21 de Março - Sábado - Evangelho
- Jo 7,40-53
Porventura
o Messias virá da Galiléia?
Este
Evangelho mostra que o povo estava dividido a respeito de Jesus: uns achavam
que ele era um profeta, ou até o Messias, e outros objetavam, pelo fato de ele
ser galileu: “Da Galiléia não surge profeta”. Também a cidade dele era vista
com preconceito: “De Nazaré pode sair algo de bom?”.
Preconceito,
como a própria palavra diz, é um conceito formado antecipadamente, sem maior
ponderação ou conhecimento da pessoa, baseado em fatores externos a ela. É um
prejulgamento. A pessoa preconceituosa baseia-se nas aparências, e forma já o
seu julgamento sobre a pessoa.
Entre
nós, há preconceito entre Estados, entre cidades, entre pessoas que tem a pele
de outra cor, entre os que têm estudo e os que não têm, até entre os que moram
na cidade e os que moram na roça. Quanta gente sofre por causa do preconceito!
Nós
cristãos não devíamos ter preconceito de ninguém, pois o batismo nos igualou a
todos. “Vós todos sois filhos de Deus... Vós todos que fostes batizados em
Cristo, vos revestistes de Cristo... Não há mais judeu ou grego, escravo ou
livre, homem ou mulher, pois todos vós sois um só, em Cristo Jesus” (Gl
3,26-28).
O
preconceito é um tabu difícil de combater, porque ele cega a pessoa. Veja a
resposta que deram a Nicodemos, que tentou combater o preconceito contra Jesus,
foi também atacado: “Também tu és galileu, porventura? Vai estudar...”
O
encontro do humano com o divino na pessoa de Jesus é paradoxal. É o encontro do
relativo com o absoluto, do imperfeito com o perfeito, do limitado com o
absoluto. A humanidade nunca entendeu direito, nem assimilou esse encontro.
Houve épocas na história em que divinizavam tanto a Jesus que sacrificavam a
sua humanidade, e houve épocas contrárias.
Também
a Igreja carrega em si esse paradoxo, pois ela é, ao mesmo tempo, humana e
divina, santa e pecadora. Há pessoas que querem fazer dela um grande movimento
social no mundo. Outro, ao contrário, a espiritualizam demais, distanciando-a
da vida humana do dia a dia. Inclusive o padre, muitos querem que ele viva só
na sacristia, outros querem que ele viva só na rua, envolvendo-se no temporal e
nos problemas sociais.
Conta-se
que Santo Afonso Maria de Ligório, o fundos dos missionários redentoristas, no
final de sua vida ficou acamado durante um tempo.
Um
dia ele pediu ao Irmão que cuidava dele que o levasse até a capela. O Irmão lhe
disse: “Não precisa! Jesus está em toda parte, e está aqui neste quarto
também”. O velho bispo respondeu: “Sim, ele está aqui. Mas lá na capela ele
está fisicamente presente, na eucaristia, e eu quero visitá-lo”. E o Irmão teve
de levá-lo, na cadeira de rodas, até a capela.
Vendo
o Evangelho de hoje, nós pesamos: se eu estivesse lá, não ia desprezar Jesus.
Mas o mesmo Jesus que estava lá está em todas as nossas igreja, na eucaristia.
Que não o desprezemos!
Campanha
da fraternidade. O meio ambiente e a natureza também têm sido alvo de
violência. A exploração econômica sem critérios, a situação em que se encontram
as florestas, a poluição dos rios e das águas em geral, a contaminação do ar, a
extinção de espécies vegetais e animais são resultantes da ação predatória dos
seres humanos e sintomas de grave doença que avança sobre nossa civilização.
Hoje,
estamos sofrendo sérias conseqüências das ações contra o meio ambiente como o
efeito estufa, o aquecimento global, a indisponibilidade cada vez maior de água
potável e o aumento dos diversos tipos de poluição nas grandes cidades. Tudo
isso gera medo crescente em relação ao futuro e ao agravamento dessas
conseqüências. O próprio planeta torna-se inseguro para todos.
Maria
Santíssima viveu numa sociedade que tinha vários preconceitos contra a mulher,
a qual tinha de ser caseira e não podia nem falar em público. Ela, porém,
passou por cima de tudo isso. Que ela nos ajude a vencer os preconceitos e a
entender o seu Filho como ele realmente é: verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Porventura
o Messias virá da Galiléia?
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