10 de julho - Quinta-Evangelho
- Mt 10,7-15
Jesus, após ter chamado Seus apóstolos e
discípulos, os convida para que sejam; o fazer será consequência disso. Ser o
quê? Íntimos de Cristo, amigos d’Ele; vida mergulhada na vida do Senhor – é daí
que nasce a intimidade. Fazer o quê? Quanto a isso não devemos nos preocupar,
pois o Senhor nos dirá e nos orientará quanto ao que fazer e como fazer.
Como se
não bastasse, o Senhor, além de nos mostrar o que fazer na obra da
evangelização, nos capacita e nos presenteia com todos os meios para a missão;
meios estes que são os dons, os ministérios, os talentos, os carismas e frutos
do Seu Espírito Santo. A nossa felicidade consistirá em sermos canais de cura,
libertação e realização na vida das pessoas. Para isso, devemos ser íntimos de
Deus e fazer, como consequência disso, a vontade d’Ele.
Para esta missão tão sublime de
discípulos e missionários de Nosso Senhor Jesus Cristo, para a qual somos
chamados, o Senhor nos faz dois pedidos fundamentais, dentre tantos, não menos
importantes:
1º Pobreza evangélica: não podemos, diante da missão a nós confiada, nos preocupar e
perder a atenção, o foco, daquilo que Deus quer fazer por meio de nós na vida
das pessoas na ação evangelizadora. O missionário precisa ter como única
bagagem de missão, como único valor, como única riqueza, a vontade de Deus
Todo-poderoso, Sua Palavra e a disponibilidade em servir. Não podemos nos
prender a nada e a ninguém, pois tudo nos será dado, tendo em vista que o
missionário é digno do seu sustendo, do seu salário, como nos ensinam as
Sagradas Escrituras. A única riqueza precisa ser o Senhor. Repito o que sempre
afirmo: quem precisa muito fora é porque muito pouco possui de Deus dentro de
si; então o coração precisa buscar fora o que não consegue encontrar dentro.
Dentro de nós, no mais íntimo de nós, está Deus.
2º Dê de graça o que recebeste de graça: na vida, tudo é graça, inclusive
os encalços e dificuldades, que não vêm de Deus, mas Ele os permite. Permite
para que venhamos a crescer, a amadurecer. Crescimento e amadurecimento:
eis as maiores graças na vida de uma pessoa. Todos os dons, talentos, virtudes,
a própria vocação, tudo isso Deus nos deu, não porque Ele necessitava fazê-lo,
mas por pura graça e bondade. O Senhor no-los deu, para que, através disso na
vocação, pudéssemos ser felizes. Colocando tudo isso a serviço dos outros, eis
a certeza de felicidade, de santidade. Como é bom quando nos propomos a servir,
com gratuidade, aqueles que o Senhor nos confia. Isso é evangelizar por excelência.
Para isso, é preciso que reforcemos o
caminho: ser (íntimos de Deus e de Sua Palavra, vivendo da providência) e
servir (de forma gratuita e alegre, pois de graça recebemos e de graça devemos
ser canais da graça na vida dos irmãos).
Padre Pacheco
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