E também para reunir na unidade os filhos de Deus dispersos.
Este Evangelho narra a decisão final dos chefes, de matar Jesus. Eles
fazem uma submissão da fé à política: “Se deixarmos que ele continue assim...
virão os romanos...” E o sumo sacerdote Caifás lavra a sentença: “É melhor um
só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira”.
O evangelista João interpreta: “Caifás profetizou que Jesus ia morrer
pela nação. E não só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus
dispersos”. De fato, a morte de Jesus reuniu, numa só Igreja, os filhos de Deus
dispersos pelo mundo inteiro. A santa Igreja reúne cristão de todas as raças e
culturas. Por isso a chamamos católica que significa universal. E isto não é
mais que um começo, ou uma figura da união em Cristo de toda a humanidade, no
final dos tempos.
Os cristãos são os primeiros chamados por Deus a “reunir os filhos de
Deus dispersos”. Entretanto, a manipulação de fatos, a opressão, as ideologias
e o pecado tentam impedir que a humanidade se agrupe num só rebanho em torno de
Cristo. Acontece uma luta, e a cada momento surgem novos adversários para os
cristãos. Entretanto, a ação perseverante e não violenta, o espírito de
reconciliação e a oração fazem com que o projeto de Cristo avance no mundo.
Este é um ideal que empolga os cristãos, especialmente os jovens
Jesus congregará, com sua morte, os filhos de Deus provenientes de todos
os pontos cardeais, formando o novo Povo de Deus. Esta é a eficácia da morte de
Jesus na cruz, que foi decidida pelas autoridades, no Evangelho de hoje.
No projeto de Jesus, a vida surge da cruz. É a cruz da dor, da doença,
das humilhações e perseguições... Mas atrás da cruz brilha uma luz que ilumina
o universo inteiro. “Os judeus pedem sinais, os gregos buscam sabedoria. Nós,
porém, proclamamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para
os pagãos” (1Cor 1,22-23).
Humanamente, a cruz é o contrário das aspirações humanas. Mas, iluminada
por Cristo, ela aparece como algo que transborda, supera a morte e leva à
ressurreição.
Havia, certa vez, num campo, uma lebre. Ela era bonita e vivia feliz,
saltitando no descampado. Um dia, ela viu um caçador com uma arma de fogo.
Sentiu medo, correu o quanto pôde e escondeu-se atrás de uma moita de capim. O
caçador procurou, procurou... não a viu mais e foi-se embora.
Mas a lebre resolveu comer aquela moita de capim. No dia seguinte, lá
estava o caçador novamente. Como não havia mais moita de capim, o caçador deu
um tiro e ela morreu.
Deus nos dá oportunidades para nos libertarmos do caçador que é satanás.
A quaresma é como uma moita de capim, pois vem cada ano nos proteger da rotina
do pecado. Não vamos devorá-la, vivendo-a como um tempo igual aos outros.
Vamos reconhecer os nossos pecados, pois eles ajudaram a crucificar
Jesus. Não nos interessam agora os pecados dos fariseus e mestres da Lei, mas
os nossos, os quais queremos extirpar de uma vez, iniciando uma vida nova.
Maria colaborou de perto nessa reunião dos filhos de Deus dispersos. Que
ela nos ajude a colaborar também.
E também para reunir na unidade os filhos de Deus dispersos.
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