Terça-feira, 03 de fevereiro de 2015
Brás, Oscar
Hebreus 12,1-4:
Corramos no certame que nos toca correr
Salmo 21: Meu Deus,
meu Deus, por que me abandonaste?
Mc 5,21-43: Menina,
eu te ordeno: Levanta-te!
21 Tendo Jesus navegado outra vez para a margem oposta, de novo afluiu a
ele uma grande multidão. Ele se achava à beira do mar, quando 22 um dos chefes
da sinagoga, chamado Jairo, se apresentou e, à sua vista, lançou-se aos seus
pés, 23 rogando-lhe com insistência: Minha filhinha está nas últimas. Vem,
impõe-lhe as mãos para que se salve e viva. 24 Jesus foi com ele e grande
multidão o seguia, comprimindo-o. 25 Ora, havia ali uma mulher que já por doze
anos padecia de um fluxo de sangue. 26 Sofrera muito nas mãos de vários
médicos, gastando tudo o que possuía, sem achar nenhum alívio; pelo contrário,
piorava cada vez mais. 27 Tendo ela ouvido falar de Jesus, veio por detrás,
entre a multidão, e tocou-lhe no manto. 28 Dizia ela consigo: Se tocar, ainda
que seja na orla do seu manto, estarei curada. 29 Ora, no mesmo instante se lhe
estancou a fonte de sangue, e ela teve a sensação de estar curada. 30 Jesus
percebeu imediatamente que saíra dele uma força e, voltando-se para o povo,
perguntou: Quem tocou minhas vestes? 31 Responderam-lhe os seus discípulos: Vês
que a multidão te comprime e perguntas: Quem me tocou? 32 E ele olhava em
derredor para ver quem o fizera. 33 Ora, a mulher, atemorizada e trêmula,
sabendo o que nela se tinha passado, veio lançar-se aos seus pés e contou-lhe
toda a verdade. 34 Mas ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e
sê curada do teu mal. 35 Enquanto ainda falava, chegou alguém da casa do chefe
da sinagoga, anunciando: Tua filha morreu. Para que ainda incomodas o Mestre?
36 Ouvindo Jesus a notícia que era transmitida, dirigiu-se ao chefe da
sinagoga: Não temas; crê somente. 37 E não permitiu que ninguém o acompanhasse,
senão Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. 38 Ao chegar à casa do chefe da
sinagoga, viu o alvoroço e os que estavam chorando e fazendo grandes
lamentações. 39 Ele entrou e disse-lhes: Por que todo esse barulho e esses
choros? A menina não morreu. Ela está dormindo. 40 Mas riam-se dele. Contudo,
tendo mandado sair todos, tomou o pai e a mãe da menina e os que levava
consigo, e entrou onde a menina estava deitada. 41 Segurou a mão da menina e
disse-lhe: Talita cumi, que quer dizer: Menina, ordeno-te, levanta-te! 42 E
imediatamente a menina se levantou e se pôs a caminhar (pois contava doze
anos). Eles ficaram assombrados. 43 Ordenou-lhes severamente que ninguém o
soubesse, e mandou que lhe dessem de comer.
COMENTÁRIO
A ressurreição da filha de Jairo vai acompanhada, nos três sinóticos, da
cura da mulher com fluxo de sangue. Talvez a palavra chave, como os doze anos
(vv. 25 e 42), tenha contribuído para abranger ambas as tradições. Talvez tenha
sido fruto da realidade histórica em si. A situação de Jesus, desconhecido até realizar
alguns milagres, se repete no episódio da filha de Jairo. Dá a impressão de que
ele não tivesse chegado a dominar o seu poder. Brilha, porém distante da
multidão, despedida às pressas (v. 40). Leva consigo somente seus três
discípulos de sempre, como para ter um testemunho de autenticidade: não presta
atenção aos parentes (v. 37), reprova os descrentes (v. 39). Qual a razão?
Lucas deverá fazer muitos retoques para imprimir à cena um tom de bondade.
Porém, a atitude de Jesus é compreensível diante da possibilidade de distorção
de sua missão, da possibilidade de ser considerado um simples curandeiro. Não
entendiam que os milagres eram sinal de seu messianismo e que se requer a fé
para entrar na dimensão da doação. “Filha, tua fé te curou!” “Não temas, basta
que tenhas fé”. Por sobre a longa adversidade e até sobre a morte é a mensagem
de então e de sempre”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário