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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Oito dias depois, Jesus entrou no mesmo lugar-Pe. Antônio Queiroz CSsR

07 de Abril - Terça - Evangelho - Jo 20,11-18


Oito dias depois, Jesus entrou.
Este Evangelho, do 2º Domingo da Páscoa, narra duas aparições de Jesus ressuscitado aos Apóstolos, no espaço de uma semana.
“Meu Senhor e meu Deus!” O encontro com Jesus transforma as pessoas; suscita ou recupera a fé, traz alegria, ânimo e coragem, esperança, caridade e as demais virtudes. E nós também hoje podemos nos encontrar com Jesus e ser transformados por ele, na Missa, visitando-o no sacrário, no encontro com o pobre, na reunião da Comunidade... O encontro com Jesus destrói o ódio, a tristeza, o desânimo, a preguiça, o medo, a mágoa e todos os vícios. É como abastecer um carro ou carregar um telefone celular. O encontro com Jesus pode curar doentes, como acontecia naquele tempo, e até ressuscitar mortos. Pode transformar pecadores em santos. Maria Madalena, que antes estava chorando, foi só encontrar-se com Jesus ressuscitado alegrou-se e até saiu correndo para dar o recado que Jesus pediu (Jo 20,11-18).
“A paz esteja convosco.” Só neste trechinho do Evangelho Jesus nos transmite a sua paz três vezes! Sinal que ele veio para nos dar a paz. Ele a conquistou com a sua ressurreição e quer deixá-la em nosso meio.
“A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados.” O primeiro passo para termos paz e ser perdoados por Deus.
“Como o Pai me enviou, também eu vos envio.” Somos continuadores de Jesus no mundo, temos a mesma missão dele, cujo centro é transmitir a paz.
“Recebei o Espírito Santo.” Jesus nos deu o meio principal para o continuarmos: o Espírito Santo.
“Tomé não estava com eles.” Era Missa de Domingo, a segunda Missa da Igreja, e Tomé não foi! Resultado: a sua fé, que já era fraca, entrou em parafuso. Um dia, quando Jesus falava que sua partida estava próxima, mas todos iriam se encontrar na outra vida, “Tomé disse: ‘Senhor, nós não sabemos para onde vais, como podemos conhecer o caminho?’ Jesus respondeu: ‘Eu sou o caminha, a verdade e a vida” (Jo 14,5-6). Isso mostra que a fé de Tomé já era fraca.
Como é importante participarmos do encontro semanal dos cristãos, a santa Missa! Ali entregamos a Deus a semana que passou e recebemos forças para não fraquejar na semana que começa. Sem a Missa, nós podemos nos afogar em um copo d’água.
Mas felizmente a Comunidade foi atrás de Tomé, no domingo seguinte ele foi à Missa e tudo se resolveu.
“Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Nós nunca vimos Jesus pessoalmente, mas temos fé graças ao Espírito Santo que ele nos deixou.
A fé é algo vivo; como qualquer coisa viva, ela não fica parada: ou cresce ou morre. E a fé só cresce se for alimentada. O primeiro alimento da fé é o amor a Deus e ao próximo. O segundo é a oração, pessoal ou comunitária, destacando-se a santa Missa. A vida em Comunidade é fundamental para se manter a fé. Ovelha separada do rebanho, o lobo pega.
O pecado obsurece a fé, pois ela está ligada à obediência aos mandamentos. Quem obedece a Deus cresce na fé; quem não obedece vai se tornando cada vez mais incrédulo, confuso e triste. Foi só Adão e Eva pecarem, esconderam-se de Deus. Quantos católicos partes para as seitas porque não praticavam os mandamentos!
A fé é condição para se recebermos as graças de Deus. Jesus, em seus milagres, sempre pedia antes uma profissão de fé (Cf Mc 9,14-29).
“Jesus realizou muitos outros sinais.” Sinal é uma manifestação clara da presença do transcendente, que nos convida à fé. Deus continua realizando sinais no mundo, principalmente através dos cristãos. Primeiramente, Deus quer transformar a nossa vida em um sinal, como foi a de Jesus. E muitas atitudes que o cristão ou a cristã toma são sinais que convidam outros à fé, mesmo sem que o cristão saiba.
Certa vez, uma vaca caiu num buraco e não conseguiu sair. Ela era de um sitiante. Ele tentou ajudar a vaca a sair mas não conseguiu. Amarrou até uma corda na vaca, mas não deu certo.
Pediu então ajuda a três vizinhos. Estes vieram, cada um com uma corda.
Chegando ao local, começaram a discutir qual o melhor lado para puxar a vaca. Um achava que era para a direção sul, outro para a direção norte, outro para direção leste e o último para a o oeste. E não chegaram a um acordo. Então cada um amarrou a corda na vaca, do lado que achava melhor e começou a puxar. Um puxava para lá, outro para cá, mas sozinhos não davam conta de tirar a vaca do buraco.
Quando já estavam cansados, concluíram: é melhor puxar a vaca de um lado só, mesmo que a meu ver não seja o melhor lado. Pronto: todos puxaram numa corda só e a vaca saiu.
É preferível o bom, unido com os outros, ao ótimo, sozinho. A minha opinião eu acredito ser a melhor, mas eu a renuncio em favor do trabalho em equipe, em favor da vida em Comunidade. Viver em Comunidade é andar juntos, mesmo tendo de ceder um pouco nas próprias idéias. A nossa maior fora está na nossa união.
Jesus viveu e trabalhou sempre em grupo. Foi difícil para ele, teve até um traidor no grupo, mas venceu. E ele nos pede: “Como o Pai me enviou, eu vos envio”.
Maria Santíssima foi uma mulher que teve grande fé. “Bem-aventurada aquela que acreditou”, disse-lhe a prima Isabel. E a sua presença no meio dos Apóstolos, após a ressurreição de Jesus, lhes deu muita força. Peçamos a ela que esteja também entre nós.
Oito dias depois, Jesus entrou.


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