Quinta-Feira Santa, 02 de abril de 2015.
EVANGELHO DE Jo 13, 1-15
Na
5ª Feira Santa inicia-se o tríduo pascal que significa três dias: o dia da
paixão, o dia da sepultura e o dia da Ressurreição. Por isso, a Missa da Ceia,
com a instituição da Eucaristia, a instituição do sacerdócio, a proclamação do mandamento
novo e o rito do lava-pés, é a celebração sacramental daquilo que Jesus
realizaria na sua carne: o dom da Sua entrega, no corpo dado e no sangue
derramado.
O texto de São João evangelista não se refere à Eucaristia, não por
esquecimento porque realmente não era o seu objetivo, e nem à páscoa dos
judeus, mas sim à Páscoa de Jesus. A verdadeira páscoa é a que Jesus celebrará
com sua morte na cruz. Inaugura aqui uma nova era, a Páscoa de Jesus. Para ele,
a Páscoa consiste em passar deste mundo para o Pai.
Jesus está plenamente consciente que sua hora está chegando. Não o vai
fazer obrigado, mas consciente de que abre o caminho de chegada ao Pai e por
amor, pela perfeição do seu amor: “Amou-os até o fim”, Jesus “nos amou até às últimas consequências” isto
é, até o fim, até a morte, até a perfeição do amor, entregando livremente sua
vida pela salvação de todos.
Jesus quer tomar refeição com seus apóstolos e ainda lhes dar os
últimos conselhos e fazer sua despedida. Tomar refeição juntos é sinal de comunhão
e partilha. Jesus vive esse clima familiar com os seus apóstolos, mas vai além.
Consciente de estar realizando o projeto de Deus, Jesus mostra como esse
projeto se traduz em ações concretas, que serão a norma da comunidade:
despoja-se do manto (sinal de dignidade do “senhor”) e pega o avental (toalha,
“ferramenta” do servo). É o Senhor que se torna servo. Despojar-se do manto
significa dar a vida sob a forma
de serviço.
Os judeus tinham o costume de lavar as mãos antes e durante a
refeição e quem fazia isso eram os escravos, pois era indigno um judeu lavar
outro judeu.
Jesus se faz escravo de todos. Jesus faz tudo sozinho: derrama
água, lava, enxuga. Mais adiante, ao vestir novamente o manto, não se diz que
ele tenha deposto o avental. Dá-se a entender que ele tenha vestido o manto por
cima. Isso significa que seu serviço
continuará, culminando na cruz quando Ele diz: “Tudo está consumado” (19,30).
O lava-pés de Jesus, portanto, se
prolonga até a cruz, e nela tem seu ponto culminante.
Com esse ato consciente, deixa claro a ideia de que Deus é o
servidor da humanidade (5,17). O episódio do Lava-pés caracteriza o projeto do
Pai revelado em Jesus. Jesus revela a
verdadeira face de Deus. Um Deus que se põe de joelhos diante dos homens, o
Onipotente se prostra diante deles para servir. Com isso Jesus revela que Deus
não é castigador, prepotente, que se assenta no trono para mandar e ser
servido.
Fazendo-se servo, torna senhores os seus seguidores, mas senhores
enquanto conscientemente lavam os pés uns dos outros.
Jesus lava os pés dos apóstolos para mostrar a humildade e o
serviço e mostra que maior é aquele que serve. E nos dá um novo mandamento: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.
Lavar os pés de alguém significa por-se a serviço do irmão, fazer
brilhar para ele a luz da fé, o consolo da esperança a alegria da salvação.
Assim como Jesus serviu a todos sendo servo, nós também devemos ser como Ele.
A lição que Jesus nos dá é dupla:
A primeira é uma lição de humildade e
de caridade para com o próximo. Ele nos deu o exemplo para que também nós
façamos o mesmo.
A segunda, no sentido espiritual, a
purificação, que é a necessidade de lavarmos a nossa alma, antes de sentarmos para
o banquete da Ceia do Senhor, da Sagrada Eucaristia. Eis porque Jesus comunicou
aos seus apóstolos o poder de perdoar os pecados em seu nome. O sacerdote é o
Ministro de Deus que pode perdoar os pecados.
O lava-pés aponta para o compromisso cristão de servir o próprio
semelhante. Não se trata apenas de um gesto simbólico, a ser ensaiado na missa
de Quinta-Feira Santa: trata-se do compromisso de serviço contínuo aos
necessitados.
Meus irmãos e irmãs, o tempo da Quaresma termina na quinta-feira
pela manhã. Celebrar a CEIA DO SENHOR é motivo de Fé, Alegria, Amor e GRATIDÃO.
Nela vamos reviver os gestos de Jesus e seus ensinamentos, antes da morte d’Ele.
Com essa celebração, inicia-se o Tríduo
Pascal, que são os três dias que antecedem a maior festa da nossa Igreja
– a Páscoa, a Ressurreição de Jesus. O centro da celebração da Quinta-Feira
Santa, é o mistério da redenção da humanidade pela morte e ressurreição de Cristo.
De modo especial celebramos a Nova
Aliança, a instituição da Eucaristia,
o Sacerdócio ministerial e o mandamento do amor-serviço fraterno.
Celebrar a
Quinta-Feira Santa é aprender e praticar o que Jesus nos ensinou: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.
Como Jesus, precisamos lavar os pés dos irmãos. Lavar os pés de
alguém significa por-se a serviço do
irmão, fazer brilhar para ele a luz da fé, o consolo da esperança, a alegria da
salvação. Assim como Jesus serviu a todos sendo servo, nós também devemos ser
como Ele.
Ofereçamos ao Senhor a nossa vida de serviço aos irmãos, pois
queremos crescer pela graça desta Páscoa. A autêntica conversão a Jesus é
assumir o projeto do Pai, tornando-o realidade no amor-serviço aos outros. Somos
todos chamados à missão, ao serviço, com o Cristo e por Ele!
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
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