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Fevereiro 2021
Lectio
Primeira leitura: Isaías 55, 10-11
Assim fala o Senhor: 10Assim como a chuva e a
neve descem do céu, e não voltam mais para lá, senão depois de empapar a terra,
de a fecundar e fazer germinar, para que dê semente ao semeador e pão para
comer, 11 o mesmo sucede à palavra que sai da minha boca não voltará para mim
vazia, sem ter realizado a minha vontade e sem cumprir a sua missão.
A secção do Deutero-Isaías, conclui (Is 55)
com o retomar de temas como o perdão, o regresso à pátria, a participação na
natureza divina, o poder da palavra de Deus. A palavra é a mediação através da
qual o homem sente a Deus como próximo e, ao mesmo tempo, como ausente, uma vez
que «os seus caminhos não são os nossos cemmhos- (v. 9).
A Palavra é uma realidade viva, enviada do céu
para realizar a salvação. É «etiau», pois é capaz de realizar o seu objectivo,
tal como a chuva e a neve, que fecundam a terra e lhe dão capacidade de
produzir frutos.
Esta imagem enchia certamente de consolação o
povo cativo em Babilónia, cuja esperança de regressar à terra encontrava seguro
apoio na Palavra de Deus.
A mesma Palavra nos enche de consolação e
esperança, pois Cristo é a Palavra omnipotente feita carne, enviada do céu para
que a nossa terra dê o seu fruto. Ele, que por nós morreu e ressuscitou,
abriu-nos um caminho inesperado para a casa de Deus.
Evangelho: Mateus 6, 7-15
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: 7*Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs
repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. 8Não façais
como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho
pedirdes.» 9*«Rezai, pois, assim: 'Pai nosso, que estás no Céu, santificado
seja o teu nome, 10*venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, assim na terra
como no Céu. 11*Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia, 12*perdoa-nos as nossas
ofensas, como nós perdoamos aos que nos ofenderam 13*e não nos deixes cair em
tentação, mas livra-nos do mal. ' 14Porque, se perdoardes aos homens as suas
ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. 15Se, porém, não perdoardes
aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»
Mateus introduz o «Pai-nosso» no «Sermão da
Montanha», precedido por alguns ensinamentos de Jesus sobre o modo de rezar:
não rezar como os pagãos, que julgam dever usar muitas palavras para atrair a
atenção ou a benevolência das suas divindades (v. 7); Deus, nosso Pai, está
sempre atento a cada um de nós e conhece aquilo de que precisamos (v. 8). Mais
do que falar muito, há que ter, diante d ' Ele, uma atitude de filhos. Jesus
ensina-nos a chamá-Lo abbá, isto é, papá, paizinho, introduzindo-nos na intimidade
da comunhão que existe entre Ele e o Pai.
«Santificado seja o vosso nome-. Não se trata
de nós santificarmos a Deus, que é O Santo, mas de que, pelas nossas palavras e
pela nossa vida, todos os homens e mulheres do mundo O louvem, O adorem, O
reconheçam como Senhor e se tornem e vivam como seus filhos.
«Venha a nós o vosso reino». O reino já está
no meio de nós. Mas é preciso reconhecê-lo e acolhê-lo, aceitando a senhoria de
Deus.
«Seja feita a vossa vontade», A vontade de
Deus cumpre-se no céu e na terra.
Mas é preciso que se cumpra em cada um de nós.
Por isso, quer que a acolhamos e adiramos a ela com amor, como Jesus.
«O pão nosso ... ». Este pão é tudo aquilo que
o homem precisa para viver dignamente como criatura e filho de Deus, desde o
alimento, à casa, às condições de vida, até ao Pão, que é o próprio Jesus (cf.
Jo 6).
«Perdoai-nos ... ». Precisamos do perdão de
Deus para entrarmos no Reino; mas não podemos pedir para nós o que recusamos
aos outros ...
«Não nos deixeis cair em tentação ... ».
Pedimos que, diante das provações da vida, jamais deixemos de acreditar na
bondade de Deus, nosso Pai, e jamais reneguemos a fé em Jesus Cristo, cedendo
ao Maligno.
«Livrai-nos do ma!...». É um pedido que
reforça o anterior, pois o Maligno é o instigador do mal, o tentador.
Meditatio
A palavra realmente eficaz sobre o nosso
coração, e sobre o coração de Deus, é aquela que, como a chuva e como a neve,
vem do céu, é aquela que sai da boca do próprio Deus. Por isso, Jesus nos
oferece um enorme dom, quando partilha connosco a sua oração, e nos ensina a
rezar. Na primitiva igreja, o «Pai nosso» fazia parte das coisas secretas da fé
cristã, protegidas pela lei do arcano. Os catecúmenos recebiamno na vigília do
baptismo, quando também lhes era apresentada a Eucaristia. Quem recebiam o «Pai
nosso» guardavm-no como uma relíquia, e esperavam ansiosamente pelo momento em
que, saindo da fonte baptismal, rodeados pelos irmãos e apresentados pela Mãe
Igreja, diziam, pela primeira vez, «Pai», dando-se a conhecer como filhos de Deus.
É bom recordarmos estas coisas, que nos são
referidas, entre outros, por Tertuliano, porque talvez tenhamos banalizado a
«oração do Senhor», dizendo-a sem pensar, ou dizendo-a como se diz qualquer
outra oração em momento de necessidade ou de medo. Deixámos talvez perder o
sentido tremendo que se esconde naquelas palavras saídas da boca de Deus e
dirigidas aos ouvidos do mesmo Deus! Precisamos de recuperar o «Pai nosso» da
rotina que o cobre como um qualquer material isolante, ou como uma camada de pó
que o não deixa brilhar dentro de nós, que nos impede de nos emocionarmos
quando escutamos as suas primeiras palavras: «Pai nosso». Há que voltar a
recebê-lo do Coração de Jesus, tal como o receberam os Apóstolos no dia em que
disseram: «Senhor, ensina-nos a rezar» (Lc 11, 1-4) e o ouviram pela primeira
vez.
Peçamos a Cristo que nos ensina a repetir o
«Pai nosso» com o seu próprio Coração, para que cresça em nós, dia após dia, o
amor filial e confiante para com o nosso Pai celeste e, com a oração, cresça em
nós a caridade, que se torne perdão para todos os irmãos. Então, a nossa terra
será fecunda, dará novos frutos, dará o pão da misericórdia para saciar a fome
de todos os homens. Com Cristo, a nossa invocação sobe até Deus e torna-se a
Sua própria invocação: "Abbá, Pai!' (cf. Mc 14, 36; Rom 8, 15; Gal 4, 6).
Esta oração ao Pai é fortalecida pelo Espírito (cf. Gal 4, 6; Rom 8, 26- 27),
que nos anima a rezar: «seja feita a vossa vontade», É a nossa reparação, o
nosso "sim" de amor à vontade do Pai, unido ao Sim filial de Cristo
(cf. Jo 4, 34; Lc 22, 42).
Oratio
Ó Jesus, Tu és a Palavra fe
ita carne, a palavra eficaz, enviada pelo Pai à terra e que a Ele voltas depois
de teres realizado o seu projecto de amor e salvação em favor da humanidade.
Por isso, as tuas palavras estão carregadas de extraordinário poder.
Tu ensinas-nos a dizer: «Psi-nosso». Infunde
em nós o teu Espírito Santo, para que o digamos com os sentimentos e as
disposições que tinhas no teu próprio Coração. Aumenta em nós o amor filial e
confiante no Pai, e o amor generoso e cheio de compreensão e misericórdia para
com os irmãos.
Que a tua palavra fecunde o nosso árido
coração e o faça produzir frutos de vida nova, e pão de amor, compaixão e
perdão que sacie todos quantos encontrarmos nos caminhos da vida. Amen.
Contemplatio
o amor do Coração de Jesus por nós não se
extinguiu com a sua vida mortal.
As necessidades não terminaram, a sua oração
devia, portanto, continuar a subir até ao trono de Deus. Jesus-Eucaristia
presta ao seu Pai as mesmas homenagens que lhe prestava na terra. Dirige-lhe as
mesmas orações por nós: «Semper vivens ad interpellandum pro nobis» (Heb 7) (
«Vivo a interceder por nós»),
Está sobre o altar em estado de suplicante. O
seu coração sente intensamente todas as nossas necessidades, a sua boca é o
intérprete de todos os homens, os seus suspiros falam por todas as nossas
misérias.
No meio de nós, como outrora junto dos seus
apóstolos, dirige ainda ao seu Pai esta bela oração: «Pai-nosso que estais nos
céus ... »
Algumas almas rezam com Ele, mas quantas são
tíbias, indiferentes ou mudas!
Somente Ele é que não tem necessidade de
rezar, e somente Ele é que não se cansa de rezar. Reza na Eucaristia e reza
ainda no céu: «Nós temos, diz S. João, um advogado junto de Deus Pai» (Jo 2).
Ah! Rezemos com Jesus, levemos uma vida de
oração, para louvar a Deus e para solicitar a nossa salvação e a dos nossos
irmãos (Leão Dehon, OSP 3, p.12).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Pai nosso» (Mt 6, 9).
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
ResponderExcluirObrigado Senhor, obrigado Dehonianos!!!
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