, curou doentes, multiplicou pão e peixes e alimentou a
multidão, enfim deu muitas provas que só um Deus poderia realizar tais coisas.
Quer andando com eles, dormindo ao relento, comendo, sentindo fome, sede,
cansaço, Jesus ia falando do Reino dos céus, ensinando-os e preparando-os para
a missão.
Acontece que o povo
esperava um Messias importante, poderoso, rico, com palácio e súditos, um
grande exército para expulsar os romanos de sua pátria. Havia na Palestina,
terra de Jesus, muitos grupos e dependendo do grupo a que eles pertenciam
tinham uma expectativa a respeito do Messias. Pensavam que um dia Ele chegaria
ao Templo de Jerusalém e se apresentaria como o Messias esperado à séculos.
Ninguém levou em conta o profeta Isaías que disse muitas vezes como seria o
Messias, o Servo Sofredor.
Jesus quis ser humano, ter uma família, nascer, crescer,
experimentar a dureza da vida, passar por tudo que um ser humano passa. Tanto é
que Jesus só se dava o nome de “filho do homem”, queria dizer que Ele era gente
como todo homem, com suas fragilidades...
No evangelho de hoje, Jesus e seus
discípulos estão no caminho de Cesaréia
de Felipe e enquanto caminhavam Ele decide perguntar aos seus discípulos a seu
respeito, se estão seguindo-o de modo consciente ou se pensavam como o povo.
Jesus achava que estava na hora de prepará-los para aceitá-lo como Messias
sofredor. Por isso pergunta: “Quem dizem às pessoas que eu sou?” Para uns, é
João Batista, para outros, Elias, Jeremias ou algum dos profetas, responderam.
Era assim que o povo via Jesus.
Jesus
olha para os discípulos e pergunta: “E para vós, quem eu sou?”. Pedro lhe
responde: “Tu és o Messias!” Pedro inspirado por Deus faz sua profissão de fé revelando
corretamente quem é Jesus. Depois, Jesus proíbe a todos de contar ao povo que
ele era o Messias, porque ainda não era hora. Só entenderiam na cruz e na
ressurreição.
- Quem quer seguir um Messias sofredor?
E passar por tudo que o Messias iria passar? Ninguém? Mas sem passar pela cruz,
não haveria ressurreição; sem lutar contra as injustiças, não haveria justiça;
enfim, sem luta e sofrimento, não haveria vitória.
Jesus
lhes ensinou quem era esse Messias que vinha do Pai. Ele era o Mestre e os
outros eram seus discípulos. O Mestre vai à frente e os discípulos o seguem...
“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos
sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar depois de três
dias”. O Senhor disse isso claramente a seus discípulos. Jesus queria
prepará-los para aceitar o que aconteceria com Ele. Jesus sabia que teria de
enfrentar as lideranças religiosas e políticas, o Sinédrio e acabaria morrendo,
pois o poder estava nas mãos deles, os quais não aceitaram Jesus.
Pedro o repreendeu quando Jesus começou
falar da sua missão, de tudo que passaria e disse que não permitiria que ele
passasse por tudo aquilo. Pedro estava cheio de boas intenções, mas não tinha
entendido o plano de Deus. A mentalidade que ele tinha do Messias, era a
mentalidade dos judeus, aquele que viria resolver todos os problemas, acabar
com as dificuldades. Esperava um Deus todo poderoso que não precisaria da ajuda
de outros para solucionar os problemas e não precisaria sofrer, não precisaria
passar por tudo isso que Jesus falava.
Jesus escuta Pedro, mas o repreende
dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como
os homens”. Naquele momento Pedro enfraquecia a missão de Jesus. “Satanás” quer
dizer “adversário”, “inimigo”, fazendo-se de amigo estava tentando-o a não
cumprir a sua missão salvadora. Pedro
tinha a mentalidade do povo daquela época. Pensa “de acordo com os homens”; só
mais tarde, quando vier o Espírito Santo, chegará a pensar “como Deus”.
Jesus nos ensina que não é só Ele que
vai sofrer e morrer pela salvação do mundo, mas todos que quiserem segui-Lo, só
poderão salvar-se aceitando sofrer e carregando cada um a sua cruz. Jesus não
força ninguém segui-lo, mas quem quiser segui-lo terá que renunciar aos
próprios interesses mundanos, mortificar as paixões, romper com o egoísmo, com
o orgulho, com a preguiça, com o comodismo,
renunciar a tudo que é contraria à lei de Deus, amar o irmão
independente se é rico ou pobre, fazer o bem, ser caridoso, compreender o
outro, ajudar o próximo em suas necessidades.
Hoje Jesus dirige a cada um
de nós essa mesma pergunta: Quem sou eu para você? Quem é Jesus para nós? Pense
bem irmãos.
Você já mudou seu comportamento por causa de Jesus?
Já iniciou seu processo de conversão por amor a Jesus? Já se engajou em alguma
pastoral para ajudar evangelizar?
Todo nosso trabalho para o Reino exige de nós algumas
renúncias como de um descanso, de ter mais paciência com as pessoas,
esforçar-se para mudar o nosso temperamento, ou um gênio forte, perdoar quem
nos ofende, ser caridoso, solidário, deixar o orgulho para ser humilde, aceitar
correções quando necessárias...., enfim,
amar como Jesus amou, pensar como Jesus pensou, falar como Jesus falou,
sentir o que Jesus sentiu.
Reconhecer
Jesus como o nosso Salvador, como Deus verdadeiro
e não se comprometer com Ele é muito pouco, é preciso testemunhá-Lo no nosso
dia a dia, enfrentando a cruz, isto é, os desafios que aparecem.
Meus irmãos, minhas irmãs, uma grande tarefa nos espera. Precisamos
apresentar ao mundo o verdadeiro Messias, o Cristo Redentor, o Servo Sofredor e
Libertador, com o dom que Deus nos deu podemos realizar essa tarefa, começando
em casa, com nossos filhos, parentes e na comunidade Igreja.
Jesus
continua chamando discípulos e apresenta a proposta de segui-lo. Tomar a nossa
cruz e segui-Lo. Isso consiste em recomeçar cada dia a nossa caminhada junto ao
Cristo servo sofredor, nos doando com amor e fé pelo Reino de Deus.
Abraços
em Cristo!
Maria
de Lourdes
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ResponderExcluirAdorei sua postagem, Maria de Lurdes!
ResponderExcluirGrande Jesus!!! Pena que os homens estão muito longe de seguir seu caminho, seu exemplo. Belíssimo texto!!!
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