Histórias do
Padre Queiroz
Histórias de vida
S. Clemente e as empregadas domésticas 50
Cavalo foge e dono reclama com Deus 49
A camisa amarrotada 48
O café no Dia das Mães 47
O cachorrinho, o burrinho e a madame 46
Bodó, o terror dos açudes 45
A Sinfonia Pastoral de Beethoven 44
O rapaz que entrou no atoleiro 43
Deus nos fala no silêncio 42
Um chefe político exemplar 41
O jardineiro dedicado 40
O jacaré debaixo da cama 39
O filhinho apavorado 38
Nhá Chica 37
Menina procura comida no lixo 36
A flor murcha como presente 35
Um minuto com Deus foi o suficiente 34
Os nossos padroeiros particulares 33
Unir pessoas é melhor que ganhar
dinheiro 32
O porquinho que virou salsicha 31
Analfabeto tem o dom da sabedoria 30
Garoto compra uma hora do pai 29
A viúva de Sarepta 28
O suave convite da Mãe 27
Nós gostamos das imagens 26
Está faltando Deus nesta casa 25
O desafio de viver o verbo amar 24
Mãe nota dez 23
A esposa que não fazia nada 22
O papagaio que rezava o Anjo do Senhor 21
Pe. Oto Maria Gonçalves 20
O detento Risadinha 19
A bola sem dono 18
São Lourenço e a grelha 17
O roubo de uma corda 16
O preso que tocava cavaquinho 15
A princesa e o sapo 14
O palestrante e o seu motorista 13
Quem se humilha será exaltado 12
A fada e o casal aniversariante 11
Oportunidade perdida 10
Como se visse o invisível 09
O sanduiche de queijo 08
Patrão força funcionária a mentir 07
Fidelidade a toda prova 06
A flor para a vizinha doente 05
O paraquedas e a caldeira 04
A ostra e a pérola 03
Crianças dividem comida 02
O curral sujo 01
S. Clemente e as empregadas domésticas
São Clemente Maria era
missionábrio redentorista e viveu no começo do Séc. XIX. Era pároco de uma
paróquia em Varsóvia, capital da Polônia.
Percebendo o sofrimento das
empregadas domésticas, criou uma Missa dominical especial para elas. A Missa teve
de ser celebrada às cinco da madrugada, senão algumas patroas não deixavam sua
empregada participar, devido ao trabalho. Isso, mesmo sendo domingo!
A partir desta Missa,
Clemente fundou, em Varsóvia, a Associação das Empregadas Domésticas, e uma creche
para abrigar os filhos delas.
A Igreja se interessa, não só
pela parte espiritual da pessoa, mas por ela inteira, em todas dimensões: social,
econômica, familiar, política etc.
“Fazei tudo o que ele vos
disser” (Jo 2,5). Em Aparecida, Deus deu uma resposta ao Brasil e ao mundo: A solidariedade
aos excluídos: pobres pescadores, negros, escravos... “Os cristãos tinham tudo
em comum.”
Cavalo foge e dono reclama com Deus
Certa vez, um senhor da roça
foi à venda comprar umas coisas. Nem amarrou o cavalo, porque não ia demorar.
Aconteceu que ele encontrou um amigo na venda, e a conversa foi longe. Ao sair,
cadê o cavalo! Tinha fugido. Ele reclamou contra Deus: “Eu rezo tanto, e o Senhor
permite isso comigo!”
O amigo perguntou-lhe:
- “Você amarrou o cavalo?”
- “Não, pois pensei que não
ia demorar.”
- “Você não fez a sua parte.
Mas, agora, vamos rezar para encontrar o cavalo”. Logo o encontraram.
“Faça a sua parte que da
minha ajudarei.” Podemos confiar em Deus, sim, mas precisamos colaborar com ele
também.
Maria Santíssima não só
rezava, mas fazia a sua parte. Vemos isso no casamento em Caná, na visita a sua
prima e principalmente ao pé da cruz.
A camisa amarrotada
Certa vez, um homem, casado havia
dois anos, foi de manhã para o seu trabalho no escritório, e lá percebeu que a
camisa estava mal passada. Tinha quinas e rugas. Por isso, teve de usar paletó
a manhã inteira, apesar do calor.
Chegando a sua casa para o
almoço, deu uma bronca na esposa. Ela respondeu: “Durante dois anos eu passei
as suas camisas como você gosta e você nunca me agradeceu. Um dia só que errei,
você me trata assim?!”
O pior é que agimos dessa
forma com Deus. Passamos um ano inteiro com saúde e não lhe agradecemos. É só
ficarmos doentes, pronto, reclamamos contra ele.
Maria Santíssima era
agradecida. O mais belo poema de agradecimento que existe é o Magnificat. Ali
ela agradece a Deus até o que, naquele momento, ele ainda não tinha feito. Que
ela nos ensine a sermos gratos ao próximo e a Deus.
O café no Dia das Mães
Certa manhã, um pai estava
preparando uma bandeja com o café. Bandeja bonita, e com muitas variedades
gostosas. Colocou até uma rosa.
Quando ia levando o café para
a esposa, que estava ainda deitada, a filhinha apareceu e perguntou: “Pai, a
mamãe está doente?” “Não, filha, é que hoje é o Dia das Mães”. A menina então
brincou: “Então todos os dias do ano são dias dos pais?”
Claro, porque nos outros dias
era a mãe que levava o café para ele.
“Tem a glória eterna todos os
que anunciam as glórias de Maria. Venerar a Rainha dos anjos é adquirir a vida
eterna, pois essa grandíssima Senhora saberá honrar na outra vida quem nesta a
procurou celebrar” (Santo Afonso Maria de Ligório).
O cachorrinho, o burrinho e a madame
Havia, certa vez, uma madame
que tinha um cachorrinho e um burrinho. Um dia, o cachorrinho entrou na
cozinha, onde ela estava, ficou em volta dela, depois subiu no sofá.
Quando a madame se sentou,
ele pulou no colo dela. Então a madame o acariciou.
O burrinho viu aquilo e, no
dia seguinte, na hora em que a madame estava na cozinha, ele entrou e subiu no
sofá. A madame pegou um cabo de vassoura e o expulsou na hora.
Cada um de nós deve ficar no
seu lugar. É justamente fazendo bem aquilo que nos compete, que continuamos Jesus.
Somos como um corpo, cujos membros são diferentes. E, se não somos iguais, não
vamos querer imitar ninguém.
“Maria é Rainha. Mas, para
consolação nossa, ela é uma Rainha cheia de clemência, sempre inclinada a
favorecer e fazer bem a nós, pobres pecadores” (Santo Afonso Maria de Ligório).
Bodó, o terror dos açudes
Existe, no Nordeste
brasileiro, um peixinho cor de terra, cascudinho, chamado bodó. Ele é o terror
do povo, pois, aos milhares, vão roendo as barragens das represas e açudes, e
estes acabam se rompendo, ficando o povo sem água.
O bodó é pequeno, mas a sua
força está no trabalho conjunto. O cardume de bodós é um exemplo para nós.
A mesma força mostraram os
cristãos no tempo do império romano. A sua união acabou derrubando o gigante.
“Não tenhas medo, pequeno
rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar a vós o Reino” (Lc 12,32).
A sociedade só será
transformada no dia em que todos nos dermos as mãos. Para isso, primeiro
precisamos nos transformarmos a nós mesmos.
“Espanta e desanima-nos a
vista de nossos pecados? Maria foi feita Rainha de Misericórdia precisamente
para salvar os maiores pecadores que a ela se dirigem” (Santo Afonso Maria de
Ligório).
A Sinfonia Pastoral de Beethoven
Beethoven foi um grande
compositor alemão, um dos maiores músicos de todos os tempos. Nasceu em Bonn,
dia 16/12/1770, e faleceu em Viena, aos 26/03/1827.
Certa vez, quando ele pousava
numa pequena hospedaria do interior, pouco antes de dormir passou pela calçada
um indivíduo qualquer, cantarolando uma música, talvez improvisada, sem nome, e
desconhecida.
O transeunte chamou a atenção
de Beethoven, que ficou ouvindo, até que a voz desaparecesse.
Imediatamente, o genial
compositor pegou seu caderno, escreveu as notas daquela melodia, e ficou recordando,
até chegar o sono.
Meses depois, o mundo
artístico começou a curtir uma bela composição musical: A Sinfonia Pastoral,
admirada até hoje.
Beethoven transformou aquela
simples cantarola de um desconhecido numa belíssima sinfonia. Nós somos aquele
transeunte. Damos a nossa musiquinha para Deus, e ele a transforma em sinfonia.
A rainha Ester é uma figura
de Maria. O rei Assuero encantou-se com a sua beleza e atendeu ao seu pedido.
Deus gostou tanto de Maria que, não só a escolheu para ser a Mãe do seu Filho,
como atende a todos os seus pedidos.
O rapaz que entrou no atoleiro
Certa vez, dois amigos foram
pescar. Um deles quis atravessar um brejo e, de repente, estava dentro de um
atoleiro. Quanto mais se mexia, mais se afundava. E não havia nada firme perto,
onde ele pudesse apoiar-se, apenas capim.
Então ele gritou para o
colega. Este veio, mas não pôde fazer nada, pois, se entrasse no atoleiro para
dar a mão ao amigo, afundar-se-ia também.
O jeito foi pedir para ele
ficar quietinho, ir em casa e pegar uma corda. Aí sim, apoiado em terra firme,
jogou a corda e arrastou para fora o amigo.
Após a desobediência de Adão
e Eva, todos nós ficamos atolados no lamaçal do pecado. Não adianta alguém,
atolado também, querer arrastar-nos para fora. Ele vai, junto conosco,
atolar-se ainda mais.
Ao ver a situação, Deus Pai
ficou com dó e nos mandou o seu Filho. Este sim, tendo os pés apoiados no Céu, pode
arrastar-nos para fora, o que ele de fato fez.
A Igreja, una, santa,
católica e apostólica, é a presença de Jesus entre nós, o Corpo Místico do
Cristo. Apesar de pecadora, ela está fora do atoleiro e pode salvar-nos.
“O que nasceu da carne é
carne; o que nasceu do Espírito é espírito... Ninguém subiu ao Céu senão aquele
que desceu do Céu, o Filho do Homem” (Jo 3,6-13). Nós precisamos agarrar-nos no sobrenatural, em alguém que não é daqui,
mas veio do Céu.
Não adianta alguém, que
nasceu aqui no atoleiro, fundar uma religião. A religião é para nos religar com
Deus, para levar-nos ao Céu. Como que alguém, que nasceu aqui na terra, e é
pecador como nós, vai levar-nos para o Céu? Os seus seguidores podem dar as
mãos à vontade, que todos vão afundar-se ainda mais.
Maria Santíssima, por um
privilégio especial de Deus, não se atolou. Ela pode nos ajudar; pode e quer,
pois é nossa Mãe. Mãe dos pecadores, rogai por nós.
Deus nos fala no silêncio
1Ra 19,11-16 conta que um dia
Deus pediu ao profeta Elias que subisse a montanha, pois lá em cima ia lhe
falar. Elias subiu e ficou esperando.
“Veio um vento impetuoso e
forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos, mas o Senhor não
estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no
terremoto. Passado o terremoto, veio um fogo, mas o Senhor não estava no fogo. E
depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa... Então Elias ouviu a voz
de Deus”.
Deus não nos fala no barulho,
e sim no silêncio. Muitos correm do silêncio porque têm medo de se encontrar consigo
mesmos. Até para dormir, há pessoas que ligam um som no último volume. Passam a
vida correndo da própria consciência.
“Fizeste-nos para ti, Senhor,
e o nosso coração permanece sempre inquieto, enquanto não repousar em ti”
(Santo Agostinho).
Se aprendermos a fazer
silêncio interior, podemos gozá-lo até caminhando numa rua movimentada. E
assim, em silêncio, podemos dialogar com o nosso melhor amigo, Deus.
Quando o anjo Gabriel
apareceu a Maria, ela estava em silêncio interior. Por isso que ouviu a voz do
anjo. “Maria do sim, ensina-me a viver meu sim.”
Um chefe político exemplar
No final do Séc. XIX, era
presidente do Equador um senhor muito honesto, e bom cristão, chamado Garcia
Moreno.
Um dia, ele estava numa
fábrica, em Quito, com dezenas de funcionários imigrantes irlandeses. Perguntou
a eles: “Vocês sabem algum cântico de Nossa Senhora?” “Sim”, responderam. E
cantaram um cântico na língua deles.
Então o presidente sugeriu:
“Que tal rezarmos o Terço aqui na fábrica, uma vez por semana?” Gostaram da ideia.
Dali para frente, toda quarta-feira, à tarde, o presidente ia até a fábrica e
rezavam o Terço.
Isso aconteceu em 1873. Dois
anos depois, Garcia Moreno foi assassinado. Suas últimas palavras foram: “Deus
não morre”.
Realmente Deus não morre. Por
isso que não precisamos ter respeito humano, nem medo de nada.
Maria Santíssima é a mulher
forte que enfrentou, em pé, todos os obstáculos, e conseguiu realizar o seu
grande ideal: Ser uma discípula fiel do Senhor. Nossa Senhora da Apresentação
de El Quinche, padroeira do Equador, rogai por nós.
O jardineiro dedicado
Havia, certa vez, um
jardineiro que trabalhava como diarista em várias residências de um bairro
classe alta, cuidando dos jardins.
Um dia, um especialista em
marketing contratou-o para cuidar do seu jardim. Quando o jardineiro terminou o serviço, pediu permissão para usar
o telefone. O executivo deixou. Contudo, ficou por perto e ouviu a conversa.
O jardineiro ligou para uma
senhora e disse:
- “A senhora está precisando
de um jardineiro?”
- “Não. Eu já tenho um.”
- “Mas, além de aparar, eu
também tiro o lixo.”
- “Isso o meu jardineiro faz.”
- “Eu limpo e lubrifico todas
as ferramentas no final do serviço.”
- “O meu jardineiro também o
faz.”
- “Eu faço a programação de
atendimento o mais rápido possível.”
- “O meu jardineiro também me
atende prontamente.”
- “O meu preço é um dos
melhores.”
- “Não, muito obrigada. O
preço do meu jardineiro também é muito bom.”
Assim que o moço desligou o
telefone, o executivo lhe disse: “Meu rapaz, você perdeu um cliente”. Ele
respondeu: “Não. Eu sou o jardineiro dela. Apenas estava medindo o quanto ela
está satisfeita. Depois lhe contarei que fui eu que telefonei”.
Devemos ser pontuais e
honestos no nosso trabalho. Se não estivermos contentes com o salário, ou com
as condições do serviço, o mundo é grande e podemos bater em outras portas.
Havia, na antiguidade, uma
rainha que, sempre que alguém a procurava pedindo alguma coisa, ela dava mais
do que a pessoa pedia. Advertida, ela explicou: “Eu não quero deixar ir
descontente nenhuma pessoa que se dirige a mim”. Maria Santíssima é como essa
rainha.
O jacaré debaixo da cama
Certa vez, uma moça começou a
dizer: “Há um jacaré debaixo da minha cama”. Ninguém acreditou.
Como persistia em falar isso,
foi levada para um psicólogo. Este fez com ela um trabalho de terapia, para que
tirasse da cabeça a ideia. Não adiantou.
Um dia, a moça não compareceu
no consultório, na hora marcada. O psicólogo ligou para a casa dela. A Família
disse: “O senhor ainda não sabe? Havia um jacaré debaixo da cama dela e este a
matou!”
O primeiro passo para ajudar
alguém é ouvi-lo. Isso vale também para a educação de crianças, pois elas podem
ter razão em determinados comportamentos que vemos como travessuras.
“Filho, por que agiste assim
conosco?” (Lc 21,48). Essa foi a primeira atitude de Maria, ao encontrar o
Filho do Templo, depois de três dias de aflição por não encontrá-lo. Maria era
humilde. Apesar de estar nervosa, controlou-se e procurou primeiro ouvir a
criança, para saber o motivo da atitude. Mãe dos educadores, rogai por nós.
O filhinho apavorado
Certa vez, pelas seis horas
da manhã, um garotinho de uns oito anos ouviu, de sua cama, o pai e a mãe na
cozinha, discutindo. O menino se esforçava para entender o motivo da briga, mas
não conseguia.
De repente, ele ouviu bem nítido
o pai dizer: “Eu vou procurar outra mais bonita”. A mãe respondeu: “Pode ir, eu
acho é bom mesmo”.
A criança ficou preocupada.
Levantou-se depressa e, de pijama, saiu correndo atrás do pai, que já estava
saindo na rua.
A mãe viu, segurou-o pela mão
e perguntou: “O que é isso, filho?” Ele disse, chorando: “Mamãe, o pai vai
procurar outra mulher mais bonita que a senhora?”
“Não, filhinho!” explicou a
mãe, abraçando-o. “É esta cortina da sala que papai comprou e eu não gostei”.
Quantos casais brigam, e até
se separam, sem nem ligar para o que isso representa para os filhos! A tentação
nos chega de muitas formas.
Maria Santíssima é Mãe e
esposa exemplar. Que ela interceda pelos nossos casais, para que sejam cada vez
mais unidos.
Nhá Chica
Nhá Chica nasceu dia
26/04/1810, no município de S. João Del Rei, MG. Sua mãe, Dona Isabel, era ex-escrava.
Quando tinha oito aninhos, ela, a mãe e o irmãozinho de dez anos, chamado
Teotônio, mudaram-se para uma casinha perto de Baependi, MG. Junto com os
poucos pertences, levaram uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Dois anos depois, a mãe
faleceu. Nhá Chica e Teotônio continuaram morando na casinha. Nossa Senhora da
Conceição era a Mãe que cuidava das crianças.
Anos depois, Teotônio faleceu.
Nhá Chica continuou na mesma casa, sozinha. Ali ela viveu até a morte. Nunca se
casou nem frequentou escola. Era analfabeta.
Desde criança, Nhá Chica
gostava de rezar, e pedia mais pelos outros do que para ela. E tinha um dom
especial: Quando orava, sempre era atendida. As pessoas descobriram isso e a
procuravam, pedindo que rezasse pelas mais diversas necessidades. Sua forma
predileta de suplicar era o Terço.
Como sua casa ficava distante
da igreja, ela construiu uma capela no seu bairro. Era nesta capela que Nhá
Chica passava grande parte do dia, até o fim de sua vida. Faleceu dia 14/06/1895,
com 85 anos de idade, e foi beatificada dia 04/05/2013.
Quando o amor de Deus toma
conta de uma pessoa, ela sempre encontra maneira de testemunhar e de trabalhar
pelo Reino de Deus, mesmo que não tenha estudos e outras condições humanas.
Menina procura comida no lixo
Certa vez, um rapaz estava
andando em um bairro de classe média e viu uma garotinha de uns dez anos
procurando alimentos numa lixeira cheia de sacos plásticos. Ela desamarrava um
saco, examinava se havia algo que pudesse comer, depois o amarrava novamente.
Sua roupinha era carcomida e
rasgada, e estava descalça. Seu corpinho, muito bonito, apresentava sinais de
subnutrição.
O rapaz rezou em seu íntimo:
“Senhor, peço-lhe que os governantes resolvam o problema da fome infantil!”
Mas Deus lhe respondeu:
“Filho, você está fugindo do meu chamado. O meu apelo é a você, para resolver o
problema desta criança. Assim você estará colaborando para erradicar a fome
infantil”.
De fato, se todos
atendêssemos aos apelos de Deus, não haveria crianças nem adultos com
subnutridos no mundo. Cada um de nós, no seu canto, deve comportar-se como o
samaritano que socorreu o ferido na beira da estrada (Cf Lc 10,25-37).
“Saciou de bens os famintos”
(Lc 1,53). O Papa Francisco convoca todo o mundo a voltar-se para os
necessitados.
A flor murcha como presente
Certa vez, um jovem pai de
família faleceu. Deixou a esposa e duas crianças, um menino de seis anos e uma
menina de quatro.
A esposa, chamada Carolina,
ficou preocupada: Será que conseguirei transmitir o sentido da família? Será que,
criando-os sem o pai, darei conta de manter o lar, e lhes ensinar ética, valores
morais, fé e tudo o que precisam para a vida?
O importante é tentar, pensou
Carolina. E ela tentou. Durante a semana, encontrava tempo para rever os
deveres escolares e discutir os desafios centrais de suas vidas infantis. Nos
fins de semana, o programa infalível era a santa Missa e a catequese.
Carolina achava importante
mostrar às crianças que elas têm um Pai muito bondoso e sempre presente em suas
vidas, que é Deus. E, assim, se passaram dois anos.
Quando chegou o Dia das Mães,
a escola preparou uma homenagem às mães. Seus filhos a convidaram. Na frente do
auditório, havia uma mesa repleta de vasinhos de flores. Cada criança devia escolher
um e dar à sua mãe. Havia begônias, margaridas, amor perfeitos, violetas, rosas...
Quando seus filhos foram, Carolina
ficou sonhando com um dos vasos mais bonitos. Mas as crianças pegaram um vaso
que estava bem atrás. A planta era murcha, e nem flor tinha. Abraçaram a mãe e
lhe deram o presente.
Em casa, Carolina perguntou: “Por
que, no meio de tantas flores bonitas, vocês escolheram esta?” Eles explicaram:
“É porque ela está precisando da senhora, mamãe!”
A mãe ficou muito feliz. O
presente foi além daqueles vasos, mesmo os mais bonitos. Mostrou que as crianças
acompanhavam o seu esforço e entendiam a linguagem da renúncia e do amor.
Não existe uma forma de ser
mãe perfeita, mas um milhão de formas de ser uma boa mãe.
“Maria, rara flor de
formosura, que as graças mereceu do Criador. Oh! Dai às nossas almas, Virgem
pura, virtudes, mais beleza, mais amor.”
Um minuto com Deus foi o suficiente
Certa vez, na escola, um
menino levou um tapa de outro aluno. Ele foi para casa com muita raiva. Tomou a
decisão de, no dia seguinte, desforrar.
No outro dia, levantou-se
cedo, tomou café e foi para a escola. Como sempre fazia, ao passar em frente à
igreja, entrou e rezou um pouquinho.
Enquanto rezava, sentiu que
veio sobre ele como que um jato de amor, de perdão e de alegria. Decidiu
esquecer-se para sempre daquela ofensa.
É assim que a paz se constrói
e se reconstrói. Se nos aproximarmos de Deus, ele é capaz de transformar até um
coração de pedra.
“Salve Mãe, Imaculada, do
cristão sois força e luz. Sois a Filha de Deus amada, pura Mãe do bom Jesus.”
Os nossos padroeiros particulares
Havia, certa vez, uma senhora
que tinha um filho de sete anos, ao qual ela amava muito. Um dia, o menino
ficou gravemente enfermo.
Desesperada, ela procurou o Pároco,
que era o Pe. Alderiges, e disse: “Padre, meu filhinho está muito doente,
desenganado pelos médicos!” O padre respondeu: “Confie em Deus, filha!”
Um mês depois, o garotinho
morreu. Ao saber, Pe. Alderiges foi à casa dela, abraçou-a junto ao caixão e
lhe disse:
- “Reze ao seu padroeiro,
filha!”
- “Eu não tenho padroeiro,
padre!”
- “Tem sim. É este seu filho!”
Aquela criança foi batizada,
por isso é certo que foi para o Céu, pois até os sete anos a pessoa não tem
consciência suficiente para cometer um pecado grave e assim perder a graça santificante,
recebida no batismo.
E, se ele gostava da mãe aqui
na terra, naturalmente vai interceder por ela no Céu, junto de Deus.
Ninguém de nós vive sozinho.
Além da presença de Deus e dos santos, temos os nossos padroeiros particulares,
que são os nossos parentes falecidos, que viveram santamente.
“Eu sou a ressurreição e a
vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá” (Jo 11,25).
Nossa Senhora da Glória,
rogai por nós.
Unir pessoas é melhor que ganhar
dinheiro
Havia, certa vez, um advogado
que era bem preparado profissionalmente e nunca tinha perdido uma causa. Ele
fazia parte da pastoral familiar, inclusive dava palestra em encontros de
casais.
Em seu escritório, quando
aparecia um casal querendo se desquitar ou divorciar, ele sentava-se com os
dois e, através de perguntas bem direcionadas, levava-os a se abrirem, em clima
de paz. Terminada a conversa, convidava-os para um cafezinho.
Um dia, uma jovem esposa lhe
disse: “É minha sogra que está nos separando, Doutor. Eu já não aguento mais as
interferências dela na nossa vida”.
O advogado falou: “Está bom.
Eu vou fazer o desquite. Mas antes quero uma conversa entre nós quatro: vocês
dois, eu e ela”. Na hora combinada, trouxeram a sogra.
Resultado: Ajudados pelo advogado,
os três entraram em acordo e o casal desistiu do desquite. Foi servido novo
cafezinho.
Com isso, é claro, o advogado
perdeu seus honorários.
Hoje, vinte anos depois, esse
casal já são avós e se amam muito. Aprenderam a conviver com o problema da sogra.
Não foi só uma vez que ele levou
casais a desistirem do desquite ou do divórcio. E sua família nunca passou fome.
Deus cuida dos seus filhos queridos.
Maria Santíssima é a primeira
a torcer pela perseverança dos casais, pois a família de Nazaré foi constituída
por Deus modelo para as famílias. Mãe de Deus, intercedei pelos nossos lares.
O porquinho que virou salsicha
Certa vez, vários animais
jovens se reuniram e estavam conversando sobre o que cada um queria ser no
futuro.
- O cavalo disse: “Eu vou ser
filósofo, porque gosto de ficar parado, pensando”.
- A galinha falou: “Eu quero
ser modelo. Adoro arrumar minhas penas e ser bonita”.
- O cachorro latiu dizendo: “Prefiro
ser segurança. E quando eu estiver guardando uma casa, ai de quem me enfrentar.
Levará mordida na certa”.
- O porquinho estava
presente, mas ficou calado. Então perguntaram a ele: “E você, o que deseja
ser?” Ele respondeu: “Ainda não pensei nisso”.
Um tempo depois, aquele
porquinho foi levado para um frigorífico, onde foi esmagado e tornou-se
salsicha. É isso que acontece com quem vive sem pensar no que vai ser no futuro.
Será esmagado pela sociedade.
O mundo não perdoa ninguém.
Se uma pessoa fica na beira do caminho, sem saber para onde ir, com certeza se
tornará salsicha.
O mesmo Espírito Santo que
tornou Maria Sacrário de Deus, quer enriquecer-nos com seus dons, entre eles o
de ter um ideal na vida. Sacrário de Deus, rogai por nós.
Analfabeto tem o dom da sabedoria
Havia, certa vez, um senhor
que pertencia a uma Comunidade rural muito distante da cidade. Ele tinha o dom
de explicar a Palavra de Deus.
Um dia, um padre de fora foi
celebrar a Missa naquela Comunidade. Na hora da homilia, ele deu a palavra aos
presentes. Aquele senhor fez um comentário profundo e belíssimo sobre o
Evangelho.
Na hora da Ação de Graças, o
padre deu-lhe um texto para ler. O homem disse: “Sr. padre, eu não sei ler, sou
analfabeto!”
O padre quase caiu de costas.
Como é possível uma pessoa entender tanto da Palavra de Deus e ser analfabeta!
Há milhares de cristãos
assim. Pessoas que, como o Sr. Zeca, são analfabetas, não porque não quiseram
estudar, mas porque não tiveram oportunidade. Mas o Espírito Santo distribui
largamente os seus dons, mesmo a pessoas que nunca foram à escola.
“O Senhor disse-me: ‘Basta-te
a minha graça, pois é na fraqueza que a força se realiza plenamente’. Por isso
eu me glorio das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim”
(2Cor 12,9).
Na Ladainha, Maria Santíssima
é chamada de Sede de Sabedoria, porque o Verbo encarnado, gerado nela, é a
Sabedoria infinita. Que ela nos ajude a estarmos abertos a esse dom do Espírito
Santo.
Garoto compra uma hora do pai
Certa vez, após o noticiário
da noite, um menino perguntou ao seu pai:
- “Pai, quanto que o senhor
ganha por hora?”
- “Ah! Não me amole! Estou
cansado.”
- “Fale, pai, quanto o senhor
ganha por hora!”
- “Dez Reais.”
- “Então o senhor podia me
dar dois Reais?”
- “Não tenho agora. Vá dormir.”
O menino foi dormir.
Mais tarde, o pai ficou
arrependido, foi até a cama do filho, acordou-o e falou: “Aqui está o dinheiro
que você pediu”. O garoto levantou-se alegre e disse: “Que bom! Agora
completei. Tenho dez Reais. Eu tenho muita coisa para contar. O senhor podia me
vender uma hora do seu tempo?”
Desta vez, quem não conseguiu
dormir foi o pai.
Vamos valorizar mais a
educação dos filhos, e gastar tempo com eles. As crianças não precisam tanto
das coisas que os pais lhes dão. Eles precisam é dos próprios pais.
Maria Santíssima é chamada a
Mãe dos educadores, porque educou o próprio Filho de Deus. Que ela ajude os
pais e educadores a cumprirem bem a sua missão.
A viúva de Sarepta
1Rs 17,8-16 conta que um dia
o Profeta Elias estava viajando a pé, e sentiu sede e fome. Ao entrar na cidade
de Sarepta, viu uma viúva apanhando lenha. Pediu a ela: “Dá-me água para eu beber”.
Quando ela ia buscar, Elias
gritou: “Por favor, traze-me também um pedaço de pão”. Ela respondeu: “Não
tenho pão. Só tenho um punhado de farinha e um pouco de azeite. Eu estava
apanhando dois pedaços de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu
filho, para comermos e depois esperarmos a morte”.
O Profeta disse: “Não te
preocupes. Faze como disseste, mas primeira prepara-me com isso um pãozinho e
traze-o. Depois farás o mesmo para ti e teu filho. Pois assim fala o Senhor: “A
vasilha de farinha não acabará e a jarra de azeite não diminuirá, até o dia em
que o Senhor enviar chuva sobre esta terra”.
A mulher fez como Elias lhe
tinha ordenado. E comeram, ele, ela e sua casa, durante muito tempo. A farinha
da vasilha não acabou, nem diminuiu o óleo da jarra.
Essa cena bonita não só
aconteceu em Sarepta, mas acontece, e sempre acontecerá, em todas as casas onde
o alimento é partilhado com os que precisam. As pessoas que dividem seu pão com
os que não têm, com toda certeza verão que a sobra, em vez de diminuir,
aumentará. Aumentará tanto que vai superar o que havia antes.
“A multidão dos fiéis era um
só coração e uma só alma. Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas
tudo entre eles era posto em comum” (At 4,32).
“Fazei tudo o q ele vos
disser” (Jo 2,5). As primeiras Comunidades cristãs apresentaram-nos o caminho:
“Eram um só coração e uma só alma” ().
O suave convite da Mãe
Eis um fato acontecido no
Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida:
Um homem dizia que não tinha
fé. Um dia, ele estava viajando de
carro na Via Dutra e, ao passar ao lado de Aparecida, deu-lhe vontade do
conhecer a cidade.
Entrou e começou a percorrer algumas
ruas. De vez em quando, parava o carro e entrava em algumas lojas.
Ao ver os santos nas
prateleiras, e conversar com os balconistas, uma voz interior o chamava para
chegar até o Santuário. Ele atendeu.
Ao andar pelos corredores do
Santuário, e ver algumas pessoas subirem uma rampa, subiu também. Como os
demais, ele parou em frente à Imagem e rezou.
Ali, sentiu vontade de se
confessar. Fez uma belíssima confissão. Retomou a Dutra e continuou sua viagem,
mas agora era outro, uma pessoa renovada. Não era mais aquele ateu que dizia
ser.
Certamente Maria Santíssima
apontou para seu Filho e disse no coração daquele homem o mesmo que falou nas
Bodas de Caná: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5).
“Quem acolhe os meus
mandamentos, esse me ama... E a quem me ama, eu o amarei e me manifestarei a
ele” (Jo 14,21).
Maria Santíssima era unida,
não só ao seu Filho, mas também à santa Igreja. Após a Ascensão, ela ficou
junto com a Igreja nascente, no Cenáculo. Depois, atendendo ao pedido que o
Filho lhe havia feito na cruz, foi para a casa de S. João Evangelista, onde
participava da Comunidade cristã, e ali ficou até o dia da sua Assunção. Que
ela nos ajude a estarmos sempre unidos a Jesus e à sua Igreja.
Nós gostamos das imagens
Certa vez, um rapaz foi
trabalhar em uma cidade distante, e lá tornou-se evangélico. Antes das férias,
ele escreveu à família dizendo: “Eu só vou aí se vocês tirarem todas as imagens
das paredes”.
A família respondeu: “Você
será bem-vindo. Quanto às imagens, não vamos tirar. Pelo contrário, vamos
comprar mais uma para receber você”.
Os símbolos religiosos:
Crucifixo, quadros, imagens... ajudam-nos a seguir o Evangelho, pois são
exemplos de pessoas que são para nós um modelo, uma luz. Nós gostamos de carregar
fotografias das pessoas que amamos.
O bezerro de ouro (Êx 32,1-5)
foi feito para representar a força de Deus que tirou o povo do Egito. Até aí
não havia nada de errado. O que Deus reprovou foi quando quiseram colocar o
bezerro na frente deles e todo o povo voltar para o Egito. Aí Moisés ficou
nervoso e o quebrou em mil pedaços.
Inclusive o povo tinha outra
representação da presença de Deus, que era a Arca da Aliança, e esta Deus não
reprovava. O próprio ser humano é uma imagem de Deus.
Muitos hoje transformam a
Bíblia em um ídolo: Interpretam-na de acordo com os próprios interesses e
convidam o povo a ir atrás.
“Salve em santa Imagem, ó
grande Rainha, Mãe do Redentor, Mãe de Deus e minha.”
Está faltando Deus nesta casa
Certa vez, um homem terminou
de construir e mobiliar a sua casa. Ficou um encanto. Os móveis eram todos novos
e no mesmo estilo.
E convidou um amigo para
almoçar e ver a casa. Terminada a refeição, mostrou toda a casa para ele. Depois
perguntou: “Falta alguma coisa? Pode dizer sem acanhamento, que vou providenciar
hoje mesmo”.
O amigo criou coragem e disse:
“Eu sinto que está faltando Deus na sua casa”. O dono entendeu o recado. Naquela
mesma tarde, foi a uma loja, comprou um belo crucifixo e o afixou na parede da
sala.
Quantas casas hoje são assim:
Têm tudo, menos o principal que é Deus. Que sejamos profetas, como foi aquele
amigo visitante.
É incalculável a força que
tem no dia a dia da família um belo símbolo religioso colocado na parede, como
um crucifixo, um quadro, uma imagem de Nossa Senhora etc. O símbolo age sub-liminarmente,
isto é, a mensagem não chega à nossa consciência, mas atua de forma mais
profunda do que se chegasse.
“O que adianta a alguém
ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo?” (Lc
9,25).
Maria Santíssima foi uma
mulher ativa na caridade e no testemunho de fé. Vemos os seus anseios expressos
no magnificat, e levados à ação nas Bodas de Caná, ao pé da cruz, no Cenáculo
etc. Santa Mãe Maria, o povo continua como ovelhas sem pastor; dai-nos um
coração semelhante ao vosso.
O desafio de viver o verbo amar
Certa vez, um professor
mandou um aluno conjugar o verbo amar. Ele conjugou certinho, no presente, no
passado e no futuro. Ganhou nota dez.
Na hora do recreio, aquele
aluno brigou com um colega, sem motivo, e o xingou de palavrão.
O professor ficou sabendo e,
depois do recreio, lhe disse: “Vou diminuir a sua nota. Você conjuga bem o
verbo amar, mas não o pratica”.
Quantas vezes nós cometemos a
mesma falha: Somos peritos no conhecimento da doutrina cristã, mas pouco
praticantes. Falamos uma coisa e vivemos outra.
Maria Santíssima não apenas
conhecia o catecismo, mas o vivia com amor e generosidade. Discípula fiel do
Senhor, rogai por nós.
Mãe nota dez
Havia uma família, cujos
filhos eram contra a oração em comum às refeições. Mas a mãe não se deixava
levar. Quando acabava de por a comida na mesa, ela dava um sorriso, fazia o
sinal da cruz e rezava uma oração curta e bonita, pedindo a bênção de Deus para
a comida e para as pessoas.
Os filhos ficavam emburrados.
Mas a mãe perseverou assim anos e anos.
Hoje ela é falecida e os
filhos, casados, todos rezam às refeições. Aquela atitude deles era uma
expressão de rebeldia, própria da adolescência. Que bom que a mãe soube unir a
firmeza com a paciência!
“Não tenhas medo, pois estou
contigo para defender-te... Ponho a minha palavra na tua boca” (Jr 1,8-9).
Vencer o respeito humano é
fundamental em todos os lugares, também dentro de casa. O profeta é
persistente, não tem respeito humano nem vai na onda.
Maria Santíssima é o melhor
exemplo de mãe que temos. Exemplo dado a nós pelo próprio Deus. Na casa dela, o
Filho “crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc
2,52). Maria de Nazaré, rogai por nós.
A esposa que não fazia nada
Certa vez, um homem chegou a
sua casa, após o trabalho, e encontrou seus três filhos brincando do lado de
fora, ainda vestindo pijamas. Estavam sujos de terra, cercados por embalagens
vazias de comida entregue em casa.
A porta da frente da casa estava
aberta. O cachorro sumiu e não veio recebê-lo.
Enquanto ele entrava em casa,
achava mais e mais bagunças. A lâmpada da sala estava queimada, o tapete estava
enrolado e encostado na parede.
Na sala de estar, a televisão
ligada, emitindo berros num desenho animado qualquer, e o chão estava atulhado
de brinquedos e roupas espalhadas.
Na cozinha, a pia estava
transbordando de pratos; ainda havia café da manhã na mesa, a geladeira estava
aberta, tinha comida de cachorro no chão e até um copo quebrado em cima do
balcão. Sem contar que tinha um montinho de areia perto da porta.
Assustado, ele subiu correndo
as escadas, desviando-se dos brinquedos e de roupas sujas. “Será que a minha
mulher passou mal?” ele pensava. “Será que alguma coisa grave aconteceu?”
E viu um fio de água correndo
pelo chão, vindo do banheiro. Lá, ele encontrou mais brinquedos no chão, toalhas
ensopadas, sabonete líquido espalhado por toda parte e muito papel higiênico na
pia. A pasta de dente tinha sido usada e deixada aberta, e o banheiro transbordava
água e espuma.
Finalmente, ao entrar no
quarto do casal, encontrou sua mulher, ainda de pijama, na cama, deitada e
lendo uma revista. Ele olhou para ela, completamente confuso, e perguntou: “O
que aconteceu aqui em casa? Por que toda essa bagunça?”
Ela sorriu e disse: “Todos os
dias, quando você chega do trabalho, me pergunta: ‘Afinal, o que você fez o dia
inteiro dentro de casa?’ Bem... Hoje eu não fiz nada. FOFO!!!”
O marido se tocou, e até
ajudou a dar banho nas crianças.
Aquela casa foi construída
sobre a rocha do sacramento do matrimônio. Só que agora estava entrando areia
na união do casal. O remédio, inventado pela esposa, foi amargo, mas curou.
Curou para sempre.
“Feliz aquela que acreditou!”
disse Santa Isabel a respeito de Maria Santíssima. “Pois o que lhe foi dito da
parte do Senhor será cumprido” (Lc 1,45). Que Maria, a Mãe e Esposa modelo, nos
ajude.
O papagaio que rezava o Anjo do Senhor
Havia, certa vez, uma família
que todos os dias rezava o Anjo do Senhor, ao meio dia, antes de almoçar. Um
dia, chegou uma visita que não era muito de Igreja, e não rezaram. Mas, antes
de começarem a refeição, o papagaio disse bem alto: “O Anjo do Senhor anunciou
a Maria”.
A visita achou engraçado, e a
família ficou morrendo de vergonha. O jeito foi contar a verdade, e todos rezarem
o Anjo do Senhor.
Deus usa até de animais para
nos advertir e nos convidar a dar testemunho, vencendo o respeito humano.
Ninguém viveu melhor que
Maria Santíssima a prática cristã no dia a dia. Por isso, a sua figura é para
nós uma luz e um suave convite a servir a Deus com autenticidade.
Pe. Oto Maria Gonçalves
Um dia, um padre foi a uma
Comunidade rural muito distante, celebrar a festa de S. Sebastião. Foi a cavalo.
Ele chegou dia 19/01/1935. A
Comunidade chama-se S. Sebastião do Formoso, que fica atualmente no município
de Jaborandi, BA. O nome popular da Comunidade é Gatos. E o padre chama-se Oto
Maria Gonçalves.
Ao chegar, Pe. Oto atendeu às
confissões, fez os batizados e foi descansar para, no dia seguinte, presidir a
um casamento, celebrar a Missa festiva e dirigir a procissão. Mas, ao anoitecer,
Pe. Oto começou a vomitar sangue. Vomitou muito sangue.
Os noivos pediram a ele que
fizesse logo o casamento, pois ele podia não resistir até o dia seguinte. Mas o
Pe. Oto lhes disse: “Podem ficar tranquilos. Amanhã eu vou fazer o casamento de
vocês, vou celebrar a Missa e dirigir a procissão”.
De fato, no outro dia ele se
levantou, fez o casamento, rezou a Missa e dirigiu a procissão, tudo na maior
alegria e festa. Naquele mesmo dia, à tarde, ele morreu.
Quantas vezes nós, porque uma
unha está doendo, já não saímos de casa para levar a Eucaristia a um doente.
Maria Santíssima era uma
mulher trabalhadora e dedicada. Ela vivia pronta para servir. Santa Mãe de
Deus, rogai por nós!
O detento Risadinha
Certa vez, o líder de uma
Comunidade cristã foi preso, unicamente por denunciar injustiças, pondo em
prática a sua fé. Era um santo homem.
Na cadeia, ele continuou o
seu testemunho junto aos colegas presos. Era alegre, tão alegre que ganhou o
apelido de Risadinha. Seus colegas não entendiam a razão daquela alegria toda.
“Felizes sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por
causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos
céus” (Mt 5,11-12).
Há presos que são mais livres
interiormente do que muitos e muitas que estão soltos aí nas ruas.
Maria Santíssima não ficou
livre das perseguições. Imagine o que ela sofreu ao pé da cruz, e em todas as
suas dores. Que ela nos ajude, nas horas difíceis, a ser alegres.
A bola sem dono
Havia, certa vez, um grupo de
meninos que sempre jogava futebol numa pracinha. Mas, cada vez que saía uma
discussão e envolvia o dono da bola, o jogo acabava, porque ele simplesmente
pegava a bola e ia para casa.
Um senhor vizinho percebeu. Comprou
uma bola e deu para as crianças. Mas disse: “Esta bola é de vocês todos.
Escolham um para cuidar dela”.
Pronto, acabou o problema.
Eles discutiam, mas o jogo não parava.
Os primeiros cristãos seguiam
a Jesus com empenho: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma.
Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto
em comum” (At 4,32). Por isso que entre eles não havia briga.
Que Maria Santíssima, a
discípula fiel do Senhor, nos ajude a não só conhecer, mas seguir com
generosidade o seu Filho Jesus, não brigando por coisas materiais.
São Lourenço e a grelha
S. Lourenço era diácono, e
viveu em Roma, no Séc. III. Era o tempo do imperador Valeriano, um dos mais
cruéis perseguidores dos cristãos.
Lourenço coordenava a
assistência aos pobres da diocese de Roma.
O imperador prendeu o papa, Sixto II. Dias depois, Lourenço foi visitá-lo
na prisão.
O papa, prevendo seu martírio
e coisas piores para a Igreja de Roma, pediu-lhe que vendesse todos os cálices
e utensílios sagrados, para que não fossem profanados pelos pagãos, e empregasse
o dinheiro na assistência aos pobres. Assim fez Lourenço. Alguns dias depois,
Sixto II foi decapitado.
Logo em seguida, o imperador
mandou uma ordem a Lourenço, que reunisse todos os tesouros da Igreja, e depois
o avisasse, para que ele fosse pessoalmente buscá-los. O imperador pensava que
a Igreja de Roma era muito rica. Como hoje alguns pecadores pensam.
O que Lourenço fez. Reuniu,
na casa do papa, os pobres que as Comunidades cristãs de Roma atendiam, e
avisou o imperador de que os tesouros da Igreja já estavam reunidos.
Mais que depressa, Valeriano
veio com suas carruagens, pensando encontrar uma grande fortuna.
Lourenço recebeu-o do lado de
fora da casa, depois abriu a porta, apontou para os pobres e disse: “Majestade,
aqui estão os tesouros da Igreja. Pode levá-los. Aliás, Vossa Majestade os
encontra em todas as ruas de Roma, deitados nas calçadas”.
Diante de tamanho acinte e
desacato à autoridade, o imperador ficou furioso. Mandou prender imediatamente
Lourenço, e o condenou à morte. Ordenou que ele fosse executado com o suplício
mais cruel: Queimado vivo.
Os soldados fizeram uma
grande grelha, tipo churrasqueira, deitaram Lourenço em cima e puseram fogo na
lenha que estava embaixo.
Lourenço era muito alegre e
brincalhão. Movido por uma força especial de Deus, ele disse ao carrasco: “Pode
virar-me, deste lado já está assado!” Isso aconteceu dia 10/08/258.
O cristão é sempre alegre,
até na hora do martírio.
Na verdade, quando Lourenço
chamou os pobres de tesouros da Igreja, não quis provocar o imperador, mas
dizer a verdade. O grande tesouro da Igreja são os pobres. Eles são a maior
riqueza das nossas Comunidades, e ao mesmo tempo a sua grande preocupação. Os pobres
são a presença de Cristo entre nós.
Na Ladainha, Maria Santíssima
é chamada de Causa da nossa alegria, porque foi instrumento de Deus para nos
dar a maior alegria do mundo: O seu Filho.
O roubo de uma corda
Certa vez, um homem foi se
confessar e disse para o padre: “Eu roubei uma corda”. O padre ficou meio
desconfiado e perguntou:
- “Havia alguma coisa na
corda?”
- “Sim, havia um burro”.
- “E no burro, havia alguma
coisa?”
- “Sim, ele puxava uma
carroça”.
- “E na carroça, o que havia?
- “Ela estava cheia de ouro”.
No começo, ele só tinha
falado do roubo da corda. Mas o que ele queria mesmo era o ouro que estava na
carroça.
O arrependimento nos leva à
sinceridade. Se, na Confissão, falta-nos o arrependimento, apresentamos os
nossos pecados em uma versão que não nos compromete muito.
Como é importante, na
Confissão, o arrependimento! Por exemplo, se alguém vai se confessar e fala:
“Eu falto à Missa de vez em quando”, essa Confissão é inválida, pois a pessoa
está dizendo que vai continuar faltando à Missa. Se houvesse arrependimento, a
pessoa colocaria o verbo no passado: “Eu faltava, ou andei faltando à Missa de
vez em quando”.
Está incluída no
arrependimento a decisão de não fazer mais aquilo, mesmo sabendo que, devido à
nossa fraqueza, amanhã poderemos cair de novo. Mas hoje eu estou dizendo, com
sinceridade, que não quero mais cometer aquele erro.
Jesus deu aos sacerdotes o
poder de perdoar os pecados em nome dele: “Recebei o Espírito Santo. A quem
perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos”
(Jo 20,22).
Graças a esse presente, nós
temos paz, pois o sentimento de culpa nos inquieta, deixa-nos velhos antes do
tempo. Pior ainda se a culpa é em relação a Deus.
E Jesus deixou para nós outro
presente maravilhoso: Uma Mãe, que é a sua própria Mãe. Como é bom ter duas
mães, uma na terra e outra no Céu! Mãe de Deus e nossa, rogai por nós.
O preso que tocava cavaquinho
Havia, certa vez, em um
presídio, um preso que, todas as tardes, tocava cavaquinho para alegrar os colegas.
Ele tocava, cantava, dançava... Sozinho dava um show. E os outros presos adoravam.
Alguns até entravam na festa.
Um dia, o carcereiro tomou o
cavaquinho dele. Na tarde seguinte, lá estava o preso, agora sem o cavaquinho,
mas cantando e dançando com os detentos. E estes o acompanhavam na mesma alegria.
Devido à desobediência,
prenderam o coitado em uma cela individual, onde ficou uma semana incomunicável,
dormindo no cimento, e se alimentando apenas de pão e água.
Terminado o castigo, na tarde
seguinte, na hora do recreio, lá estava homem cantando e dançando com os
colegas, na maior animação.
Levou novo castigo. Agora
pior: Duas semanas na cela individual, a pão e água.
O carcereiro pediu ao rei que
soltasse aquele preso, pois estava quebrando a disciplina do presídio. E lá se
foi o homem, feliz, tocando o seu cavaquinho.
Há males que vêm para o bem. “Tudo
concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28). Isso, mesmo que no
passado a pessoa tenha feito coisas erradas.
“Salve, ó Palácio do Senhor!
Salve, ó Tabernáculo do Senhor! Salve, ó Serva do Senhor! Salve, ó Mãe do meu
Senhor!” (S. Francisco de Assis)
A princesa e o sapo
Certa vez, uma bela princesa
estava andando numa floresta, e um sapo a cumprimentou. Ela levou um susto:
Sapo não conversa!
Mas o sapo a acalmou: “Não se
assuste; eu não sou sapo. Sou um príncipe. Foi uma bruxa que me transformou em
sapo”.
A princesa falou: “Posso
ajudar você em alguma coisa?” “Pode sim”, respondeu o sapo. “A bruxa disse que,
se um dia eu achasse uma princesa que me amasse, e ficasse junto comigo durante
três dias, eu voltaria a ser príncipe”.
“Aceito com todo prazer”,
disse a princesa. E o levou consigo para o palácio. Logo que chegou, ela foi
muito criticada e zombada por todos: “Onde já se viu! Um sapo, esse bicho nojento,
aqui dentro do palácio!”
Entretanto, a princesa
enfrentava as críticas e levava o sapo consigo para onde ia, até para a refeição.
No terceiro dia, de manhã,
ela acordou quando um belo príncipe beijava sua mão. Agradeceu-lhe emocionado e
voltou para o seu palácio.
A sociedade, muitas vezes,
rebaixa as pessoas, tira a sua honra, transformando-as em sapos. Deus quer
contar conosco para lhes recuperar a dignidade. Assim, elas poderão, felizes, retomar
o seu caminho, dentro do plano de Deus.
Jesus também, no tríduo
pascal, amou-nos durante três dias e assim recuperou a nossa dignidade. Fez com
que voltássemos a ser príncipes e princesas, filhos do rei que é Deus, e herdeiros
do Céu.
A sua Mãe o ajudou, nessa
tarefa difícil, e ela quer ajudar-nos, pois, na cruz, nós também a ganhamos por
Mãe. Mãe de Deus e nossa, ajudai-nos.
O palestrante e o seu motorista
Havia, certa vez, um palestrante
que era muito famoso. As pessoas o convidavam para fazer palestras em cidades
distantes. Ele ia de carro, e tinha o seu motorista.
Um dia, durante uma longa
viagem, o palestrante ficou afônico. Perdeu completamente a voz. Ao se
aproximar da cidade, teve uma ideia. Disse ao motorista: “Você já ouviu muitíssimas
vezes a minha palestra. Sabe de cor. Como ninguém nos conhece pessoalmente aqui,
faça a palestra no meu lugar”. O
motorista aceitou.
Pararam o carro e trocaram as
roupas. O palestrante assumiu a direção do corro e foram. Chegaram em cima da
hora, com o auditório já repleto. O “palestrante” foi recebido pomposamente,
ficando o “motorista” sentado, no meio da plateia. Fez uma brilhante palestra.
Todos bateram palmas.
Terminada a fala, vieram as
perguntas. Eram também as mesmas de sempre, cujas respostas o motorista sabia
de cor. Foi respondendo a todas, com a maior desenvoltura.
Mas de repente surgiu uma
pergunta nova. O motorista foi criativo. Disse para os ouvintes: “Eu já estou com
a voz um pouco cansada, mas como esta pergunta é muito fácil, peço ao meu motorista
que a responda”.
O palestrante verdadeiro, que
nesta hora já estava um pouco melhor, devido ao uso de algumas pastilhas, subiu
no palco, pegou o microfone e respondeu de forma magistral aquela pergunta e as
demais que surgiram. No final, os dois foram aplaudidos de pé. E os ouvintes saíram
comentando: “O homem é um gênio mesmo; até o motorista dele nos supera de longe!”
Existe certa semelhança entre
essa história e Jesus, trocando de liderança conosco. Ele não ficou rouco, mas
foi para o Céu, deixando-nos no seu lugar.
“Se tiverdes fé do tamanho de
um grão de mostarda, direis a esta montanha: ‘Vai daqui para lá’, e ela irá.
Nada vos será impossível” (Mt 17,20). “Quem crê em mim fará as obras que eu
faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai” (Jo 14,12).
A Eucaristia nos torna
“outros Cristos” no mundo. Como o próprio Jesus disse, temos condições de fazer
tudo o que ele fez, e mais ainda.
Maria Santíssima dedicou sua
vida ao Rei dos profetas, que é Jesus. Após a subida dele ao Céu, ela se
dedicou à Igreja nascente, e continua até hoje. Rainha dos profetas, rogai por
nós.
Quem se humilha será exaltado
Certa vez, uma mocinha pobre
foi à Missa no domingo. Na entrada de igreja, uma senhora, da equipe de
acolhida, ofereceu-lhe um folheto. A jovem não sabia mentir. Ela disse: “Eu não
sei ler!” “Tudo bem, filha!” disse a senhora.
As duas sorriram e a menina entrou.
No final da Missa, aquela senhora procurou a jovem e disse: “Eu sou professora.
Quer que eu lhe dê, na minha casa, um curso de alfabetização?”
A garota aceitou com alegria.
Em casa, pensou ela, nós duas podemos combinar os dias e horários possíveis
para nós.
Meses depois, a professora
estava novamente na porta da igreja, entregando os folhetos, e a menina chegou.
Agora sim, para alegria das duas, ela pegou o folheto, pois já sabia ler.
Como que a sinceridade e a
humildade nos fazem bem! Se aquela menina tivesse disfarçado o seu analfabetismo
e pego o folheto, teria perdido a grande chance de ser alfabetizada. Se fizermos
a nossa parte, Deus fará a dele.
“Deus resiste aos soberbos,
mas dá a sua graça aos humildes” (1Pd 5,5). “Todo aquele que se exalta será
humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Lc 14,11).
Maria Santíssima era humilde. Na Anunciação, chamou a si mesma de
escrava do Senhor. Quando a prima Isabel a elogiou, ela dirigiu o elogio para
Deus, que olhou para a humildade de sua serva. Durante vida pública de Jesus,
nas horas em que ele era aclamado, ela estava escondida, cuidando da
alimentação e do suporte para o Filho e os Apóstolos. Mas na hora humilhante da
cruz, lá estava ela, em pé, bem visível a todos, como a mãe de um condenado.
Que Maria nos ajude a sermos humildes.
A fada e o casal aniversariante
Havia, certa vez, um casal
que comemorava, ao mesmo tempo, quarenta anos de casamento e, os dois, sessenta
anos de idade.
Durante a festa, apareceu uma
fada e lhes disse: “Como prêmio por terem sido um casal exemplar, concederei um
desejo a cada um”.
“Quero fazer uma viagem ao
redor do mundo, com o meu querido marido”, pediu, na hora, a mulher. A fada
moveu a varinha e... zás! Os bilhetes apareceram nas mãos dela.
Em seguida, foi a vez do
marido. Ele pensou um momento e disse: “Bem, este clima está muito romântico,
mas uma oportunidade desta só se tem uma vez na vida. Então, desculpe,
amorzinho”, disse ele, olhando para a esposa, “mas o meu desejo é ter uma
mulher trinta anos mais nova que eu”.
A mulher ficou chocada, mas
pedido é pedido. A fada fez um círculo com a varinha e... zás! O homem ficou
com noventa anos. Aquele senhor se esqueceu de que fada é mulher!
Vamos ser fiéis aos nossos
compromissos assumidos, como o casamento, amando o marido ou a esposa como é,
sem levar em conta a idade!
Maria Santíssima cumpriu com
generosidade o mandamento bidirecionado do amor: a Deus e ao próximo. Que ela
nos ajude a fazê-lo também.
Oportunidade perdida
Certa vez, um grupo de
pessoas estava subindo uma montanha pedregosa, à noite. Estava muito escuro.
De repente, ouviram uma voz
que dizia: “Encham suas sacolas com as pedras que estão na beira do caminho.
Peguem o máximo que puderem carregar. Quem não pegar, vai arrepender-se”.
Alguns acreditaram e encheram
suas sacolas e também os bolsos. Outros pegaram só um pouquinho. E houve
aqueles que não pegaram nada. Eles diziam: “Já estou cansado de subir esta montanha,
ainda vou carregar pedras?”
Quando o dia amanheceu, foram
ver aquelas pedras, eram ouro. Ouro puro, da melhor qualidade!
Quem pegou bastante, ficou
súper feliz, pois não precisava mais subir a montanha. Aqueles que pegaram só um
pouquinho, e os que não pegaram nada, ficaram arrependidos, e lamentavam: “Por
que não peguei mais!”
Nós estamos neste mundo,
subindo a montanha da vida. Jesus nos convida a praticar boas obras, mesmo que
sejam um pouco pesadas. Deus vai transformá-las em ouro puro, da melhor
qualidade, como fez com tantos santos e santas.
Feliz de quem põe em prática
os mandamentos, porque, quando o dia amanhecer, vai alegrar-se muito, e esse
novo dia será eterno.
Quando Maria disse “Eis aqui
a escrava do Senhor”, ela disse sim a tudo o que, no futuro, viesse da parte de
Deus. Por isso assumiu com amor a pobreza no parto, a fuga para o Egito, a
condenação do Filho, e abraçou a missão que ele lhe deu na cruz: Ser a nossa
Mãe. Maria do sim, rogai por nós.
Como se visse o invisível
Certa vez, um pai levou seu
filho de dez anos para o alto de uma montanha. Quando começou a escurecer, amarrou
um pano nos olhos do menino e pediu que ele ficasse com os olhos vendados até o
dia amanhecer. E alertou: “Tome cuidado, porque há precipícios e animais
perigosos por aqui”. O filho obedeceu.
No outro dia, logo que o
garoto sentiu os primeiros raios da luz da madrugada, retirou a venda. Para
surpresa sua, viu o pai sentado ao seu lado. O pai lhe disse: “Filho, eu passei
a noite toda aqui, acordado, vigiando você para que nada de ruim lhe
acontecesse”.
Assim é Deus. Ele cuida de
nós dia e noite. Podemos jogar-nos de corpo e alma no seguimento do seu Filho,
inclusive quando nos vem a cruz. Não somos mais fortes que Jesus, que gemeu no Jardim
das Oliveiras.
Que Maria Santíssima nos
ajude a seguir o seu Filho integralmente, na alegria e na tristeza.
O sanduiche de queijo
Havia, certa vez, um operário
de construção que todos os dias comia a mesma coisa: sanduíche de queijo.
Os outros operários esperavam
com alegria o toque da sirene para o almoço, quando se dirigiam ao galpão, onde
haviam guardado suas refeições. Uns esquentavam, outros não. Todos comiam com
visível prazer. Mas aquele trabalhador comia seu sanduíche de queijo reclamando.
Todos os dias ele dizia:
“Detesto sanduíche de queijo”. Comia silenciosamente e no final amassava o
papel, jogava-o no lixo e repetia a frase de sempre: “Detesto sanduíche de queijo”.
Um dia, um dos colegas
sugeriu: “Por que você não pede a sua esposa que faça um sanduíche diferente?”
Ele respondeu: “Quem disse que é a minha esposa quem prepara? Sou eu mesmo!”
Cada pessoa colhe aquilo que
planta, ou come o sanduíche que prepara.
Muitas vezes, as nossas
desavenças nascem de nós mesmos. Somos nós que fazemos uma imagem do outro que
não corresponde à realidade. Depois, começamos a nos desentender com a pessoa,
baseados numa imagem que nós mesmos criamos.
Maria Santíssima, no
Magnificat, cantou a misericórdia de Deus até sobre fatos ainda não acontecidos:
“A sua misericórdia se estende de geração em geração”. Hoje nós podemos cantar
o Magnificat, agradecendo fatos do passado, do presente e do futuro. “Ele
mostrou a força do seu braço”.
Patrão força funcionária a mentir
Certa vez, uma jovem foi
despedida do emprego porque recebeu uma ordem do seu chefe para mentir, e não
mentiu, desobedecendo a ele. Ela o fez, mesmo sabendo que poderia perder o
emprego.
Entretanto, antes de concluir
o processo de demissão, o chefe reconheceu o grande valor da funcionária e
voltou atrás.
“A verdade vos libertará” (Jo
8,32). Jesus é a verdade. Já o pai da mentira é o demônio: “O diabo é
mentiroso, é o pai da mentira” (Jo 8,44).
Que sejamos firmes no
testemunho cristão, mesmo sabendo que poderemos sair perdendo materialmente.
Na vida de Maria, tudo se
refere a Cristo e dele depende. A união dela com o Filho foi a mais perfeita
que houve aqui na terra. Que ela nos ajude a sermos também discípulos fiéis do
Senhor.
Fidelidade a toda prova
Havia, certa vez, uma Irmã
que era muito fiel a Deus. Era a superiora geral de uma Congregação religiosa,
fundada por ela mesma.
Um dia, essa Irmã foi vítima
de uma fofoca grave. Alguém inventou contra ela coisas que ela não devia. O
caso foi ao bispo e este acreditou nas acusações.
A Irmã foi demitida do cargo
de superiora geral e enviada para um lugar afastado, a fim de cuidar de um
asilo.
Quando estava já idosa, teve
de amputar um braço, devido ao diabetes. Logo depois, ficou também cega. Nesse
estado, aproveitava para rezar e dar conselhos. Foi uma grande conselheira das
famílias e da juventude.
A verdade começou a aparecer
logo após a sua morte. Durante o velório, o bispo disse: “A melhor herança que ela
nos deixou foi o seu exemplo de humildade”.
Estamos falando da Madre
Paulina, a primeira santa brasileira. A exemplo dela, vamos também ser fortes
na fé, alegres na esperança e solícitos na caridade, passando por cima de todos
os obstáculos.
“Felizes sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem e, mentindo disserem todo mal contra vós por causa de
mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus” (Mt
5,11-12). “Mas ai de vós quando todos falarem bem de vós” (Lc 6,26).
Maria Santíssima, a Mãe dos
humilhados e perseguidos, e Madre Paulina, rogai por nós.
A flor para a vizinha doente
Certa vez, uma senhora tinha
uma vizinha idosa que estava doente, de cama. Como não tinha o que lhe
oferecer, levou para ela uma flor. Chegando à sua casa, colocou a flor ao lado
de sua cama, em um copo d’água. Aquela flor perfumou o quarto, e também o
coração da doente.
Também nós, quando sentirmos
compaixão de uma pessoa, vamos fazer por elas o que pudermos, mesmo que seja dar-lhe
uma flor.
Jesus não possuía nada, não
tinha nem onde reclinar a cabeça. Mesmo assim, não se preocupava consigo, e sim
com as pessoas ao seu redor.
Maria Santíssima foi uma
mulher ativa na luta pelo bem do povo. Vemos os seus anseios expressos no Magnificat,
e levados à prática na visita a Isabel, nas bodas de Caná, ao pé da cruz e no
Cenáculo. Santa Mãe Maria, intercedei por nós.
O paraquedas e a caldeira
Certa vez, um homem pulou de
paraquedas. Mas o paraquedas era novo e ele não estava muito familiarizado com o
aparelho. No ar, o homem tentou de várias maneiras, mas o paraquedas não abriu!
Nisto, viu um rapaz subindo nos ares. Gritou para ele: “Você entende de paraquedas?”
O jovem respondeu: “Não. E você entende de explosão de caldeira?”
Como que um ia ajudar o
outro, se os dois não sabiam resolver nem o próprio problema?
Na travessia do mar da vida,
se acontecer algum problema, vamos pedir ajuda para quem entende, e tem o poder
de nos ajudar, que é Deus.
“Quem é esse a quem até o
vento e o mar obedecem?” (Mc 4,41). “Tu és Pedro, e sobre esta pedra
construirei a minha Igreja” (Mt 16,18). “Eu estarei convosco todos os dias, até
o fim dos tempos” (Mt 28,20).
“Feliz aquela que acreditou”,
disse Isabel à Mãe de Jesus (Lc 1,45). Que Maria Santíssima nos ajude a
caminhar pela vida com uma fé firme e inabalável, pois assim não haverá perigo.
A ostra e a pérola
Pérola, também chamada
margarita, é um material orgânico de singular beleza. Ela é produzida pela
ostra. Mas uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.
Pérolas são produtos da dor;
resultado da entrada de uma substância estranha, ou indesejável, no interior da
ostra, como um parasita ou um grão de areia. As pérolas são feridas curadas.
Na parte interna da concha da
ostra é encontrada uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de
areia a penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de
areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra.
Como resultado, uma linda
pérola vai se formando. Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz
pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.
Você já se sentiu ferido(a)
pelas palavras rudes de alguém? Já foi acusado de ter dito coisas que não
disse? Suas ideias já foram rejeitadas, ou mal interpretadas? Você já sofreu os
duros golpes do preconceito? Já recebeu o troco da indiferença? Já sofreu uma
doença e a venceu, ou aprendeu a conviver com ela? Então, produziu uma pérola.
Cubra suas mágoas com várias
camadas de amor. Infelizmente, são poucas as pessoas que se interessam em
melhorar, curar-se. A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando
as feridas abertas, alimentando-as com vários tipos de sentimentos que não
permitem cicatrizar.
Assim, na prática, o que
vemos são muitas “Ostras vazias”, não porque não tenham sido feridas, mas
porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor. Um sorriso,
um olhar, um gesto, na maioria das vezes fala mais que mil palavras.
“Felizes sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de
mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus” (Mt
5,11-12).
“Esta doença não leva à
morte, mas é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado
por ela” (Jo 11,4).
“Tu és a mais santa das
mulheres. Tu és do Céu a mais bela flor. Fazei de nós o que bem quiseres, somos
os servos de teu amor.”
Crianças dividem comida
Certa vez, dois meninos
apertaram a campainha de uma casa, pedindo comida. A dona da casa preparou um
prato para os dois, com duas colheres, e entregou-lhes. Em seguida foi para o
seu trabalho.
Minutos depois, ela olhou na
frente da casa e não viu os meninos. Abriu o portão da rua e teve uma surpresa:
Havia cinco crianças pobres sentadinhas na calçada, dividindo a comida. Os dois
meninos não contaram que havia mais três lá fora!
Muitas vezes, os necessitados
são mais generosos entre si do que os que têm fartura. O exemplo que aquelas
crianças deram foi muito mais valioso do que o prato de comida.
O amor é a maior de todas as
riquezas. “Como é bom os irmãos viverem juntos e se amarem!” (Sl 133,1)
“Saciou de bens os famintos”
(Lc 1,53). Os pobres são os juízes da administração dos governos políticos.
O curral sujo
Certa vez, um sitiante se
levantou cedo e foi para o curral tirar leite. Em casa, ficou a esposa
preparando o café. Havia chovido muito à noite e ele se sujou todo. Quando acabou
de tirar o leite, lavou as mãos, tirou as botas e entrou em casa limpinho, com
o balde de leite na mão. Casa encerada, crianças limpinhas e a família reunida
para o café, na paz e alegria.
Alguns diziam que no ano dois
mil o mundo ia acabar. O mundo velho é como aquele curral sujo. Seria bom que
tivesse acabado mesmo, não o mundo todo, mas o mundo velho do pecado e da sujeira.
Que bom seria se, cada semana
que termina, nós nos lavássemos de toda sujeira e começássemos a nova semana, limpinhos
e renovados, trazendo apenas o leite das virtudes, o fruto delicioso do bem que
fizemos!
É assim que um casal de
noivos sobe o Altar para o casamento. É assim que um rapaz sobre o Altar para
receber a Ordenação sacerdotal. É assim que uma jovem se aproxima do Altar para
fazer a Profissão religiosa.
É para isso também que
existe, no início da Missa, o ato penitencial. Precisamos estar puros para nos
encontrarmos com Deus, com as mãos limpas e sem as botas da sujeira.
As mãos postas da Mãe
Aparecida, voltadas para o alto, nos convidam à maior união com Deus, o qual
nos purifica dos pecados.
Padre Queiroz Histórias do
Padre Queiroz
Histórias de vida
S. Clemente e as empregadas domésticas 50
Cavalo foge e dono reclama com Deus 49
A camisa amarrotada 48
O café no Dia das Mães 47
O cachorrinho, o burrinho e a madame 46
Bodó, o terror dos açudes 45
A Sinfonia Pastoral de Beethoven 44
O rapaz que entrou no atoleiro 43
Deus nos fala no silêncio 42
Um chefe político exemplar 41
O jardineiro dedicado 40
O jacaré debaixo da cama 39
O filhinho apavorado 38
Nhá Chica 37
Menina procura comida no lixo 36
A flor murcha como presente 35
Um minuto com Deus foi o suficiente 34
Os nossos padroeiros particulares 33
Unir pessoas é melhor que ganhar
dinheiro 32
O porquinho que virou salsicha 31
Analfabeto tem o dom da sabedoria 30
Garoto compra uma hora do pai 29
A viúva de Sarepta 28
O suave convite da Mãe 27
Nós gostamos das imagens 26
Está faltando Deus nesta casa 25
O desafio de viver o verbo amar 24
Mãe nota dez 23
A esposa que não fazia nada 22
O papagaio que rezava o Anjo do Senhor 21
Pe. Oto Maria Gonçalves 20
O detento Risadinha 19
A bola sem dono 18
São Lourenço e a grelha 17
O roubo de uma corda 16
O preso que tocava cavaquinho 15
A princesa e o sapo 14
O palestrante e o seu motorista 13
Quem se humilha será exaltado 12
A fada e o casal aniversariante 11
Oportunidade perdida 10
Como se visse o invisível 09
O sanduiche de queijo 08
Patrão força funcionária a mentir 07
Fidelidade a toda prova 06
A flor para a vizinha doente 05
O paraquedas e a caldeira 04
A ostra e a pérola 03
Crianças dividem comida 02
O curral sujo 01
S. Clemente e as empregadas domésticas
São Clemente Maria era
missionábrio redentorista e viveu no começo do Séc. XIX. Era pároco de uma
paróquia em Varsóvia, capital da Polônia.
Percebendo o sofrimento das
empregadas domésticas, criou uma Missa dominical especial para elas. A Missa teve
de ser celebrada às cinco da madrugada, senão algumas patroas não deixavam sua
empregada participar, devido ao trabalho. Isso, mesmo sendo domingo!
A partir desta Missa,
Clemente fundou, em Varsóvia, a Associação das Empregadas Domésticas, e uma creche
para abrigar os filhos delas.
A Igreja se interessa, não só
pela parte espiritual da pessoa, mas por ela inteira, em todas dimensões: social,
econômica, familiar, política etc.
“Fazei tudo o que ele vos
disser” (Jo 2,5). Em Aparecida, Deus deu uma resposta ao Brasil e ao mundo: A solidariedade
aos excluídos: pobres pescadores, negros, escravos... “Os cristãos tinham tudo
em comum.”
Cavalo foge e dono reclama com Deus
Certa vez, um senhor da roça
foi à venda comprar umas coisas. Nem amarrou o cavalo, porque não ia demorar.
Aconteceu que ele encontrou um amigo na venda, e a conversa foi longe. Ao sair,
cadê o cavalo! Tinha fugido. Ele reclamou contra Deus: “Eu rezo tanto, e o Senhor
permite isso comigo!”
O amigo perguntou-lhe:
- “Você amarrou o cavalo?”
- “Não, pois pensei que não
ia demorar.”
- “Você não fez a sua parte.
Mas, agora, vamos rezar para encontrar o cavalo”. Logo o encontraram.
“Faça a sua parte que da
minha ajudarei.” Podemos confiar em Deus, sim, mas precisamos colaborar com ele
também.
Maria Santíssima não só
rezava, mas fazia a sua parte. Vemos isso no casamento em Caná, na visita a sua
prima e principalmente ao pé da cruz.
A camisa amarrotada
Certa vez, um homem, casado havia
dois anos, foi de manhã para o seu trabalho no escritório, e lá percebeu que a
camisa estava mal passada. Tinha quinas e rugas. Por isso, teve de usar paletó
a manhã inteira, apesar do calor.
Chegando a sua casa para o
almoço, deu uma bronca na esposa. Ela respondeu: “Durante dois anos eu passei
as suas camisas como você gosta e você nunca me agradeceu. Um dia só que errei,
você me trata assim?!”
O pior é que agimos dessa
forma com Deus. Passamos um ano inteiro com saúde e não lhe agradecemos. É só
ficarmos doentes, pronto, reclamamos contra ele.
Maria Santíssima era
agradecida. O mais belo poema de agradecimento que existe é o Magnificat. Ali
ela agradece a Deus até o que, naquele momento, ele ainda não tinha feito. Que
ela nos ensine a sermos gratos ao próximo e a Deus.
O café no Dia das Mães
Certa manhã, um pai estava
preparando uma bandeja com o café. Bandeja bonita, e com muitas variedades
gostosas. Colocou até uma rosa.
Quando ia levando o café para
a esposa, que estava ainda deitada, a filhinha apareceu e perguntou: “Pai, a
mamãe está doente?” “Não, filha, é que hoje é o Dia das Mães”. A menina então
brincou: “Então todos os dias do ano são dias dos pais?”
Claro, porque nos outros dias
era a mãe que levava o café para ele.
“Tem a glória eterna todos os
que anunciam as glórias de Maria. Venerar a Rainha dos anjos é adquirir a vida
eterna, pois essa grandíssima Senhora saberá honrar na outra vida quem nesta a
procurou celebrar” (Santo Afonso Maria de Ligório).
O cachorrinho, o burrinho e a madame
Havia, certa vez, uma madame
que tinha um cachorrinho e um burrinho. Um dia, o cachorrinho entrou na
cozinha, onde ela estava, ficou em volta dela, depois subiu no sofá.
Quando a madame se sentou,
ele pulou no colo dela. Então a madame o acariciou.
O burrinho viu aquilo e, no
dia seguinte, na hora em que a madame estava na cozinha, ele entrou e subiu no
sofá. A madame pegou um cabo de vassoura e o expulsou na hora.
Cada um de nós deve ficar no
seu lugar. É justamente fazendo bem aquilo que nos compete, que continuamos Jesus.
Somos como um corpo, cujos membros são diferentes. E, se não somos iguais, não
vamos querer imitar ninguém.
“Maria é Rainha. Mas, para
consolação nossa, ela é uma Rainha cheia de clemência, sempre inclinada a
favorecer e fazer bem a nós, pobres pecadores” (Santo Afonso Maria de Ligório).
Bodó, o terror dos açudes
Existe, no Nordeste
brasileiro, um peixinho cor de terra, cascudinho, chamado bodó. Ele é o terror
do povo, pois, aos milhares, vão roendo as barragens das represas e açudes, e
estes acabam se rompendo, ficando o povo sem água.
O bodó é pequeno, mas a sua
força está no trabalho conjunto. O cardume de bodós é um exemplo para nós.
A mesma força mostraram os
cristãos no tempo do império romano. A sua união acabou derrubando o gigante.
“Não tenhas medo, pequeno
rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar a vós o Reino” (Lc 12,32).
A sociedade só será
transformada no dia em que todos nos dermos as mãos. Para isso, primeiro
precisamos nos transformarmos a nós mesmos.
“Espanta e desanima-nos a
vista de nossos pecados? Maria foi feita Rainha de Misericórdia precisamente
para salvar os maiores pecadores que a ela se dirigem” (Santo Afonso Maria de
Ligório).
A Sinfonia Pastoral de Beethoven
Beethoven foi um grande
compositor alemão, um dos maiores músicos de todos os tempos. Nasceu em Bonn,
dia 16/12/1770, e faleceu em Viena, aos 26/03/1827.
Certa vez, quando ele pousava
numa pequena hospedaria do interior, pouco antes de dormir passou pela calçada
um indivíduo qualquer, cantarolando uma música, talvez improvisada, sem nome, e
desconhecida.
O transeunte chamou a atenção
de Beethoven, que ficou ouvindo, até que a voz desaparecesse.
Imediatamente, o genial
compositor pegou seu caderno, escreveu as notas daquela melodia, e ficou recordando,
até chegar o sono.
Meses depois, o mundo
artístico começou a curtir uma bela composição musical: A Sinfonia Pastoral,
admirada até hoje.
Beethoven transformou aquela
simples cantarola de um desconhecido numa belíssima sinfonia. Nós somos aquele
transeunte. Damos a nossa musiquinha para Deus, e ele a transforma em sinfonia.
A rainha Ester é uma figura
de Maria. O rei Assuero encantou-se com a sua beleza e atendeu ao seu pedido.
Deus gostou tanto de Maria que, não só a escolheu para ser a Mãe do seu Filho,
como atende a todos os seus pedidos.
O rapaz que entrou no atoleiro
Certa vez, dois amigos foram
pescar. Um deles quis atravessar um brejo e, de repente, estava dentro de um
atoleiro. Quanto mais se mexia, mais se afundava. E não havia nada firme perto,
onde ele pudesse apoiar-se, apenas capim.
Então ele gritou para o
colega. Este veio, mas não pôde fazer nada, pois, se entrasse no atoleiro para
dar a mão ao amigo, afundar-se-ia também.
O jeito foi pedir para ele
ficar quietinho, ir em casa e pegar uma corda. Aí sim, apoiado em terra firme,
jogou a corda e arrastou para fora o amigo.
Após a desobediência de Adão
e Eva, todos nós ficamos atolados no lamaçal do pecado. Não adianta alguém,
atolado também, querer arrastar-nos para fora. Ele vai, junto conosco,
atolar-se ainda mais.
Ao ver a situação, Deus Pai
ficou com dó e nos mandou o seu Filho. Este sim, tendo os pés apoiados no Céu, pode
arrastar-nos para fora, o que ele de fato fez.
A Igreja, una, santa,
católica e apostólica, é a presença de Jesus entre nós, o Corpo Místico do
Cristo. Apesar de pecadora, ela está fora do atoleiro e pode salvar-nos.
“O que nasceu da carne é
carne; o que nasceu do Espírito é espírito... Ninguém subiu ao Céu senão aquele
que desceu do Céu, o Filho do Homem” (Jo 3,6-13). Nós precisamos agarrar-nos no sobrenatural, em alguém que não é daqui,
mas veio do Céu.
Não adianta alguém, que
nasceu aqui no atoleiro, fundar uma religião. A religião é para nos religar com
Deus, para levar-nos ao Céu. Como que alguém, que nasceu aqui na terra, e é
pecador como nós, vai levar-nos para o Céu? Os seus seguidores podem dar as
mãos à vontade, que todos vão afundar-se ainda mais.
Maria Santíssima, por um
privilégio especial de Deus, não se atolou. Ela pode nos ajudar; pode e quer,
pois é nossa Mãe. Mãe dos pecadores, rogai por nós.
Deus nos fala no silêncio
1Ra 19,11-16 conta que um dia
Deus pediu ao profeta Elias que subisse a montanha, pois lá em cima ia lhe
falar. Elias subiu e ficou esperando.
“Veio um vento impetuoso e
forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos, mas o Senhor não
estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no
terremoto. Passado o terremoto, veio um fogo, mas o Senhor não estava no fogo. E
depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa... Então Elias ouviu a voz
de Deus”.
Deus não nos fala no barulho,
e sim no silêncio. Muitos correm do silêncio porque têm medo de se encontrar consigo
mesmos. Até para dormir, há pessoas que ligam um som no último volume. Passam a
vida correndo da própria consciência.
“Fizeste-nos para ti, Senhor,
e o nosso coração permanece sempre inquieto, enquanto não repousar em ti”
(Santo Agostinho).
Se aprendermos a fazer
silêncio interior, podemos gozá-lo até caminhando numa rua movimentada. E
assim, em silêncio, podemos dialogar com o nosso melhor amigo, Deus.
Quando o anjo Gabriel
apareceu a Maria, ela estava em silêncio interior. Por isso que ouviu a voz do
anjo. “Maria do sim, ensina-me a viver meu sim.”
Um chefe político exemplar
No final do Séc. XIX, era
presidente do Equador um senhor muito honesto, e bom cristão, chamado Garcia
Moreno.
Um dia, ele estava numa
fábrica, em Quito, com dezenas de funcionários imigrantes irlandeses. Perguntou
a eles: “Vocês sabem algum cântico de Nossa Senhora?” “Sim”, responderam. E
cantaram um cântico na língua deles.
Então o presidente sugeriu:
“Que tal rezarmos o Terço aqui na fábrica, uma vez por semana?” Gostaram da ideia.
Dali para frente, toda quarta-feira, à tarde, o presidente ia até a fábrica e
rezavam o Terço.
Isso aconteceu em 1873. Dois
anos depois, Garcia Moreno foi assassinado. Suas últimas palavras foram: “Deus
não morre”.
Realmente Deus não morre. Por
isso que não precisamos ter respeito humano, nem medo de nada.
Maria Santíssima é a mulher
forte que enfrentou, em pé, todos os obstáculos, e conseguiu realizar o seu
grande ideal: Ser uma discípula fiel do Senhor. Nossa Senhora da Apresentação
de El Quinche, padroeira do Equador, rogai por nós.
O jardineiro dedicado
Havia, certa vez, um
jardineiro que trabalhava como diarista em várias residências de um bairro
classe alta, cuidando dos jardins.
Um dia, um especialista em
marketing contratou-o para cuidar do seu jardim. Quando o jardineiro terminou o serviço, pediu permissão para usar
o telefone. O executivo deixou. Contudo, ficou por perto e ouviu a conversa.
O jardineiro ligou para uma
senhora e disse:
- “A senhora está precisando
de um jardineiro?”
- “Não. Eu já tenho um.”
- “Mas, além de aparar, eu
também tiro o lixo.”
- “Isso o meu jardineiro faz.”
- “Eu limpo e lubrifico todas
as ferramentas no final do serviço.”
- “O meu jardineiro também o
faz.”
- “Eu faço a programação de
atendimento o mais rápido possível.”
- “O meu jardineiro também me
atende prontamente.”
- “O meu preço é um dos
melhores.”
- “Não, muito obrigada. O
preço do meu jardineiro também é muito bom.”
Assim que o moço desligou o
telefone, o executivo lhe disse: “Meu rapaz, você perdeu um cliente”. Ele
respondeu: “Não. Eu sou o jardineiro dela. Apenas estava medindo o quanto ela
está satisfeita. Depois lhe contarei que fui eu que telefonei”.
Devemos ser pontuais e
honestos no nosso trabalho. Se não estivermos contentes com o salário, ou com
as condições do serviço, o mundo é grande e podemos bater em outras portas.
Havia, na antiguidade, uma
rainha que, sempre que alguém a procurava pedindo alguma coisa, ela dava mais
do que a pessoa pedia. Advertida, ela explicou: “Eu não quero deixar ir
descontente nenhuma pessoa que se dirige a mim”. Maria Santíssima é como essa
rainha.
O jacaré debaixo da cama
Certa vez, uma moça começou a
dizer: “Há um jacaré debaixo da minha cama”. Ninguém acreditou.
Como persistia em falar isso,
foi levada para um psicólogo. Este fez com ela um trabalho de terapia, para que
tirasse da cabeça a ideia. Não adiantou.
Um dia, a moça não compareceu
no consultório, na hora marcada. O psicólogo ligou para a casa dela. A Família
disse: “O senhor ainda não sabe? Havia um jacaré debaixo da cama dela e este a
matou!”
O primeiro passo para ajudar
alguém é ouvi-lo. Isso vale também para a educação de crianças, pois elas podem
ter razão em determinados comportamentos que vemos como travessuras.
“Filho, por que agiste assim
conosco?” (Lc 21,48). Essa foi a primeira atitude de Maria, ao encontrar o
Filho do Templo, depois de três dias de aflição por não encontrá-lo. Maria era
humilde. Apesar de estar nervosa, controlou-se e procurou primeiro ouvir a
criança, para saber o motivo da atitude. Mãe dos educadores, rogai por nós.
O filhinho apavorado
Certa vez, pelas seis horas
da manhã, um garotinho de uns oito anos ouviu, de sua cama, o pai e a mãe na
cozinha, discutindo. O menino se esforçava para entender o motivo da briga, mas
não conseguia.
De repente, ele ouviu bem nítido
o pai dizer: “Eu vou procurar outra mais bonita”. A mãe respondeu: “Pode ir, eu
acho é bom mesmo”.
A criança ficou preocupada.
Levantou-se depressa e, de pijama, saiu correndo atrás do pai, que já estava
saindo na rua.
A mãe viu, segurou-o pela mão
e perguntou: “O que é isso, filho?” Ele disse, chorando: “Mamãe, o pai vai
procurar outra mulher mais bonita que a senhora?”
“Não, filhinho!” explicou a
mãe, abraçando-o. “É esta cortina da sala que papai comprou e eu não gostei”.
Quantos casais brigam, e até
se separam, sem nem ligar para o que isso representa para os filhos! A tentação
nos chega de muitas formas.
Maria Santíssima é Mãe e
esposa exemplar. Que ela interceda pelos nossos casais, para que sejam cada vez
mais unidos.
Nhá Chica
Nhá Chica nasceu dia
26/04/1810, no município de S. João Del Rei, MG. Sua mãe, Dona Isabel, era ex-escrava.
Quando tinha oito aninhos, ela, a mãe e o irmãozinho de dez anos, chamado
Teotônio, mudaram-se para uma casinha perto de Baependi, MG. Junto com os
poucos pertences, levaram uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Dois anos depois, a mãe
faleceu. Nhá Chica e Teotônio continuaram morando na casinha. Nossa Senhora da
Conceição era a Mãe que cuidava das crianças.
Anos depois, Teotônio faleceu.
Nhá Chica continuou na mesma casa, sozinha. Ali ela viveu até a morte. Nunca se
casou nem frequentou escola. Era analfabeta.
Desde criança, Nhá Chica
gostava de rezar, e pedia mais pelos outros do que para ela. E tinha um dom
especial: Quando orava, sempre era atendida. As pessoas descobriram isso e a
procuravam, pedindo que rezasse pelas mais diversas necessidades. Sua forma
predileta de suplicar era o Terço.
Como sua casa ficava distante
da igreja, ela construiu uma capela no seu bairro. Era nesta capela que Nhá
Chica passava grande parte do dia, até o fim de sua vida. Faleceu dia 14/06/1895,
com 85 anos de idade, e foi beatificada dia 04/05/2013.
Quando o amor de Deus toma
conta de uma pessoa, ela sempre encontra maneira de testemunhar e de trabalhar
pelo Reino de Deus, mesmo que não tenha estudos e outras condições humanas.
Menina procura comida no lixo
Certa vez, um rapaz estava
andando em um bairro de classe média e viu uma garotinha de uns dez anos
procurando alimentos numa lixeira cheia de sacos plásticos. Ela desamarrava um
saco, examinava se havia algo que pudesse comer, depois o amarrava novamente.
Sua roupinha era carcomida e
rasgada, e estava descalça. Seu corpinho, muito bonito, apresentava sinais de
subnutrição.
O rapaz rezou em seu íntimo:
“Senhor, peço-lhe que os governantes resolvam o problema da fome infantil!”
Mas Deus lhe respondeu:
“Filho, você está fugindo do meu chamado. O meu apelo é a você, para resolver o
problema desta criança. Assim você estará colaborando para erradicar a fome
infantil”.
De fato, se todos
atendêssemos aos apelos de Deus, não haveria crianças nem adultos com
subnutridos no mundo. Cada um de nós, no seu canto, deve comportar-se como o
samaritano que socorreu o ferido na beira da estrada (Cf Lc 10,25-37).
“Saciou de bens os famintos”
(Lc 1,53). O Papa Francisco convoca todo o mundo a voltar-se para os
necessitados.
A flor murcha como presente
Certa vez, um jovem pai de
família faleceu. Deixou a esposa e duas crianças, um menino de seis anos e uma
menina de quatro.
A esposa, chamada Carolina,
ficou preocupada: Será que conseguirei transmitir o sentido da família? Será que,
criando-os sem o pai, darei conta de manter o lar, e lhes ensinar ética, valores
morais, fé e tudo o que precisam para a vida?
O importante é tentar, pensou
Carolina. E ela tentou. Durante a semana, encontrava tempo para rever os
deveres escolares e discutir os desafios centrais de suas vidas infantis. Nos
fins de semana, o programa infalível era a santa Missa e a catequese.
Carolina achava importante
mostrar às crianças que elas têm um Pai muito bondoso e sempre presente em suas
vidas, que é Deus. E, assim, se passaram dois anos.
Quando chegou o Dia das Mães,
a escola preparou uma homenagem às mães. Seus filhos a convidaram. Na frente do
auditório, havia uma mesa repleta de vasinhos de flores. Cada criança devia escolher
um e dar à sua mãe. Havia begônias, margaridas, amor perfeitos, violetas, rosas...
Quando seus filhos foram, Carolina
ficou sonhando com um dos vasos mais bonitos. Mas as crianças pegaram um vaso
que estava bem atrás. A planta era murcha, e nem flor tinha. Abraçaram a mãe e
lhe deram o presente.
Em casa, Carolina perguntou: “Por
que, no meio de tantas flores bonitas, vocês escolheram esta?” Eles explicaram:
“É porque ela está precisando da senhora, mamãe!”
A mãe ficou muito feliz. O
presente foi além daqueles vasos, mesmo os mais bonitos. Mostrou que as crianças
acompanhavam o seu esforço e entendiam a linguagem da renúncia e do amor.
Não existe uma forma de ser
mãe perfeita, mas um milhão de formas de ser uma boa mãe.
“Maria, rara flor de
formosura, que as graças mereceu do Criador. Oh! Dai às nossas almas, Virgem
pura, virtudes, mais beleza, mais amor.”
Um minuto com Deus foi o suficiente
Certa vez, na escola, um
menino levou um tapa de outro aluno. Ele foi para casa com muita raiva. Tomou a
decisão de, no dia seguinte, desforrar.
No outro dia, levantou-se
cedo, tomou café e foi para a escola. Como sempre fazia, ao passar em frente à
igreja, entrou e rezou um pouquinho.
Enquanto rezava, sentiu que
veio sobre ele como que um jato de amor, de perdão e de alegria. Decidiu
esquecer-se para sempre daquela ofensa.
É assim que a paz se constrói
e se reconstrói. Se nos aproximarmos de Deus, ele é capaz de transformar até um
coração de pedra.
“Salve Mãe, Imaculada, do
cristão sois força e luz. Sois a Filha de Deus amada, pura Mãe do bom Jesus.”
Os nossos padroeiros particulares
Havia, certa vez, uma senhora
que tinha um filho de sete anos, ao qual ela amava muito. Um dia, o menino
ficou gravemente enfermo.
Desesperada, ela procurou o Pároco,
que era o Pe. Alderiges, e disse: “Padre, meu filhinho está muito doente,
desenganado pelos médicos!” O padre respondeu: “Confie em Deus, filha!”
Um mês depois, o garotinho
morreu. Ao saber, Pe. Alderiges foi à casa dela, abraçou-a junto ao caixão e
lhe disse:
- “Reze ao seu padroeiro,
filha!”
- “Eu não tenho padroeiro,
padre!”
- “Tem sim. É este seu filho!”
Aquela criança foi batizada,
por isso é certo que foi para o Céu, pois até os sete anos a pessoa não tem
consciência suficiente para cometer um pecado grave e assim perder a graça santificante,
recebida no batismo.
E, se ele gostava da mãe aqui
na terra, naturalmente vai interceder por ela no Céu, junto de Deus.
Ninguém de nós vive sozinho.
Além da presença de Deus e dos santos, temos os nossos padroeiros particulares,
que são os nossos parentes falecidos, que viveram santamente.
“Eu sou a ressurreição e a
vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá” (Jo 11,25).
Nossa Senhora da Glória,
rogai por nós.
Unir pessoas é melhor que ganhar
dinheiro
Havia, certa vez, um advogado
que era bem preparado profissionalmente e nunca tinha perdido uma causa. Ele
fazia parte da pastoral familiar, inclusive dava palestra em encontros de
casais.
Em seu escritório, quando
aparecia um casal querendo se desquitar ou divorciar, ele sentava-se com os
dois e, através de perguntas bem direcionadas, levava-os a se abrirem, em clima
de paz. Terminada a conversa, convidava-os para um cafezinho.
Um dia, uma jovem esposa lhe
disse: “É minha sogra que está nos separando, Doutor. Eu já não aguento mais as
interferências dela na nossa vida”.
O advogado falou: “Está bom.
Eu vou fazer o desquite. Mas antes quero uma conversa entre nós quatro: vocês
dois, eu e ela”. Na hora combinada, trouxeram a sogra.
Resultado: Ajudados pelo advogado,
os três entraram em acordo e o casal desistiu do desquite. Foi servido novo
cafezinho.
Com isso, é claro, o advogado
perdeu seus honorários.
Hoje, vinte anos depois, esse
casal já são avós e se amam muito. Aprenderam a conviver com o problema da sogra.
Não foi só uma vez que ele levou
casais a desistirem do desquite ou do divórcio. E sua família nunca passou fome.
Deus cuida dos seus filhos queridos.
Maria Santíssima é a primeira
a torcer pela perseverança dos casais, pois a família de Nazaré foi constituída
por Deus modelo para as famílias. Mãe de Deus, intercedei pelos nossos lares.
O porquinho que virou salsicha
Certa vez, vários animais
jovens se reuniram e estavam conversando sobre o que cada um queria ser no
futuro.
- O cavalo disse: “Eu vou ser
filósofo, porque gosto de ficar parado, pensando”.
- A galinha falou: “Eu quero
ser modelo. Adoro arrumar minhas penas e ser bonita”.
- O cachorro latiu dizendo: “Prefiro
ser segurança. E quando eu estiver guardando uma casa, ai de quem me enfrentar.
Levará mordida na certa”.
- O porquinho estava
presente, mas ficou calado. Então perguntaram a ele: “E você, o que deseja
ser?” Ele respondeu: “Ainda não pensei nisso”.
Um tempo depois, aquele
porquinho foi levado para um frigorífico, onde foi esmagado e tornou-se
salsicha. É isso que acontece com quem vive sem pensar no que vai ser no futuro.
Será esmagado pela sociedade.
O mundo não perdoa ninguém.
Se uma pessoa fica na beira do caminho, sem saber para onde ir, com certeza se
tornará salsicha.
O mesmo Espírito Santo que
tornou Maria Sacrário de Deus, quer enriquecer-nos com seus dons, entre eles o
de ter um ideal na vida. Sacrário de Deus, rogai por nós.
Analfabeto tem o dom da sabedoria
Havia, certa vez, um senhor
que pertencia a uma Comunidade rural muito distante da cidade. Ele tinha o dom
de explicar a Palavra de Deus.
Um dia, um padre de fora foi
celebrar a Missa naquela Comunidade. Na hora da homilia, ele deu a palavra aos
presentes. Aquele senhor fez um comentário profundo e belíssimo sobre o
Evangelho.
Na hora da Ação de Graças, o
padre deu-lhe um texto para ler. O homem disse: “Sr. padre, eu não sei ler, sou
analfabeto!”
O padre quase caiu de costas.
Como é possível uma pessoa entender tanto da Palavra de Deus e ser analfabeta!
Há milhares de cristãos
assim. Pessoas que, como o Sr. Zeca, são analfabetas, não porque não quiseram
estudar, mas porque não tiveram oportunidade. Mas o Espírito Santo distribui
largamente os seus dons, mesmo a pessoas que nunca foram à escola.
“O Senhor disse-me: ‘Basta-te
a minha graça, pois é na fraqueza que a força se realiza plenamente’. Por isso
eu me glorio das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim”
(2Cor 12,9).
Na Ladainha, Maria Santíssima
é chamada de Sede de Sabedoria, porque o Verbo encarnado, gerado nela, é a
Sabedoria infinita. Que ela nos ajude a estarmos abertos a esse dom do Espírito
Santo.
Garoto compra uma hora do pai
Certa vez, após o noticiário
da noite, um menino perguntou ao seu pai:
- “Pai, quanto que o senhor
ganha por hora?”
- “Ah! Não me amole! Estou
cansado.”
- “Fale, pai, quanto o senhor
ganha por hora!”
- “Dez Reais.”
- “Então o senhor podia me
dar dois Reais?”
- “Não tenho agora. Vá dormir.”
O menino foi dormir.
Mais tarde, o pai ficou
arrependido, foi até a cama do filho, acordou-o e falou: “Aqui está o dinheiro
que você pediu”. O garoto levantou-se alegre e disse: “Que bom! Agora
completei. Tenho dez Reais. Eu tenho muita coisa para contar. O senhor podia me
vender uma hora do seu tempo?”
Desta vez, quem não conseguiu
dormir foi o pai.
Vamos valorizar mais a
educação dos filhos, e gastar tempo com eles. As crianças não precisam tanto
das coisas que os pais lhes dão. Eles precisam é dos próprios pais.
Maria Santíssima é chamada a
Mãe dos educadores, porque educou o próprio Filho de Deus. Que ela ajude os
pais e educadores a cumprirem bem a sua missão.
A viúva de Sarepta
1Rs 17,8-16 conta que um dia
o Profeta Elias estava viajando a pé, e sentiu sede e fome. Ao entrar na cidade
de Sarepta, viu uma viúva apanhando lenha. Pediu a ela: “Dá-me água para eu beber”.
Quando ela ia buscar, Elias
gritou: “Por favor, traze-me também um pedaço de pão”. Ela respondeu: “Não
tenho pão. Só tenho um punhado de farinha e um pouco de azeite. Eu estava
apanhando dois pedaços de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu
filho, para comermos e depois esperarmos a morte”.
O Profeta disse: “Não te
preocupes. Faze como disseste, mas primeira prepara-me com isso um pãozinho e
traze-o. Depois farás o mesmo para ti e teu filho. Pois assim fala o Senhor: “A
vasilha de farinha não acabará e a jarra de azeite não diminuirá, até o dia em
que o Senhor enviar chuva sobre esta terra”.
A mulher fez como Elias lhe
tinha ordenado. E comeram, ele, ela e sua casa, durante muito tempo. A farinha
da vasilha não acabou, nem diminuiu o óleo da jarra.
Essa cena bonita não só
aconteceu em Sarepta, mas acontece, e sempre acontecerá, em todas as casas onde
o alimento é partilhado com os que precisam. As pessoas que dividem seu pão com
os que não têm, com toda certeza verão que a sobra, em vez de diminuir,
aumentará. Aumentará tanto que vai superar o que havia antes.
“A multidão dos fiéis era um
só coração e uma só alma. Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas
tudo entre eles era posto em comum” (At 4,32).
“Fazei tudo o q ele vos
disser” (Jo 2,5). As primeiras Comunidades cristãs apresentaram-nos o caminho:
“Eram um só coração e uma só alma” ().
O suave convite da Mãe
Eis um fato acontecido no
Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida:
Um homem dizia que não tinha
fé. Um dia, ele estava viajando de
carro na Via Dutra e, ao passar ao lado de Aparecida, deu-lhe vontade do
conhecer a cidade.
Entrou e começou a percorrer algumas
ruas. De vez em quando, parava o carro e entrava em algumas lojas.
Ao ver os santos nas
prateleiras, e conversar com os balconistas, uma voz interior o chamava para
chegar até o Santuário. Ele atendeu.
Ao andar pelos corredores do
Santuário, e ver algumas pessoas subirem uma rampa, subiu também. Como os
demais, ele parou em frente à Imagem e rezou.
Ali, sentiu vontade de se
confessar. Fez uma belíssima confissão. Retomou a Dutra e continuou sua viagem,
mas agora era outro, uma pessoa renovada. Não era mais aquele ateu que dizia
ser.
Certamente Maria Santíssima
apontou para seu Filho e disse no coração daquele homem o mesmo que falou nas
Bodas de Caná: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5).
“Quem acolhe os meus
mandamentos, esse me ama... E a quem me ama, eu o amarei e me manifestarei a
ele” (Jo 14,21).
Maria Santíssima era unida,
não só ao seu Filho, mas também à santa Igreja. Após a Ascensão, ela ficou
junto com a Igreja nascente, no Cenáculo. Depois, atendendo ao pedido que o
Filho lhe havia feito na cruz, foi para a casa de S. João Evangelista, onde
participava da Comunidade cristã, e ali ficou até o dia da sua Assunção. Que
ela nos ajude a estarmos sempre unidos a Jesus e à sua Igreja.
Nós gostamos das imagens
Certa vez, um rapaz foi
trabalhar em uma cidade distante, e lá tornou-se evangélico. Antes das férias,
ele escreveu à família dizendo: “Eu só vou aí se vocês tirarem todas as imagens
das paredes”.
A família respondeu: “Você
será bem-vindo. Quanto às imagens, não vamos tirar. Pelo contrário, vamos
comprar mais uma para receber você”.
Os símbolos religiosos:
Crucifixo, quadros, imagens... ajudam-nos a seguir o Evangelho, pois são
exemplos de pessoas que são para nós um modelo, uma luz. Nós gostamos de carregar
fotografias das pessoas que amamos.
O bezerro de ouro (Êx 32,1-5)
foi feito para representar a força de Deus que tirou o povo do Egito. Até aí
não havia nada de errado. O que Deus reprovou foi quando quiseram colocar o
bezerro na frente deles e todo o povo voltar para o Egito. Aí Moisés ficou
nervoso e o quebrou em mil pedaços.
Inclusive o povo tinha outra
representação da presença de Deus, que era a Arca da Aliança, e esta Deus não
reprovava. O próprio ser humano é uma imagem de Deus.
Muitos hoje transformam a
Bíblia em um ídolo: Interpretam-na de acordo com os próprios interesses e
convidam o povo a ir atrás.
“Salve em santa Imagem, ó
grande Rainha, Mãe do Redentor, Mãe de Deus e minha.”
Está faltando Deus nesta casa
Certa vez, um homem terminou
de construir e mobiliar a sua casa. Ficou um encanto. Os móveis eram todos novos
e no mesmo estilo.
E convidou um amigo para
almoçar e ver a casa. Terminada a refeição, mostrou toda a casa para ele. Depois
perguntou: “Falta alguma coisa? Pode dizer sem acanhamento, que vou providenciar
hoje mesmo”.
O amigo criou coragem e disse:
“Eu sinto que está faltando Deus na sua casa”. O dono entendeu o recado. Naquela
mesma tarde, foi a uma loja, comprou um belo crucifixo e o afixou na parede da
sala.
Quantas casas hoje são assim:
Têm tudo, menos o principal que é Deus. Que sejamos profetas, como foi aquele
amigo visitante.
É incalculável a força que
tem no dia a dia da família um belo símbolo religioso colocado na parede, como
um crucifixo, um quadro, uma imagem de Nossa Senhora etc. O símbolo age sub-liminarmente,
isto é, a mensagem não chega à nossa consciência, mas atua de forma mais
profunda do que se chegasse.
“O que adianta a alguém
ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo?” (Lc
9,25).
Maria Santíssima foi uma
mulher ativa na caridade e no testemunho de fé. Vemos os seus anseios expressos
no magnificat, e levados à ação nas Bodas de Caná, ao pé da cruz, no Cenáculo
etc. Santa Mãe Maria, o povo continua como ovelhas sem pastor; dai-nos um
coração semelhante ao vosso.
O desafio de viver o verbo amar
Certa vez, um professor
mandou um aluno conjugar o verbo amar. Ele conjugou certinho, no presente, no
passado e no futuro. Ganhou nota dez.
Na hora do recreio, aquele
aluno brigou com um colega, sem motivo, e o xingou de palavrão.
O professor ficou sabendo e,
depois do recreio, lhe disse: “Vou diminuir a sua nota. Você conjuga bem o
verbo amar, mas não o pratica”.
Quantas vezes nós cometemos a
mesma falha: Somos peritos no conhecimento da doutrina cristã, mas pouco
praticantes. Falamos uma coisa e vivemos outra.
Maria Santíssima não apenas
conhecia o catecismo, mas o vivia com amor e generosidade. Discípula fiel do
Senhor, rogai por nós.
Mãe nota dez
Havia uma família, cujos
filhos eram contra a oração em comum às refeições. Mas a mãe não se deixava
levar. Quando acabava de por a comida na mesa, ela dava um sorriso, fazia o
sinal da cruz e rezava uma oração curta e bonita, pedindo a bênção de Deus para
a comida e para as pessoas.
Os filhos ficavam emburrados.
Mas a mãe perseverou assim anos e anos.
Hoje ela é falecida e os
filhos, casados, todos rezam às refeições. Aquela atitude deles era uma
expressão de rebeldia, própria da adolescência. Que bom que a mãe soube unir a
firmeza com a paciência!
“Não tenhas medo, pois estou
contigo para defender-te... Ponho a minha palavra na tua boca” (Jr 1,8-9).
Vencer o respeito humano é
fundamental em todos os lugares, também dentro de casa. O profeta é
persistente, não tem respeito humano nem vai na onda.
Maria Santíssima é o melhor
exemplo de mãe que temos. Exemplo dado a nós pelo próprio Deus. Na casa dela, o
Filho “crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc
2,52). Maria de Nazaré, rogai por nós.
A esposa que não fazia nada
Certa vez, um homem chegou a
sua casa, após o trabalho, e encontrou seus três filhos brincando do lado de
fora, ainda vestindo pijamas. Estavam sujos de terra, cercados por embalagens
vazias de comida entregue em casa.
A porta da frente da casa estava
aberta. O cachorro sumiu e não veio recebê-lo.
Enquanto ele entrava em casa,
achava mais e mais bagunças. A lâmpada da sala estava queimada, o tapete estava
enrolado e encostado na parede.
Na sala de estar, a televisão
ligada, emitindo berros num desenho animado qualquer, e o chão estava atulhado
de brinquedos e roupas espalhadas.
Na cozinha, a pia estava
transbordando de pratos; ainda havia café da manhã na mesa, a geladeira estava
aberta, tinha comida de cachorro no chão e até um copo quebrado em cima do
balcão. Sem contar que tinha um montinho de areia perto da porta.
Assustado, ele subiu correndo
as escadas, desviando-se dos brinquedos e de roupas sujas. “Será que a minha
mulher passou mal?” ele pensava. “Será que alguma coisa grave aconteceu?”
E viu um fio de água correndo
pelo chão, vindo do banheiro. Lá, ele encontrou mais brinquedos no chão, toalhas
ensopadas, sabonete líquido espalhado por toda parte e muito papel higiênico na
pia. A pasta de dente tinha sido usada e deixada aberta, e o banheiro transbordava
água e espuma.
Finalmente, ao entrar no
quarto do casal, encontrou sua mulher, ainda de pijama, na cama, deitada e
lendo uma revista. Ele olhou para ela, completamente confuso, e perguntou: “O
que aconteceu aqui em casa? Por que toda essa bagunça?”
Ela sorriu e disse: “Todos os
dias, quando você chega do trabalho, me pergunta: ‘Afinal, o que você fez o dia
inteiro dentro de casa?’ Bem... Hoje eu não fiz nada. FOFO!!!”
O marido se tocou, e até
ajudou a dar banho nas crianças.
Aquela casa foi construída
sobre a rocha do sacramento do matrimônio. Só que agora estava entrando areia
na união do casal. O remédio, inventado pela esposa, foi amargo, mas curou.
Curou para sempre.
“Feliz aquela que acreditou!”
disse Santa Isabel a respeito de Maria Santíssima. “Pois o que lhe foi dito da
parte do Senhor será cumprido” (Lc 1,45). Que Maria, a Mãe e Esposa modelo, nos
ajude.
O papagaio que rezava o Anjo do Senhor
Havia, certa vez, uma família
que todos os dias rezava o Anjo do Senhor, ao meio dia, antes de almoçar. Um
dia, chegou uma visita que não era muito de Igreja, e não rezaram. Mas, antes
de começarem a refeição, o papagaio disse bem alto: “O Anjo do Senhor anunciou
a Maria”.
A visita achou engraçado, e a
família ficou morrendo de vergonha. O jeito foi contar a verdade, e todos rezarem
o Anjo do Senhor.
Deus usa até de animais para
nos advertir e nos convidar a dar testemunho, vencendo o respeito humano.
Ninguém viveu melhor que
Maria Santíssima a prática cristã no dia a dia. Por isso, a sua figura é para
nós uma luz e um suave convite a servir a Deus com autenticidade.
Pe. Oto Maria Gonçalves
Um dia, um padre foi a uma
Comunidade rural muito distante, celebrar a festa de S. Sebastião. Foi a cavalo.
Ele chegou dia 19/01/1935. A
Comunidade chama-se S. Sebastião do Formoso, que fica atualmente no município
de Jaborandi, BA. O nome popular da Comunidade é Gatos. E o padre chama-se Oto
Maria Gonçalves.
Ao chegar, Pe. Oto atendeu às
confissões, fez os batizados e foi descansar para, no dia seguinte, presidir a
um casamento, celebrar a Missa festiva e dirigir a procissão. Mas, ao anoitecer,
Pe. Oto começou a vomitar sangue. Vomitou muito sangue.
Os noivos pediram a ele que
fizesse logo o casamento, pois ele podia não resistir até o dia seguinte. Mas o
Pe. Oto lhes disse: “Podem ficar tranquilos. Amanhã eu vou fazer o casamento de
vocês, vou celebrar a Missa e dirigir a procissão”.
De fato, no outro dia ele se
levantou, fez o casamento, rezou a Missa e dirigiu a procissão, tudo na maior
alegria e festa. Naquele mesmo dia, à tarde, ele morreu.
Quantas vezes nós, porque uma
unha está doendo, já não saímos de casa para levar a Eucaristia a um doente.
Maria Santíssima era uma
mulher trabalhadora e dedicada. Ela vivia pronta para servir. Santa Mãe de
Deus, rogai por nós!
O detento Risadinha
Certa vez, o líder de uma
Comunidade cristã foi preso, unicamente por denunciar injustiças, pondo em
prática a sua fé. Era um santo homem.
Na cadeia, ele continuou o
seu testemunho junto aos colegas presos. Era alegre, tão alegre que ganhou o
apelido de Risadinha. Seus colegas não entendiam a razão daquela alegria toda.
“Felizes sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por
causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos
céus” (Mt 5,11-12).
Há presos que são mais livres
interiormente do que muitos e muitas que estão soltos aí nas ruas.
Maria Santíssima não ficou
livre das perseguições. Imagine o que ela sofreu ao pé da cruz, e em todas as
suas dores. Que ela nos ajude, nas horas difíceis, a ser alegres.
A bola sem dono
Havia, certa vez, um grupo de
meninos que sempre jogava futebol numa pracinha. Mas, cada vez que saía uma
discussão e envolvia o dono da bola, o jogo acabava, porque ele simplesmente
pegava a bola e ia para casa.
Um senhor vizinho percebeu. Comprou
uma bola e deu para as crianças. Mas disse: “Esta bola é de vocês todos.
Escolham um para cuidar dela”.
Pronto, acabou o problema.
Eles discutiam, mas o jogo não parava.
Os primeiros cristãos seguiam
a Jesus com empenho: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma.
Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto
em comum” (At 4,32). Por isso que entre eles não havia briga.
Que Maria Santíssima, a
discípula fiel do Senhor, nos ajude a não só conhecer, mas seguir com
generosidade o seu Filho Jesus, não brigando por coisas materiais.
São Lourenço e a grelha
S. Lourenço era diácono, e
viveu em Roma, no Séc. III. Era o tempo do imperador Valeriano, um dos mais
cruéis perseguidores dos cristãos.
Lourenço coordenava a
assistência aos pobres da diocese de Roma.
O imperador prendeu o papa, Sixto II. Dias depois, Lourenço foi visitá-lo
na prisão.
O papa, prevendo seu martírio
e coisas piores para a Igreja de Roma, pediu-lhe que vendesse todos os cálices
e utensílios sagrados, para que não fossem profanados pelos pagãos, e empregasse
o dinheiro na assistência aos pobres. Assim fez Lourenço. Alguns dias depois,
Sixto II foi decapitado.
Logo em seguida, o imperador
mandou uma ordem a Lourenço, que reunisse todos os tesouros da Igreja, e depois
o avisasse, para que ele fosse pessoalmente buscá-los. O imperador pensava que
a Igreja de Roma era muito rica. Como hoje alguns pecadores pensam.
O que Lourenço fez. Reuniu,
na casa do papa, os pobres que as Comunidades cristãs de Roma atendiam, e
avisou o imperador de que os tesouros da Igreja já estavam reunidos.
Mais que depressa, Valeriano
veio com suas carruagens, pensando encontrar uma grande fortuna.
Lourenço recebeu-o do lado de
fora da casa, depois abriu a porta, apontou para os pobres e disse: “Majestade,
aqui estão os tesouros da Igreja. Pode levá-los. Aliás, Vossa Majestade os
encontra em todas as ruas de Roma, deitados nas calçadas”.
Diante de tamanho acinte e
desacato à autoridade, o imperador ficou furioso. Mandou prender imediatamente
Lourenço, e o condenou à morte. Ordenou que ele fosse executado com o suplício
mais cruel: Queimado vivo.
Os soldados fizeram uma
grande grelha, tipo churrasqueira, deitaram Lourenço em cima e puseram fogo na
lenha que estava embaixo.
Lourenço era muito alegre e
brincalhão. Movido por uma força especial de Deus, ele disse ao carrasco: “Pode
virar-me, deste lado já está assado!” Isso aconteceu dia 10/08/258.
O cristão é sempre alegre,
até na hora do martírio.
Na verdade, quando Lourenço
chamou os pobres de tesouros da Igreja, não quis provocar o imperador, mas
dizer a verdade. O grande tesouro da Igreja são os pobres. Eles são a maior
riqueza das nossas Comunidades, e ao mesmo tempo a sua grande preocupação. Os pobres
são a presença de Cristo entre nós.
Na Ladainha, Maria Santíssima
é chamada de Causa da nossa alegria, porque foi instrumento de Deus para nos
dar a maior alegria do mundo: O seu Filho.
O roubo de uma corda
Certa vez, um homem foi se
confessar e disse para o padre: “Eu roubei uma corda”. O padre ficou meio
desconfiado e perguntou:
- “Havia alguma coisa na
corda?”
- “Sim, havia um burro”.
- “E no burro, havia alguma
coisa?”
- “Sim, ele puxava uma
carroça”.
- “E na carroça, o que havia?
- “Ela estava cheia de ouro”.
No começo, ele só tinha
falado do roubo da corda. Mas o que ele queria mesmo era o ouro que estava na
carroça.
O arrependimento nos leva à
sinceridade. Se, na Confissão, falta-nos o arrependimento, apresentamos os
nossos pecados em uma versão que não nos compromete muito.
Como é importante, na
Confissão, o arrependimento! Por exemplo, se alguém vai se confessar e fala:
“Eu falto à Missa de vez em quando”, essa Confissão é inválida, pois a pessoa
está dizendo que vai continuar faltando à Missa. Se houvesse arrependimento, a
pessoa colocaria o verbo no passado: “Eu faltava, ou andei faltando à Missa de
vez em quando”.
Está incluída no
arrependimento a decisão de não fazer mais aquilo, mesmo sabendo que, devido à
nossa fraqueza, amanhã poderemos cair de novo. Mas hoje eu estou dizendo, com
sinceridade, que não quero mais cometer aquele erro.
Jesus deu aos sacerdotes o
poder de perdoar os pecados em nome dele: “Recebei o Espírito Santo. A quem
perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos”
(Jo 20,22).
Graças a esse presente, nós
temos paz, pois o sentimento de culpa nos inquieta, deixa-nos velhos antes do
tempo. Pior ainda se a culpa é em relação a Deus.
E Jesus deixou para nós outro
presente maravilhoso: Uma Mãe, que é a sua própria Mãe. Como é bom ter duas
mães, uma na terra e outra no Céu! Mãe de Deus e nossa, rogai por nós.
O preso que tocava cavaquinho
Havia, certa vez, em um
presídio, um preso que, todas as tardes, tocava cavaquinho para alegrar os colegas.
Ele tocava, cantava, dançava... Sozinho dava um show. E os outros presos adoravam.
Alguns até entravam na festa.
Um dia, o carcereiro tomou o
cavaquinho dele. Na tarde seguinte, lá estava o preso, agora sem o cavaquinho,
mas cantando e dançando com os detentos. E estes o acompanhavam na mesma alegria.
Devido à desobediência,
prenderam o coitado em uma cela individual, onde ficou uma semana incomunicável,
dormindo no cimento, e se alimentando apenas de pão e água.
Terminado o castigo, na tarde
seguinte, na hora do recreio, lá estava homem cantando e dançando com os
colegas, na maior animação.
Levou novo castigo. Agora
pior: Duas semanas na cela individual, a pão e água.
O carcereiro pediu ao rei que
soltasse aquele preso, pois estava quebrando a disciplina do presídio. E lá se
foi o homem, feliz, tocando o seu cavaquinho.
Há males que vêm para o bem. “Tudo
concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28). Isso, mesmo que no
passado a pessoa tenha feito coisas erradas.
“Salve, ó Palácio do Senhor!
Salve, ó Tabernáculo do Senhor! Salve, ó Serva do Senhor! Salve, ó Mãe do meu
Senhor!” (S. Francisco de Assis)
A princesa e o sapo
Certa vez, uma bela princesa
estava andando numa floresta, e um sapo a cumprimentou. Ela levou um susto:
Sapo não conversa!
Mas o sapo a acalmou: “Não se
assuste; eu não sou sapo. Sou um príncipe. Foi uma bruxa que me transformou em
sapo”.
A princesa falou: “Posso
ajudar você em alguma coisa?” “Pode sim”, respondeu o sapo. “A bruxa disse que,
se um dia eu achasse uma princesa que me amasse, e ficasse junto comigo durante
três dias, eu voltaria a ser príncipe”.
“Aceito com todo prazer”,
disse a princesa. E o levou consigo para o palácio. Logo que chegou, ela foi
muito criticada e zombada por todos: “Onde já se viu! Um sapo, esse bicho nojento,
aqui dentro do palácio!”
Entretanto, a princesa
enfrentava as críticas e levava o sapo consigo para onde ia, até para a refeição.
No terceiro dia, de manhã,
ela acordou quando um belo príncipe beijava sua mão. Agradeceu-lhe emocionado e
voltou para o seu palácio.
A sociedade, muitas vezes,
rebaixa as pessoas, tira a sua honra, transformando-as em sapos. Deus quer
contar conosco para lhes recuperar a dignidade. Assim, elas poderão, felizes, retomar
o seu caminho, dentro do plano de Deus.
Jesus também, no tríduo
pascal, amou-nos durante três dias e assim recuperou a nossa dignidade. Fez com
que voltássemos a ser príncipes e princesas, filhos do rei que é Deus, e herdeiros
do Céu.
A sua Mãe o ajudou, nessa
tarefa difícil, e ela quer ajudar-nos, pois, na cruz, nós também a ganhamos por
Mãe. Mãe de Deus e nossa, ajudai-nos.
O palestrante e o seu motorista
Havia, certa vez, um palestrante
que era muito famoso. As pessoas o convidavam para fazer palestras em cidades
distantes. Ele ia de carro, e tinha o seu motorista.
Um dia, durante uma longa
viagem, o palestrante ficou afônico. Perdeu completamente a voz. Ao se
aproximar da cidade, teve uma ideia. Disse ao motorista: “Você já ouviu muitíssimas
vezes a minha palestra. Sabe de cor. Como ninguém nos conhece pessoalmente aqui,
faça a palestra no meu lugar”. O
motorista aceitou.
Pararam o carro e trocaram as
roupas. O palestrante assumiu a direção do corro e foram. Chegaram em cima da
hora, com o auditório já repleto. O “palestrante” foi recebido pomposamente,
ficando o “motorista” sentado, no meio da plateia. Fez uma brilhante palestra.
Todos bateram palmas.
Terminada a fala, vieram as
perguntas. Eram também as mesmas de sempre, cujas respostas o motorista sabia
de cor. Foi respondendo a todas, com a maior desenvoltura.
Mas de repente surgiu uma
pergunta nova. O motorista foi criativo. Disse para os ouvintes: “Eu já estou com
a voz um pouco cansada, mas como esta pergunta é muito fácil, peço ao meu motorista
que a responda”.
O palestrante verdadeiro, que
nesta hora já estava um pouco melhor, devido ao uso de algumas pastilhas, subiu
no palco, pegou o microfone e respondeu de forma magistral aquela pergunta e as
demais que surgiram. No final, os dois foram aplaudidos de pé. E os ouvintes saíram
comentando: “O homem é um gênio mesmo; até o motorista dele nos supera de longe!”
Existe certa semelhança entre
essa história e Jesus, trocando de liderança conosco. Ele não ficou rouco, mas
foi para o Céu, deixando-nos no seu lugar.
“Se tiverdes fé do tamanho de
um grão de mostarda, direis a esta montanha: ‘Vai daqui para lá’, e ela irá.
Nada vos será impossível” (Mt 17,20). “Quem crê em mim fará as obras que eu
faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai” (Jo 14,12).
A Eucaristia nos torna
“outros Cristos” no mundo. Como o próprio Jesus disse, temos condições de fazer
tudo o que ele fez, e mais ainda.
Maria Santíssima dedicou sua
vida ao Rei dos profetas, que é Jesus. Após a subida dele ao Céu, ela se
dedicou à Igreja nascente, e continua até hoje. Rainha dos profetas, rogai por
nós.
Quem se humilha será exaltado
Certa vez, uma mocinha pobre
foi à Missa no domingo. Na entrada de igreja, uma senhora, da equipe de
acolhida, ofereceu-lhe um folheto. A jovem não sabia mentir. Ela disse: “Eu não
sei ler!” “Tudo bem, filha!” disse a senhora.
As duas sorriram e a menina entrou.
No final da Missa, aquela senhora procurou a jovem e disse: “Eu sou professora.
Quer que eu lhe dê, na minha casa, um curso de alfabetização?”
A garota aceitou com alegria.
Em casa, pensou ela, nós duas podemos combinar os dias e horários possíveis
para nós.
Meses depois, a professora
estava novamente na porta da igreja, entregando os folhetos, e a menina chegou.
Agora sim, para alegria das duas, ela pegou o folheto, pois já sabia ler.
Como que a sinceridade e a
humildade nos fazem bem! Se aquela menina tivesse disfarçado o seu analfabetismo
e pego o folheto, teria perdido a grande chance de ser alfabetizada. Se fizermos
a nossa parte, Deus fará a dele.
“Deus resiste aos soberbos,
mas dá a sua graça aos humildes” (1Pd 5,5). “Todo aquele que se exalta será
humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Lc 14,11).
Maria Santíssima era humilde. Na Anunciação, chamou a si mesma de
escrava do Senhor. Quando a prima Isabel a elogiou, ela dirigiu o elogio para
Deus, que olhou para a humildade de sua serva. Durante vida pública de Jesus,
nas horas em que ele era aclamado, ela estava escondida, cuidando da
alimentação e do suporte para o Filho e os Apóstolos. Mas na hora humilhante da
cruz, lá estava ela, em pé, bem visível a todos, como a mãe de um condenado.
Que Maria nos ajude a sermos humildes.
A fada e o casal aniversariante
Havia, certa vez, um casal
que comemorava, ao mesmo tempo, quarenta anos de casamento e, os dois, sessenta
anos de idade.
Durante a festa, apareceu uma
fada e lhes disse: “Como prêmio por terem sido um casal exemplar, concederei um
desejo a cada um”.
“Quero fazer uma viagem ao
redor do mundo, com o meu querido marido”, pediu, na hora, a mulher. A fada
moveu a varinha e... zás! Os bilhetes apareceram nas mãos dela.
Em seguida, foi a vez do
marido. Ele pensou um momento e disse: “Bem, este clima está muito romântico,
mas uma oportunidade desta só se tem uma vez na vida. Então, desculpe,
amorzinho”, disse ele, olhando para a esposa, “mas o meu desejo é ter uma
mulher trinta anos mais nova que eu”.
A mulher ficou chocada, mas
pedido é pedido. A fada fez um círculo com a varinha e... zás! O homem ficou
com noventa anos. Aquele senhor se esqueceu de que fada é mulher!
Vamos ser fiéis aos nossos
compromissos assumidos, como o casamento, amando o marido ou a esposa como é,
sem levar em conta a idade!
Maria Santíssima cumpriu com
generosidade o mandamento bidirecionado do amor: a Deus e ao próximo. Que ela
nos ajude a fazê-lo também.
Oportunidade perdida
Certa vez, um grupo de
pessoas estava subindo uma montanha pedregosa, à noite. Estava muito escuro.
De repente, ouviram uma voz
que dizia: “Encham suas sacolas com as pedras que estão na beira do caminho.
Peguem o máximo que puderem carregar. Quem não pegar, vai arrepender-se”.
Alguns acreditaram e encheram
suas sacolas e também os bolsos. Outros pegaram só um pouquinho. E houve
aqueles que não pegaram nada. Eles diziam: “Já estou cansado de subir esta montanha,
ainda vou carregar pedras?”
Quando o dia amanheceu, foram
ver aquelas pedras, eram ouro. Ouro puro, da melhor qualidade!
Quem pegou bastante, ficou
súper feliz, pois não precisava mais subir a montanha. Aqueles que pegaram só um
pouquinho, e os que não pegaram nada, ficaram arrependidos, e lamentavam: “Por
que não peguei mais!”
Nós estamos neste mundo,
subindo a montanha da vida. Jesus nos convida a praticar boas obras, mesmo que
sejam um pouco pesadas. Deus vai transformá-las em ouro puro, da melhor
qualidade, como fez com tantos santos e santas.
Feliz de quem põe em prática
os mandamentos, porque, quando o dia amanhecer, vai alegrar-se muito, e esse
novo dia será eterno.
Quando Maria disse “Eis aqui
a escrava do Senhor”, ela disse sim a tudo o que, no futuro, viesse da parte de
Deus. Por isso assumiu com amor a pobreza no parto, a fuga para o Egito, a
condenação do Filho, e abraçou a missão que ele lhe deu na cruz: Ser a nossa
Mãe. Maria do sim, rogai por nós.
Como se visse o invisível
Certa vez, um pai levou seu
filho de dez anos para o alto de uma montanha. Quando começou a escurecer, amarrou
um pano nos olhos do menino e pediu que ele ficasse com os olhos vendados até o
dia amanhecer. E alertou: “Tome cuidado, porque há precipícios e animais
perigosos por aqui”. O filho obedeceu.
No outro dia, logo que o
garoto sentiu os primeiros raios da luz da madrugada, retirou a venda. Para
surpresa sua, viu o pai sentado ao seu lado. O pai lhe disse: “Filho, eu passei
a noite toda aqui, acordado, vigiando você para que nada de ruim lhe
acontecesse”.
Assim é Deus. Ele cuida de
nós dia e noite. Podemos jogar-nos de corpo e alma no seguimento do seu Filho,
inclusive quando nos vem a cruz. Não somos mais fortes que Jesus, que gemeu no Jardim
das Oliveiras.
Que Maria Santíssima nos
ajude a seguir o seu Filho integralmente, na alegria e na tristeza.
O sanduiche de queijo
Havia, certa vez, um operário
de construção que todos os dias comia a mesma coisa: sanduíche de queijo.
Os outros operários esperavam
com alegria o toque da sirene para o almoço, quando se dirigiam ao galpão, onde
haviam guardado suas refeições. Uns esquentavam, outros não. Todos comiam com
visível prazer. Mas aquele trabalhador comia seu sanduíche de queijo reclamando.
Todos os dias ele dizia:
“Detesto sanduíche de queijo”. Comia silenciosamente e no final amassava o
papel, jogava-o no lixo e repetia a frase de sempre: “Detesto sanduíche de queijo”.
Um dia, um dos colegas
sugeriu: “Por que você não pede a sua esposa que faça um sanduíche diferente?”
Ele respondeu: “Quem disse que é a minha esposa quem prepara? Sou eu mesmo!”
Cada pessoa colhe aquilo que
planta, ou come o sanduíche que prepara.
Muitas vezes, as nossas
desavenças nascem de nós mesmos. Somos nós que fazemos uma imagem do outro que
não corresponde à realidade. Depois, começamos a nos desentender com a pessoa,
baseados numa imagem que nós mesmos criamos.
Maria Santíssima, no
Magnificat, cantou a misericórdia de Deus até sobre fatos ainda não acontecidos:
“A sua misericórdia se estende de geração em geração”. Hoje nós podemos cantar
o Magnificat, agradecendo fatos do passado, do presente e do futuro. “Ele
mostrou a força do seu braço”.
Patrão força funcionária a mentir
Certa vez, uma jovem foi
despedida do emprego porque recebeu uma ordem do seu chefe para mentir, e não
mentiu, desobedecendo a ele. Ela o fez, mesmo sabendo que poderia perder o
emprego.
Entretanto, antes de concluir
o processo de demissão, o chefe reconheceu o grande valor da funcionária e
voltou atrás.
“A verdade vos libertará” (Jo
8,32). Jesus é a verdade. Já o pai da mentira é o demônio: “O diabo é
mentiroso, é o pai da mentira” (Jo 8,44).
Que sejamos firmes no
testemunho cristão, mesmo sabendo que poderemos sair perdendo materialmente.
Na vida de Maria, tudo se
refere a Cristo e dele depende. A união dela com o Filho foi a mais perfeita
que houve aqui na terra. Que ela nos ajude a sermos também discípulos fiéis do
Senhor.
Fidelidade a toda prova
Havia, certa vez, uma Irmã
que era muito fiel a Deus. Era a superiora geral de uma Congregação religiosa,
fundada por ela mesma.
Um dia, essa Irmã foi vítima
de uma fofoca grave. Alguém inventou contra ela coisas que ela não devia. O
caso foi ao bispo e este acreditou nas acusações.
A Irmã foi demitida do cargo
de superiora geral e enviada para um lugar afastado, a fim de cuidar de um
asilo.
Quando estava já idosa, teve
de amputar um braço, devido ao diabetes. Logo depois, ficou também cega. Nesse
estado, aproveitava para rezar e dar conselhos. Foi uma grande conselheira das
famílias e da juventude.
A verdade começou a aparecer
logo após a sua morte. Durante o velório, o bispo disse: “A melhor herança que ela
nos deixou foi o seu exemplo de humildade”.
Estamos falando da Madre
Paulina, a primeira santa brasileira. A exemplo dela, vamos também ser fortes
na fé, alegres na esperança e solícitos na caridade, passando por cima de todos
os obstáculos.
“Felizes sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem e, mentindo disserem todo mal contra vós por causa de
mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus” (Mt
5,11-12). “Mas ai de vós quando todos falarem bem de vós” (Lc 6,26).
Maria Santíssima, a Mãe dos
humilhados e perseguidos, e Madre Paulina, rogai por nós.
A flor para a vizinha doente
Certa vez, uma senhora tinha
uma vizinha idosa que estava doente, de cama. Como não tinha o que lhe
oferecer, levou para ela uma flor. Chegando à sua casa, colocou a flor ao lado
de sua cama, em um copo d’água. Aquela flor perfumou o quarto, e também o
coração da doente.
Também nós, quando sentirmos
compaixão de uma pessoa, vamos fazer por elas o que pudermos, mesmo que seja dar-lhe
uma flor.
Jesus não possuía nada, não
tinha nem onde reclinar a cabeça. Mesmo assim, não se preocupava consigo, e sim
com as pessoas ao seu redor.
Maria Santíssima foi uma
mulher ativa na luta pelo bem do povo. Vemos os seus anseios expressos no Magnificat,
e levados à prática na visita a Isabel, nas bodas de Caná, ao pé da cruz e no
Cenáculo. Santa Mãe Maria, intercedei por nós.
O paraquedas e a caldeira
Certa vez, um homem pulou de
paraquedas. Mas o paraquedas era novo e ele não estava muito familiarizado com o
aparelho. No ar, o homem tentou de várias maneiras, mas o paraquedas não abriu!
Nisto, viu um rapaz subindo nos ares. Gritou para ele: “Você entende de paraquedas?”
O jovem respondeu: “Não. E você entende de explosão de caldeira?”
Como que um ia ajudar o
outro, se os dois não sabiam resolver nem o próprio problema?
Na travessia do mar da vida,
se acontecer algum problema, vamos pedir ajuda para quem entende, e tem o poder
de nos ajudar, que é Deus.
“Quem é esse a quem até o
vento e o mar obedecem?” (Mc 4,41). “Tu és Pedro, e sobre esta pedra
construirei a minha Igreja” (Mt 16,18). “Eu estarei convosco todos os dias, até
o fim dos tempos” (Mt 28,20).
“Feliz aquela que acreditou”,
disse Isabel à Mãe de Jesus (Lc 1,45). Que Maria Santíssima nos ajude a
caminhar pela vida com uma fé firme e inabalável, pois assim não haverá perigo.
A ostra e a pérola
Pérola, também chamada
margarita, é um material orgânico de singular beleza. Ela é produzida pela
ostra. Mas uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.
Pérolas são produtos da dor;
resultado da entrada de uma substância estranha, ou indesejável, no interior da
ostra, como um parasita ou um grão de areia. As pérolas são feridas curadas.
Na parte interna da concha da
ostra é encontrada uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de
areia a penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de
areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra.
Como resultado, uma linda
pérola vai se formando. Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz
pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.
Você já se sentiu ferido(a)
pelas palavras rudes de alguém? Já foi acusado de ter dito coisas que não
disse? Suas ideias já foram rejeitadas, ou mal interpretadas? Você já sofreu os
duros golpes do preconceito? Já recebeu o troco da indiferença? Já sofreu uma
doença e a venceu, ou aprendeu a conviver com ela? Então, produziu uma pérola.
Cubra suas mágoas com várias
camadas de amor. Infelizmente, são poucas as pessoas que se interessam em
melhorar, curar-se. A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando
as feridas abertas, alimentando-as com vários tipos de sentimentos que não
permitem cicatrizar.
Assim, na prática, o que
vemos são muitas “Ostras vazias”, não porque não tenham sido feridas, mas
porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor. Um sorriso,
um olhar, um gesto, na maioria das vezes fala mais que mil palavras.
“Felizes sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de
mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus” (Mt
5,11-12).
“Esta doença não leva à
morte, mas é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado
por ela” (Jo 11,4).
“Tu és a mais santa das
mulheres. Tu és do Céu a mais bela flor. Fazei de nós o que bem quiseres, somos
os servos de teu amor.”
Crianças dividem comida
Certa vez, dois meninos
apertaram a campainha de uma casa, pedindo comida. A dona da casa preparou um
prato para os dois, com duas colheres, e entregou-lhes. Em seguida foi para o
seu trabalho.
Minutos depois, ela olhou na
frente da casa e não viu os meninos. Abriu o portão da rua e teve uma surpresa:
Havia cinco crianças pobres sentadinhas na calçada, dividindo a comida. Os dois
meninos não contaram que havia mais três lá fora!
Muitas vezes, os necessitados
são mais generosos entre si do que os que têm fartura. O exemplo que aquelas
crianças deram foi muito mais valioso do que o prato de comida.
O amor é a maior de todas as
riquezas. “Como é bom os irmãos viverem juntos e se amarem!” (Sl 133,1)
“Saciou de bens os famintos”
(Lc 1,53). Os pobres são os juízes da administração dos governos políticos.
O curral sujo
Certa vez, um sitiante se
levantou cedo e foi para o curral tirar leite. Em casa, ficou a esposa
preparando o café. Havia chovido muito à noite e ele se sujou todo. Quando acabou
de tirar o leite, lavou as mãos, tirou as botas e entrou em casa limpinho, com
o balde de leite na mão. Casa encerada, crianças limpinhas e a família reunida
para o café, na paz e alegria.
Alguns diziam que no ano dois
mil o mundo ia acabar. O mundo velho é como aquele curral sujo. Seria bom que
tivesse acabado mesmo, não o mundo todo, mas o mundo velho do pecado e da sujeira.
Que bom seria se, cada semana
que termina, nós nos lavássemos de toda sujeira e começássemos a nova semana, limpinhos
e renovados, trazendo apenas o leite das virtudes, o fruto delicioso do bem que
fizemos!
É assim que um casal de
noivos sobe o Altar para o casamento. É assim que um rapaz sobre o Altar para
receber a Ordenação sacerdotal. É assim que uma jovem se aproxima do Altar para
fazer a Profissão religiosa.
É para isso também que
existe, no início da Missa, o ato penitencial. Precisamos estar puros para nos
encontrarmos com Deus, com as mãos limpas e sem as botas da sujeira.
As mãos postas da Mãe
Aparecida, voltadas para o alto, nos convidam à maior união com Deus, o qual
nos purifica dos pecados.
Padre Queiroz Histórias do
Padre Queiroz
Histórias de vida
S. Clemente e as empregadas domésticas 50
Cavalo foge e dono reclama com Deus 49
A camisa amarrotada 48
O café no Dia das Mães 47
O cachorrinho, o burrinho e a madame 46
Bodó, o terror dos açudes 45
A Sinfonia Pastoral de Beethoven 44
O rapaz que entrou no atoleiro 43
Deus nos fala no silêncio 42
Um chefe político exemplar 41
O jardineiro dedicado 40
O jacaré debaixo da cama 39
O filhinho apavorado 38
Nhá Chica 37
Menina procura comida no lixo 36
A flor murcha como presente 35
Um minuto com Deus foi o suficiente 34
Os nossos padroeiros particulares 33
Unir pessoas é melhor que ganhar
dinheiro 32
O porquinho que virou salsicha 31
Analfabeto tem o dom da sabedoria 30
Garoto compra uma hora do pai 29
A viúva de Sarepta 28
O suave convite da Mãe 27
Nós gostamos das imagens 26
Está faltando Deus nesta casa 25
O desafio de viver o verbo amar 24
Mãe nota dez 23
A esposa que não fazia nada 22
O papagaio que rezava o Anjo do Senhor 21
Pe. Oto Maria Gonçalves 20
O detento Risadinha 19
A bola sem dono 18
São Lourenço e a grelha 17
O roubo de uma corda 16
O preso que tocava cavaquinho 15
A princesa e o sapo 14
O palestrante e o seu motorista 13
Quem se humilha será exaltado 12
A fada e o casal aniversariante 11
Oportunidade perdida 10
Como se visse o invisível 09
O sanduiche de queijo 08
Patrão força funcionária a mentir 07
Fidelidade a toda prova 06
A flor para a vizinha doente 05
O paraquedas e a caldeira 04
A ostra e a pérola 03
Crianças dividem comida 02
O curral sujo 01
S. Clemente e as empregadas domésticas
São Clemente Maria era
missionábrio redentorista e viveu no começo do Séc. XIX. Era pároco de uma
paróquia em Varsóvia, capital da Polônia.
Percebendo o sofrimento das
empregadas domésticas, criou uma Missa dominical especial para elas. A Missa teve
de ser celebrada às cinco da madrugada, senão algumas patroas não deixavam sua
empregada participar, devido ao trabalho. Isso, mesmo sendo domingo!
A partir desta Missa,
Clemente fundou, em Varsóvia, a Associação das Empregadas Domésticas, e uma creche
para abrigar os filhos delas.
A Igreja se interessa, não só
pela parte espiritual da pessoa, mas por ela inteira, em todas dimensões: social,
econômica, familiar, política etc.
“Fazei tudo o que ele vos
disser” (Jo 2,5). Em Aparecida, Deus deu uma resposta ao Brasil e ao mundo: A solidariedade
aos excluídos: pobres pescadores, negros, escravos... “Os cristãos tinham tudo
em comum.”
Cavalo foge e dono reclama com Deus
Certa vez, um senhor da roça
foi à venda comprar umas coisas. Nem amarrou o cavalo, porque não ia demorar.
Aconteceu que ele encontrou um amigo na venda, e a conversa foi longe. Ao sair,
cadê o cavalo! Tinha fugido. Ele reclamou contra Deus: “Eu rezo tanto, e o Senhor
permite isso comigo!”
O amigo perguntou-lhe:
- “Você amarrou o cavalo?”
- “Não, pois pensei que não
ia demorar.”
- “Você não fez a sua parte.
Mas, agora, vamos rezar para encontrar o cavalo”. Logo o encontraram.
“Faça a sua parte que da
minha ajudarei.” Podemos confiar em Deus, sim, mas precisamos colaborar com ele
também.
Maria Santíssima não só
rezava, mas fazia a sua parte. Vemos isso no casamento em Caná, na visita a sua
prima e principalmente ao pé da cruz.
A camisa amarrotada
Certa vez, um homem, casado havia
dois anos, foi de manhã para o seu trabalho no escritório, e lá percebeu que a
camisa estava mal passada. Tinha quinas e rugas. Por isso, teve de usar paletó
a manhã inteira, apesar do calor.
Chegando a sua casa para o
almoço, deu uma bronca na esposa. Ela respondeu: “Durante dois anos eu passei
as suas camisas como você gosta e você nunca me agradeceu. Um dia só que errei,
você me trata assim?!”
O pior é que agimos dessa
forma com Deus. Passamos um ano inteiro com saúde e não lhe agradecemos. É só
ficarmos doentes, pronto, reclamamos contra ele.
Maria Santíssima era
agradecida. O mais belo poema de agradecimento que existe é o Magnificat. Ali
ela agradece a Deus até o que, naquele momento, ele ainda não tinha feito. Que
ela nos ensine a sermos gratos ao próximo e a Deus.
O café no Dia das Mães
Certa manhã, um pai estava
preparando uma bandeja com o café. Bandeja bonita, e com muitas variedades
gostosas. Colocou até uma rosa.
Quando ia levando o café para
a esposa, que estava ainda deitada, a filhinha apareceu e perguntou: “Pai, a
mamãe está doente?” “Não, filha, é que hoje é o Dia das Mães”. A menina então
brincou: “Então todos os dias do ano são dias dos pais?”
Claro, porque nos outros dias
era a mãe que levava o café para ele.
“Tem a glória eterna todos os
que anunciam as glórias de Maria. Venerar a Rainha dos anjos é adquirir a vida
eterna, pois essa grandíssima Senhora saberá honrar na outra vida quem nesta a
procurou celebrar” (Santo Afonso Maria de Ligório).
O cachorrinho, o burrinho e a madame
Havia, certa vez, uma madame
que tinha um cachorrinho e um burrinho. Um dia, o cachorrinho entrou na
cozinha, onde ela estava, ficou em volta dela, depois subiu no sofá.
Quando a madame se sentou,
ele pulou no colo dela. Então a madame o acariciou.
O burrinho viu aquilo e, no
dia seguinte, na hora em que a madame estava na cozinha, ele entrou e subiu no
sofá. A madame pegou um cabo de vassoura e o expulsou na hora.
Cada um de nós deve ficar no
seu lugar. É justamente fazendo bem aquilo que nos compete, que continuamos Jesus.
Somos como um corpo, cujos membros são diferentes. E, se não somos iguais, não
vamos querer imitar ninguém.
“Maria é Rainha. Mas, para
consolação nossa, ela é uma Rainha cheia de clemência, sempre inclinada a
favorecer e fazer bem a nós, pobres pecadores” (Santo Afonso Maria de Ligório).
Bodó, o terror dos açudes
Existe, no Nordeste
brasileiro, um peixinho cor de terra, cascudinho, chamado bodó. Ele é o terror
do povo, pois, aos milhares, vão roendo as barragens das represas e açudes, e
estes acabam se rompendo, ficando o povo sem água.
O bodó é pequeno, mas a sua
força está no trabalho conjunto. O cardume de bodós é um exemplo para nós.
A mesma força mostraram os
cristãos no tempo do império romano. A sua união acabou derrubando o gigante.
“Não tenhas medo, pequeno
rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar a vós o Reino” (Lc 12,32).
A sociedade só será
transformada no dia em que todos nos dermos as mãos. Para isso, primeiro
precisamos nos transformarmos a nós mesmos.
“Espanta e desanima-nos a
vista de nossos pecados? Maria foi feita Rainha de Misericórdia precisamente
para salvar os maiores pecadores que a ela se dirigem” (Santo Afonso Maria de
Ligório).
A Sinfonia Pastoral de Beethoven
Beethoven foi um grande
compositor alemão, um dos maiores músicos de todos os tempos. Nasceu em Bonn,
dia 16/12/1770, e faleceu em Viena, aos 26/03/1827.
Certa vez, quando ele pousava
numa pequena hospedaria do interior, pouco antes de dormir passou pela calçada
um indivíduo qualquer, cantarolando uma música, talvez improvisada, sem nome, e
desconhecida.
O transeunte chamou a atenção
de Beethoven, que ficou ouvindo, até que a voz desaparecesse.
Imediatamente, o genial
compositor pegou seu caderno, escreveu as notas daquela melodia, e ficou recordando,
até chegar o sono.
Meses depois, o mundo
artístico começou a curtir uma bela composição musical: A Sinfonia Pastoral,
admirada até hoje.
Beethoven transformou aquela
simples cantarola de um desconhecido numa belíssima sinfonia. Nós somos aquele
transeunte. Damos a nossa musiquinha para Deus, e ele a transforma em sinfonia.
A rainha Ester é uma figura
de Maria. O rei Assuero encantou-se com a sua beleza e atendeu ao seu pedido.
Deus gostou tanto de Maria que, não só a escolheu para ser a Mãe do seu Filho,
como atende a todos os seus pedidos.
O rapaz que entrou no atoleiro
Certa vez, dois amigos foram
pescar. Um deles quis atravessar um brejo e, de repente, estava dentro de um
atoleiro. Quanto mais se mexia, mais se afundava. E não havia nada firme perto,
onde ele pudesse apoiar-se, apenas capim.
Então ele gritou para o
colega. Este veio, mas não pôde fazer nada, pois, se entrasse no atoleiro para
dar a mão ao amigo, afundar-se-ia também.
O jeito foi pedir para ele
ficar quietinho, ir em casa e pegar uma corda. Aí sim, apoiado em terra firme,
jogou a corda e arrastou para fora o amigo.
Após a desobediência de Adão
e Eva, todos nós ficamos atolados no lamaçal do pecado. Não adianta alguém,
atolado também, querer arrastar-nos para fora. Ele vai, junto conosco,
atolar-se ainda mais.
Ao ver a situação, Deus Pai
ficou com dó e nos mandou o seu Filho. Este sim, tendo os pés apoiados no Céu, pode
arrastar-nos para fora, o que ele de fato fez.
A Igreja, una, santa,
católica e apostólica, é a presença de Jesus entre nós, o Corpo Místico do
Cristo. Apesar de pecadora, ela está fora do atoleiro e pode salvar-nos.
“O que nasceu da carne é
carne; o que nasceu do Espírito é espírito... Ninguém subiu ao Céu senão aquele
que desceu do Céu, o Filho do Homem” (Jo 3,6-13). Nós precisamos agarrar-nos no sobrenatural, em alguém que não é daqui,
mas veio do Céu.
Não adianta alguém, que
nasceu aqui no atoleiro, fundar uma religião. A religião é para nos religar com
Deus, para levar-nos ao Céu. Como que alguém, que nasceu aqui na terra, e é
pecador como nós, vai levar-nos para o Céu? Os seus seguidores podem dar as
mãos à vontade, que todos vão afundar-se ainda mais.
Maria Santíssima, por um
privilégio especial de Deus, não se atolou. Ela pode nos ajudar; pode e quer,
pois é nossa Mãe. Mãe dos pecadores, rogai por nós.
Deus nos fala no silêncio
1Ra 19,11-16 conta que um dia
Deus pediu ao profeta Elias que subisse a montanha, pois lá em cima ia lhe
falar. Elias subiu e ficou esperando.
“Veio um vento impetuoso e
forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos, mas o Senhor não
estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no
terremoto. Passado o terremoto, veio um fogo, mas o Senhor não estava no fogo. E
depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa... Então Elias ouviu a voz
de Deus”.
Deus não nos fala no barulho,
e sim no silêncio. Muitos correm do silêncio porque têm medo de se encontrar consigo
mesmos. Até para dormir, há pessoas que ligam um som no último volume. Passam a
vida correndo da própria consciência.
“Fizeste-nos para ti, Senhor,
e o nosso coração permanece sempre inquieto, enquanto não repousar em ti”
(Santo Agostinho).
Se aprendermos a fazer
silêncio interior, podemos gozá-lo até caminhando numa rua movimentada. E
assim, em silêncio, podemos dialogar com o nosso melhor amigo, Deus.
Quando o anjo Gabriel
apareceu a Maria, ela estava em silêncio interior. Por isso que ouviu a voz do
anjo. “Maria do sim, ensina-me a viver meu sim.”
Um chefe político exemplar
No final do Séc. XIX, era
presidente do Equador um senhor muito honesto, e bom cristão, chamado Garcia
Moreno.
Um dia, ele estava numa
fábrica, em Quito, com dezenas de funcionários imigrantes irlandeses. Perguntou
a eles: “Vocês sabem algum cântico de Nossa Senhora?” “Sim”, responderam. E
cantaram um cântico na língua deles.
Então o presidente sugeriu:
“Que tal rezarmos o Terço aqui na fábrica, uma vez por semana?” Gostaram da ideia.
Dali para frente, toda quarta-feira, à tarde, o presidente ia até a fábrica e
rezavam o Terço.
Isso aconteceu em 1873. Dois
anos depois, Garcia Moreno foi assassinado. Suas últimas palavras foram: “Deus
não morre”.
Realmente Deus não morre. Por
isso que não precisamos ter respeito humano, nem medo de nada.
Maria Santíssima é a mulher
forte que enfrentou, em pé, todos os obstáculos, e conseguiu realizar o seu
grande ideal: Ser uma discípula fiel do Senhor. Nossa Senhora da Apresentação
de El Quinche, padroeira do Equador, rogai por nós.
O jardineiro dedicado
Havia, certa vez, um
jardineiro que trabalhava como diarista em várias residências de um bairro
classe alta, cuidando dos jardins.
Um dia, um especialista em
marketing contratou-o para cuidar do seu jardim. Quando o jardineiro terminou o serviço, pediu permissão para usar
o telefone. O executivo deixou. Contudo, ficou por perto e ouviu a conversa.
O jardineiro ligou para uma
senhora e disse:
- “A senhora está precisando
de um jardineiro?”
- “Não. Eu já tenho um.”
- “Mas, além de aparar, eu
também tiro o lixo.”
- “Isso o meu jardineiro faz.”
- “Eu limpo e lubrifico todas
as ferramentas no final do serviço.”
- “O meu jardineiro também o
faz.”
- “Eu faço a programação de
atendimento o mais rápido possível.”
- “O meu jardineiro também me
atende prontamente.”
- “O meu preço é um dos
melhores.”
- “Não, muito obrigada. O
preço do meu jardineiro também é muito bom.”
Assim que o moço desligou o
telefone, o executivo lhe disse: “Meu rapaz, você perdeu um cliente”. Ele
respondeu: “Não. Eu sou o jardineiro dela. Apenas estava medindo o quanto ela
está satisfeita. Depois lhe contarei que fui eu que telefonei”.
Devemos ser pontuais e
honestos no nosso trabalho. Se não estivermos contentes com o salário, ou com
as condições do serviço, o mundo é grande e podemos bater em outras portas.
Havia, na antiguidade, uma
rainha que, sempre que alguém a procurava pedindo alguma coisa, ela dava mais
do que a pessoa pedia. Advertida, ela explicou: “Eu não quero deixar ir
descontente nenhuma pessoa que se dirige a mim”. Maria Santíssima é como essa
rainha.
O jacaré debaixo da cama
Certa vez, uma moça começou a
dizer: “Há um jacaré debaixo da minha cama”. Ninguém acreditou.
Como persistia em falar isso,
foi levada para um psicólogo. Este fez com ela um trabalho de terapia, para que
tirasse da cabeça a ideia. Não adiantou.
Um dia, a moça não compareceu
no consultório, na hora marcada. O psicólogo ligou para a casa dela. A Família
disse: “O senhor ainda não sabe? Havia um jacaré debaixo da cama dela e este a
matou!”
O primeiro passo para ajudar
alguém é ouvi-lo. Isso vale também para a educação de crianças, pois elas podem
ter razão em determinados comportamentos que vemos como travessuras.
“Filho, por que agiste assim
conosco?” (Lc 21,48). Essa foi a primeira atitude de Maria, ao encontrar o
Filho do Templo, depois de três dias de aflição por não encontrá-lo. Maria era
humilde. Apesar de estar nervosa, controlou-se e procurou primeiro ouvir a
criança, para saber o motivo da atitude. Mãe dos educadores, rogai por nós.
O filhinho apavorado
Certa vez, pelas seis horas
da manhã, um garotinho de uns oito anos ouviu, de sua cama, o pai e a mãe na
cozinha, discutindo. O menino se esforçava para entender o motivo da briga, mas
não conseguia.
De repente, ele ouviu bem nítido
o pai dizer: “Eu vou procurar outra mais bonita”. A mãe respondeu: “Pode ir, eu
acho é bom mesmo”.
A criança ficou preocupada.
Levantou-se depressa e, de pijama, saiu correndo atrás do pai, que já estava
saindo na rua.
A mãe viu, segurou-o pela mão
e perguntou: “O que é isso, filho?” Ele disse, chorando: “Mamãe, o pai vai
procurar outra mulher mais bonita que a senhora?”
“Não, filhinho!” explicou a
mãe, abraçando-o. “É esta cortina da sala que papai comprou e eu não gostei”.
Quantos casais brigam, e até
se separam, sem nem ligar para o que isso representa para os filhos! A tentação
nos chega de muitas formas.
Maria Santíssima é Mãe e
esposa exemplar. Que ela interceda pelos nossos casais, para que sejam cada vez
mais unidos.
Nhá Chica
Nhá Chica nasceu dia
26/04/1810, no município de S. João Del Rei, MG. Sua mãe, Dona Isabel, era ex-escrava.
Quando tinha oito aninhos, ela, a mãe e o irmãozinho de dez anos, chamado
Teotônio, mudaram-se para uma casinha perto de Baependi, MG. Junto com os
poucos pertences, levaram uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Dois anos depois, a mãe
faleceu. Nhá Chica e Teotônio continuaram morando na casinha. Nossa Senhora da
Conceição era a Mãe que cuidava das crianças.
Anos depois, Teotônio faleceu.
Nhá Chica continuou na mesma casa, sozinha. Ali ela viveu até a morte. Nunca se
casou nem frequentou escola. Era analfabeta.
Desde criança, Nhá Chica
gostava de rezar, e pedia mais pelos outros do que para ela. E tinha um dom
especial: Quando orava, sempre era atendida. As pessoas descobriram isso e a
procuravam, pedindo que rezasse pelas mais diversas necessidades. Sua forma
predileta de suplicar era o Terço.
Como sua casa ficava distante
da igreja, ela construiu uma capela no seu bairro. Era nesta capela que Nhá
Chica passava grande parte do dia, até o fim de sua vida. Faleceu dia 14/06/1895,
com 85 anos de idade, e foi beatificada dia 04/05/2013.
Quando o amor de Deus toma
conta de uma pessoa, ela sempre encontra maneira de testemunhar e de trabalhar
pelo Reino de Deus, mesmo que não tenha estudos e outras condições humanas.
Menina procura comida no lixo
Certa vez, um rapaz estava
andando em um bairro de classe média e viu uma garotinha de uns dez anos
procurando alimentos numa lixeira cheia de sacos plásticos. Ela desamarrava um
saco, examinava se havia algo que pudesse comer, depois o amarrava novamente.
Sua roupinha era carcomida e
rasgada, e estava descalça. Seu corpinho, muito bonito, apresentava sinais de
subnutrição.
O rapaz rezou em seu íntimo:
“Senhor, peço-lhe que os governantes resolvam o problema da fome infantil!”
Mas Deus lhe respondeu:
“Filho, você está fugindo do meu chamado. O meu apelo é a você, para resolver o
problema desta criança. Assim você estará colaborando para erradicar a fome
infantil”.
De fato, se todos
atendêssemos aos apelos de Deus, não haveria crianças nem adultos com
subnutridos no mundo. Cada um de nós, no seu canto, deve comportar-se como o
samaritano que socorreu o ferido na beira da estrada (Cf Lc 10,25-37).
“Saciou de bens os famintos”
(Lc 1,53). O Papa Francisco convoca todo o mundo a voltar-se para os
necessitados.
A flor murcha como presente
Certa vez, um jovem pai de
família faleceu. Deixou a esposa e duas crianças, um menino de seis anos e uma
menina de quatro.
A esposa, chamada Carolina,
ficou preocupada: Será que conseguirei transmitir o sentido da família? Será que,
criando-os sem o pai, darei conta de manter o lar, e lhes ensinar ética, valores
morais, fé e tudo o que precisam para a vida?
O importante é tentar, pensou
Carolina. E ela tentou. Durante a semana, encontrava tempo para rever os
deveres escolares e discutir os desafios centrais de suas vidas infantis. Nos
fins de semana, o programa infalível era a santa Missa e a catequese.
Carolina achava importante
mostrar às crianças que elas têm um Pai muito bondoso e sempre presente em suas
vidas, que é Deus. E, assim, se passaram dois anos.
Quando chegou o Dia das Mães,
a escola preparou uma homenagem às mães. Seus filhos a convidaram. Na frente do
auditório, havia uma mesa repleta de vasinhos de flores. Cada criança devia escolher
um e dar à sua mãe. Havia begônias, margaridas, amor perfeitos, violetas, rosas...
Quando seus filhos foram, Carolina
ficou sonhando com um dos vasos mais bonitos. Mas as crianças pegaram um vaso
que estava bem atrás. A planta era murcha, e nem flor tinha. Abraçaram a mãe e
lhe deram o presente.
Em casa, Carolina perguntou: “Por
que, no meio de tantas flores bonitas, vocês escolheram esta?” Eles explicaram:
“É porque ela está precisando da senhora, mamãe!”
A mãe ficou muito feliz. O
presente foi além daqueles vasos, mesmo os mais bonitos. Mostrou que as crianças
acompanhavam o seu esforço e entendiam a linguagem da renúncia e do amor.
Não existe uma forma de ser
mãe perfeita, mas um milhão de formas de ser uma boa mãe.
“Maria, rara flor de
formosura, que as graças mereceu do Criador. Oh! Dai às nossas almas, Virgem
pura, virtudes, mais beleza, mais amor.”
Um minuto com Deus foi o suficiente
Certa vez, na escola, um
menino levou um tapa de outro aluno. Ele foi para casa com muita raiva. Tomou a
decisão de, no dia seguinte, desforrar.
No outro dia, levantou-se
cedo, tomou café e foi para a escola. Como sempre fazia, ao passar em frente à
igreja, entrou e rezou um pouquinho.
Enquanto rezava, sentiu que
veio sobre ele como que um jato de amor, de perdão e de alegria. Decidiu
esquecer-se para sempre daquela ofensa.
É assim que a paz se constrói
e se reconstrói. Se nos aproximarmos de Deus, ele é capaz de transformar até um
coração de pedra.
“Salve Mãe, Imaculada, do
cristão sois força e luz. Sois a Filha de Deus amada, pura Mãe do bom Jesus.”
Os nossos padroeiros particulares
Havia, certa vez, uma senhora
que tinha um filho de sete anos, ao qual ela amava muito. Um dia, o menino
ficou gravemente enfermo.
Desesperada, ela procurou o Pároco,
que era o Pe. Alderiges, e disse: “Padre, meu filhinho está muito doente,
desenganado pelos médicos!” O padre respondeu: “Confie em Deus, filha!”
Um mês depois, o garotinho
morreu. Ao saber, Pe. Alderiges foi à casa dela, abraçou-a junto ao caixão e
lhe disse:
- “Reze ao seu padroeiro,
filha!”
- “Eu não tenho padroeiro,
padre!”
- “Tem sim. É este seu filho!”
Aquela criança foi batizada,
por isso é certo que foi para o Céu, pois até os sete anos a pessoa não tem
consciência suficiente para cometer um pecado grave e assim perder a graça santificante,
recebida no batismo.
E, se ele gostava da mãe aqui
na terra, naturalmente vai interceder por ela no Céu, junto de Deus.
Ninguém de nós vive sozinho.
Além da presença de Deus e dos santos, temos os nossos padroeiros particulares,
que são os nossos parentes falecidos, que viveram santamente.
“Eu sou a ressurreição e a
vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá” (Jo 11,25).
Nossa Senhora da Glória,
rogai por nós.
Unir pessoas é melhor que ganhar
dinheiro
Havia, certa vez, um advogado
que era bem preparado profissionalmente e nunca tinha perdido uma causa. Ele
fazia parte da pastoral familiar, inclusive dava palestra em encontros de
casais.
Em seu escritório, quando
aparecia um casal querendo se desquitar ou divorciar, ele sentava-se com os
dois e, através de perguntas bem direcionadas, levava-os a se abrirem, em clima
de paz. Terminada a conversa, convidava-os para um cafezinho.
Um dia, uma jovem esposa lhe
disse: “É minha sogra que está nos separando, Doutor. Eu já não aguento mais as
interferências dela na nossa vida”.
O advogado falou: “Está bom.
Eu vou fazer o desquite. Mas antes quero uma conversa entre nós quatro: vocês
dois, eu e ela”. Na hora combinada, trouxeram a sogra.
Resultado: Ajudados pelo advogado,
os três entraram em acordo e o casal desistiu do desquite. Foi servido novo
cafezinho.
Com isso, é claro, o advogado
perdeu seus honorários.
Hoje, vinte anos depois, esse
casal já são avós e se amam muito. Aprenderam a conviver com o problema da sogra.
Não foi só uma vez que ele levou
casais a desistirem do desquite ou do divórcio. E sua família nunca passou fome.
Deus cuida dos seus filhos queridos.
Maria Santíssima é a primeira
a torcer pela perseverança dos casais, pois a família de Nazaré foi constituída
por Deus modelo para as famílias. Mãe de Deus, intercedei pelos nossos lares.
O porquinho que virou salsicha
Certa vez, vários animais
jovens se reuniram e estavam conversando sobre o que cada um queria ser no
futuro.
- O cavalo disse: “Eu vou ser
filósofo, porque gosto de ficar parado, pensando”.
- A galinha falou: “Eu quero
ser modelo. Adoro arrumar minhas penas e ser bonita”.
- O cachorro latiu dizendo: “Prefiro
ser segurança. E quando eu estiver guardando uma casa, ai de quem me enfrentar.
Levará mordida na certa”.
- O porquinho estava
presente, mas ficou calado. Então perguntaram a ele: “E você, o que deseja
ser?” Ele respondeu: “Ainda não pensei nisso”.
Um tempo depois, aquele
porquinho foi levado para um frigorífico, onde foi esmagado e tornou-se
salsicha. É isso que acontece com quem vive sem pensar no que vai ser no futuro.
Será esmagado pela sociedade.
O mundo não perdoa ninguém.
Se uma pessoa fica na beira do caminho, sem saber para onde ir, com certeza se
tornará salsicha.
O mesmo Espírito Santo que
tornou Maria Sacrário de Deus, quer enriquecer-nos com seus dons, entre eles o
de ter um ideal na vida. Sacrário de Deus, rogai por nós.
Analfabeto tem o dom da sabedoria
Havia, certa vez, um senhor
que pertencia a uma Comunidade rural muito distante da cidade. Ele tinha o dom
de explicar a Palavra de Deus.
Um dia, um padre de fora foi
celebrar a Missa naquela Comunidade. Na hora da homilia, ele deu a palavra aos
presentes. Aquele senhor fez um comentário profundo e belíssimo sobre o
Evangelho.
Na hora da Ação de Graças, o
padre deu-lhe um texto para ler. O homem disse: “Sr. padre, eu não sei ler, sou
analfabeto!”
O padre quase caiu de costas.
Como é possível uma pessoa entender tanto da Palavra de Deus e ser analfabeta!
Há milhares de cristãos
assim. Pessoas que, como o Sr. Zeca, são analfabetas, não porque não quiseram
estudar, mas porque não tiveram oportunidade. Mas o Espírito Santo distribui
largamente os seus dons, mesmo a pessoas que nunca foram à escola.
“O Senhor disse-me: ‘Basta-te
a minha graça, pois é na fraqueza que a força se realiza plenamente’. Por isso
eu me glorio das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim”
(2Cor 12,9).
Na Ladainha, Maria Santíssima
é chamada de Sede de Sabedoria, porque o Verbo encarnado, gerado nela, é a
Sabedoria infinita. Que ela nos ajude a estarmos abertos a esse dom do Espírito
Santo.
Garoto compra uma hora do pai
Certa vez, após o noticiário
da noite, um menino perguntou ao seu pai:
- “Pai, quanto que o senhor
ganha por hora?”
- “Ah! Não me amole! Estou
cansado.”
- “Fale, pai, quanto o senhor
ganha por hora!”
- “Dez Reais.”
- “Então o senhor podia me
dar dois Reais?”
- “Não tenho agora. Vá dormir.”
O menino foi dormir.
Mais tarde, o pai ficou
arrependido, foi até a cama do filho, acordou-o e falou: “Aqui está o dinheiro
que você pediu”. O garoto levantou-se alegre e disse: “Que bom! Agora
completei. Tenho dez Reais. Eu tenho muita coisa para contar. O senhor podia me
vender uma hora do seu tempo?”
Desta vez, quem não conseguiu
dormir foi o pai.
Vamos valorizar mais a
educação dos filhos, e gastar tempo com eles. As crianças não precisam tanto
das coisas que os pais lhes dão. Eles precisam é dos próprios pais.
Maria Santíssima é chamada a
Mãe dos educadores, porque educou o próprio Filho de Deus. Que ela ajude os
pais e educadores a cumprirem bem a sua missão.
A viúva de Sarepta
1Rs 17,8-16 conta que um dia
o Profeta Elias estava viajando a pé, e sentiu sede e fome. Ao entrar na cidade
de Sarepta, viu uma viúva apanhando lenha. Pediu a ela: “Dá-me água para eu beber”.
Quando ela ia buscar, Elias
gritou: “Por favor, traze-me também um pedaço de pão”. Ela respondeu: “Não
tenho pão. Só tenho um punhado de farinha e um pouco de azeite. Eu estava
apanhando dois pedaços de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu
filho, para comermos e depois esperarmos a morte”.
O Profeta disse: “Não te
preocupes. Faze como disseste, mas primeira prepara-me com isso um pãozinho e
traze-o. Depois farás o mesmo para ti e teu filho. Pois assim fala o Senhor: “A
vasilha de farinha não acabará e a jarra de azeite não diminuirá, até o dia em
que o Senhor enviar chuva sobre esta terra”.
A mulher fez como Elias lhe
tinha ordenado. E comeram, ele, ela e sua casa, durante muito tempo. A farinha
da vasilha não acabou, nem diminuiu o óleo da jarra.
Essa cena bonita não só
aconteceu em Sarepta, mas acontece, e sempre acontecerá, em todas as casas onde
o alimento é partilhado com os que precisam. As pessoas que dividem seu pão com
os que não têm, com toda certeza verão que a sobra, em vez de diminuir,
aumentará. Aumentará tanto que vai superar o que havia antes.
“A multidão dos fiéis era um
só coração e uma só alma. Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas
tudo entre eles era posto em comum” (At 4,32).
“Fazei tudo o q ele vos
disser” (Jo 2,5). As primeiras Comunidades cristãs apresentaram-nos o caminho:
“Eram um só coração e uma só alma” ().
O suave convite da Mãe
Eis um fato acontecido no
Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida:
Um homem dizia que não tinha
fé. Um dia, ele estava viajando de
carro na Via Dutra e, ao passar ao lado de Aparecida, deu-lhe vontade do
conhecer a cidade.
Entrou e começou a percorrer algumas
ruas. De vez em quando, parava o carro e entrava em algumas lojas.
Ao ver os santos nas
prateleiras, e conversar com os balconistas, uma voz interior o chamava para
chegar até o Santuário. Ele atendeu.
Ao andar pelos corredores do
Santuário, e ver algumas pessoas subirem uma rampa, subiu também. Como os
demais, ele parou em frente à Imagem e rezou.
Ali, sentiu vontade de se
confessar. Fez uma belíssima confissão. Retomou a Dutra e continuou sua viagem,
mas agora era outro, uma pessoa renovada. Não era mais aquele ateu que dizia
ser.
Certamente Maria Santíssima
apontou para seu Filho e disse no coração daquele homem o mesmo que falou nas
Bodas de Caná: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5).
“Quem acolhe os meus
mandamentos, esse me ama... E a quem me ama, eu o amarei e me manifestarei a
ele” (Jo 14,21).
Maria Santíssima era unida,
não só ao seu Filho, mas também à santa Igreja. Após a Ascensão, ela ficou
junto com a Igreja nascente, no Cenáculo. Depois, atendendo ao pedido que o
Filho lhe havia feito na cruz, foi para a casa de S. João Evangelista, onde
participava da Comunidade cristã, e ali ficou até o dia da sua Assunção. Que
ela nos ajude a estarmos sempre unidos a Jesus e à sua Igreja.
Nós gostamos das imagens
Certa vez, um rapaz foi
trabalhar em uma cidade distante, e lá tornou-se evangélico. Antes das férias,
ele escreveu à família dizendo: “Eu só vou aí se vocês tirarem todas as imagens
das paredes”.
A família respondeu: “Você
será bem-vindo. Quanto às imagens, não vamos tirar. Pelo contrário, vamos
comprar mais uma para receber você”.
Os símbolos religiosos:
Crucifixo, quadros, imagens... ajudam-nos a seguir o Evangelho, pois são
exemplos de pessoas que são para nós um modelo, uma luz. Nós gostamos de carregar
fotografias das pessoas que amamos.
O bezerro de ouro (Êx 32,1-5)
foi feito para representar a força de Deus que tirou o povo do Egito. Até aí
não havia nada de errado. O que Deus reprovou foi quando quiseram colocar o
bezerro na frente deles e todo o povo voltar para o Egito. Aí Moisés ficou
nervoso e o quebrou em mil pedaços.
Inclusive o povo tinha outra
representação da presença de Deus, que era a Arca da Aliança, e esta Deus não
reprovava. O próprio ser humano é uma imagem de Deus.
Muitos hoje transformam a
Bíblia em um ídolo: Interpretam-na de acordo com os próprios interesses e
convidam o povo a ir atrás.
“Salve em santa Imagem, ó
grande Rainha, Mãe do Redentor, Mãe de Deus e minha.”
Está faltando Deus nesta casa
Certa vez, um homem terminou
de construir e mobiliar a sua casa. Ficou um encanto. Os móveis eram todos novos
e no mesmo estilo.
E convidou um amigo para
almoçar e ver a casa. Terminada a refeição, mostrou toda a casa para ele. Depois
perguntou: “Falta alguma coisa? Pode dizer sem acanhamento, que vou providenciar
hoje mesmo”.
O amigo criou coragem e disse:
“Eu sinto que está faltando Deus na sua casa”. O dono entendeu o recado. Naquela
mesma tarde, foi a uma loja, comprou um belo crucifixo e o afixou na parede da
sala.
Quantas casas hoje são assim:
Têm tudo, menos o principal que é Deus. Que sejamos profetas, como foi aquele
amigo visitante.
É incalculável a força que
tem no dia a dia da família um belo símbolo religioso colocado na parede, como
um crucifixo, um quadro, uma imagem de Nossa Senhora etc. O símbolo age sub-liminarmente,
isto é, a mensagem não chega à nossa consciência, mas atua de forma mais
profunda do que se chegasse.
“O que adianta a alguém
ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo?” (Lc
9,25).
Maria Santíssima foi uma
mulher ativa na caridade e no testemunho de fé. Vemos os seus anseios expressos
no magnificat, e levados à ação nas Bodas de Caná, ao pé da cruz, no Cenáculo
etc. Santa Mãe Maria, o povo continua como ovelhas sem pastor; dai-nos um
coração semelhante ao vosso.
O desafio de viver o verbo amar
Certa vez, um professor
mandou um aluno conjugar o verbo amar. Ele conjugou certinho, no presente, no
passado e no futuro. Ganhou nota dez.
Na hora do recreio, aquele
aluno brigou com um colega, sem motivo, e o xingou de palavrão.
O professor ficou sabendo e,
depois do recreio, lhe disse: “Vou diminuir a sua nota. Você conjuga bem o
verbo amar, mas não o pratica”.
Quantas vezes nós cometemos a
mesma falha: Somos peritos no conhecimento da doutrina cristã, mas pouco
praticantes. Falamos uma coisa e vivemos outra.
Maria Santíssima não apenas
conhecia o catecismo, mas o vivia com amor e generosidade. Discípula fiel do
Senhor, rogai por nós.
Mãe nota dez
Havia uma família, cujos
filhos eram contra a oração em comum às refeições. Mas a mãe não se deixava
levar. Quando acabava de por a comida na mesa, ela dava um sorriso, fazia o
sinal da cruz e rezava uma oração curta e bonita, pedindo a bênção de Deus para
a comida e para as pessoas.
Os filhos ficavam emburrados.
Mas a mãe perseverou assim anos e anos.
Hoje ela é falecida e os
filhos, casados, todos rezam às refeições. Aquela atitude deles era uma
expressão de rebeldia, própria da adolescência. Que bom que a mãe soube unir a
firmeza com a paciência!
“Não tenhas medo, pois estou
contigo para defender-te... Ponho a minha palavra na tua boca” (Jr 1,8-9).
Vencer o respeito humano é
fundamental em todos os lugares, também dentro de casa. O profeta é
persistente, não tem respeito humano nem vai na onda.
Maria Santíssima é o melhor
exemplo de mãe que temos. Exemplo dado a nós pelo próprio Deus. Na casa dela, o
Filho “crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc
2,52). Maria de Nazaré, rogai por nós.
A esposa que não fazia nada
Certa vez, um homem chegou a
sua casa, após o trabalho, e encontrou seus três filhos brincando do lado de
fora, ainda vestindo pijamas. Estavam sujos de terra, cercados por embalagens
vazias de comida entregue em casa.
A porta da frente da casa estava
aberta. O cachorro sumiu e não veio recebê-lo.
Enquanto ele entrava em casa,
achava mais e mais bagunças. A lâmpada da sala estava queimada, o tapete estava
enrolado e encostado na parede.
Na sala de estar, a televisão
ligada, emitindo berros num desenho animado qualquer, e o chão estava atulhado
de brinquedos e roupas espalhadas.
Na cozinha, a pia estava
transbordando de pratos; ainda havia café da manhã na mesa, a geladeira estava
aberta, tinha comida de cachorro no chão e até um copo quebrado em cima do
balcão. Sem contar que tinha um montinho de areia perto da porta.
Assustado, ele subiu correndo
as escadas, desviando-se dos brinquedos e de roupas sujas. “Será que a minha
mulher passou mal?” ele pensava. “Será que alguma coisa grave aconteceu?”
E viu um fio de água correndo
pelo chão, vindo do banheiro. Lá, ele encontrou mais brinquedos no chão, toalhas
ensopadas, sabonete líquido espalhado por toda parte e muito papel higiênico na
pia. A pasta de dente tinha sido usada e deixada aberta, e o banheiro transbordava
água e espuma.
Finalmente, ao entrar no
quarto do casal, encontrou sua mulher, ainda de pijama, na cama, deitada e
lendo uma revista. Ele olhou para ela, completamente confuso, e perguntou: “O
que aconteceu aqui em casa? Por que toda essa bagunça?”
Ela sorriu e disse: “Todos os
dias, quando você chega do trabalho, me pergunta: ‘Afinal, o que você fez o dia
inteiro dentro de casa?’ Bem... Hoje eu não fiz nada. FOFO!!!”
O marido se tocou, e até
ajudou a dar banho nas crianças.
Aquela casa foi construída
sobre a rocha do sacramento do matrimônio. Só que agora estava entrando areia
na união do casal. O remédio, inventado pela esposa, foi amargo, mas curou.
Curou para sempre.
“Feliz aquela que acreditou!”
disse Santa Isabel a respeito de Maria Santíssima. “Pois o que lhe foi dito da
parte do Senhor será cumprido” (Lc 1,45). Que Maria, a Mãe e Esposa modelo, nos
ajude.
O papagaio que rezava o Anjo do Senhor
Havia, certa vez, uma família
que todos os dias rezava o Anjo do Senhor, ao meio dia, antes de almoçar. Um
dia, chegou uma visita que não era muito de Igreja, e não rezaram. Mas, antes
de começarem a refeição, o papagaio disse bem alto: “O Anjo do Senhor anunciou
a Maria”.
A visita achou engraçado, e a
família ficou morrendo de vergonha. O jeito foi contar a verdade, e todos rezarem
o Anjo do Senhor.
Deus usa até de animais para
nos advertir e nos convidar a dar testemunho, vencendo o respeito humano.
Ninguém viveu melhor que
Maria Santíssima a prática cristã no dia a dia. Por isso, a sua figura é para
nós uma luz e um suave convite a servir a Deus com autenticidade.
Pe. Oto Maria Gonçalves
Um dia, um padre foi a uma
Comunidade rural muito distante, celebrar a festa de S. Sebastião. Foi a cavalo.
Ele chegou dia 19/01/1935. A
Comunidade chama-se S. Sebastião do Formoso, que fica atualmente no município
de Jaborandi, BA. O nome popular da Comunidade é Gatos. E o padre chama-se Oto
Maria Gonçalves.
Ao chegar, Pe. Oto atendeu às
confissões, fez os batizados e foi descansar para, no dia seguinte, presidir a
um casamento, celebrar a Missa festiva e dirigir a procissão. Mas, ao anoitecer,
Pe. Oto começou a vomitar sangue. Vomitou muito sangue.
Os noivos pediram a ele que
fizesse logo o casamento, pois ele podia não resistir até o dia seguinte. Mas o
Pe. Oto lhes disse: “Podem ficar tranquilos. Amanhã eu vou fazer o casamento de
vocês, vou celebrar a Missa e dirigir a procissão”.
De fato, no outro dia ele se
levantou, fez o casamento, rezou a Missa e dirigiu a procissão, tudo na maior
alegria e festa. Naquele mesmo dia, à tarde, ele morreu.
Quantas vezes nós, porque uma
unha está doendo, já não saímos de casa para levar a Eucaristia a um doente.
Maria Santíssima era uma
mulher trabalhadora e dedicada. Ela vivia pronta para servir. Santa Mãe de
Deus, rogai por nós!
O detento Risadinha
Certa vez, o líder de uma
Comunidade cristã foi preso, unicamente por denunciar injustiças, pondo em
prática a sua fé. Era um santo homem.
Na cadeia, ele continuou o
seu testemunho junto aos colegas presos. Era alegre, tão alegre que ganhou o
apelido de Risadinha. Seus colegas não entendiam a razão daquela alegria toda.
“Felizes sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por
causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos
céus” (Mt 5,11-12).
Há presos que são mais livres
interiormente do que muitos e muitas que estão soltos aí nas ruas.
Maria Santíssima não ficou
livre das perseguições. Imagine o que ela sofreu ao pé da cruz, e em todas as
suas dores. Que ela nos ajude, nas horas difíceis, a ser alegres.
A bola sem dono
Havia, certa vez, um grupo de
meninos que sempre jogava futebol numa pracinha. Mas, cada vez que saía uma
discussão e envolvia o dono da bola, o jogo acabava, porque ele simplesmente
pegava a bola e ia para casa.
Um senhor vizinho percebeu. Comprou
uma bola e deu para as crianças. Mas disse: “Esta bola é de vocês todos.
Escolham um para cuidar dela”.
Pronto, acabou o problema.
Eles discutiam, mas o jogo não parava.
Os primeiros cristãos seguiam
a Jesus com empenho: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma.
Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto
em comum” (At 4,32). Por isso que entre eles não havia briga.
Que Maria Santíssima, a
discípula fiel do Senhor, nos ajude a não só conhecer, mas seguir com
generosidade o seu Filho Jesus, não brigando por coisas materiais.
São Lourenço e a grelha
S. Lourenço era diácono, e
viveu em Roma, no Séc. III. Era o tempo do imperador Valeriano, um dos mais
cruéis perseguidores dos cristãos.
Lourenço coordenava a
assistência aos pobres da diocese de Roma.
O imperador prendeu o papa, Sixto II. Dias depois, Lourenço foi visitá-lo
na prisão.
O papa, prevendo seu martírio
e coisas piores para a Igreja de Roma, pediu-lhe que vendesse todos os cálices
e utensílios sagrados, para que não fossem profanados pelos pagãos, e empregasse
o dinheiro na assistência aos pobres. Assim fez Lourenço. Alguns dias depois,
Sixto II foi decapitado.
Logo em seguida, o imperador
mandou uma ordem a Lourenço, que reunisse todos os tesouros da Igreja, e depois
o avisasse, para que ele fosse pessoalmente buscá-los. O imperador pensava que
a Igreja de Roma era muito rica. Como hoje alguns pecadores pensam.
O que Lourenço fez. Reuniu,
na casa do papa, os pobres que as Comunidades cristãs de Roma atendiam, e
avisou o imperador de que os tesouros da Igreja já estavam reunidos.
Mais que depressa, Valeriano
veio com suas carruagens, pensando encontrar uma grande fortuna.
Lourenço recebeu-o do lado de
fora da casa, depois abriu a porta, apontou para os pobres e disse: “Majestade,
aqui estão os tesouros da Igreja. Pode levá-los. Aliás, Vossa Majestade os
encontra em todas as ruas de Roma, deitados nas calçadas”.
Diante de tamanho acinte e
desacato à autoridade, o imperador ficou furioso. Mandou prender imediatamente
Lourenço, e o condenou à morte. Ordenou que ele fosse executado com o suplício
mais cruel: Queimado vivo.
Os soldados fizeram uma
grande grelha, tipo churrasqueira, deitaram Lourenço em cima e puseram fogo na
lenha que estava embaixo.
Lourenço era muito alegre e
brincalhão. Movido por uma força especial de Deus, ele disse ao carrasco: “Pode
virar-me, deste lado já está assado!” Isso aconteceu dia 10/08/258.
O cristão é sempre alegre,
até na hora do martírio.
Na verdade, quando Lourenço
chamou os pobres de tesouros da Igreja, não quis provocar o imperador, mas
dizer a verdade. O grande tesouro da Igreja são os pobres. Eles são a maior
riqueza das nossas Comunidades, e ao mesmo tempo a sua grande preocupação. Os pobres
são a presença de Cristo entre nós.
Na Ladainha, Maria Santíssima
é chamada de Causa da nossa alegria, porque foi instrumento de Deus para nos
dar a maior alegria do mundo: O seu Filho.
O roubo de uma corda
Certa vez, um homem foi se
confessar e disse para o padre: “Eu roubei uma corda”. O padre ficou meio
desconfiado e perguntou:
- “Havia alguma coisa na
corda?”
- “Sim, havia um burro”.
- “E no burro, havia alguma
coisa?”
- “Sim, ele puxava uma
carroça”.
- “E na carroça, o que havia?
- “Ela estava cheia de ouro”.
No começo, ele só tinha
falado do roubo da corda. Mas o que ele queria mesmo era o ouro que estava na
carroça.
O arrependimento nos leva à
sinceridade. Se, na Confissão, falta-nos o arrependimento, apresentamos os
nossos pecados em uma versão que não nos compromete muito.
Como é importante, na
Confissão, o arrependimento! Por exemplo, se alguém vai se confessar e fala:
“Eu falto à Missa de vez em quando”, essa Confissão é inválida, pois a pessoa
está dizendo que vai continuar faltando à Missa. Se houvesse arrependimento, a
pessoa colocaria o verbo no passado: “Eu faltava, ou andei faltando à Missa de
vez em quando”.
Está incluída no
arrependimento a decisão de não fazer mais aquilo, mesmo sabendo que, devido à
nossa fraqueza, amanhã poderemos cair de novo. Mas hoje eu estou dizendo, com
sinceridade, que não quero mais cometer aquele erro.
Jesus deu aos sacerdotes o
poder de perdoar os pecados em nome dele: “Recebei o Espírito Santo. A quem
perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos”
(Jo 20,22).
Graças a esse presente, nós
temos paz, pois o sentimento de culpa nos inquieta, deixa-nos velhos antes do
tempo. Pior ainda se a culpa é em relação a Deus.
E Jesus deixou para nós outro
presente maravilhoso: Uma Mãe, que é a sua própria Mãe. Como é bom ter duas
mães, uma na terra e outra no Céu! Mãe de Deus e nossa, rogai por nós.
O preso que tocava cavaquinho
Havia, certa vez, em um
presídio, um preso que, todas as tardes, tocava cavaquinho para alegrar os colegas.
Ele tocava, cantava, dançava... Sozinho dava um show. E os outros presos adoravam.
Alguns até entravam na festa.
Um dia, o carcereiro tomou o
cavaquinho dele. Na tarde seguinte, lá estava o preso, agora sem o cavaquinho,
mas cantando e dançando com os detentos. E estes o acompanhavam na mesma alegria.
Devido à desobediência,
prenderam o coitado em uma cela individual, onde ficou uma semana incomunicável,
dormindo no cimento, e se alimentando apenas de pão e água.
Terminado o castigo, na tarde
seguinte, na hora do recreio, lá estava homem cantando e dançando com os
colegas, na maior animação.
Levou novo castigo. Agora
pior: Duas semanas na cela individual, a pão e água.
O carcereiro pediu ao rei que
soltasse aquele preso, pois estava quebrando a disciplina do presídio. E lá se
foi o homem, feliz, tocando o seu cavaquinho.
Há males que vêm para o bem. “Tudo
concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28). Isso, mesmo que no
passado a pessoa tenha feito coisas erradas.
“Salve, ó Palácio do Senhor!
Salve, ó Tabernáculo do Senhor! Salve, ó Serva do Senhor! Salve, ó Mãe do meu
Senhor!” (S. Francisco de Assis)
A princesa e o sapo
Certa vez, uma bela princesa
estava andando numa floresta, e um sapo a cumprimentou. Ela levou um susto:
Sapo não conversa!
Mas o sapo a acalmou: “Não se
assuste; eu não sou sapo. Sou um príncipe. Foi uma bruxa que me transformou em
sapo”.
A princesa falou: “Posso
ajudar você em alguma coisa?” “Pode sim”, respondeu o sapo. “A bruxa disse que,
se um dia eu achasse uma princesa que me amasse, e ficasse junto comigo durante
três dias, eu voltaria a ser príncipe”.
“Aceito com todo prazer”,
disse a princesa. E o levou consigo para o palácio. Logo que chegou, ela foi
muito criticada e zombada por todos: “Onde já se viu! Um sapo, esse bicho nojento,
aqui dentro do palácio!”
Entretanto, a princesa
enfrentava as críticas e levava o sapo consigo para onde ia, até para a refeição.
No terceiro dia, de manhã,
ela acordou quando um belo príncipe beijava sua mão. Agradeceu-lhe emocionado e
voltou para o seu palácio.
A sociedade, muitas vezes,
rebaixa as pessoas, tira a sua honra, transformando-as em sapos. Deus quer
contar conosco para lhes recuperar a dignidade. Assim, elas poderão, felizes, retomar
o seu caminho, dentro do plano de Deus.
Jesus também, no tríduo
pascal, amou-nos durante três dias e assim recuperou a nossa dignidade. Fez com
que voltássemos a ser príncipes e princesas, filhos do rei que é Deus, e herdeiros
do Céu.
A sua Mãe o ajudou, nessa
tarefa difícil, e ela quer ajudar-nos, pois, na cruz, nós também a ganhamos por
Mãe. Mãe de Deus e nossa, ajudai-nos.
O palestrante e o seu motorista
Havia, certa vez, um palestrante
que era muito famoso. As pessoas o convidavam para fazer palestras em cidades
distantes. Ele ia de carro, e tinha o seu motorista.
Um dia, durante uma longa
viagem, o palestrante ficou afônico. Perdeu completamente a voz. Ao se
aproximar da cidade, teve uma ideia. Disse ao motorista: “Você já ouviu muitíssimas
vezes a minha palestra. Sabe de cor. Como ninguém nos conhece pessoalmente aqui,
faça a palestra no meu lugar”. O
motorista aceitou.
Pararam o carro e trocaram as
roupas. O palestrante assumiu a direção do corro e foram. Chegaram em cima da
hora, com o auditório já repleto. O “palestrante” foi recebido pomposamente,
ficando o “motorista” sentado, no meio da plateia. Fez uma brilhante palestra.
Todos bateram palmas.
Terminada a fala, vieram as
perguntas. Eram também as mesmas de sempre, cujas respostas o motorista sabia
de cor. Foi respondendo a todas, com a maior desenvoltura.
Mas de repente surgiu uma
pergunta nova. O motorista foi criativo. Disse para os ouvintes: “Eu já estou com
a voz um pouco cansada, mas como esta pergunta é muito fácil, peço ao meu motorista
que a responda”.
O palestrante verdadeiro, que
nesta hora já estava um pouco melhor, devido ao uso de algumas pastilhas, subiu
no palco, pegou o microfone e respondeu de forma magistral aquela pergunta e as
demais que surgiram. No final, os dois foram aplaudidos de pé. E os ouvintes saíram
comentando: “O homem é um gênio mesmo; até o motorista dele nos supera de longe!”
Existe certa semelhança entre
essa história e Jesus, trocando de liderança conosco. Ele não ficou rouco, mas
foi para o Céu, deixando-nos no seu lugar.
“Se tiverdes fé do tamanho de
um grão de mostarda, direis a esta montanha: ‘Vai daqui para lá’, e ela irá.
Nada vos será impossível” (Mt 17,20). “Quem crê em mim fará as obras que eu
faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai” (Jo 14,12).
A Eucaristia nos torna
“outros Cristos” no mundo. Como o próprio Jesus disse, temos condições de fazer
tudo o que ele fez, e mais ainda.
Maria Santíssima dedicou sua
vida ao Rei dos profetas, que é Jesus. Após a subida dele ao Céu, ela se
dedicou à Igreja nascente, e continua até hoje. Rainha dos profetas, rogai por
nós.
Quem se humilha será exaltado
Certa vez, uma mocinha pobre
foi à Missa no domingo. Na entrada de igreja, uma senhora, da equipe de
acolhida, ofereceu-lhe um folheto. A jovem não sabia mentir. Ela disse: “Eu não
sei ler!” “Tudo bem, filha!” disse a senhora.
As duas sorriram e a menina entrou.
No final da Missa, aquela senhora procurou a jovem e disse: “Eu sou professora.
Quer que eu lhe dê, na minha casa, um curso de alfabetização?”
A garota aceitou com alegria.
Em casa, pensou ela, nós duas podemos combinar os dias e horários possíveis
para nós.
Meses depois, a professora
estava novamente na porta da igreja, entregando os folhetos, e a menina chegou.
Agora sim, para alegria das duas, ela pegou o folheto, pois já sabia ler.
Como que a sinceridade e a
humildade nos fazem bem! Se aquela menina tivesse disfarçado o seu analfabetismo
e pego o folheto, teria perdido a grande chance de ser alfabetizada. Se fizermos
a nossa parte, Deus fará a dele.
“Deus resiste aos soberbos,
mas dá a sua graça aos humildes” (1Pd 5,5). “Todo aquele que se exalta será
humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Lc 14,11).
Maria Santíssima era humilde. Na Anunciação, chamou a si mesma de
escrava do Senhor. Quando a prima Isabel a elogiou, ela dirigiu o elogio para
Deus, que olhou para a humildade de sua serva. Durante vida pública de Jesus,
nas horas em que ele era aclamado, ela estava escondida, cuidando da
alimentação e do suporte para o Filho e os Apóstolos. Mas na hora humilhante da
cruz, lá estava ela, em pé, bem visível a todos, como a mãe de um condenado.
Que Maria nos ajude a sermos humildes.
A fada e o casal aniversariante
Havia, certa vez, um casal
que comemorava, ao mesmo tempo, quarenta anos de casamento e, os dois, sessenta
anos de idade.
Durante a festa, apareceu uma
fada e lhes disse: “Como prêmio por terem sido um casal exemplar, concederei um
desejo a cada um”.
“Quero fazer uma viagem ao
redor do mundo, com o meu querido marido”, pediu, na hora, a mulher. A fada
moveu a varinha e... zás! Os bilhetes apareceram nas mãos dela.
Em seguida, foi a vez do
marido. Ele pensou um momento e disse: “Bem, este clima está muito romântico,
mas uma oportunidade desta só se tem uma vez na vida. Então, desculpe,
amorzinho”, disse ele, olhando para a esposa, “mas o meu desejo é ter uma
mulher trinta anos mais nova que eu”.
A mulher ficou chocada, mas
pedido é pedido. A fada fez um círculo com a varinha e... zás! O homem ficou
com noventa anos. Aquele senhor se esqueceu de que fada é mulher!
Vamos ser fiéis aos nossos
compromissos assumidos, como o casamento, amando o marido ou a esposa como é,
sem levar em conta a idade!
Maria Santíssima cumpriu com
generosidade o mandamento bidirecionado do amor: a Deus e ao próximo. Que ela
nos ajude a fazê-lo também.
Oportunidade perdida
Certa vez, um grupo de
pessoas estava subindo uma montanha pedregosa, à noite. Estava muito escuro.
De repente, ouviram uma voz
que dizia: “Encham suas sacolas com as pedras que estão na beira do caminho.
Peguem o máximo que puderem carregar. Quem não pegar, vai arrepender-se”.
Alguns acreditaram e encheram
suas sacolas e também os bolsos. Outros pegaram só um pouquinho. E houve
aqueles que não pegaram nada. Eles diziam: “Já estou cansado de subir esta montanha,
ainda vou carregar pedras?”
Quando o dia amanheceu, foram
ver aquelas pedras, eram ouro. Ouro puro, da melhor qualidade!
Quem pegou bastante, ficou
súper feliz, pois não precisava mais subir a montanha. Aqueles que pegaram só um
pouquinho, e os que não pegaram nada, ficaram arrependidos, e lamentavam: “Por
que não peguei mais!”
Nós estamos neste mundo,
subindo a montanha da vida. Jesus nos convida a praticar boas obras, mesmo que
sejam um pouco pesadas. Deus vai transformá-las em ouro puro, da melhor
qualidade, como fez com tantos santos e santas.
Feliz de quem põe em prática
os mandamentos, porque, quando o dia amanhecer, vai alegrar-se muito, e esse
novo dia será eterno.
Quando Maria disse “Eis aqui
a escrava do Senhor”, ela disse sim a tudo o que, no futuro, viesse da parte de
Deus. Por isso assumiu com amor a pobreza no parto, a fuga para o Egito, a
condenação do Filho, e abraçou a missão que ele lhe deu na cruz: Ser a nossa
Mãe. Maria do sim, rogai por nós.
Como se visse o invisível
Certa vez, um pai levou seu
filho de dez anos para o alto de uma montanha. Quando começou a escurecer, amarrou
um pano nos olhos do menino e pediu que ele ficasse com os olhos vendados até o
dia amanhecer. E alertou: “Tome cuidado, porque há precipícios e animais
perigosos por aqui”. O filho obedeceu.
No outro dia, logo que o
garoto sentiu os primeiros raios da luz da madrugada, retirou a venda. Para
surpresa sua, viu o pai sentado ao seu lado. O pai lhe disse: “Filho, eu passei
a noite toda aqui, acordado, vigiando você para que nada de ruim lhe
acontecesse”.
Assim é Deus. Ele cuida de
nós dia e noite. Podemos jogar-nos de corpo e alma no seguimento do seu Filho,
inclusive quando nos vem a cruz. Não somos mais fortes que Jesus, que gemeu no Jardim
das Oliveiras.
Que Maria Santíssima nos
ajude a seguir o seu Filho integralmente, na alegria e na tristeza.
O sanduiche de queijo
Havia, certa vez, um operário
de construção que todos os dias comia a mesma coisa: sanduíche de queijo.
Os outros operários esperavam
com alegria o toque da sirene para o almoço, quando se dirigiam ao galpão, onde
haviam guardado suas refeições. Uns esquentavam, outros não. Todos comiam com
visível prazer. Mas aquele trabalhador comia seu sanduíche de queijo reclamando.
Todos os dias ele dizia:
“Detesto sanduíche de queijo”. Comia silenciosamente e no final amassava o
papel, jogava-o no lixo e repetia a frase de sempre: “Detesto sanduíche de queijo”.
Um dia, um dos colegas
sugeriu: “Por que você não pede a sua esposa que faça um sanduíche diferente?”
Ele respondeu: “Quem disse que é a minha esposa quem prepara? Sou eu mesmo!”
Cada pessoa colhe aquilo que
planta, ou come o sanduíche que prepara.
Muitas vezes, as nossas
desavenças nascem de nós mesmos. Somos nós que fazemos uma imagem do outro que
não corresponde à realidade. Depois, começamos a nos desentender com a pessoa,
baseados numa imagem que nós mesmos criamos.
Maria Santíssima, no
Magnificat, cantou a misericórdia de Deus até sobre fatos ainda não acontecidos:
“A sua misericórdia se estende de geração em geração”. Hoje nós podemos cantar
o Magnificat, agradecendo fatos do passado, do presente e do futuro. “Ele
mostrou a força do seu braço”.
Patrão força funcionária a mentir
Certa vez, uma jovem foi
despedida do emprego porque recebeu uma ordem do seu chefe para mentir, e não
mentiu, desobedecendo a ele. Ela o fez, mesmo sabendo que poderia perder o
emprego.
Entretanto, antes de concluir
o processo de demissão, o chefe reconheceu o grande valor da funcionária e
voltou atrás.
“A verdade vos libertará” (Jo
8,32). Jesus é a verdade. Já o pai da mentira é o demônio: “O diabo é
mentiroso, é o pai da mentira” (Jo 8,44).
Que sejamos firmes no
testemunho cristão, mesmo sabendo que poderemos sair perdendo materialmente.
Na vida de Maria, tudo se
refere a Cristo e dele depende. A união dela com o Filho foi a mais perfeita
que houve aqui na terra. Que ela nos ajude a sermos também discípulos fiéis do
Senhor.
Fidelidade a toda prova
Havia, certa vez, uma Irmã
que era muito fiel a Deus. Era a superiora geral de uma Congregação religiosa,
fundada por ela mesma.
Um dia, essa Irmã foi vítima
de uma fofoca grave. Alguém inventou contra ela coisas que ela não devia. O
caso foi ao bispo e este acreditou nas acusações.
A Irmã foi demitida do cargo
de superiora geral e enviada para um lugar afastado, a fim de cuidar de um
asilo.
Quando estava já idosa, teve
de amputar um braço, devido ao diabetes. Logo depois, ficou também cega. Nesse
estado, aproveitava para rezar e dar conselhos. Foi uma grande conselheira das
famílias e da juventude.
A verdade começou a aparecer
logo após a sua morte. Durante o velório, o bispo disse: “A melhor herança que ela
nos deixou foi o seu exemplo de humildade”.
Estamos falando da Madre
Paulina, a primeira santa brasileira. A exemplo dela, vamos também ser fortes
na fé, alegres na esperança e solícitos na caridade, passando por cima de todos
os obstáculos.
“Felizes sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem e, mentindo disserem todo mal contra vós por causa de
mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus” (Mt
5,11-12). “Mas ai de vós quando todos falarem bem de vós” (Lc 6,26).
Maria Santíssima, a Mãe dos
humilhados e perseguidos, e Madre Paulina, rogai por nós.
A flor para a vizinha doente
Certa vez, uma senhora tinha
uma vizinha idosa que estava doente, de cama. Como não tinha o que lhe
oferecer, levou para ela uma flor. Chegando à sua casa, colocou a flor ao lado
de sua cama, em um copo d’água. Aquela flor perfumou o quarto, e também o
coração da doente.
Também nós, quando sentirmos
compaixão de uma pessoa, vamos fazer por elas o que pudermos, mesmo que seja dar-lhe
uma flor.
Jesus não possuía nada, não
tinha nem onde reclinar a cabeça. Mesmo assim, não se preocupava consigo, e sim
com as pessoas ao seu redor.
Maria Santíssima foi uma
mulher ativa na luta pelo bem do povo. Vemos os seus anseios expressos no Magnificat,
e levados à prática na visita a Isabel, nas bodas de Caná, ao pé da cruz e no
Cenáculo. Santa Mãe Maria, intercedei por nós.
O paraquedas e a caldeira
Certa vez, um homem pulou de
paraquedas. Mas o paraquedas era novo e ele não estava muito familiarizado com o
aparelho. No ar, o homem tentou de várias maneiras, mas o paraquedas não abriu!
Nisto, viu um rapaz subindo nos ares. Gritou para ele: “Você entende de paraquedas?”
O jovem respondeu: “Não. E você entende de explosão de caldeira?”
Como que um ia ajudar o
outro, se os dois não sabiam resolver nem o próprio problema?
Na travessia do mar da vida,
se acontecer algum problema, vamos pedir ajuda para quem entende, e tem o poder
de nos ajudar, que é Deus.
“Quem é esse a quem até o
vento e o mar obedecem?” (Mc 4,41). “Tu és Pedro, e sobre esta pedra
construirei a minha Igreja” (Mt 16,18). “Eu estarei convosco todos os dias, até
o fim dos tempos” (Mt 28,20).
“Feliz aquela que acreditou”,
disse Isabel à Mãe de Jesus (Lc 1,45). Que Maria Santíssima nos ajude a
caminhar pela vida com uma fé firme e inabalável, pois assim não haverá perigo.
A ostra e a pérola
Pérola, também chamada
margarita, é um material orgânico de singular beleza. Ela é produzida pela
ostra. Mas uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.
Pérolas são produtos da dor;
resultado da entrada de uma substância estranha, ou indesejável, no interior da
ostra, como um parasita ou um grão de areia. As pérolas são feridas curadas.
Na parte interna da concha da
ostra é encontrada uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de
areia a penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de
areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra.
Como resultado, uma linda
pérola vai se formando. Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz
pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.
Você já se sentiu ferido(a)
pelas palavras rudes de alguém? Já foi acusado de ter dito coisas que não
disse? Suas ideias já foram rejeitadas, ou mal interpretadas? Você já sofreu os
duros golpes do preconceito? Já recebeu o troco da indiferença? Já sofreu uma
doença e a venceu, ou aprendeu a conviver com ela? Então, produziu uma pérola.
Cubra suas mágoas com várias
camadas de amor. Infelizmente, são poucas as pessoas que se interessam em
melhorar, curar-se. A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando
as feridas abertas, alimentando-as com vários tipos de sentimentos que não
permitem cicatrizar.
Assim, na prática, o que
vemos são muitas “Ostras vazias”, não porque não tenham sido feridas, mas
porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor. Um sorriso,
um olhar, um gesto, na maioria das vezes fala mais que mil palavras.
“Felizes sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de
mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus” (Mt
5,11-12).
“Esta doença não leva à
morte, mas é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado
por ela” (Jo 11,4).
“Tu és a mais santa das
mulheres. Tu és do Céu a mais bela flor. Fazei de nós o que bem quiseres, somos
os servos de teu amor.”
Crianças dividem comida
Certa vez, dois meninos
apertaram a campainha de uma casa, pedindo comida. A dona da casa preparou um
prato para os dois, com duas colheres, e entregou-lhes. Em seguida foi para o
seu trabalho.
Minutos depois, ela olhou na
frente da casa e não viu os meninos. Abriu o portão da rua e teve uma surpresa:
Havia cinco crianças pobres sentadinhas na calçada, dividindo a comida. Os dois
meninos não contaram que havia mais três lá fora!
Muitas vezes, os necessitados
são mais generosos entre si do que os que têm fartura. O exemplo que aquelas
crianças deram foi muito mais valioso do que o prato de comida.
O amor é a maior de todas as
riquezas. “Como é bom os irmãos viverem juntos e se amarem!” (Sl 133,1)
“Saciou de bens os famintos”
(Lc 1,53). Os pobres são os juízes da administração dos governos políticos.
O curral sujo
Certa vez, um sitiante se
levantou cedo e foi para o curral tirar leite. Em casa, ficou a esposa
preparando o café. Havia chovido muito à noite e ele se sujou todo. Quando acabou
de tirar o leite, lavou as mãos, tirou as botas e entrou em casa limpinho, com
o balde de leite na mão. Casa encerada, crianças limpinhas e a família reunida
para o café, na paz e alegria.
Alguns diziam que no ano dois
mil o mundo ia acabar. O mundo velho é como aquele curral sujo. Seria bom que
tivesse acabado mesmo, não o mundo todo, mas o mundo velho do pecado e da sujeira.
Que bom seria se, cada semana
que termina, nós nos lavássemos de toda sujeira e começássemos a nova semana, limpinhos
e renovados, trazendo apenas o leite das virtudes, o fruto delicioso do bem que
fizemos!
É assim que um casal de
noivos sobe o Altar para o casamento. É assim que um rapaz sobre o Altar para
receber a Ordenação sacerdotal. É assim que uma jovem se aproxima do Altar para
fazer a Profissão religiosa.
É para isso também que
existe, no início da Missa, o ato penitencial. Precisamos estar puros para nos
encontrarmos com Deus, com as mãos limpas e sem as botas da sujeira.
As mãos postas da Mãe
Aparecida, voltadas para o alto, nos convidam à maior união com Deus, o qual
nos purifica dos pecados.
Padre Queiroz
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