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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O poderoso fez em mim grandes coisas-Claretianos

Domingo, 16 de Agosto de 2015

Tema: Assunção de Maria

Apocalipse 11,19a; 12,1.3-6a.10ab: Vi uma mulher vestida de sol
Salmo 44: De pé, à tua direita, está a rainha
1Coríntios 15,20-27a: Primeiro Cristo como primícias
Lucas 1,39-56: O poderoso fez em mim grandes coisas
39Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.40Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.41Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.42E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.43Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?44Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.45Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!46E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor,47meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,48porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,49porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.50Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.51Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.52Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.53Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.54Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,55conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.56Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa.

Comentário


A primeira leitura mostra os sinais com os quais Deus convida à esperança. Aparece a luta do dragão contra a mulher e sua descendência (Cristo e os cristãos). A aparição da arca da aliança de Deus (cf. Nm 10,33-36); 1Sam 4,6-7), assinala o hoje da presença de Deus em meio aos seres humanos já derrotado o pecado e o mal (21,3). Os dois sinais que aparecem no céu, a mulher e o dragão, dever ser interpretados pela assembleia litúrgica no espaço-tempo. A mulher é o povo de Deus; é mais, representa a assembleia do povo de Deus reunida já, agora e aqui, na Eucaristia dominical. O dragão é o mal, que age inserindo-se na história humana e sobretudo a partir dos centros de poder (as sete cabeças com sete diademas), para tentar destruir a unidade e a comunhão da assembleia dominical (atira sobre a terra parte das estrelas). O poder deste mundo se opõe ao alumbramento da mulher (se opõe a Cristo) e quer destruir seu fruto (os cristãos). O Cristo, elevado e sentado no Trono de Deus, assinala a derrota de Satanás. A Igreja no deserto, foge do mal e é sustentada por Deus, como Jesus. A glorificação de Cristo, uma vez para sempre, é a garantia de que jamais impedirá que ele seja dado à luz pela assembleia eucarística dominical no hoje, no espaço-tempo, até sua vinda na plenitude da glória. Maria, assunta ao céu, e figura da Igreja, tano a celestial como a que caminha dando à luz a Cristo para o ser humano de hoje e prefigura a vitória final de toda a Igreja com Cristo, por ele e nele.

A segunda leitura apresenta a afirmação central sobre a ressurreição de Cristo e dos mortos: Cristo não é um cadáver que revive, mas o Ressuscitado (o vencedor da morte) que causa a ressurreição dos mortos. Cristo derrotou a morte (a vencedora da vida) em seu próprio terreno, destruiu-a (arrebatou todo o seu poder sobre a vida), a fim de libertar a todos os que estavam sob o seu poder. Cristo ressuscitado garante a ressurreição de todos os mortos. Convém notar o paralelismo alternado: por um ser humano a ressurreição dos mortos; em Adão todos morreram, em Cristo todos viverão. Definitivamente, Paulo afirma que o dom da vida se dá na ressurreição de Cristo. Maria, à frente dos que são de Cristo (15,23), participa da vida da glória do Reino e já celebra a destituição do único inimigo: a morte.

A cena evangélica de hoje se centra no encontro das duas mães e de seus respectivos filhos, na continuidade do desígnio de Deus (AT e NT), une teologicamente os relatos paralelos da infância de João (o último profeta do AT) e de Jesus. E é o Espírito quem marca esta continuidade. Toda a cena está eivada de teologia e para que não se perca nem um detalhe, Lucas a conclui com o silêncio de Maria (1,56). Neste encontro Lucas coloca na boca de Maria este hino judeu-cristão (1,47-55), inspirado no cântico de Ana (1Sm 2,1-10) e em toda a tradição bíblica (sobretudo nos salmos). Hino que expressa a fé e a esperança dos pobres e humildes do povo de Deus. São os “filhos de Sião”, “os pobres do Senhor”, que, em Maria e com ela, louvam a Deus pelas grandes obras que nela realizadas (1,46-49), que faz em seu favor (1,50-53) e, finalmente, por seu amor misericordioso em favor de Israel, em conexão com as promessas realizadas e seladas com a bênção de Abraão e sua descendência (1,54-55). Maria é também filha de Abraão. Assim, em Maria, neste encontro entre o AT e o NT, se une a espera com a realização e, ao mesmo tempo, se manifesta a predileção histórica do Senhor de Abraão e de Maria pelos pobres de todos os tempos.

Hoje celebramos a “assunção” gloriosa de Maria. Não se trata de nenhuma elevação vertical, de nenhuma transladação física, de nenhuma viagem sideral. Não foi a “ascensão” de Jesus, muito menos o é no caso de Maria. Essa assunção gloriosa e uma maneira de falar que quer dizer algo bastante importante, porém não precisamente um translado físico, um sentido literal imediato das palavras. Podemos – e deveríamos – ser crentes de hoje, amadurecidos, conscientes do valor simbólico e metafórico de muitas expressões clássicas de nossa fé. Valor “simbólico”, “metafórico”, não significa, em absoluto, falta de valor, carência de sentido ausência de conteúdo. Muito ao contrário, significa que a verdade expressa em uma verdade profunda, não suscetível de ser expressa com palavras fáceis, descritivas, meramente referenciais do físico ou do material.

Nossa fé expressa que em Maria Deus dignificou a todos os seres humanos, em especial as mulheres, convertendo-as em plenos participantes de sua obra de salvação. O ser humano havia deixado perder os planos de Deus com opressão, violência e desigualdade. Deus, em Jesus, chama o mundo à nova ordem, onde todos os seres humanos são igualmente dignos e deste modo se inaugura uma nova era de plenitude.

A festa da “Assunta”, como é chamada pelo povo cristão em muitos lugares da América Latina, nos convida a viver no presente o futuro de Deus. Maria viveu sua existência como uma manifestação da obra salvadora de Deus. Não houve momento de sua humilde existência no qual o amor misericordioso do pai não se fizesse solidariedade, misericórdia e compaixão. Maria encarnou todos aqueles valores que nos permitem compreender como o futuro de Deus se manifesta nas limitações de nosso presente. Maria nos convida a viver como gozo a vida como um encontro permanente com o Deus da vida e da história que realiza sua obra redentora nas misérias de nosso mundo e nas limitações de nossa existência. Compreendemos o profundo significado da assunção da virgem Maria? Estamos dispostos, como Maria, a modelar nossa existência de acordo com a proposta do evangelho?

Oração


Ó Deus, bom Pai, cuja misericórdia alcança todos os seres humanos, geração após geração, aumenta nossa fé, a exemplo de Maria, para que sejamos capazes de sonhar e construir um mundo mais humano, segundo o teu projeto.



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