23 de Março de 2015-Evangelho -
Jo 8,1-11
Daniel
13, 1-9.15-17.19-30.33-62 ou 41-62 – “juízes injustos”
Diante do quadro
exposto os dois juízes, pessoas conceituadas, maduras, respeitadas no meio do
povo, que tinham o poder nas mãos, levados pela “paixão” da carne, “ficaram
desnorteados desviando os olhos para não olharem para o céu, e se esqueceram
dos seus justos julgamentos.” Teceram toda a trama e envolveram Suzana
e, partindo do pensamento, chegaram à ação, sendo punidos pelo próprio
julgamento, pois as suas próprias palavras desvendaram toda a verdade
libertando a vida de uma filha de Deus. Suzana, pelo contrário, mulher frágil,
por isso mesmo, indigna de ser respeitada e acreditada, olhou para o céu e
confiou na intervenção de Deus que conhece as coisas escondidas e sabe tudo de
antemão! Suzana era inocente e assim, Deus, veio em seu auxílio enviando
Daniel, um jovem que tinha a “honra da velhice”, por isso, fez um
julgamento fiel ao que Deus lhe inspirava. A história de
Suzana nos motiva a fazer uma reflexão profunda sobre os nossos pensamentos,
julgamentos e ações no mundo em que vivemos. Qualquer um de nós ao desviarmos
os nossos olhos do céu, somos capazes de também tramar contra a
vida das pessoas quando queremos ver atendidos os nossos interesses. Temos em
nós a tendência de satisfazer o nosso ego nos esquecendo de que Deus conhece o
nosso interior e a qualquer momento pode nos desmascarar. Por outro lado, a
mulher de Judá nos dá um exemplo de confiança na providência de Deus não se
entregando nem tampouco se deixando corromper pelo temor de ser execrada
publicamente. Assim também nós, não precisamos cair nas armadilhas
do mundo que muitas vezes vem nos aliciar, nos perverter. Deus é maior que tudo
e espera que nós também lhe peçamos o auxilio necessário para não cairmos na
tentação. – O que você teria feito
no lugar de Suzana? – Você alguma vez na vida deixou-se subornar com medo da
execração pública? – Você aprendeu alguma coisa com a história de Suzana e os
dois juízes?
Salmo 22 – “Mesmo que
eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei, estais comigo.”
A confiança na
providência e na proteção do Senhor deverá ser a bandeira que nós empunhamos em
todos os momentos da nossa vida. Passamos diariamente por vales tenebrosos, por
situações difíceis que às vezes, nos fazem desanimar e arrefecer o ânimo.
Porém, a lembrança de que temos um Pastor que olha por nós, Suas ovelhas, e que
provisiona para nós, água, óleo, casa, descanso, fartura, saúde, fortuna e
felicidade nos faz seguir com esperança atravessando montes e colinas
para chegar no nosso destino final. O Senhor é o meu pastor e nada me faltará!
Esse deve ser o nosso lema.
Evangelho João 8, 1-11
– “a conversão é fruto da misericórdia de Deus”
Jesus não precisou
argumentar muito nem debater com os acusadores daquela mulher surpreendida em
adultério. Somente com o gesto de escrever na areia e de falar aos
circunstantes, “quem dentre vós não tiver pecado seja o primeiro a
atirar-lhe uma pedra”, Ele desfez os planos dos apedrejadores conseguindo
com que o povo se afastasse a começar pelos mais vividos e experientes. Esta é
a prova de que só o Senhor conhece o nosso coração, os nossos motivos, as
nossas razões. “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em
diante não peques mais!” Nunca poderemos condenar alguém, porque pecou
nem tampouco atirar pedra em alguém quando ele erra! Precisamos seguir o
exemplo do Mestre que mesmo diante do povo que a condenava a ser apedrejada,
para que se cumprisse a Lei, Jesus, o único Santo, O Justo, a perdoava para que
se cumprisse a Lei da Misericórdia de Deus. No entanto, Jesus não eximiu
aquela mulher do pecado, mas não a condenou, usou de compaixão e a levantou
daquela situação. Nós que queremos seguir a Jesus precisamos aprender a compreender
as fraquezas do nosso próximo e, ao mesmo tempo, ajudá-lo a reencontrar o
caminho novo que o Senhor abre para ele. A conversão daquela mulher partiu da
misericórdia que Jesus usou para com ela. Talvez se ela tivesse sido
apedrejada, não tivesse se convertido, mas apenas se emendado por algum tempo
com medo de infringir a lei. Entretanto a revolta e a dor permaneceriam
dentro do seu coração. Pelo contrário, nós sabemos que aquela mulher teve a sua
vida completamente transformada por causa do amor com que ela foi acolhida por
Jesus. Pensamos que só adultera o homem ou a mulher que traem um ao outro,
porém existe o adultério espiritual, quando negamos a Jesus, Seu Senhorio e
prevaricamos em busca de outros deuses que tentam preencher o nosso vazio
espiritual. Hoje também Jesus fala para todos nós de uma maneira bem
clara: “quem não tiver pecado”,
isto é, quem não for pecador atire a primeira pedra. O pecado é uma traição a
Deus, seja ele qual for. Somos sim homens e mulheres adúlteros e necessitados
de misericórdia. Precisamos ter consciência disso. - Você tem aprendido com Jesus a ser
misericordioso (a)? – Você costuma também condenar e jogar pedras nas
pessoas porque erram? – Com quem você tem traído a confiança de Deus? – Qual o
seu menor pecado? – Será que o pecado tem tamanho?
Helena
Serpa
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