Sexta-feira, 06 de Fevereiro de 2015
Paulo Miki
Heb 13,1-8: Jesus
Cristo é o mesmo, ontem, hoje e sempre
Salmo 26: O Senhor
é minha luz e salvação
Mc 6,14-29: É João,
a quem eu cortei a cabeça e que ressuscitou
14 O rei Herodes ouviu falar de Jesus, cujo nome se tornara célebre.
Dizia-se: João Batista ressurgiu dos mortos e por isso o poder de fazer
milagres opera nele. 15 Uns afirmavam: É Elias! Diziam outros: É um profeta
como qualquer outro. 16 Ouvindo isto, Herodes repetia: É João, a quem mandei
decapitar. Ele ressuscitou! 17 Pois o próprio Herodes mandara prender João e
acorrentá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe,
com a qual ele se tinha casado. 18 João tinha dito a Herodes: Não te é
permitido ter a mulher de teu irmão. 19 Por isso Herodíades o odiava e queria
matá-lo, não o conseguindo, porém. 20 Pois Herodes respeitava João, sabendo que
era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado.
Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia. 21 Chegou, porém, um dia favorável em
que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua
corte, aos seus oficiais e aos principais da Galileia. 22 A filha de Herodíades
apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus
convivas. Disse o rei à moça: Pede-me o que quiseres, e eu te darei. 23 E
jurou-lhe: Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade do meu
reino. 24 Ela saiu e perguntou à sua mãe: Que hei de pedir? E a mãe respondeu:
A cabeça de João Batista. 25 Tornando logo a entrar apressadamente à presença
do rei, exprimiu-lhe seu desejo: Quero que sem demora me dês a cabeça de João
Batista. 26 O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos
convivas, não quis recusar. 27 Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de
trazer a cabeça de João. Ele foi, decapitou João no cárcere, 28 trouxe a sua
cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe. 29 Ouvindo isto,
os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram num sepulcro.
COMENTÁRIO
Marcos relata a execução de João Batista com a finalidade de colocar fim
aos rumores da ressurreição de João na pessoa de Jesus. Rumores que o próprio
Herodes sentia em seus remorsos. Porém, não se trata de uma ressurreição: João
está morto e as testemunhas conhecem o lugar de sua sepultura. Além dessa
finalidade de prevenir toda confusão entre João e Jesus, Marcos se compraz em
proporcionar numerosos detalhes, a maioria deles originais, sobre o martírio de
João Batista. O povo se pergunta acerca de Jesus, valorizando cada qual segundo
seus ideais e expectativas. Porém, todos o veem a partir e categorias puramente
humanas que não são as acertadas para defini-lo. Com a enumeração de tais
opiniões, o evangelista prepara a pergunta que Jesus mesmo finalmente fará aos
seus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mc 8,29). A morte violenta do precursor
se converte em sinal premonitório de como Jesus iria morrer, assim como a
reservada aos seus discípulos. É a sorte do profetismo que incomoda, denuncia e
desmascara o mal. Nossa forma de evangelizar é profética ou somos tímidos e
condescendentes?
Nenhum comentário:
Postar um comentário