18 de Março - Quarta - Evangelho
- Jo 5,17-30
Assim
como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho também o faz.
Neste
Evangelho, Jesus responde aos que o criticavam porque, segundo eles, violara o
sábado curando o paralítico da piscina de Betesda. Na resposta, Jesus
acrescenta mais um motivo ao escândalo, chamando a Deus de seu Pai e fazendo-se
igual a Deus: “Meu Pai trabalha sempre e eu também trabalho... O que faz o Pai,
o Filho faz igualmente, pois o Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que faz”. O
Evangelho é um ótimo tratado sobre a união hipostática, isto é, sobre a união,
na pessoa de Jesus, da natureza divina com a humana.
Segundo
o Gênesis, Deus descansou ao sétimo dia, depois de completar a criação. Daí a
instituição judaica do sabbat, que significa descanso. Mas o seu repouso não
foi inatividade, mas manutenção da vida de tudo o que criou. Do mesmo modo,
Jesus dá saúde e vida, inclusive ao sábado, porque ele é o senhor do sábado,
que foi instituído para o homem, e não o homem para o sábado.
A
obra principal de Jesus é revelar o amor que Deus tem ao homem e transmitir-lhe
a vida divina. E ele a faz porque tem poder para isso. Esse amor de Deus cria
vida, transforma e regenera. Experimenta-lo é passar da morte para a vida, isto
é, a vida eterna. Por isso que Jesus disse: “Quem ouve a minha palavra e
acredita naquele que me enviou, possui a vida eterna e não será condenado,
porque passou da morte para a vida”.
Deus
se comunica com o homem, como faz todo mundo, através da linguagem. E a Palavra
de Deus é Cristo. Aí está o motivo da Encarnação. Em Cristo, Deus Pai
mostrou-nos o seu rosto. Assim, Jesus salva a humanidade a partir de dentro
dela, como homem que é.
O
principal anúncio de Jesus como Palavra de Deus foi a Boa Notícia da salvação.
Através de parábolas, ele nos falou do Reino de Deus, que é o caminho para a
salvação.
Deus
continua transmitindo a sua Palavra hoje, através da Igreja, una, santa,
católica e apostólica. É a Encarnação da Palavra de Deus estendida a todos os
tempos e lugares.
Deus
sempre procurou dar-nos a vida, e o fez principalmente através da ressurreição.
Ressuscitar, para os que crêem, é levantar-se para começar uma vida nova. A
ressurreição parte do poder e do amor do Pai e do Filho, no Espírito Santo.
O
principal trabalho de Deus no mundo é zelar pela vida humana. Foi para isso que
ele fez, para o homem morar, uma casa, a terra, e o jardim o universo.
“Não
podeis servir a Deus e ao dinheiro”. Nós não podemos agradar a dois senhores,
nem ficar em cima do muro. A exemplo de Jesus, o nosso compromisso é com a
vida.
Certa
vez, na Europa, na noite do Natal, aconteceu o seguinte fato: Estava muito frio
e caía muita neve, junto com rajadas de vento. De repente, o dono da casa ouviu
um barulho no vidro da janela. Era um passarinho que tentava entrar a fim de
não morrer no frio, já que a casa estava aquecida. Várias vezes ele voou, bateu
no vidro e caiu no chão. O homem ficou com dó. Abriu a janela, mas ao ver o
homem o pássaro não entrou. O senhor foi lá fora, tentou pegá-lo, mas ele
fugia. Tinha medo.
Naquele
momento lhe veio um enorme desejo de se tornar um pássaro. Assim, não só
aquele, mas todas as aves que estavam por ali, não teriam medo dele e seriam
protegidas da tempestade. Nesse momento, tocou o sino da igreja convidando
todos para Missa do Galo. Ó noite feliz, noite abençoada!
O
que aquele homem não conseguiu, Deus o fez: tornou-se um de nós para nos
proteger da grande tempestade em que a humanidade havia mergulhado.
Moisés
sentiu medo de Deus, o que não aconteceu com os Apóstolos que conviveram com
Jesus. Isso por causa da Encarnação.
Agradecemos
a Maria Santíssima ter sido o grande instrumento de Deus para que acontecesse a
Encarnação. Que ela nos ajude a entender quem é Jesus e a amá-lo, do jeito que
ela o amou.
Assim
como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho também o faz.
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