SEXTA FEIRA DA 18ª SEMANA
DO TEMPO COMUM 05/08/2016
1ª Leitura Naum 2, 1.3. 3
1-3
Salmo Dt 37,39 c "Eu
extermino e chamo a vida, eu firo e curo"
Evangelho Mateus 16, 24-28
Este evangelho é
sequência de Mateus 16,13 – 23, refletido ontem, onde o Apóstolo Pedro deu
aquela resposta linda e maravilhosa e que mereceu de Jesus um belo elogio,
Pedro é um homem iluminado por Deus e por isso deu aquela resposta tão
verdadeira e reveladora que culminou com a sua nomeação para ser o Chefe dos
Apóstolos e da sua Igreja, ponto de ligação entre o Céu e a Terra.
Estaria tudo lindo e
maravilhoso para os discípulos se a história parasse por aí, porém, Jesus
retoma as lições para a prova final dos seus discípulos. A pedagogia de Jesus é
perfeita, parece que o Grupo, representado por Pedro, entendeu uma parte da
lição, sobre a sua identidade Messiânica, e agora é preciso avançar com as
lições, subir para outro nível aproveitando o momento.
Eles já sabem quem é
Jesus, ele é o Cristo, o Filho de Deus vivo...portanto, o Messias esperado.
Haviam sido aprovados na primeira avaliação. Agora Jesus começa a lição mais
difícil: revelar a eles como é que ele iria realizar a sua obra de Salvação. Eu
imagino a cara dos discípulos durante essa “aula” com o maior de todos os
Mestres...
O Discipulado implica em
renúncia a si mesmo, e aceitação da cruz. Mais do que isso, o discipulado
implica em um “Perder”. Eis aí três palavras proibidas nos dias de hoje:
Renúncia a si mesmo, aceitar a cruz, e perder...Diante da expectativa de um
Messias arrasador, vitorioso e implacável com os seus inimigos, essa lição nova
foi um balde de água fria em cima dos discípulos. O mesmo acontece para quem
sonha com num Cristianismo sem sacrifícios e renúncias, sem calvário e sem
cruz, parece que o homem dos nossos tempos tornou-se especialista em arrancar
Jesus da cruz, só se quer a glória e o poder Divino, mas calvário e cruz, todo
mundo quer BEM...longe.
É bom compreendermos que
Jesus não está incentivando uma religião alienadora, vivida de maneira
angelical, e que despreza as coisas desse mundo. Nem é um incentivo para que o homem
busque o sofrimento, pois Deus não é masoquista. O sofrimento é consequência do
Amor. Quem ama verdadeiramente as pessoas, sofre com elas e por elas. Por acaso
não sofre uma Mãe que vê o seu Filho envolvido nas drogas ou na
delinquência? Esposa traída, mas que ama
o seu marido e quer ficar ao seu lado? O Filho que tem um Pai alcoólatra...Em
todos esses casos, quem ama de verdade não arreda pé, não abandona o barco, não
deixa a pessoa entregue a própria sorte, mas luta, sofre, chora com o
outro. Assim Jesus age para nos dar a
Salvação. Não foi a tortura dos açoites, dos cravos e da coroa de espinhos, que
nos salvou, mas o Amor que naquele momento ele demonstrou.Nós cristãos
católicos não adoramos a cruz enquanto instrumento de tortura, isso seria
masoquismo, mas a cruz onde o Nosso Senhor nos amou. Não desistiu mesmo quando
percebeu que acabaria sozinho, traído e negado pelos amigos, pela comunidade,
que deveria ser a primeira a reconhecê-lo e apoiá-lo, pela família que o achava
um Louco. Mas o seu Amor pela humanidade e a Fidelidade ao Pai, o levou a
superar tudo isso.
O Nosso discipulado traz
essas marcas da paixão do Senhor em nossa vida, são marcas que comprovam que a
Fé é autêntica. A Cruz sempre será a nossa marca registrada, sinal de um Amor
grandioso, belo, gratuito e incondicional. Esse é o caminho de Jesus por onde
todos também caminhamos, ou deveríamos caminhar....(Diácono José da Cruz -
Paróquia Nossa Senhora Consolata - Votorantim SP- E-mail
jotacruz3051@gmail.com.br)
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