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quarta-feira, 9 de julho de 2014

O semeador saiu a semear-Claretianos



Domingo, 13 de julho de 2014
15º Domingo do Tempo Comum
Santo Henrique (Memória facultativa).
Outros Santos do Dia: Anacleto (papa, mártir, convertido por São Pedro, 96), Clélia Barbieri (Fundadora das Irmãs Mínimas de Nossa Senhora das Dores, morreu com apenas 23 anos – 1870 -. É a fundadora mais jovem da Igreja), Esdras (profeta bíblico do Antigo Testamento, s. V aC), Eugênio (bispo) e Companheiros (mártires de Cartago, s. V), Joel (profeta bíblico do Antigo Testamento, s. VII aC), Maura e Brígida (mártires de Beauvais, s. V), Mirópio (mártir na Ilha de Quios, 250), Serapião (mártir, s. III), Silas (discípulo e companheiro de São Paulo, s. I), Teresa de Jesus dos Andes (virgem), Turiavo (bispo de Bretanha, França, 749).
Primeira leitura: Isaías 55,10-11
A chuva faz a terra germinar.
Salmo responsorial: Salmo 64(65),10.11.12-13.14 (R. Lc 8,8)
A semente caiu em terra boa e deu fruto.
Segunda leitura: Romanos 8,18-23
A criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus.
Evangelho: Mateus 13,1-23
O semeador saiu a semear.
O livro do profeta Isaías se divide em três partes: a primeira pode ser chamada o livro da denúncia; a segunda, o livro do anúncio e a terceira, o livro da consolação. O texto de hoje pertence a esta última secção do livro e nos dá já uma pista para a interpretação da passagem. Isaías III nos apresenta uma comparação que sublinha o papel fundamental da palavra de Deus para que se verifique a eficácia de sua obra ou ação.
A palavra de Deus é a chuva que torna fecundos inclusive terrenos áridos e compactos. Descreve-se o ciclo completo da água, desde sua precipitação em forma de gotas das nuvens, passando pela ação benéfica no terreno cultivado, até seu retorno ao céu, pronta para recomeçar de novo seu ciclo. De igual forma, a palavra de Deus, que parte caudalosa da boca de Deus, torna fértil o campo cultivado e realiza o propósito para o qual foi enviada.
Esta comparação ajuda a compreender que a palavra que Deus nos comunica não cai no vazio, mas que se dirige aos “termos cultivados”, ou seja, a todas as pessoas que com devoção e carinho preparam sua mente e seus afetos para que seja eficaz a palavra recebida de Deus por meio dos profetas. Deste modo, a comparação pode ser resumida em dois elementos muito importantes: a palavra se dirige aos “terrenos cultivados” onde a semente já repousa e a palavra retorna à sua fonte de origem.
O evangelho de Mateus complementa esta imagem tão poderosa e sugestiva com a “parábola do semeador”. Nessa parábola, os elementos decisivos são a excelente qualidade da semente e a disposição do terreno. O semeador lança uma semente de excelente qualidade e o faz com generosidade e esperança de quem ama seu campo de cultivo.
Não poupa esforços nem sementes; coloca-as inclusive em lugares onde não caberia esperar nenhum resultado, já que seu interesse não é conservar mas esperar que esta semente faça frutificar todos os setores de seu terreno. O outro elemento decisivo, o terreno, responde de diferentes maneiras, segundo a “qualidade” da terra. A boa disposição de cada pedaço de terreno constitui o fator decisivo para o êxito da empresa. A semente é boa, porém o terreno responde de maneira desigual.
A interpretação da parábola que aparece na parate seguinte do evangelho, nos dá algumas chaves poderosas de compreensão. A disposição do terreno se refere à atitude das pessoas. Algumas não se deixam cultivar e oferecem uma terra não apta, onde a semente se perde por excesso de dureza, por descuido, superficialidade ou por negligência. Tanto o grupo representado pelos bons terrenos, como o grupo representado pelos terrenos não receptivos, faz parte do mesmo campo de cultivo. Os dois estão na mesma geografia, na mesma história e no mesmo momento. Não há desculpa válida para justificar a falta de acolhida e de resposta.
Esta parábola se refere a uma realidade da comunidade cristã sobre a qual já se havia feito uma profunda reflexão. Na comunidade, representada pela totalidade do terreno, se encontram terrenos menores, isto é, pessoas, com diferentes atitudes e projetos. Não se pode saber de antemão que resposta cada um vai dar. A única coisa que se sabe é que o semeador reparte com generosidade sua fértil semente. No desenvolvimento do processo do cultivo, sabe-se quem é apto e quem não é. Porém, não nos baseamos em critérios arbitrários, mas no fruto que cada um consegue produzir. A expressão “dar frutos” tem um valor muito preciso na Bíblia e se refere sempre à resposta positiva do ser humano ao projeto de Deus. Porém, não a qualquer projeto apresentado em nome de Deus, mas à proposta dos profetas que Jesus de Nazaré chamou de “reinado de Deus”. Isto é, uma experiência humana onde seja possível o amor solidário, a liberdade para fazer o bem e a justiça responsável.
A parábola do semeador nos coloca em contato com a profecia consoladora de Isaías. A palavra de Deus age na historia humana nas pessoas que cultivam o terreno surpreendente do amor solidário, da escuta atenta do irmão e do serviço generoso e desinteressado aos excluídos. A palavra de Deus se faz fecunda nas comunidades e pessoas que assumem uma atitude responsável ante a história e não permitem que a “boa nova do Evangelho” se converta em refrão convencional nem em clichê de espiritualizações alienadoras e supérfluas, mas que procuram sempre que a palavra do profeta seja eficaz na história.
Paulo, na carta aos Romanos, nos propõe esta mesma reflexão: a criação, o terreno fértil que Deus criou para o ser humano na historia (Gn 1,4-25), aguarda com impaciência a realização da obra de Cristo em toda a humanidade. A proposta de Jesus nos abre à esperança de um futuro no qual a humanidade se reconhece na justiça e no amor solidário e não na morte e na guerra.

Oração: Senhor, que a luz de tua Palavra seja sempre guia em nossa vida e que teu amor germine em nós para que possamos dar frutos de vida entre nossos irmãos, de modo que todos alcancemos a liberdade, a alegria e a paz. Nós te pedimos, por Jesus Cristo, teu filho e irmão nosso. Amém.

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