Quinta-feira,
26 de Março de 2015
Braulio, Eugênia
Gênesis 17,3-9: Serás
pai de uma multidão de povos
Salmo 104: O Senhor se
lembra eternamente de sua aliança
João 8,51-59: É meu
Pai quem me glorifica.
51
Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá
jamais a morte. 52 Disseram-lhe os judeus: Agora vemos que és possuído de um
demônio. Abraão morreu, e também os profetas. E tu dizes que, se alguém guardar
a tua palavra, jamais provará a morte... 53 És acaso maior do que nosso pai
Abraão? E, entretanto, ele morreu... e os profetas também. Quem pretendes ser?
54 Respondeu Jesus: Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; meu
Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus 55 e, contudo,
não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria
mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo a sua palavra. 56 Abraão, vosso pai,
exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria. 57
Os judeus lhe disseram: Não tens ainda cinquenta anos e viste Abraão!... 58
Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse,
eu sou. 59 A essas palavras, pegaram então em pedras para atirar nele. Jesus,
porém, se ocultou e saiu do templo.
COMENTÁRIO
Assistimos
hoje a um diálogo atravessa pelo conflito entre Jesus e os escribas que se
consideram filhos prediletos de Abraão e os mais puros herdeiros de sua tradição.
Eles colocam a seguinte questão a Jesus: como podia falar de ausência de morte
se Abraão havia morrido? Como poderia falar do testemunho de Abraão em seu
favor, se ele era um camponês jovem para a sociedade judaica?
Ser
filho de Abraão não podia ser entendido, por certo, de uma forma biológica,
carnal, mas simbólica ou espiritual. Significava ter as qualidades espirituais
de Abraão e seu belo sonho de um povo livre. Somente os amantes da justiça e da
liberdade podiam ser chamados de verdade filhos do santo patriarca. O que os
judeus não entendiam era o questionamento que Jesus lhes fazia por suas
inconsequências.
Hoje
existem estruturas sociais e eclesiais que se acreditam herdeiras de formas
harmônicas de convivência. Contudo, abrigam conflitos sérios nos que nem sempre
carregam em si a luz da justiça e da verdade. É necessário anunciar com força o
reino de Deus como grande possibilidade de que na terra reinem a verdade e a
justiça e com isso se cumpram as esperanças que por tanto tempo foram alimentadas
no coração dos empobrecidos e seja alcançada a paz sobre a terra.
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