21 de Março de 2015-Evangelho - Jo 7,40-53
A mensagem central de hoje e de todo o Evangelho
de São João é que “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho Unigênito, para
que não morra todo aquele que nele crê, mas, tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). A
presença de Jesus, como luz do mundo, divide inevitavelmente os seres humanos
entre os que se decidem pela Luz e, por isso, ficam do lado da vida, e os que
se decidem pelas trevas, ficando do lado da morte. A Quaresma é ocasião
oportuna para reforçarmos nossa decisão pela luz, que é Cristo, e ajudarmos os
que estão nas trevas a optar pela luz e abandonar a morte.
“Não vim trazer a paz, mas a divisão”. Jesus era consciente de que
um efeito ainda que não desejado do seu trabalho fosse ser causa de divisão
entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso
inflamou a ira dos funcionários do templo e de todos os que se consideravam
donos da verdade.
O fogo da Palavra de Deus não era para funcionários lúgubres
saturados de doutrinas e sedentos de poder.
Mas o fogo de Jesus não é o fogo das paixões políticas. É o fogo do
Espírito que tem que ser aprovado na entrega total, no batismo da doação
pessoal. É um fogo que prende aí onde se abandonaram os interesses pessoais e
se busca um mundo de irmãos. Jesus ensinava as multidões em Jerusalém, durante
a festa das Tendas. Muitos aderem às suas palavras. E aclamam que na verdade
Jesus era um Profeta que tinha surgido no meio deles. Outros que esperavam um
messias glorioso, ficam céticos diante da origem de Jesus, da Galiléia. Pois
segundo eles, o messias que esperavam não se saberia de onde é. E de Jesus
sabiam, pois conheciam os seus pais. Embora soubessem pelas Escrituras que diz
que Ele seria descendente de Davi e que haveria de nascer em Belém, cidade de
David.
Pelo sim ou pelo não, Ele é o Messias que devia vir ao mundo. A
hostilidade crescente dos dirigentes judeus se concretiza em ação, mandando
prender Jesus.
Os próprios guardas reconhecem a autenticidade das palavras de
Jesus e se recusam a prendê-lo. Os fariseus, censurando os guardas, mostram o
desprezo que tinham pelo povo, considerando-o ignorante, maldito e pecador.
Um dos fariseus, Nicodemos, procura defender Jesus e é também
censurado. A origem de Jesus não é a de um messias poderoso, mas é o próprio
Deus de misericórdia que a todos acolhe em seu eterno amor. A morte e
ressurreição de Jesus é o juizo do mundo. Pois Ele é mais do que profeta. Ele é
o Messias, o Deus conosco! É o Deus presente na história da minha vida marcada
de quedas e muitas vezes de fracassos. Ele veio para me reerguer e fortalecer
dando-me uma dignidade igual à d’Ele. É urgente que o fogo trazido por Ele se
ateie o quanto antes no meu coração.
Jesus veio para estabelecer a unidade universal, a união de todo o
universo com o Pai, acaba por ser “sinal de contradição”, para os olhos e o
coração de quem para Ele se não sabe voltar. Volte-te para Ele e estarás livre
do juízo final. Tu e a tua família estareis salvos da morte eterna.
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