Quarta-feira, 04 de Fevereiro de 2015
André Corsino,
Gilberto
Hebreus
12,4-7.11-15: O Senhor repreende os que ele ama
Salmo 102: Eterna é
a misericórdia do Senhor
Marcos 6,1-6: Um
profeta só é desprezado em sua pátria
3 Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José,
de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs? E ficaram
perplexos a seu respeito. 4 Mas Jesus disse-lhes: Um profeta só é desprezado na
sua pátria, entre os seus parentes e na sua própria casa. 5 Não pôde fazer ali
milagre algum. Curou apenas alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. 6
Admirava-se ele da desconfiança deles. E ensinando, percorria as aldeias
circunvizinhas.
COMENTÁRIO
No curso de seu ciclo missionário, Jesus passa por Nazaré, cidade de sua
família. Em dia de sábado fala na sinagoga, conforme as regras
admitidas então para o comentário da leitura (Lucas 4, 16-30), porém não
colhe mais que indiferença e rejeição. Marcos leva o leitor a assistir a uma
nova manifestação de desconhecimento do povo a respeito de Jesus. Este fala
“com autoridade”, não somente porque sua expressão é diferente da dialética
tradicional dos escribas, mas sobretudo porque seu discurso não é evidentemente
admissível se antes não se sente apego à sua pessoa.
Jesus não se apresenta somente como “rabino” diante de seus discípulos,
mas como homem que previamente a todo entorno quer que se estabeleçam estreitas
relações de confiança mútua. Jesus intensifica, pois, seu papel de rabino: não
se submete decididamente aos quadros tradicionais; situa seu ensino em um plano
não habitual, buscando primeiro uma abertura e uma confiança que constituem o
autêntico exercício da fé (v. 6).
A pobreza e simplicidade dos pais de Jesus se tornam inaceitáveis para
aqueles que esperavam um messias maravilhoso (Jo 7,2-5). A intenção de Jesus é,
pelo contrário, revelar o significado desta pobreza: a felicidade não se adquire
pela força de acontecimentos extraordinários, sinais do poder divino, mas por
meio de um Deus que assume toda a humanidade em sua pobreza. Descobrir que Deus
está precisamente no modesto, simples e pobre: um mandamento vigente hoje como
nunca frente aos anti-valores de nossa sociedade.
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