23º DOMINGO TEMPO COMUM
ANO B
9 DE SETEMBRO DE 2018
EVANGELHO - MC
7,31-37
-ESTAMOS SURDOS?-José Salviano
PRIMEIRA
LEITURA
O profeta Isaías está anunciando a vinda daquele que nos salvará dos pecados,
que nos aliviará dos nossos sofrimentos físicos, mentais e da alma. Porque para
Deus nada é impossível...
SALMO
É o Senhor que alimenta os famintos, aqueles que estão na calçada e só têm a
roupa do corpo, e às vezes nem isso. Pois é Ele que toca o nosso
emocional, que nos conduz a ter pena dos necessitados, e nos faz dar o que nos
sobra para matar a sua fome.
SEGUNDA
LEITURA
Não devemos fazer acepção de pessoas. A palavra acepção, significa
distinção, separação, escolha, etc. Fazer acepção de pessoas é escolher
uns e rejeitar outros. Deus não faz acepção de pessoas, por que Ele não nos
acolhe pela raça, pela cor, pela beleza, pela riqueza, pela inteligência,
nem pela perfeição. Entre os dos 12 apóstolos havia: Pecadores, menos
inteligentes, e todos eles, como acontece conosco, tinham seus respectivos
defeitos.
Então, meus irmãos, e irmãs, por que nós nos achamos no direito de fazer
acepção de pessoas? Por que achamos que os mais inteligentes, os mais
importantes socialmente, as mais bonitas, aqueles que falam bem, os bem
nascidos, devem ser os preferidos para serem nossos amigos, os admitidos em
nossa comunidade?
É, meus irmãos. Será que lá na sua comunidade todos são acolhidos de
braços abertos? Ou será que os bem vestidos são bem acolhidos enquanto que
os mal vestidos são ignorados? Não foi isso que Jesus nos ensinou com
palavras e com exemplos. Tiago em sua carta nos explica de forma bem
simples e detalhada, que não podemos fazer discriminação, principalmente
no meio da comunidade cristã, isso não pode acontecer.
Quando tratamos de modo especial aquele que está bem vestido e desprezamos o
mal vestido, estamos sendo juízes com critérios injustos, critérios egoístas,
interesseiros, e contrários ao Evangelho. E isso acontece porque
muitos de nós que nos apresentamos como cristãos seguidores do Filho de Deus,
não agimos conforme o Cristo nos ensinou com palavras e exemplos.
Jesus fez exatamente o contrário. Ele escolheu, deu preferência aos pobres, os
discriminados, os excluídos, os marginalizados, os sofredores,
injustiçados... Ele fez isso principalmente para conduzi-los a terem uma
fé grande e merecedores da salvação eterna. Pois os pobres podem ser ricos na
fé. Ora, dizemos que podem, pois sabemos que nem todos os humildes são pessoas
contritas, e obedientes a Deus. Sabemos que muitos são revoltados com a sua
condição social, e o Demônio encontra nesse aspecto, uma grande oportunidade
para instigar o pobre a ser violento e mais pecador, e portanto, merecedor do
inferno.
Porém, a maioria dos pobres, são humildes, e portanto, parecidos com um solo
fértil, receptível a palavra de Deus, e ao seu Plano de salvação. E é
nesse espaço que vamos trabalhar, semeando a palavra de Deus. E para isso,
precisamos seguir as palavras do Papa Francisco, o qual nos aconselha a sair do
nosso conforto, e nos aventurar pela periferia, para levar aos irmãos
distantes, a semente que germinará e fará crescer o Reino de Deus entre nós.
Fazendo isso estamos dizendo NÃO a violência, ao desespero, ao ódio do rico
gerador de muitos crimes, e principalmente não a condenação dos nossos irmãos
marginalizados. Deus não faz acepção daqueles nossos irmãos. Nós também não
devemos fazer!
Caríssimos. Precisamos tomar muito cuidado com esse tipo de escolha. Pois ela
pode custar a nossa condenação eterna! É sério! Você acha que estamos
exagerando? Então faça o seguinte: Tente se enturmar em uma comunidade de
um bairro de classe alta. Mas vai lá com a sua pior roupa. Aquela bem surrada,
ou fora de moda. Você vai sentir na carne o desprezo daqueles que mesmo sendo
cristãos, vão olhar você de cima para baixo, e em seguida ignorá-lo Podem até
lhe dar a mão na hora do abraço da paz. Mas... será um gesto frio... mesmo que
o dia esteja fazendo aquele calor.. ,
EVANGELHO
Será que estamos
surdos?
Como já fora anunciado pelo profeta, Jesus abre os ouvidos daquele homem
e sua língua se soltou, e ele que era mudo, voltou a falar fluentemente.
Aquele homem surdo falava com muita dificuldade. Isso porque o mudo não fala
por que não escuta. Pois não escutando, ele não aprendeu a falar. Nós
aprendemos a falar porque desde pequenos escutamos as demais pessoas falando em
nossa volta. E todos falavam a nossa língua. Por isso, não vamos ver uma
criança francesa falando inglês e uma criança grega falando francês.
Copiamos a fala que desde cedo escutamos. Mas para isso é preciso que escutemos.
Do mesmo modo, encontramos hoje muitas pessoas surdas espiritualmente, no que
se refere à palavra de Deus, pois elas não ouvem desde crianças, ninguém em
casa falando de Deus, ou sobre o Evangelho. O que elas escutam?
Palavrões, xingamentos, desafetos e desamor por parte dos adultos que as
cercam, inclusive os seus próprios pais.
A surdez espiritual nos torna uns
inúteis ao Reino do Céu. Nos torna como aquela figueira que não dava frutos. Pois
assim como o mundo que não fala por que não escuta, a surdez espiritual, é
ocasionada pela falta de ouvir e de ler a palavra de Deus. Assim, se não
aprendemos a mensagem de Jesus, não podemos falar de Deus ao nosso irmão, e nos
tornamos uns inúteis nesta vida passageira, cujo objetivo nosso, é ouvir a
Deus, ouvir sua palavra, praticá-la, e levá-la ao irmão, a irmã. Se não agimos
assim, nos tornaremos como palhas que devem ser jogadas ao fogo. Fogo ardente.
Por outro lado, existe outro tipo de surdez. Nós somos surdos aos queixumes dos
nossos irmãos. A convivência humana é composta de um dar receber.
Mas no nosso egoísmo, nós queremos somente receber. Queremos tudo o que temos
direito dos nossos familiares e amigos: Queremos que ouçam o que falamos com
toda atenção e respeito, queremos compreensão, amor, carinho, palavras de
incentivo, elogios, acolhimento, inclusão, e muito mais.
E em troca de tudo isso o que nós damos aos demais? Desatenção, críticas,
xingamentos, cara emburrada, indiferença...
Queremos o amor dos nossos filhos. Porém nós o amamos na teoria e na prática?
Exigimos o amor dos nossos pais. E nós? O amamos de verdade?
A esposa reclama o carinho do marido. E ela? Faz a sua parte sem reservas?
O esposo exige compreensão, fidelidade e a total entrega de sua esposa a
qualquer hora. E Ele? É totalmente dela em pensamentos, palavras e obras?
Com os seus amigos você não admite piadinhas e criticas...
E você? Nunca "tirou um sarrinho" dos seus colegas? Nunca falou mal
de ninguém? Nunca colocou apelidos pejorativos em nenhum deles?
No campo da sobrevivência também ocorre o mesmo. Uma grande maioria das
pessoas, querem ter tudo o que tem direito e muito mais: Muito dinheiro,
conforto, prazer, lazer...
Porém, essas pessoas gostam de planejar um atalho para se completar naquilo que
buscam. E fazem isso através do roubo, da corrupção, da venda de produtos
ilegais que destroem a saúde, usando a esperteza, a astúcia, o jogo de
influências, e a violência! Ou seja, fazem política.
A palavra política, significa: A arte ou a maneira de agir para se conseguir
alguma coisa.
Exemplos:
A filha interessada em ganhar um novo celular da hora de presente do seu pai,
dias antes do seu aniversário, ela se torna dócil, e carinhosa para com
ele.
O
patrão, querendo absorver ou sugar mais esforços dos seus empregados com o
objetivo de aumentar os lucros, começa a tratá-los de forma mais agradável.
O
paquerador, com o objetivo de conseguir mais intimidades no relacionamento com
sua namorada, passa a tratá-la com muita gentileza, e fingindo não ver nenhum
dos seus defeitos. É por isso que muitos dizem que o casamento estraga o
relacionamento. Isso porque na convivência diária, começa a vir à tona, os
defeitos de cada um. E sem fraternidade, sem amor ao próximo e sem fé, o
relacionamento "vai para o brejo!"
Porém, felizmente existem aqueles como você, que sabem que é dando que se
recebe, e primeiro tratam os outros como gostariam que eles o tratem. Há ainda
muitas pessoas no mundo que semeia amor, e colhem amizade e compreensão,
e futuramente, a salvação. E muitos buscam a sua sobrevivência pelo modo certo,
honesto, e difícil. Por isso esses têm a consciência tranquila do dever
cumprido. Existem também bons patrões, que sabem que para se conseguir
colaboração dos seus empregados, é preciso também e por sua parte, serem justos
com eles.
Prezadas irmãs e prezados irmãos. Roguemos ao bom Deus que abra os nossos
ouvidos, para que possamos escutar a sua palavra, para que a nossa mudez tenha
um fim e assim possamos também praticá-la, levando-a ao irmão para que
ele também não seja surdo e mudo.
Bom
domingo, José Salviano.
Eu, Jair Ferreira da cidade de Cruz das Almas - Ba todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo.
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