13 de abril - Evangelho - Mt
26,14-27,66
Aqui começa a semana maior da nossa fé
cristã. Nesta Semana Santa não só lembraremos um fato histórico do passado, mas
celebraremos a presença viva de Cristo Jesus que padeceu, morreu e ressuscitou;
e leva em frente toda a nossa comunidade cristã, pela presença do seu Divino
Espírito Santo, até os dias de hoje.
Jesus entra triunfalmente em Jerusalém e o povo todo o acolhe: “Bendito aquele
que vem como Rei em nome do Senhor! Paz no céu e glória no mais alto dos céus!”
E o Evangelho também fala solenemente da Paixão do Senhor.
A narração no Evangelho segundo São Mateus se estrutura através da sucessão de
pequenos núcleos, carregados de significação e de importância para a vida
cristã. Há uma introdução, composta pela “Unção em Betânia e a traição na
Última Ceia” (Mt 26,1-19). Há também o núcleo central da “Paixão”, composto
pela “Agonia no Getsemani” (Mt 26,30-56), pelo “Processo religioso e civil” (Mt
26,57-27,31) e pela “Crucificação e morte” (Mt 27,32-66).
Jesus é apresentado, desse modo, com toda sua humanidade, compartilhando a
angústia e a dor dos homens frente à injustiça e à traição, sem, por isso,
perder a serenidade de quem confia e espera em Deus – Ele é o “Servo Sofredor”
que carrega o peso de toda humanidade, como havia anunciado o Profeta Isaías.
Mateus apresenta Jesus, como o perfeito orante.
A ceia que precedeu essa dramática experiência indica que, apesar de tudo o que
possa acontecer, Jesus permanecerá sempre presente entre os seus (Mt 26,29).
Por outro lado, o processo permite que Jesus enfrente ambas as autoridades: a
civil e a religiosa, e proclame a sua máxima autoridade messiânica “Verão o
Filho do Homem, sentado à direita de Deus poderoso, vir sobre as nuvens do céu”
(Mt 26,64).
A Paixão de Jesus se toma assim, um desafio, um alerta para a vida de seus
seguidores. Trata-se de um convite a optar pelos crucificados, pelos excluídos,
pelos marginalizados da história, sempre lembrando que a justiça de Deus se
inicia ali onde os homens sofrem a injustiça dos opressores.
O exemplo de Jesus é um terno apelo para que confiemos em Deus, apesar de tudo
e contra tudo. Jesus nos ensina, com seus gestos de perdão e de reconciliação,
que as adversidades não devem nos afastar de uma oração ardente, constante e
confiante.
A cruz de Jesus é um convite para superarmos nossas opções egoístas e oferecer,
doar ao irmão o melhor de nós mesmos, e, se for necessário, também nossa vida.
A sabedoria do homem é afirmação em si mesmo, servindo-se do outro, e o seu
poder é possuir, dominar e exaltar-se. A sabedoria de Deus expressa em Jesus
crucificado, é afirmação do outro mediante o extremo dom de si mesmo; seu poder
é despojar-se de tudo, inclusive do próprio eu, abaixando-se até à morte de
cruz.
Por isso a cruz de Jesus nos salva
nos dá equilíbrio, nos faz viver bem em comunidade respeitando as diferenças de
cada um. Jesus está em nossas cruzes, a Páscoa só será bem vivida se tivermos
certeza que a cruz é sinal de libertação.
Boa caminhada para Cristo nossa
Páscoa definitiva
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