QUARTA FEIRA DA 16ª SEMANA DO TC
20/07/2016
1ª Leitura Jeremias 1, 1.4 - 10
Salmo 70(71), 15 “Minha boca
proclamará vossa justiça”
Evangelho Mateus 13, 1-9
As sementes são sempre boas... o
problema é o solo
Com certeza Jesus passava perto de
algum sítio com seus discípulos e viu um homem semeando seu campo. Naquele
tempo não havia tecnologia para a semeadura, que era feita manualmente. Todos
nós, mesmo não sendo agricultores, sabemos que, para uma semente
desenvolver-se é necessário que ela atinja as profundezas da terra, seja
esmagada e morra, para que possa brotar. Certa ocasião Jesus comparou-se a um
grão de trigo que tem que passar por esse processo de permanecer na escuridão e
ser esmagado , referindo-se á sua ressurreição, o que levou mais tarde Santo
Inácio a fazer também essa comparação.
Podemos aplicar o mesmo raciocínio
em relação a esta Parábola do Semeador. Quando não se está disposto a morrer
interiormente, mediante a Palavra Escutada e Meditada, ocorrem as situações que
Jesus exemplifica nesta parábola.
As sementes que caíram ao longo do caminho
eram boas e poderiam produzir, mas não foram recolhidas, são os recados que em
nosso dia a dia Deus nos dá, através de acontecimentos do quotidiano, ou
pessoas com quem nos relacionamos. Como
não foi anunciada de um presbitério ou púlpito,
não damos muito crédito, foi á beira do caminho, não demos tanto valor
ou importância e os pássaros comeram tudo.
Outra parte caiu em solo
pedregoso... Certa ocasião eu estava em meio a uma torcida, vi alguém ser
solidário a uma pessoa que não estava bem, inclusive abandonou a arquibancada
para acompanhar o outro. Deus falou forte naquele momento, mas como eu iria
adivinhar que Deus me falaria no meio da torcida do time da minha cidade, que
disputava um título importante em uma das divisões do Campeonato Paulista? O
solo era pedregoso, até dei atenção ao fato, achei maravilhoso, porém, minhas
atenções logo voltaram para a partida e
a Palavra não frutificou.
Outras sementes caíram entre os
espinhos, estas não têm nenhuma chance de frutificar. Contou-me um jovem que
estava em uma balada onde rolava droga pesada, promiscuidade e até certas
manifestações satânicas de um elemento da Banda que animava o evento. Em meio
aquela balbúrdia surgiu uma jovem que ele não conhecia, mostrou-lhe no peito um
crucifixo e cantou aos seus ouvidos “No peito eu trago uma cruz, no meu coração
o que disse Jesus”. Ele ficara perplexo, a jovem sumiu em meio a multidão.
Tentou procurá-la, mas foi inútil. Logo a sua patota o arrastou para o
“delírio”. A sua conversão ocorreu muito tempo depois em um retiro de carnaval
onde ele lembrou-se que Deus lhe falara em meio a uma Balada, mas os “espinhos”
do mundo a sufocaram.
A conclusão a que chegamos é bem
simples: as sementes em si são ótimas, mas elas são semeadas em todo tipo de
terreno e podem sim, frutificar, se soubermos acolhê-las, independente do
ambiente onde estamos, pois, se Deus só semeasse as sementes em terra boa e
fértil, a Salvação não seria universal.
Há sementes que caem em terra boa. São as nossas comunidades, local propício
para a semeadura, entretanto, a produção é diversificada, uns rendem cem por
cento, outros sessenta e outros trinta. Deus não é um empreendedor que exige retorno
total do seu investimento. Ele tem infinita paciência e misericórdia e a mínima
abertura e atenção que dermos á sua Palavra, estaremos )em comunhão com Ele e
Ele fará maravilhas em nós. (Diácono
José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br
)
Nenhum comentário:
Postar um comentário