01 DE ABRIL- Evangelho -
Mt 26,14-25
Na Quarta-Feira Santa, a Igreja nos propõe
meditar o Evangelho de Jesus segundo Mt 26, 14-25. Essa leitura nos apresenta a
traição de Judas. Ela nos descreve como Judas foi ter com os chefes dos
sacerdotes e se oferece para trair Jesus. Aceita trinta moedas de prata como
recompensa de sua traição. Por apenas trinta moedas de prata, um dos Doze
entrega o Mestre! Por quantas moedas tens tu vendido Jesus? É chegada a hora
das trevas!
Com um simples beijo Judas planeja vender o seu mestre. Por trinta
moedas traça-se o poder financeiro, material e finito pela vida, dom de Deus.
Uma verdadeira contradição, o dono de tudo é trocado pelo dinheiro. Ontem como
hoje a opção pelo dinheiro e a rejeição da vida tem falado mais alto. Assim
como Judas que passa a servir os poderosos que, para manterem seus privilégios
e suas riquezas, desprezando a vida e promovendo a morte, nas nossas sociedades
de hoje continua, Jesus, nos pobres, nos órfão e nas viúvas, nos andarilhos,
tem teto e excluídos sendo vendido pelas riquezas passageiras. Digo isso porque
a sociedade neoliberal globalizada tem esta característica, e o grande império
deste mundo e seus aliados fazem à guerra e destroem a vida movidos pela
ambição do dinheiro. Eles produzem uma ideologia e uma cultura de ambição e
violência que passa a ser assimilada por muitos.
Voltemos para o nosso texto para meditar melhor o conteúdo da
Semana Santa. Estamos hoje diante da agonia de Jesus no Monte das Oliveiras
quando, diante do sofrimento que passaria nas próximas horas, Jesus, numa
tristeza mortal, num gesto humano suplica ao Pai: “Meu Pai, se possível, que este
cálice passe de mim” (Mt 26, 39). Mas imediatamente, como cordeiro que vai para
o matadouro, diz: “Contudo, não seja feito como eu quero, mas como tu queres”
(Mt 26, 39). É a Vítima perfeita que se entrega, é o Cordeiro Pascal, é aquele
que tira o pecado do mundo por amor! O Bom Pastor, aquele que dá a vida por
suas ovelhas!
São Mateus nos revela hoje o modo como Jesus foi
traído por um dos seus homens de confiança. O evangelho destaca que o gesto
estava inserido num contexto maior do desígnio divino sobre o destino do
Messias. Nem por isso sua responsabilidade foi menor. As palavras terríveis que
recaíram sobre ele não deixam dúvida a este respeito: “Seria melhor que nunca
tivesse nascido!” Só Judas age na contramão da vontade do Mestre, mesmo que sua
decisão, já estivesse no contexto da vontade de Deus.
A atitude cristã, que devemos ter, é a de corresponder com a graça
divina, e não desprezá-la, traindo o amor de Cristo, como fez Judas. Peçamos ao
Senhor que nos conceda uma fé firme e permanente a ponto de fazermos à
diferença neste mundo cheio de ganância e uma busca constante de privilégios e,
sobretudo, onde parecendo que não ainda o grito de Maquiavel “o fim justifica
os meios” continua ditando normas. Tira-se a vida em troca de Poder, Prazer e
Posse.
Jesus faz do dom de sua vida entregue, doada livremente por nós, a
Nova e eterna Aliança com o Pai celeste. Afim de que livres do pecado, vivemos
agora na liberdade de filhos e filhas de Deus.
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