13/03/2016 - V
Domingo da Quaresma – 1ª. Leitura -
Isaías 43, 16-21 – “coisas novas”
Hoje, nós também podemos nos
colocar no contexto desta profecia de Isaías como protagonistas da grande obra
de vida nova que o Senhor nos preparou e, assim, nos encher de esperanças e
caminhar por uma estrada também nova.
Assim como abriu para o povo que saía do Egito, uma passagem no mar e um
caminho entre as águas, o Senhor nos promete, hoje, abrir também um caminho no
deserto e fazer correr rios na terra seca da nossa existência. O deserto
significam as dificuldades da nossa vida e os desafios a que temos de vencer,
assim como também as barreiras que precisamos ultrapassar. Por isso, diz o
Senhor: “Não relembreis coisas
passadas....eis que eu farei coisas novas!”
Deus deseja fazer em nós uma obra nova a cada dia mostrando-nos novos
horizontes, nos dando nova disposição e uma mentalidade diferente daquela que
nos foi imposta pelo mundo. Não precisamos mais olhar para trás! A graça de Deus é o que nos renova e, com
efeito, já passou tudo o que era velho e gasto. Precisamos, pois, nos apossar
dessa graça de um novo tempo no qual podemos nos apoiar nas promessas de Deus,
que nos escolheu para ser o seu povo e, assim entoar louvores a Ele. As “coisas novas” que o Senhor nos promete,
aconteceram, acontecem e acontecerão de acordo com a nossa fé, a nossa
paciência, e a nossa esperança. Mesmo que estejamos no deserto e na solidão,
precisamos ter convicção de que o Senhor faz brotar água no ermo do nosso
interior e rios na terra seca da nossa alma, para matar a nossa sede de beber.
O Espírito Santo é o motivador das “coisas
novas” em nós, portanto, precisamos estar abertos à sua ação para que as
novidades aconteçam na nossa vida. – Você é daquelas pessoas que recordam as
coisas passadas e não percebem o que se passa hoje? – Você tem esperança no que
virá amanhã? – Você está aberto (a) às novidades do Espírito Santo de Deus? –
Jesus abriu uma estrada no deserto do seu coração, ande por ela!
Salmo 125 – “Maravilhas fez
conosco o Senhor, exultemos de alegria!”
Nunca poderemos perder a
esperança de que o Senhor assim como já fez, faz e fará maravilhas conosco. A
prova da nossa fé e esperança será, porém, a alegria com que nós caminhamos. O
Senhor está sempre apto a nos reconduzir para perto Dele, mesmo que passemos
por momentos de tristeza e de lamento. Os que choram espalhando a semente do
reino, com certeza cantarão de alegria no momento da colheita.
2ª. Leitura – Filipenses 3, 8-14 – “correr direto para a meta”
“Considero tudo como lixo, para ganhar Cristo e ser encontrado unido a
ele”! Esta é a mensagem central desta carta de São Paulo aos Filipenses!
Conhecer Jesus Cristo e segui-Lo até onde Ele nos levar é o objetivo principal
do ser cristão. “Por causa dele eu perdi
tudo!”, afirma São Paulo. No entanto, São Paulo deixa bem claro que isto
pode acontecer conosco, não por causa da nossa justiça, porque somos perfeitos
e cumpridores da lei, mas por meio da fé no próprio Jesus que é a justiça de
Deus para cada um de nós. Se estivéssemos firmes nesta verdade a nossa vida de
cristãos seria muito mais edificante. Somos convidados, a esquecer tudo o que
ficou para trás, as nossas fraquezas, o nosso pecado, as nossas faltas e correr
para a meta, que são os braços misericordiosos do Pai a quem Jesus veio nos
religar. Cada afirmação de São Paulo, nesta carta, é, para nós, como um maná
descido do céu alimentando a nossa alma e revigorando a nossa fé em Jesus
Cristo. Com efeito, São Paulo nos motiva a conhecer a Cristo e experimentar a
força da Sua ressurreição, tendo comunhão com Ele nos sofrimentos e nas
dificuldades para, no final, alcançar a vitória junto com Ele. É necessário,
porém, que tenhamos a firme convicção de que também poderá ser preciso que
cheguemos a “perder tudo” considerando como “lixo” todas as coisas das quais
usufruímos, temos apego e nos apoiamos como se fossem pilares da nossa
felicidade. Conhecer a Jesus Cristo é ter com Ele uma experiência de salvação,
um verdadeiro encontro pessoal e, por isso, estar unido a Ele, não por causa da
Lei que pode nos intimidar, mas por meio da fé que nos garante a justiça de
Deus. Quando verdadeiramente conhecemos a Jesus Cristo também somos movidos a
considerar tudo o mais como lixo. É o
novo homem que nasce e tem como meta receber o “prêmio que, do alto, Deus o
chama a receber em Cristo Jesus!” - Será esse também o seu pensamento e o seu sentimento? – Será
que conhecer a Cristo, participar da sua Cruz e ressuscitar com Ele, também é o
seu ideal? – Será que você já está convencido de que perder tudo para ganhar
Cristo é a ambição da sua alma? - Para onde você está correndo? – O que você
pretende com a sua luta, com a sua vida? – O que tem importância ou não na sua
vida?
Evangelho João 8, 1-11 – “ quem pode atirar a primeira pedra?”
Os mestres da lei e os fariseus
faziam de tudo para desmoralizar Jesus, no entanto, na medida em que Lhe
armavam carapuças, mais Ele se firmava na missão de redentor dos homens. A
redenção de Jesus é fundamentada na Misericórdia do Pai e é isto que Ele deseja
nos ensinar até os dias de hoje. Aquela mulher que fora surpreendida em
adultério, segundo a Lei, teria que ser apedrejada, todavia, enquanto todos queriam
cumprir a Lei dos antigos, Jesus a perdoava para que se cumprisse a Lei da
Misericórdia de Deus. O Evangelho de hoje é, pois, para nós uma verdadeira
lição de Misericórdia. Assim sendo, diante da revolta dos que estavam ali,
Jesus nem precisou argumentar muito nem debater com os acusadores daquela
mulher adúltera. Somente com o gesto de escrever na areia Ele derrubou os seus
argumentos quando disse: “quem dentre vós
não tiver pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. Diante de tal
apelação eles se afastaram começando pelos mais vividos e, por isso, mais
experientes. Jesus conhecia tanto o coração dos acusadores como o daquela mulher acusada e usava a
misericórdia do Pai como parâmetro para o seu julgamento. “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques
mais!” Diante de tudo isso, devemos ter muito cuidado quando tivermos que
enfrentar situações de “pecados” das pessoas com quem convivemos. Nunca teremos autoridade para condenar alguém
porque pecou nem tampouco lhe atirar pedra porque errou. Somente o Senhor conhece os corações, os
motivos e as razões de todos. Ele também conhece o nosso pecado, mas não nos
julga, entretanto, apela para nossa consciência e nos propõe conversão! Jesus não isentou aquela mulher do seu
pecado, mas também não a condenou nem lhe jogou pedra. Pelo contrário, usou de
misericórdia e lhe propôs uma vida nova. Que assim, também, aprendamos a
compreender as fraquezas do nosso próximo ajudando-o a reencontrar o caminho
novo que o Senhor abre para ele. A conversão daquela mulher partiu da
misericórdia que Jesus usou para com ela. Se ela tivesse sido apedrejada, com
certeza, não teria se convertido, talvez, pudesse ter se emendado, com medo de
infringir a lei, no entanto a revolta e a dor permaneceriam dentro do seu
coração, portanto sejamos misericordiosos como Jesus. -
Você tem aprendido com Jesus a ser misericordioso (a)? – Você costuma
também condenar e jogar pedras nas pessoas porque erram? – Com quem você tem
traído a confiança de Deus? – Qual o seu menor pecado? – Será que o pecado tem
tamanho?
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