18- de JULHO - Segunda - Evangelho - Mt 12,38-42
Bom dia!
Imagino o
quanto Jesus era questionado ou indagado pelos mestres e doutores da lei. Sua
sabedoria deixava bem clara o quanto era superior a de Salomão. Os fariseus
sabiam disso e talvez como um dia a sabedoria de Salomão foi traída por seu
humano, testavam Jesus para ver até onde podia ir sem tropeçar em suas
palavras.
Quantas
vezes nossas palavras não acompanharam nossos atos e nem foi preciso sermos
questionados para o tropeço. Acho profundamente interessante nossa humanidade:
recebemos o perdão no ato penitencial, mas nossos pensamentos e nossa boca já
nos traem antes da benção final da missa. Se isso é verdade também na sua vida,
seria verdade então que não temos mais solução? Será que Deus estaria investido
em vão numa criatura que não consegue ficar uma hora completa sem pecar?
NÃO! É
verdade que somos frágeis, mas é intrigante a determinação de Deus em nos
oportunizar uma nova chance de remissão. E estranhamente uma criatura tão
propensa ao erro, ao buscar a verdade através da fé, mesmo do tamanho de um
grão de mostarda, conseguiria mover montanhas.
“(…) Em
verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e
fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai”. (João 14, 12)
Paulo um dia
mencionou que conseguia encontrar muita força na fraqueza e que precisamos
diferenciar bem o fato que essa fragilidade era NO RECONHECER a sua (nossa)
própria impotência em meio às dificuldades e não uma fragilidade sinônimo de
pecado.
A comparação
feita com Nínive é muito providencial, pois ela era a cidade capital do império
assírio. Como pôde então um povo pagão e descrente mudar, mesmo por medo e por
um instante, se render a imensidão de Deus e pessoas ditas “doutoras” da lei
não conseguir ver que a frente dos seus olhos estava à própria razão de se
sonhar descrita no livro de Isaias?
Jesus não
desejava fazer milagres para se auto-promover, na verdade fica bem claro que
Ele desejava a descoberta individual, prova é que todos aqueles que o descobriam
como o Filho de Deus, solicitava silêncio e pouco alarde. Elias um dia entendeu
que o reino de Deus viria numa brisa suave e não no vendaval
“(…) O
Senhor desse-lhe: Sai e conserva-te em cima do monte na presença do Senhor: ele
vai passar. Nesse momento passou diante do Senhor um vento impetuoso e
violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos; mas o Senhor não
estava naquele vento. Depois do vento, a terra tremeu; mas o Senhor não estava
no tremor de terra. Passado o tremor de terra, acendeu-se um fogo; mas o Senhor
não estava no fogo. Depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma brisa ligeira”.
(I Reis 19, 11-12)
No começo da
caminhada (coisa de jovem) me perguntava por que tanta gente na igreja fala
errado ou com certa dificuldade em se expressar ou na quantidade de gente que
serve a Deus e suas vidas fora da igreja não são nenhum modelo de perfeição…
Aos poucos a gente vai entendendo que os sábios querem sempre entender aquilo
que os simples já sabem.
Os simples,
como Nínive, se cobrem de cinzas. Reconhecem suas limitações, sabem seus erros,
buscam a reparação através do trabalho e da caridade. Desses irmãos nossas
comunidades estão repleta e muitos tijolos de nossas igrejas foram colocados
pelo suor deles. Muitos a idade os tornou ranzinzas, rabugentos e até mesmos
chatos.
São como os
bancos velhos da igreja que o tempo já os faz ranger por qualquer coisa. Pela
idade são colocados no fundo da igreja, pois novos naturalmente tomaram os seus
lugares à frente, mas algo o novo ainda não conseguiu superar o antigo: bancos
velhos são os primeiros que entram em igrejas novas.
Ano após ano
recebem pregos e tábuas novas e estão novamente prontos para um novo ano
litúrgico. Bancos novos ainda precisam secar sua madeira e parar de empenar.
Ainda receberão muitas plainadas e marteladas da vida. Bancos novos veem os
milagres de perto, mas são os bancos velhos que conhecem a história do milagre.
O banco velho viu o batizado daquele que anos após viria a ser curado.
A todos
bancos velhos e velhas que já não se prendem nos milagres para crer, minha
singela homenagem e admiração. Deus os abençoe enquanto eu ainda levo minhas
marteladas.
Escrevi esse
texto ano passado, mas ainda é muito válido.
Um imenso
abraço fraterno.
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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