11 de julho - Sexta-Evangelho - Mt
10,16-23
Bom dia!
Reafirmo: Ninguém disse que seria fácil manter a fé!
A sociedade e o tempo em que Jesus manifestou essas palavras
eram cercados de medos. Um tempo onde primos, sobrinhos, netos, (…) eram chamados
de filhos e irmãos. Um tempo onde já se vivia em cidades, mas que nos módulos
básicos de convivência ainda carregavam a idéia de clãs, tribos, próximos…
Muitos filhos não tinham respeito por seus pais ao ponto de
entregá-los, roubá-los, matá-los por causa de heranças, pastos, ovelhas, por
nada. Uma época onde os adeptos de Jesus eram chamados de seguidores do
“caminho”, pois ainda não havia a expressão “cristãos” ou cristianismo.
“(…) Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e
tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. E vós
conheceis o caminho para ir aonde vou. Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para
onde vais. Como podemos conhecer o caminho? Jesus lhe respondeu: EU SOU O
CAMINHO, A VERDADE E A VIDA; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se me
conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o
conheceis, pois o tendes visto”. (João 14, 3-6)
Esse “caminho” que Jesus ensinava trilhar ia de encontro com
os valores da época. O “caminho” pregava que a vida não era centrada na busca
do poder e sim da simplicidade; não criava reis ou seres de influencia, pregava
o serviço ao próximo; não pregava o uso de holofotes, cargos, promoções para
si, dizia não ao orgulho, a arrogância e a prepotência e incrivelmente não dizia
nada de errado aos nossos olhos, mas então por que era tão perseguido? Será que
algum de nós poderia dizer que o que pregavam era errado?
O intrigante é que ainda somos perseguidos por buscar o
caminho.
Um imperador chamado Constantino I após “migrar” de deus em
deus buscando conquistas e vitória se viu acuado diante de uma batalha que
provavelmente não venceria. Em um sonho ele vê a imagem de uma cruz e nela
escrito “IN HOC SIGNO VINCES“ ou simplesmente “sob esse símbolo vencerá”. Ao
despertar pediu que fosse pintado nos escudos dos seus guerreiros uma cruz.
A batalha foi vencida e o imperador passou a “tolerar” os
seguidores do caminho agora chamados de cristãos. Não há consenso histórico se
o imperador de fato assumiu para si o cristianismo, pois também tolerava o
paganismo, mas é claro que uma era de perseguições ficava para trás, pois
alguém resolveu acreditar.
Ainda hoje, muita gente que persegue o cristianismo também
pinta “os escudos com a cruz”, ou seja, são cristãos, mas não conseguem se ver
longe das tentações e holofotes do mundo. Duro ver partidos políticos com
siglas “cristãos” mas ainda são seduzidos pelo poder e influência; duro ver
pessoas que se dizem cristãos e assinar com três pontinhos; duro ver um pecado
simples ser maior do que a indiferença; duro ainda ver alguém fazer como Jacó e
pular a frente das bênçãos de outro (hunf)…
Quem trabalha em comunidade precisa lutar também contra a
intimidação dos pseudos-cristãos que se empenham em aparecer, buscar locais de
destaque, coordenações… Somos seguidores do caminho e não dos passos que dão
essas pessoas que um dia espero que também sonhem e mudem de atitude como
Constantino
Se os “nossos” pararem de nos perseguir, e quando digo
“nossos” digo todos que seguem o caminho (cristãos, sejam eles católicos,
evangélicos,…), acredito que poderemos cumprir de fato o ultimo desejo de
Cristo antes de subir aos céus. “Ide ao mundo e pregai o evangelho a toda
criatura”.
Quem se sente afligido, perseguido, acuado… pode acreditar,
tudo isso “faz parte” mas saiba que “IN HOC SIGNO VINCES“
Um imenso abraço fraterno. Bom fim de semana!
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