7
de Abril de 2015-Evangelho
- Jo 20,11-18
Os Evangelhos, além da Mãe de Jesus, falam
explicitamente de três mulheres de nome Maria: Maria, mãe de Tiago e José (Mc
15,40); Maria, irmã de Marta e Lázaro (Jo 11,1-2) e Maria Madalena da qual
foram expulsos sete demônios (Lc 10,38) e finalmente se fala de mais uma mulher
pecadora que ungiu os pés de Jesus (Lc 7,44). Tudo quanto se saiba a partir do
Evangelho. Ela é Maria, proveniente de Mágdala, uma cidade muito próspera no
tempo de Cristo.
Maria Madalena foi das poucas pessoas que estavam presentes ao pé
da Cruz, ao lado da Virgem Maria. Duas mulheres, dois extremos: a Imaculada e
uma pecadora pública! Ambas receberam a redenção de Cristo, mas em forma
diversa: Maria por antecipação, por força da qual foi concebida imaculada;
Madalena, representando a humanidade pecadora, precisou ser lavada pelo sangue
do Redentor!
Maria Madalena foi a feliz mulher que, por primeiro, viu o Cristo
ressuscitado. Era a manhã de Páscoa. Maria tinha ido ao sepulcro vazio. Andava
quase desesperada, achando que alguém tivesse roubado o corpo do Mestre. Vê a
certo momento um jardineiro e, angustiada, lhe pergunta: “Se foste tu que o
levaste, dize-me onde o puseste”. Jesus a chama pelo nome: “Maria…” A este nome
abrem-se-lhe os olhos e exclama: “Rabboni”, isto é, Mestre! Foi então levar a
Boa-Nova da Ressurreição aos apóstolos.
A cena comovente do encontro de Maria de Mágdala com Jesus
evidencia a mudança de relacionamento entre o discípulo e o Mestre, operada a
partir da ressurreição. A nova condição de Jesus exigia um novo tipo de
relacionamento.
Maria expressou o carinho que nutria por Jesus nos vários detalhes
de seu comportamento. A notícia do desaparecimento do corpo do Senhor deixou-a
perplexa. Com isso, perdia um sinal seguro da presença do amigo querido, mesmo
reduzido a um cadáver. Sem ele, não teria um lugar preciso ao qual se dirigir
quando quisesse prantear a perda irreparável do amigo. Por isso, mesmo que
todos tivessem se afastado, ela permaneceu sozinha, à entrada do túmulo,
chorando.
Seu diálogo com os anjos ocorreu de maneira espontânea, sem ela se
dar conta de estar falando com seres celestes. Só lhe importava saber onde
puseram “o meu Senhor”. Da mesma forma aconteceu o diálogo com o Ressuscitado.
Num primeiro momento, Maria pensou tratar-se de um jardineiro. Demonstrando uma
admirável fortaleza de ânimo mostrou-se disposta a ir, sozinha, buscar o
cadáver do Mestre para recolocá-lo no sepulcro. Tão logo reconheceu a voz do Mestre,
tentou agarrar-se a ele. Ele, porém, exortou-a a mudar de comportamento.
Doravante, o sinal de amizade que o Senhor queria dela era que se tornasse
missionária da ressurreição. Já se fora o tempo em que podia tocá-lo
fisicamente.
Maria buscava a Jesus morto e queria tocar o Seu corpo inanimado.
Desejou permanecer na dor e não percebeu que o túmulo estava vazio porque Jesus
estava vivo. Muitas vezes nós também procuramos a Jesus nos lugares errados ou
então O imaginamos como um Deus morto, sem vida, ausente da nossa história. Por
isso Jesus também nos faz essas duas perguntas básicas: porque choras e a quem
procuras! Choramos a nossa falta de fé e de confiança na Sua Palavra e nas Suas
promessas. Procuramos Alguém que está muito perto de nós e não O percebemos.
Jesus quer ser encontrado vivo e ressuscitado, atuando na nossa vida. Às vezes
não entendemos as Suas manifestações para nós e por isso, choramos. Sofremos
pela nossa incapacidade de “enxergar” as coisas de Deus. O mundo espiritual
está tão perto de nós, e nós somos incapazes de percebê-lo, absortos que
estamos em prestar atenção às coisas e as pessoas que nos rodeiam. Confundimos
a presença de Jesus com a de outras pessoas. O Senhor está perto, precisamos
ter consciência disso. Quando descobrimos esta verdade nós não ficamos parados.
Jesus disse a Madalena: “Não me retenhas”! Se percebêssemos a Sua presença viva
e ressuscitada e ouvíssemos realmente a sua voz que fala no nosso coração,
sairíamos em disparada como fez Maria Madalena a anunciar a todos: “Eu vi o
Senhor!” E você: Já viu o Senhor? – Já teve a experiência do Jesus
Ressuscitado? E se já, correu para contá-la a alguém? Você tem encontrado
no caminho, mais mortos ou vivos? Tem percebido a quem o seu coração procura?
Abra os teus olhos da fé para que possas enxergá-lo. Pois Ele como à Maria
constantemente te dirige à palavra. Porque choras, a quem procuras?
Pai ensina-me a ter um relacionamento conveniente com o
Ressuscitado, reconhecendo que ele quer fazer de mim uma testemunha da ressurreição.
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