09- Sexta
- Evangelho - Lc 11,15-26
Este
Evangelho narra duas reações negativas que algumas pessoas tiveram, ao ver
Jesus expulsando um demônio. Umas diziam que era pela força do príncipe dos
demônios, e outras lhe pediam um sinal do céu mostrando que ele é realmente o
Messias.
Os
chefes do povo detestavam Jesus e queriam destruir a influência dele no meio do
povo a todo custo. Mas agora ficou difícil, porque Jesus acabava de expulsar um
demônio, o que torna inegável uma força sobrenatural agindo do lado dele. Então
os seus inimigos começaram a dizer ao povo Ele age por força sobrenatural sim,
mas é por Belzebu, o príncipe dos demônios. Belzebu era um antigo deus pagão,
deus mau, que no pensamento popular tornou-se o chefe dos demônios.
A
expulsão de um demônio é um milagre e um sinal fortíssimo de que Jesus é o
enviado de Deus. No entanto, o próprio Deus fez de tal modo que os sinais não
forçam ninguém a crer. Eles são ambivalentes e alguns podem até se aproveitar
deles para ir contra quem os fez. A fé tem de ser um ato livre e não forçado por
uma clara evidência. Assim, Deus respeita a nossa liberdade. Foi o que
aconteceu aqui: alguns estavam com os olhos como que vendados e não viam os
sinais que Jesus fazia e lhe pediam sinais. Outros interpretavam os sinais
contra o próprio Jesus, dizendo que é pela força do mal.
Jesus,
primeiro mostra que o argumento não “pega” porque o próprio chefe expulsar os
colegas significa a destruição do grupo. Um reino lutando contra si mesmo leva
o reino à ruína.
“Quando
um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros.
Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o.” Esse primeiro homem
forte que toma conta de uma pessoa é o demônio. O outro mais forte é Jesus.
Portanto, Jesus é mais forte que todos os demônios, inclusive Belzebu. Está aí
a prova de que Jesus age “pelo dedo de Deus”.
Na
pessoa de Jesus, chegou à terra alguém mais forte que todas as forças do mal.
Ele é capaz de expulsar os demônios que se apoderam das pessoas e da sociedade.
Portanto,
a expulsão de um demônio mostra que chegou à terra o Reino de Deus, que é o
Reino da misericórdia e da libertação de todos os males.
Demônio,
nós sabemos, é um nome genérico que designa todas as forças do mal.
Todos
os sinais que Deus realiza no mundo pedem uma resposta pró ou contra Jesus e a
sua Igreja. Por isso que Jesus fala: “Quem não está comigo está contra mim”. Em
outras palavras, ninguém consegue ficar neutro diante de Jesus e da sua Igreja.
Quem não é a favor, é contra.
A
frase “Quem não recolhe comigo dispersa” é ainda mais forte. Ela usa a
comparação com a colheita de cereais. Diante da colheita, que é a construção do
Reino de Deus, a humanidade está dividida em apenas dois grupos: uns estão
lutando pelo Reino de Deus e outros estão lutando contra ele. Quem não se envolve
na luta pelo Reino de Deus, acaba se posicionando contra ele e trabalhando pelo
reino de satanás.
E
nós, estamos recolhendo, junto com Jesus ou dispersando, junto com o reino do
mal? Naturalmente vamos dizer que estamos do lado de Jesus. Mas a nossa vida
corresponde? Quem pratica a mentira, a injustiça, o ódio, a violência, a
exploração, a poluição da natureza, a destruição da família... Quem faz isso
está dispersando, está voltando a espalhar os grãos que outros recolheram.
“Quando
o espírito mau sai de um homem... e volta, ele traz consigo mais sete espíritos
piores do que ele.” Jesus se refere a quem se converteu, tornando-se um
católico direitinho, e volta à vida de pecado. A conversão agora se torna sete
vezes mais difícil, porque a pessoa fica sete vezes pior do que era antes.
Vamos tomar cuidado com as recaídas no pecado. Feliz de quem nunca se afastou
de Deus, ou, se infelizmente o fez, que agora não volta mais ao pecado!
“É
pequenino que se torce o pepino.” Se o filho ou a filha comete um erro e os
pais corrigem, tudo bem. Mas se volta a fazer o mesmo erro, o castigo deve ser
maior, porque a recaída no erro leva a pessoa a se acostumar com o erro.
Certa
vez, um grupo de pessoas estava numa praia e viram, bem distante, em alto mar,
algo parecido com um feixe de paus boiando na água. Viram que o objeto estava
se aproximando da praia e concluíram que o vento estava trazendo.
Quando
estava mais perto, passaram a achar que se tratava de um barco quebrado boiando
nas ondas. Chegando mais próximo, viram que era um barco, novinho e bonito, com
vários turistas fazendo um passeio ao alto mar.
O
mesmo acontece com Jesus: Quem o vê apenas de longe, sem uma aproximação
afetiva, tem idéias erradas sobre ele, pensando até que age pela força de
Belzebu. Mas quem o ama e dele se aproxima com o coração aberto, recebe o dom
da fé e descobre nele o Filho de Deus, o nosso caminho, verdade e vida.
Maria
Santíssima nunca fez pecado. Ela pisou a cabeça da serpente tentadora. Mesmo
assim, uma espada de dor atravessou a sua alma. Santa Maria, rogai por nós!
Se
é pelo dedo de Deus que expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de
Deus.
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