16- de JULHO - Sábado - Evangelho - Mt 12,46-50
Bom dia!
Bem a frente
desse momento, outra situação obrigou a Jesus ter “um mesmo peso”. Todos devem
lembrar quando dois dos seus discípulos pediram para sentar-se um a sua direita
e outro a sua esquerda e o Senhor pacientemente os exortou a respeitar a divina
escolha e ao divino tempo.
“(…) Nisso
aproximou-se a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e prostrou-se diante
de Jesus para lhe fazer uma súplica. Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela
respondeu: Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu Reino, um à tua
direita e outro à tua esquerda. Jesus disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós
beber o cálice que eu devo beber? Sim, disseram-lhe. De fato, bebereis meu
cálice. QUANTO, PORÉM, AO SENTAR-VOS À MINHA DIREITA OU À MINHA ESQUERDA, ISTO
NÃO DEPENDE DE MIM VO-LO CONCEDER. ESSES LUGARES CABEM ÀQUELES AOS QUAIS MEU
PAI OS RESERVOU”. (Mateus 20, 20-23)
Humano e ao
mesmo divino, Jesus poderia privilegiar os seus, mas deixava claro que
sociedade esperava que nascesse após a divulgação pública da Boa Nova: Uma sociedade
justa e longe das prevaricações. Essa talvez tenha sido uma das “bandeiras”
defendidas por Jesus que mais incomodavam aos doutores da lei: OS PRIVILÉGIOS!
Sem dúvida
que o maior dos privilégios (ou quereres) a ser enfrentado era o individual,
pois por instinto, precisamos antes de tudo pensar primeiro em nós e em seguida
nos outros.
Esse ato
humano e natural vem à tona no sofrimento do Senhor no horto das oliveiras, mas
a Sua missão divina o move a continuar focado no caminho. Quem de nós pensaria
primeiro nos outros em detrimento ao meu querer? Jesus descarta o seu
privilégio divino e se oferece por sua criatura. Estudiosos, inclusive os mais
céticos, afirmam que Jesus era divino visto que andava na “contramão” do
raciocínio lógico, fisiológico e psicológico que possuímos.
“(…) O olhar
de Cristo esconde nas entrelinhas complexos fenômenos intelectuais e uma
delicadeza emocional. Mesmo no extremo da sua dor ele se preocupava com a
angústia dos outros, sendo capaz de romper o instinto de preservação da vida e
acolher e encorajar as pessoas, ainda que fosse com um olhar… Quem é capaz de
se preocupar com a dor dos outros no ápice da sua própria dor? Se muitas vezes
queremos que o mundo gravite em torno de nossas necessidades quando estamos
emocionalmente tranqüilos, imagine quando estamos sofrendo, ameaçados,
desesperados”. (Augusto Cury – Mestre dos mestres)
Nosso
raciocínio lógico também se mostra convincente quando ao sermos perseguidos
optamos por desistir. Sim! Ninguém é obrigado a sofrer, mas de que vale
desistir sem lutar? Quais são os verdadeiros motivos que me fazem continuar?
Será que os motivos são tão pequenos que os tornam pequenos ao ponto de serem
descartáveis?
Evidente que
existem coisas que superam nossas forças mas muitos dos que desistem de algo
foi por que entrou na luta pelos motivos errados ou não acreditavam muito no
que queriam. Por exemplo quando luto pra ser chefe, por uma promoção E NÃO
TENHO TER LASTRO, COMPETENCIA OU CONHECIMENTO PARA TAL FUNÇÃO; quando quero ser
reconhecido numa função que fica por “trás das cortinas” e não no palco; quando
quero aplausos pelo meu lindo canto ou tapinhas nas costas por minha linda
pregação, será que estou maduro para entender que na verdade minha verdadeira
função era passar desapercebido para deixar que as pessoas vissem o
Cristo e não a mim?
Motivos
justos nos motivam a perseverar, os “quereres” são descartáveis. É claro e
repito, que existe aquilo que esta além das nossas forças, mas isso é um tema
para outra reflexão
Quem por
ventura exerce uma liderança profissional, social ou comunitária, quais os
motivos que o levaram a assumir essa função? Quem há muitos anos “NÃO LARGA O
OSSO” e não treina substitutos, o que desejas com isso? Perpetuar-se? Isso se
chama tirania e não democracia.
Em meio ao
sofrimento do horto, das confusões, dos desentendimentos, optaríamos em
continuar? Jesus certa altura falou do peso dos “fardos” e hoje a reflexão que
ninguém terá tratamento diferenciado ou privilegiado perante os olhos de Deus.
E por falar
em diferenças…
Outra coisa
que precisamos repensar é o tratamento desigual que damos as pessoas em troca
de interesses. Por que temos a triste mania de tratar bem aqueles que tenho
algum interesse e passar desapercebido o simples? Será que a copeira não deve
ter o mesmo tratamento do diretor?
Por estarmos
num ambiente chamado igreja, deveríamos entender que lá seria um dos poucos
lugares no mundo onde não deveriam ter diferenças de tratamento, pois para Deus
somos todos iguais. O que doou cerveja e refrigerante para a festa do padroeiro
deveria ter o mesmo tratamento gentil daquele que doa suas duas moedinhas no
ofertório, pois o motivo que trouxe o simples de coração a aquele local foi
idêntico a mulher que enxugava os pés de Jesus com os cabelos
“(…) Meus
irmãos, na vossa fé em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, guardai-vos de toda
consideração de pessoas. Supondo que entre na vossa reunião um homem com anel
de ouro e ricos trajes, e entre também um pobre com trajes gastos; se
atenderdes ao que está magnificamente trajado, e lhe disserdes: Senta-te aqui,
neste lugar de honra, e disserdes ao pobre: Fica ali de pé, ou: Senta-te aqui
junto ao estrado dos meus pés, não é verdade que fazeis distinção entre vós, e
que sois juízes de pensamentos iníquos? Ouvi, meus caríssimos irmãos:
porventura não escolheu Deus os pobres deste mundo para que fossem ricos na fé
e herdeiros do Reino prometido por Deus aos que o amam? Mas vós desprezastes o
pobre! Não são porventura os ricos os que vos oprimem e vos arrastam aos
tribunais? “. (Tiago 2, 1-6)
Deixo ao fim
a reflexão proposta pelo site da CNBB
“(…) Jesus
não quer que nós sejamos seus servos, pois o amor que ele tem por nós não
permite isso. O apóstolo São João nos diz no seu Evangelho que Jesus não chama
os seus seguidores de servos, mas de amigos, porque lhes revelou tudo o que o
Pai lhe deu a conhecer. Mas no Evangelho de hoje, Jesus vai mais além, ele nos
mostra que quer que todos os que ele ama e o amam sejam membros da sua família,
participem da sua vida divina. Para demonstrar o amor que temos por Jesus, não
basta apenas afirmar o amor que se sente por ele, é preciso ir além, é preciso
conhecer e realizar a vontade do Pai. Somente quem faz a vontade do Pai ama
verdadeiramente a Jesus, torna-se membro da sua família e participa da sua
vida”.
Hoje é dia
de nossa Senhora do Carmo. Dia legal para reavivar as bênçãos sobre os
escapulários. Um abraço fraterno todo especial ao pessoal do nordeste que usa
esse texto toda segunda feira no terço dos homens.
Viva Maria!
Modelo de pessoa que pouco se importou em ter um local de destaque, mas foi até
o fim. Do anuncio do anjo até a ressurreição passando pela dor do calvário e
cruz ao ver seu filho sofrer, morrer e ser glorificado. Que pena que não
entendem a nossa admiração por essa mulher fantástica.
Um imenso
abraço fraterno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário