13 de julho - DOMINGO-Evangelho - Mt
13,1-23
Uma das particularidades mais fascinantes de Jesus é a
capacidade de revelar um jeito novo de enxergar as situações corriqueiras do
dia-a-dia. É essa sensibilidade que é típica do artista, que vê a mesma cena
que os outros vêem, passa pelas mesmas dores e alegrias que todos passam, mas
consegue encher de significado até o mais simples gesto... E sabe para quê o
artista faz a sua arte? Para eternizar um momento que ele não quer mais
esquecer. Você quer saber se tem essa sensibilidade?
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Em uma de suas pregações, o nosso querido Padre Fábio de
Melo recebeu de presente um bonsai de uma menina chamada Ana Cláudia, de
Mauá/SP. Por ser um dos padres mais queridos da Canção Nova, ele recebe vários
presentes diariamente, mas ele disse que esse foi especial. Não pelo presente,
mas pelo email que ele recebeu após o presente, no qual a Ana Cláudia descreveu
o que se passou no seu coração nos momentos antes de entregar-lhe o presente.
No email, ela fala das suas mãos trêmulas, devido ao nervosismo de se aproximar
de alguém que ela tanto admirava. O Padre Fábio disse que, ao final do email,
estava chorando. Ele disse que o bonsai poderia até morrer, por ele não saber
cuidar, mas que a sensação que ela o fez sentir, essa nunca iria morrer. A
partir daquele email, cada vez que ele perceber a aproximação de alguém com um
presente nas mãos trêmulas, isso vai ter um novo significado... talvez até
chore, ao lembrar do que significa...
Mas todos nós temos aqueles dias em que estamos estressados,
impacientes, e que nada nos sensibiliza... Você também é assim? Tudo bem, isso
acontece com todo mundo. O problema é quando nos entregamos a esses momentos, e
permitimos que, aos poucos, os nossos pensamentos se acomodem e a nossa vida vá
ficando monótona, rotineira, morna, ou como diria o Padre Fábio: mais ou menos.
Quando Jesus disse que "não só de pão vive o
homem", ele estava falando que também temos necessidades da alma para
poder viver plenamente. Nós necessitamos colocar significado, sentido nas
coisas! Quando somos crianças ficamos encantados cada vez que descobrimos algo
novo. Por que perdemos essa capacidade de admirar-se com as descobertas a
medida que o tempo vai passando?
No Evangelho de hoje Jesus diz que falava em parábolas para
que os de coração duro ouvissem, mas não entendessem. "Eles ouviram com má
vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos, nem ouvir com os
ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os
cure." E aqui vem a parte triste, meu irmão: quando assistimos uma
pregação, ou lemos um texto bíblico sem a abertura necessária, essa palavra de
Jesus é também para nós! E eu confesso que, muitas vezes, já me encaixei nestas
palavras.
Quer saber como está o terreno do seu coração para receber a
semente de hoje? Então me responda: quando foi a última vez que você se sentiu
tocado ao ouvir uma música, escutar uma palavra, ver uma cena, lembrar um
momento da sua vida...? "Ah... Faz tempo, meu amigo... nem lembro
mais..." Então, meu amigo, será que já não está na hora de voltar a pôr um
pouquinho mais de significado nas pequenas coisas? Algumas pessoas passam a ver
a vida com outros olhos, após sobreviverem a um acidente grave. Será que
precisamos passar por isso para valorizar os pequenos milagres de cada dia?
"Olhai os lírios do campo..." "Um semeador
saiu a semear..." "Viram aquela viúva que ofertou uma moeda?"
"Um fariseu e um cobrador de impostos entraram no templo para rezar..."
"Um pai tinha dois filhos..." Todas essas cenas estão aí, todos os
dias, diante dos nossos olhos... Se o terreno do seu coração acolheu bem a
semente, a árvore que vai nascer dele será capaz de ver, ouvir, compreender e
transmitir a BELEZA ESCONDIDA em tudo o que nos cerca...
Essa música da Adriana tem uma pergunta intrigante:
"Qual é a chave do seu coração?" Você saberia responder?
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